Desafios e oportunidades. Revista de Empresários e Negócios POLÍTICA INDUSTRIAL. Acordos de Comércio Livre em negociação

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1 Revista de Empresários e Negócios Trimestral Edição Janeiro / Fevereiro / Março 2016 N.º 107 3,5 POLÍTICA INDUSTRIAL Desafios e oportunidades Acordos de Comércio Livre em negociação Nova Política Europeia dos Consumidores Política Pública para o Comércio em Portugal

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3 EDITORIAL Precisamos de uma política industrial para o Século XXI NESTA EDIÇÃO da nossa revista apresentamos o Relatório de Atividades da CIP relativo a 2015, aprovado na Assembleia Geral do passado dia 30 de março. O exercício de que agora prestamos contas foi marcado pela realização do II Congresso das Empresas e das Atividades Económicas. Foi então reafirmado o apelo no sentido de se promover um verdadeiro Compromisso Nacional para a Reindustrialização e Competitividade de Portugal. Este compromisso significa, como então ficou bem expresso, colocar a ênfase, de uma forma transversal na generalidade das políticas económicas, mas também através de uma correta utilização dos fundos europeus de que dispomos, na realocação dos recursos para a produção de bens e serviços transacionáveis, com maior valor acrescentado, avançando para clusters mais desenvolvidos e promovendo a inovação radical e incremental dos nossos produtos e processos produtivos. Para isso, precisamos de uma política industrial para o Século XXI. Como podemos ler num dos artigos desta revista, sem Indústria (e sem serviços ligados ao setor industrial), a economia perde a sua capacidade de inovação e não consegue criar empregos qualificados nem superar os choques económicos. Além disso, a Indústria constitui o principal elo da integração da economia portuguesa na economia europeia e mundial. Por isso, a nova Política Industrial que defendemos é também um imperativo para assegurar um saudável equilíbrio externo da nossa economia, capaz de sustentar sólida e duradouramente o desenvolvimento que todos desejamos para Portugal. Reindustrialização e a nova Política Industrial para o século XXI será, este ano, uma das áreas de intervenção prioritárias da CIP, estando já previsto um conjunto de iniciativas para aprofundar e divulgar as nossas ideias e propostas no âmbito desta temática. Por isso, como foco da presente edição da António Saraiva PRESIDENTE DA CIP nossa revista escolhemos precisamente a Política Industrial, política que deverá acelerar o ressurgimento do protagonismo da Indústria, num processo que não é apenas nacional, mas europeu, no contexto de um novo paradigma de produção industrial inserida na economia do conhecimento. 3

4 ÍNDICE Editorial Conjuntura Económica União Europeia - Acordos de Comércio Livre em negociação - Principais referências da situação actual - Balanço e metas para as empresas - Nova política europeia dos consumidores, por Pedro Oliveira Nova Política Industrial - Análise de alguns dados estatísticos - A Indústria portuguesa nos últimos 20 anos - Reindustrialização e Política Industrial para o Sec XXI - O caso português, por Luís Mira Amaral - Ciência, tecnologia e inovação, por José Cordeiro - Portugal - Competitividade, atractividade e captação de IDE, por António Neto da Silva - Estará de regresso o financiamento das pme s, por Luís Alves Monteiro Evento - A renovada atração empresarial de Angola, por Paulo Nunes de Almeida Relatório de Atividades CIP Produção e Comércio - Cadeias de Valor Globais e Desenvolvimento Sustentável - Política Pública para o Comércio em Portugal - Do enquadramento europeu ao plano estratégico sectorial (parte I), por João Barreta Energia - Soluções de eficiência para a sua empresa Facility Management - Criar valor para o futuro, por Pedro Branco Ló - Asset management para infraestruturas inteligentes - Soluções para instalações industriais Regeneração Urbana - Mercado de tintas e vernizes Patentes - Patenteamento Internacional - Indicador Gastão da Cunha Ferreira 2015, por Eduardo Cruz Notícias Opinião - Nova Política e a Oportunidade Industrial para o século XXI, por Ricardo Lopes Ferro Diretor António Saraiva Diretor Adjunto Daniel Soares de Oliveira Conselho Editorial Gregório Rocha Novo Carla Sequeira Pedro Capucho Inês Vaz Pinto Jaime Braga Manuela Gameiro Nuno Biscaya Patrícia Gonçalves Secretariado Filomena Mendes Administração e Propriedade CIP Confederação Empresarial de Portugal Praça das Indústrias Lisboa Tel.: Fax: revista@cip.org.pt NIF: N.º de registo na ERCS Depósito Legal Produção e Edição Bleed - Sociedade Editorial e Organização de Eventos Av. da República 41, 3.º Andar Lisboa Tel.: / 6 info@bleed.pt Diretor Editorial Miguel Boavida miguel.boavida@bleed.pt Diretor Comercial Mário Raposo mario.raposo@bleed.pt Gestor de Meios Diogo Camacho Editor Fotográfico Sérgio Saavedra Design e Paginação José Santos Impressão Grafisol Núcleo Empresarial da Abrunheira Zona Poente - Pav.11 - Abrunheira Sintra Periodicidade Trimestral Tiragem exemplares 4

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6 CONJUNTURA DEZEMBRO DE 2015 A FEVEREIRO DE 2016 Conjuntura Económica ENVOLVENTE INTERNACIONAL Em janeiro, o FMI atualizou o seu World Economic Oulook, projetando agora uma recuperação da atividade económica mundial ainda mais lenta do que nas suas previsões de outubro do ano passado, sobretudo no que respeita às economias emergentes e em desenvolvimento, cujo crescimento em 2016 e 2017 foi revisto em baixa de 0.2 pontos percentuais (p.p.), para 4.3% e 4.7%, respetivamente. A desaceleração e o reequilíbrio da economia chinesa, os preços mais baixos das matérias-primas e as tensões em algumas grandes economias emergentes continuarão a pesar sobre as perspetivas de crescimento para os próximos dois anos. O FMI conta, no entanto, com a melhoria gradual do desempenho de países que estão atualmente em dificuldades económicas, nomeadamente o Brasil e a Rússia. O crescimento nas economias avançadas foi revisto em baixa em 0.1 p.p., para 2.1% em ambos os anos. O FMI projeta assim um crescimento mundial de 3.4% em 2016 e de 3.6% em 2017, após os 3.1% que se terão registado em As estimativas do Eurostat para o quarto trimestre de 2015 dão conta de um ligeiro abrandamento da evolução em cadeia do PIB no conjunto da União Europeia (crescimento de 0.3%, após 0.4% no terceiro trimestre). Na zona do euro, a evolução foi idêntica à do trimestre anterior (0.3%). Nas economias europeias de maior dimensão, não se verificaram alterações apreciáveis relativamente ao terceiro trimestre, continuando a destacar-se o crescimento em cadeia registado em Espanha (0.8%). Em termos homólogos, tanto a zona do euro como o conjunto da União Europeia pioraram ligeiramente o seu desempenho, para 1.5% e 1.8%, respetivamente. Nas suas previsões de inverno, a Comissão Europeia considera que a economia europeia continua suportada por fatores favoráveis, que se perspetiva agora serem mais 6

7 fortes e duradouros do que o anteriormente esperado. Entre esses fatores destacam-se o preço do petróleo, a taxa de câmbio do euro e os custos de financiamento, que estimularam as exportações e o consumo privado. Contudo, o investimento continua limitado pela incerteza económica e política e, em alguns países, pelo elevado endividamento. Em contrapartida, o impacto destes fatores está a ser contrariado pela degradação do contexto económico mundial. Em resultado deste enquadramento, as previsões da Comissão Europeia para o crescimento económico em 2016 e 2017 para a zona do euro mantiveram-se inalteradas em 1.8% e 1.9%, respetivamente. Para o conjunto da União Europeia, a previsão para 2016 manteve-se em 1.9% e reduziu-se marginalmente para 2.0% em Nos EUA, o PIB aumentou 0.2% em cadeia, arrefecendo face ao valor registado no terceiro trimestre (0.5%). O crescimento homólogo foi de 1.8%, desacelerando novamente face ao trimestre anterior (2.1%). COTAÇÕES INTERNACIONAIS A cotação do euro face ao dólar registou na primeira metade de dezembro uma tendência de apreciação, mantendo-se depois estável, entre 1.08 e 1.10 euros por dólar até ao início de fevereiro. Seguiu-se um período de apreciação, com a cotação a ultrapassar os 1.13 no dia 11 de fevereiro, regressando depois a valores abaixo de 1.11 no final do mês. Em termos da média mensal, a apreciação do euro face ao dólar nestes últimos três meses foi de 3.3% (de 1.07 em novembro de 2015 para 1.11 em fevereiro de 2016). A cotação do brent manteve a tendência de queda até ao dia 20 de janeiro, em que atingiu um valor de 26 dólares por barril no mercado spot (mínimo desde setembro de 2003), tendo recuperado depois e fechando o mês de fevereiro em 35.9 dólares. PORTUGAL No quarto trimestre de 2015, a economia portuguesa cresceu 1.3% em termos homólogos, prosseguindo a tendência de desaceleração verificada no segundo e terceiro trimestres. Em cadeia, o PIB aumentou 0.2%, ligeiramente mais do que no terceiro trimestre, mas longe dos crescimentos de 0.5% e 0.4% registados no primeiro e segundo trimestres, respetivamente. Em contraste com o maior dinamismo revelado no segundo trimestre por todas as rubricas da procura global, a procura interna Evolução do PIB na ótica da procura em 2015 (taxas de variação homóloga) 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre PIB Consumo privado Consumo púbico FBCF Exportações Importações Emprego 1,1 0,8 1,1 0,8 Fonte: INE 7

8 CONJUNTURA aumentou a uma taxa homóloga semelhante à do terceiro trimestre (2.1%), tendo as exportações voltado a abrandar (de 4.0% para 2.3%). Em contrapartida, face à moderação do crescimento de componentes da procura com maior conteúdo importado, as importações registaram uma nova desaceleração, mas (ao contrário do que se verificou no segundo trimestre) menos intensa do que a das exportações, pelo que a procura externa líquida apresentou um contributo ligeiramente mais negativo para a variação homóloga do PIB (-0.9 p.p., contra -0.7 no terceiro trimestre). Apesar disso, e devido ao elevado ganho nos termos de troca, o saldo externo de bens e serviços continuou a melhorar, atingindo 1.4% do PIB. Particularmente preocupante foi a evolução da Formação Bruta de Capital fixo que, após a desaceleração verificada no segundo e terceiro trimestres, registou (pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013) uma taxa de crescimento homólogo negativa (-0.9%). Para tal contribuiu fortemente a queda de mais de 10% na rubrica de máquinas e equipamentos. Na ótica da produção, o VAB do ramo da Indústria manteve um crescimento homólogo de 2.2%, enquanto o ramo de Comércio e Reparação de Veículos e Alojamento e Restauração desacelerou o seu crescimento de 3.0% para 2.7%. O VAB do ramo Outras Atividades de Serviços registou um crescimento homólogo de 1.2% (contra 0.5% no terceiro trimestre). A Agricultura continua a evidenciar um crescimento significativamente superior ao dos restantes ramos (5.6%). O VAB do ramo da Construção apresentou, pelo quarto trimestre consecutivo, um crescimento positivo (3.5%). Pela negativa, destacam-se as quedas no VAB dos ramos Energia, água e saneamento (-6.5%) e Transportes e Armazenagem; Atividades de Informação e Comunicação (-3.0%). No cômputo do ano de 2015, o PIB aumentou 1.5% em volume, mais 0.6 p.p. que o verificado no ano anterior. O contributo da procura interna para a variação anual do PIB aumentou, situando-se em 2.5 p.p. em 2015 (2.2 p.p. em 2014), devido ao crescimento mais intenso das despesas de consumo final, uma vez que o investimento desacelerou. A procura externa líquida registou um contributo menos negativo, passando de -1.3 p.p. em 2014 para -1.0 p.p., refletindo a aceleração das exportações. Em janeiro de 2016, o indicador coincidente para a atividade económica (do Banco de Portugal) registou uma ligeira diminuição (de Indicadores (variações em %, salvo outra indicação) Previsões económicas mais recentes para Portugal Governo Comissão Europeia PIB 1,5 1,8 1,5 1,6 Consumo privado 2,6 2,4 2,6 1,9 Consumo público -0,7 0,2 0,3 0,4 FBCF 4,3 4,9 4,3 3,0 Exportações 5,1 4,3 4,9 4,3 Importações 6,9 5,5 6,5 4,9 Inflação (IHPC; IPC no caso do Governo) 0,5 1,2 0,5 0,7 Taxa de desemprego (% pop, ativa) 12,3 11,3 12,6 11,7 Emprego 1,1 0,8 1,1 0,8 Balança corrente e de capital (% do PIB) 2,0 2,2 2,1 2,4 1.0% para 0.9%) após a relativa estabilização observada desde meados de O indicador de clima económico do INE continuou a agravar-se em dezembro e janeiro, mês em que registou o valor de 0.6%. Em fevereiro recuperou ligeiramente para 0.7%. O indicador de confiança dos consumidores recuperou nos dois primeiros meses dos anos das quedas registadas em novembro e dezembro. De acordo com o cenário macroeconómico constante do Relatório da Proposta de Orçamento do Estado para 2016, o Governo prevê para este ano um crescimento do PIB de 1.8%. O melhor desempenho da economia tem subjacente, neste cenário, a aceleração do investimento e uma desaceleração das importações superior à das exportações. O consumo privado deverá desacelerar, passando de um crescimento de 2.6% em 2015 para 2.4% em O Governo prevê que a contribuição das exportações líquidas para a variação do PIB se mantenha negativa, embora menos pronunciada do que em 2015, passando de -0.7 p.p. para -0.4 p.p. A contribuição da procura interna deverá permanecer no mesmo nível de 2015 (2.2 p.p.). As previsões da Comissão Europeia, constantes do seu Outlook Económico de Inverno diferem substancialmente das do Governo no que respeita à procura interna, apontando para uma desaceleração mais forte do consumo privado (de 2.6% em 2015 para 1.9% em 2016) e para um comportamento significativamente menos favorável do investimento, cujo crescimento abrandaria para 3.0%. São sobretudo estas diferenças que justificam o diferencial de 0.2 p.p entre as pre- 8

9 visões de crescimento do PIB do Governo e da Comissão Europeia. Note-se, contudo, que estas últimas não têm em conta as mais recentes medidas incluídas nas revisões efetuadas ao esboço de Orçamento do Estado apresentado em 22 de janeiro a Bruxelas. É de destacar também a disparidade entre as previsões para a inflação em 2016 (para o Governo, 1.2%; para a Comissão Europeia, 0.7%). Governo e Comissão coincidem praticamente nas previsões relativas ao mercado de trabalho, esperando que haja uma diminuição da taxa de desemprego e um crescimento do emprego em De acordo com o Governo, a taxa de desemprego em 2016 deverá situar-se nos 11.3% e o emprego deverá crescer 0.8% (1.1% em 2015). Quanto à melhoria da balança corrente e de capital, as duas previsões são também semelhantes. Em relação ao cenário do Governo, o Conselho da Finanças Públicas chamou a atenção para os seguintes riscos: O Governo pressupõe a aceleração da procura externa em 2016, apesar dos recentes sinais de agravamento da conjuntura internacional, havendo por isso riscos da previsão para o comércio internacional. O crescimento da inflação (1.2%), apesar de revisto em baixa, permanece pouco compatível com as perspetivas de evolução dos preços internacionais e com a elevada abertura da economia. A perda de competitividade continua a colocar em risco as perspetivas para o aumento do investimento. O CFP alertou para o impacto imediato da subida dos custos salariais não compensada pelo aumento da produtividade ou por outros fatores de competitividade estrutural. Quanto à atividade industrial, destaca-se: a desaceleração do índice de produção industrial (IPI) nos últimos três meses com dados disponíveis, após os bons resultados de setembro e outubro. O volume de negócios na indústria caiu fortemente em outubro, sobretudo no mercado nacional, e manteve-se em terreno negativo nos dois últimos meses de Em novembro, a queda ficou a dever-se aos fracos resultados no mercado externo, com o mercado nacional a recuperar para um ligeiro crescimento (0.2%), mas em dezembro foi novamente o mercado nacional a ditar o mau desempenho deste índice. Note-se ainda o diferencial negativo entre a variação do IPI e do volume de negócios na indústria, que se deve à queda do Índice de Preços na Produção Industrial (-3.2% em janeiro). De acordo com os dados trimestrais do INE, a taxa de desemprego no quarto trimestre de 2015 aumentou 0.3 p.p. para 12.2%. Este valor é inferior em 1.3 p.p. ao do trimestre homólogo de 2014 ver gráfico 6. A população desempregada, estimada em 633,9 mil pessoas, registou uma diminuição homóloga de 9.2% (menos 64.4 mil pessoas) mas aumentou 2.4% relativamente ao terceiro trimestre de 2015 (mais 15.1 mil pessoas). A população empregada foi estimada em 4561,5 mil pessoas, o que corresponde a um acréscimo homólogo de 1.6% (mais 69.9 mil pessoas). Relativamente ao trimestre anterior, o emprego diminuiu 0.3% (menos 13.8 mil pessoas). No cômputo do ano de 2015, registou-se um aumento médio de 1.1% da população empregada (face a 1.6% em 2014), aumento esse que se intensificou no setor secundário (mais 3.2%, contra 2.3% em 2014), ao contrário do verificado nos restantes setores. A criação líquida de emprego concentrou- -se no segundo trimestre do ano, com uma nítida perda de dinamismo do mercado de trabalho nos dois trimestres seguintes. A população ativa diminuiu 0.6%, registando uma variação negativa mais acentuada nos segmentos de idade dos 15 aos 24 anos (-2.2%) e dos 25 aos 34 anos (-3.1%). A taxa de desemprego média anual foi de 12.4%, inferior à registada em 2013 (13.9%). A taxa de inflação aferida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), diminui em dezembro de 2015 para 0.4%, recuperando no mês seguinte para 0.8% ver gráfico 7. A taxa de inflação média em 2015 foi de 0.5%. CIP - Direção de Assuntos Económicos (elaborado com informação até ) 9

10 UNIÃO EUROPEIA União Europeia: Acordos de Comércio Livre em negociação PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DA SITUAÇÃO ACTUAL EUA Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) Negociações iniciaram-se em junho de Ofertas de direitos aduaneiros estão praticamente finalizadas, com acordo para que 97% das linhas pautais sejam liberalizadas até 7 anos após a implementação do TTIP. A U.E. e os EUA ainda apresentam posições desfasadas no que diz respeito às restantes matérias em negociação, como os serviços, o acesso aos mercados públicos, cooperação regulamentar, entre outras. A 12ª ronda de negociações terá lugar em Bruxelas, na semana de 22 a 26 de fevereiro de Singapura As negociações para um Acordo de Comércio Livre (ACL) foram concluídas a 17 de outubro de Espera-se agora que a Comissão Europeia e o Conselho Europeu aprovem formalmente o Acordo, para que este possa ser ratificado pelo Parlamento Europeu. Vietname A 2 de dezembro de 2015 foi formalmente anunciada a conclusão das negociações do ACL entre a U.E. e o Vietname, sendo que o texto ainda precisa de ser legalmente revisto e traduzido em todas as línguas oficiais da U.E., antes que possa ser submetido para aprovação. Filipinas Iniciaram-se formalmente a 22 de dezembro de 2015 as negociações para o ACL. Está previsto que a 1ª ronda de negociações tenha lugar na primeira metade de Japão As negociações do ACL iniciaram- -se em abril de Desde então, têm vindo a progredir de forma constante, embora ainda existam bastante reservas do Japão referentes ao capítulo da cooperação regulamentar, devido aos exigentes padrões de qualidade presentes no mercado japonês. A 15ª ronda de negociações terá lugar na semana de 29 de fevereiro a 4 de março de A Comissão Europeia assume que este acordo poderá ser finalizado até ao final de China (Acordo Bilateral de Investimento) O Acordo a ser negociado substituirá os 27 Acordos Bilaterais de Investimento individuais que existem entre os Estados-Membros da U.E. e a China. A China não pretende incluir o acesso aos mercados nestas negociações. A Comissão Europeia espera conseguir aplicar o novo Sistema Judicial em matéria de Investimento, à semelhança do que tem feito noutros Acordos do género. A 9ª ronda de negociações teve ocorreu em janeiro de Ucrânia Um Acordo aprofundado e abrangente de Comércio Livre (DCFTA) está a ser aplicado provisoriamente desde 1 de janeiro de FONTE Comissão Europeia, DG Trade, Overview of Free Trade Agreements (FTA) and other Trade Negotiations, Fevereiro

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12 UNIÃO EUROPEIA BALANÇO E METAS PARA AS EMPRESAS Nova política europeia dos consumidores NUMA EUROPA com um fraco desempenho económico, as instituições europeias viraram-se para outras áreas além do investimento, desenvolvimento industrial e infraestruturas, como meios de fomentar os tão ansiados níveis de crescimento económico e de emprego. A politica europeia dos consumidores tornou-se, nos últimos 5 anos, numa destas novas áreas, sobretudo, pelo enorme impacto que o consumo tem no PIB Europeu cerca de 56%. A politica dos consumidores é vista atualmente como um meio de fomento da confiança nos mercados, sobretudo no domínio digital, em constante expansão e com um potencial impacto positivo no consumo. Esta nova abordagem à politica dos consumidores, até aqui mais focada na proteção e informação dos consumidores, influenciou o tipo de políticas e medidas que têm sido adotadas e que estão a ser preparadas. TRÊS MEDIDAS ESSENCIAIS DA NOVA POLITICA EUROPEIA DOS CONSUMIDORES 1. Os mesmos direitos e obrigações em 28 Estados Membros Uma das maiores metas da União Europeia no domínio dos direitos dos consumidores prende-se com a redução da fragmentação jurídica entre sistemas jurídicos nacionais, um fator que tem um enorme impacto na confiança das empresas e dos consumidores quanto à decisão de se aventurarem no comércio transfronteiriço. As razões que explicam estas diferenças são múltiplas: desde uma transposição de antigas diretivas de standards mínimos majorada por alguns Estados Membros (a Holanda e a Finlândia, por exemplo, decidiram aumentar o período mínimo de garantia legal de 2 anos a garantia legal vitalícia); à regulação a diferentes velocidades de novas áreas, como o comércio de conteúdos digitais (a Holanda, o Reino Unido e, em breve, a Irlanda são os únicos países a criar regras contractuais específicas para estes novos produtos). A Comissão Europeia procurou, de forma ambiciosa, resolver esta fragmentação, primeiro através da diretiva dos consumidores Pedro Oliveira BUSINESSEUROPE e, posteriormente, através da proposta de um direito europeu comum da compra e venda (facultativo). Se a primeira, quando adotada em 2001, acabou por ser reduzida para metade dos capítulos inicialmente propostos (cobrindo, basicamente, direitos de informação e o direito de retratação no comercio à distância), a segunda não chegou a ver a luz do dia, sendo retirada em Em dezembro de 2015, a Comissão voltou à carga com duas novas propostas. Uma diretiva sobre as vendas em linha, harmonizando, entre outros aspetos, as garantias legais dos consumidores (2 anos em toda a UE) e, também, uma diretiva criando provisões jurídicas especificas para a venda de conteúdos digitais. O processo legislativo ainda está no começo, mas as propostas já dão que falar. Por exemplo, a inclusão de conteúdos digitais gratuitos (ou nos quais a contrapartida são dados pessoais e não di- 12

13 nheiro), no âmbito de aplicação da segunda proposta de diretiva, recebeu muitas criticas, sobretudo dos representantes de empresas como a Google ou a Microsoft. 2. Aplicação mais eficiente de direito dos consumidores: Plataforma europeia de resolução alternativa de litígios de consumo em linha (Plataforma RLL) Esta Comissão tem dado um grande enfase à aplicação efetiva de regras europeias de proteção do consumidor, vista, por muitos, como uma alternativa à criação de ainda mais regulamentação. Tendo em conta o custo, tempo de decisão e diferenças entre jurisdições, o recurso aos tribunais para aplicar as regras, em caso de conflitos de consumo, torna-se mais complicado num contexto transfronteiriço. De modo a proporcionar a ambos- consumidores e empresas- um meio de resolver, de forma eficiente, os seus conflitos, a União Europeia adotou, em 2013, um pacote legislativo para promover o uso e a qualidade dos meios alternativos de resolução de conflitos. Um dos instrumentos chave deste pacote é a nova plataforma europeia de resolução alternativa de litígios em linha (Plataforma RLL, também designada por Plataforma ODR Online Dispute Resolution), que se encontra operacional e acessível em todas as línguas da UE desde 15 de fevereiro de Trata- -se de uma plataforma na qual empresas e consumidores poderão apresentar as suas queixas/pedidos, os quais serão reencaminhados para os órgãos nacionais competentes, de resolução alternativa de litígios, para resolver a situação. A competência é determinada pelo tipo de queixa, sector, produto ou serviço, valor da queixa, etc. Página inicial da Plataforma Europeia ODR (fonte Comissão Europeia) O regulamento que criou a plataforma RLL estabeleceu para as empresas de comércio em linha uma obrigação de colocar informação sobre a plataforma de forma visível na sua página web. O objetivo foi criar um efeito multiplicador em termos de visibilidade da plataforma, o que se considerou fundamental para o seu sucesso. Reforço da Cooperação entre Autoridades de Proteção de Consumidores Europeias As diferenças em termos de competências, poderes investigativos, poderes sancionatórios e, por vezes, a falta de uma linguagem comum (manifestada, por vezes, em diferentes interpretações das regras) conduzem a grandes dificuldades de coordenação e atuação conjunta das autoridades de diversos Estados Membros, quando as infrações às regras europeias dos consumidores ocorrem a uma escala transfronteiriça. Apesar da existência de uma rede de autoridades criada por um regulamento de 2004, a cooperação neste domínio ainda não se encontra otimizada. Por esta razão, a Comissão planeia uma revisão deste regulamento de forma a dinamizar e fortalecer esta cooperação. 3. Exercício de adequação e eficácia da regulamentação Europeia Nos dias que correm, REFIT é o acrónimo da moda em Bruxelas. Significa programa da Comissão Europeia para a adequação e a eficácia da regulamentação, o qual prevê medidas para simplificar a legislação europeia e reduzir os custos decorrentes da regulamentação. A legislação referente aos consumidores também será submetida à lupa REFIT. Na prática, vários estudos serão lançados, juntamente com consultas públicas, de forma a identificar onde melhorar a legislação Europeia, mesmo que isso signifique desregulamentar. REFIT (fonte Comissão Europeia) Balanço e metas para as empresas As vantagens desta nova abordagem à política dos consumidores prendem-se com a constatação, em Bruxelas, de que a regulamentação não é a única solução existente, o que confirma o que as empresas há muito defendem em termos da necessidade de reduzir os encargos administrativos desnecessários. O fato de a Comissão ter lançado o processo REFIT, também sobre as regras de proteção do consumidor, é fundamental, por ser uma das áreas onde as empresas enfrentam mais legislação. Organizações empresais europeias como a BUSINESSEUROPE (da qual a CIP é membro) assegurarão que a voz e contributo das empresas será ouvido durante este processo. Maior cooperação entre autoridades de diferentes Estados Membros quanto às infrações transfronteiriças também trará benefícios para as empresas, pois as ditas infrações acabam por ter implicações em termos de concorrência desleal. A plataforma RLL Europeia poderá incutir mais confiança nos consumidores europeus e assegurar que conflitos de consumo não sejam o fim da relação comercial. No que diz respeito a uma maior harmonização de regras, esta é bem-vista, sobretudo no seio das PME espalhadas pela Europa, as quais possuem menos recursos para enfrentar a incerteza jurídica ao entrar noutros mercados. No entanto, em todas estas regras, em transposição ou ainda por adotar, há que assegurar um balanço quanto à fasquia de proteção, para não provocar o fenómeno inverso: mais custos desnecessários para as empresas com impacto nos preços. 13

14 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL Análise de alguns dados estatísticos A Indústria portuguesa nos últimos 20 anos A INDÚSTRIA PERDEU PESO NO VAB Ente 1996 e 2009, peso do VAB (Valor Acrescentado Bruto) industrial no VAB total, a preços correntes, reduziu-se significativamente e de forma contínua, passando de 19.5% para 13.0%. A partir de 2009 regista-se uma ligeira recuperação, tendo este peso aumentado para 13.8%, em A análise a preços constantes revela uma redução menos pronunciada do peso da Indústria no VAB total, o que significa que a deterioração dos preços relativos da Indústria aprofundou a perda de protagonismo deste setor na economia. Esta tendência foi também observada na generalidade dos Estados-membros da União Europeia, embora com menor intensidade (o peso do VAB industrial caiu 4.1 pontos percentuais na União Europeia, entre 2000 e 2009, contra 4.8 pontos percentuais em Portugal). Fonte: Eurostat, exceto Portugal em 2015 (INE, Contas Nacionais) E NO EMPREGO No que respeita ao emprego, verificou-se uma queda ainda mais pronunciada do peso da Indústria na economia, queda essa que se cifrou em 7.3 pontos percentuais entre 1995 e Nos últimos dois anos com dados disponíveis (2012 e 2013) esta tendência foi interrompida, uma vez que a queda do emprego industrial foi relativamente menos intensa do que nos restantes setores de atividade. Fonte: INE, Contas Nacionais 14

15 APESAR DE REGISTAR GANHOS DE PRODUTIVIDADE SUPERIORES AOS DOS RESTANTES SETORES Ainda que, em termos absolutos, a produtividade industrial (medida pelo rácio VAB / emprego) seja inferior à registada pela economia como um todo, os ganhos de produtividade foram, na Indústria, superiores aos dos restantes setores de atividade em 15 dos 18 anos analisados, entre 1996 e Neste período, a produtividade industrial aumentou 73%, em termos nominais, contra apenas 26% no total da economia. Fonte: INE, Contas Nacionais O FINANCIAMENTO BANCÁRIO AFASTOU-SE CLARAMENTE DA INDÚSTRIA Os empréstimos à Indústria representavam, em 1995, 31% do total do stock de empréstimos concedidos pela banca às sociedades não financeiras. Em 2007, este rácio tinha caído para apenas 13% e só recentemente deu sinais de recuperação. Nota: saldos no final de cada ano Fonte: Banco de Portugal 15

16 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL O INVESTIMENTO INDUSTRIAL PERDEU PROTAGONISMO AO LONGO DE UM PERÍODO ALARGADO Entre 1995 e 2010, o peso do investimento industrial no investimento total esteve sempre abaixo do peso da industria na economia. Os primeiros anos do século XXI foram marcados por um desvio do investimento para outros setores, nomeadamente setores mais protegidos da concorrência internacional. Em 2007 e 2008 o investimento industrial recuperou sensivelmente. A partir desse ano, e até 2013, sob o impacto da crise económica, o investimento na generalidade dos setores de atividade caiu abruptamente, mas o investimento industrial foi menos afetado, pelo que o seu peso no total aumentou de modo significativo. Nota: FBCF: Formação Bruta de Capital Fixo Fonte: INE, Contas Nacionai A COMPETITIVIDADE-CUSTO DA INDÚSTRIA ESTEVE EM CLARO DECLÍNIO ENTRE 1997 E 2006 O indicador da Comissão Europeia relativo à competitividade-custo mostra claramente que a Indústria transformadora portuguesa sofreu, entre 1997 e 2006, perdas sistemáticas de competitividade. Uma análise mais detalhada revela que, no cômputo deste período, este fenómeno se deveu exclusivamente a um aumento dos custos laborais unitários superior ao dos nossos principais parceiros. Isto significa que os ganhos de produtividade da Indústria portuguesa não foram suficientes para acomodar o aumento dos custos laborais que se verificaram neste período, face à evolução registada nos principais mercados de destino das exportações portuguesas. A partir de 2007, é nítida a recuperação da competitividade-custo da Indústria transformadora, que também se deveu ao comportamento dos custos laborais unitários relativos. Este facto terá contribuído fortemente para o bom desempenho das exportações nos últimos anos. Fonte: Comissão Europeia Nota: Taxa de câmbio real efetiva, calculada com base na taxa de câmbio nominal efetiva, face a um conjunto de 36 países (os restantes países da UE28, mais EUA, Canadá, Japão, Suíça, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, México e Turquia), deflacionada pelos custos laborais unitários na Indústria Transformadora. Um aumento do índice corresponde a perda de competitividade-custo; inversamente uma diminuição do índice corresponde a um ganho na competitividade-custo. 16

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18 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL O CASO PORTUGUÊS Reindustrialização e Política Industrial para o séc. XXI Luís Mira Amaral PRESIDENTE DO CONSELHO DA INDÚSTRIA DA CIP ENGENHEIRO (IST) E ECONOMISTA (MSCNOVASBE) O OCIDENTE começa de novo a pensar na indústria pois há uma ligação entre produção industrial, desenvolvimento tecnológico, inovação e emprego qualificado. Esse movimento começou nos EUA favorecido pela revolução energética americana do shale gas que trouxe preços do gás natural e da energia eléctrica muito competitivos. Infelizmente, a reindustrialização enfrenta grandes dificuldades na Europa e em Portugal em que a política energética é apenas um subproduto da política ambiental irrealista e destruidora de empregos. A Europa e o Japão são os blocos económicos com preços de energia mais elevados. Se no passado, a Europa foi sujeita a uma deslocalização industrial para os países emergentes pelo preço do factor trabalho, hoje sofre essa ameaça para os EUA pelos preços da energia, a qual se estende também à deslocalização para outros países não sujeitos às rigorosas regras da UE. É preciso perceber que a desindustrialização europeia é uma causa determinante da sua anemia de crescimento económico. O problema europeu não é apenas o problema das dívidas soberanas dos países periféricos. Sem indústria (e sem serviços ligados aos sector industrial), a economia perde a sua capacidade de inovação e não consegue criar empregos qualificados, nem superar os choques, quaisquer que eles sejam. O conceito de reindustrialização desenvolveu-se nos últimos anos nos Estados Unidos, onde depois de um processo de desindustrialização de cerca de trinta anos, se concebeu a ideia de um retorno à indústria, mas a uma indústria de novo tipo. De uma forma simplificada trata-se de uma indústria que utiliza ao máximo as tecnologias da informação, comunicação e localização (TI- CLs) mais avançadas e a robótica para desenhar, projectar e produzir produtos a partir da recolha das necessidades e dos gostos dos clientes, produtos em certos casos produzidos em pequenas quantidades, ou até individualmente, para serem entregues aos clientes directamente, depois de uma encomenda personalizada e sem custos de armazenamento. Este conceito baseia-se no facto de hoje, utilizando os sistemas digitais integrados de desenho, projecto, prototipagem, fabrico de componentes, montagens e embalagens, os produtos poderem ser planeados e executadas com um mínimo de intervenção humana. O que permite oferecer no mercado, sem aumento de custo, uma vasta gama de produtos perfeitamente adaptados a cada cliente individual. Alguns chamam a este modelo a Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução Industrial. A Indústria 4.0 representa ainda a entrada definitiva e inevitável das Tecnologias de Informação no chão de fábrica, com implicações a todos os níveis do sistema de produção. O fluxo de dados partilhados em tempo real e em rede entre máquinas, robots e sistemas logísticos, permitirá antever falhas, adaptar a produção a novos cenários e integrar variáveis no processo produtivo com informação vinda dos clientes, por exemplo que de outra forma seria impossível. Da mesma forma que se tornou banal aceder ao mundo com um simples toque num ecrã, será normal, no futuro, comandar uma linha de produção através de sistemas digitais. Os sectores da indústria chamados tradicionais são tão passíveis de modernização tecnológica como os outros considerados mais avançados. A indústria de confecção, 18

19 os sectores do calçado, cerâmica, vidro, mobiliário, metalomecânica, ou quaisquer outros, são bons exemplos. Neste contexto, o conceito de reindustrialização em Portugal não se pode confundir com a retorno à indústria do passado mas sim associada ao conceito da Nova Fábrica do Futuro baseada numa política industrial centrada em indústrias a operar em mercados internacionais abertos e concorrenciais, com empresas e instituições de I&DT de topo a nível mundial que operem num quadro de previsibilidade legislativa. Neste contexto é importante referir o conceito da Nova Fábrica do Futuro e de empresas gazela: - Empresas de produtos manufacturados e de serviços destinada a criar soluções com alto valor acrescentado baseadas em: Forte competências em inovação e design; Forte incorporação das TICLs Orientação para o cliente e para o marketing, com forte potencial de crescimento; Uso de tecnologias energéticas e de materiais eficientes; Capital humano criativo e qualificado com o consequente reforço do capital social. Em Portugal, a agricultura e a indústria representavam em meados dos anos 90 quase 30% do PIB. Hoje representam apenas 16%! Neste contexto, é imperativa uma nova Política Industrial centrada na competitividade das empresas e que desse modo possa assegurar um crescimento sustentado das exportações. Reindustrializar não significa pois voltar a modelos do passado assentes na mão de obra barata mas sim aderir ao modelo da economia do conhecimento, injectando conhecimento e engenheiros nas empresas em articulação com as Universidades, os Politecnicos e o Sistema da Ciência e Tecnologia, Reindustrialização nos nossos dias não é apenas a manufactura mas sim a produção de todos os bens e serviços transacionáveis que conseguirmos não só exportar mas em que também conseguimos reduzir em mercado aberto e concorrencial as importações através da produção nacional. Reindustrialização significará pois a ênfase na realocação dos recursos para a produção de bens e serviços transacionáveis nos sectores primário, secundário e de serviços com muito maior valor acrescentado nacional, integrando as tecnologias horizontais facilitadoras da competitividade (KET key enabling techonolgies ), avançando para clusters mais desenvolvidos e promovendo a inovação radical e incremental dos nossos produtos e processos produtivos. Clusters and KET S A nível europeu, os clusters, definidos como concentrações de empresas e instituições interdependentes num determinado sector, assumem-se como atores fundamentais nos processos de inovação e de desenvolvimento económico. Reconhecendo o valor das políticas de clusterização e, mais recentemente, a importância da interclusterização, a estratégia da Europa para os clusters (European Cluster Strategy ) procura a excelência na gestão de clusters, encorajando a obtenção de selos de qualidade: Bronze, Silver e Gold Labels. A designação Key Enabling Tecnologies (KETs) compreende um conjunto de 6 tecnologias estratégicas com um impacto potencial significativo nos processos de inovação: microeletrónica e nanoeletrónica, nanotecnologia, fotónica, materiais avançados, biotecnologia industrial e tecnologias de fabrico avançadas. Para o período a UE assumiu como objetivo o desenvolvimento de tecnologias facilitadoras, intensivas em conhecimento e capital e aplicáveis em vários setores, que contribuam para a resolução dos desafios societais. Uma parte significativa dos bens e serviços que estarão disponíveis no mercado em 2020 são ainda desconhecidos, mas a principal força motriz por trás do seu desenvolvimento será a utilização de KETs. Fonte: Comissão Europeia (2009), Preparing for our future: Developing a common strategy for key enabling technologies in the EU, COM(2009) 512 final Política industrial Precisamos então de políticas do lado da oferta ( supplyside ) e duma política industrial que melhora o ambiente de negócios e que contribua para estruturar a economia dos sectores, das actividades, das tecnologias e dos serviços que oferecem melhores perspectivas para o crescimento económico e para o nosso bem estar. A nova política industrial visará não só colmatar as falhas de mercado mas também as chamadas falhas dos sistemas no que toca à inovação, mudança tecnológica e sistemas de financiamentos, antecipando / induzindo novos mercados com elevado potencial de crescimento, A nova política industrial para Portugal não será a de selecionar vencedores mas uma política pública que corrige os efeitos adversos das falhas de mercado e das falhas do sistema, ajudando a criar um ambiente microeconómico favorável à reindustrialização e à competitividade das empresas. O mercado e os poderes públicos devem ser vistos como complementares trabalhando em conjunto, desenhando um sistema económico no qual governo e mercados interagem construtivamente num quadro de estrita paridade de tratamento entre as entidades publicas e privadas. Novo programa de apoio à indústria e aos bens transaccionáveis Neste contexto, como instrumento desta nova política industrial tendente a implementar este conceito de reindustrialização para o nosso país, propomos um Novo Programa de Desenvolvimento da Industria e dos Bens Transaccionáveis uma espécie de PEDIP para o século XXI - usando as adequadas políticas públicas (designadamente ao nível da clusterização, da Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do Financiamento, da Fiscalidade, da Energia e em geral da redução dos custos de contexto) tendo como principal fonte de financiamento os Fundos Comunitários do Programa Portugal 2020 e ainda os Programas Europeus Horizonte 2020, Cosme e o Connecting Europe Facility (CEF). O crescimento da economia portuguesa só será possível através do investimento em unidades produtivas de bens transaccionáveis, o que pressupõe, o acompanhamento, pelo nosso país, do processo europeu de reindustrialização um novo paradigma de produção industrial com incorporação de serviços de valor acrescentado, inovação e tecnologia. Este processo de reindustrialização, deverá ser suportado financeiramente pelo Programa Portugal 2020, deve, ter em consideração alguns aspectos conceptuais e operacionais, de modo a maximizar a sua eficiência no enquadramento europeu em que se irá integrar, nomeadamente: - É essencial identificar, apoiar e consolidar as Empresas-Âncora de cada cluster, tradicional ou tecnológico, onde se vão concentrar os processos de experimentação, protótipos e soluções disruptivas que possam vir a ser colocadas no mercado. É possível alterar o paradigma de pobreza e sub-desenvolvimento industrial e tecnológico do nosso país. Mas exige ética, estudo, competência e persistência, ou seja, trabalho sério e árduo. É aqui que se jogam pois a competitividade externa, o crescimento e o emprego. É, então, essencial e impõe-se nesta legislatura um novo programa de apoio focado nos bens e serviços transacionáveis. 19

20 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL Ciência, tecnologia e inovação Enquadramento O nosso país já evoluiu muito no domínio da base científica e tecnológica e da produção de conhecimento. O que está em causa agora é ligar a produção de conhecimento às empresas por forma a dinamizar a inovação em que ainda estamos claramente atrasados e que é fundamental para as empresas assumirem a Economia do Conhecimento. Assim e no âmbito da investigação científica e tecnológica o objetivo estratégico é o de aumentar a produção científica e tecnológica de qualidade reconhecida internacionalmente em áreas estratégicas alinhadas com a estratégia de I&D para uma Especialização Inteligente e estimular uma Economia baseada no Conhecimento, privilegiando a excelência, a Cooperação em Rede e a Internacionalização. Economia baseada no conhecimento O conhecimento já não é um mero bem cultural de apropriação restrita, sendo cada vez mais um bem transacionável e massificado pela globalização das economias. Quando falamos da economia do conhecimento enquanto bem transacionável entendemo-lo sob quatro formas distintas: 1. O conhecimento incorporado na tecnologia, como forma mais elementar de criação de valor através do fator capital. 2. O conhecimento incorporado nas mercadorias e serviços, aumentando cada vez mais o seu peso na cadeia de valor (design, materiais complexos, marca, etc.) 3. O conhecimento incorporado nas formas de organização do processo produtivo, geralmente identificadas como inovação organizacional, que tendem a potenciar e racionalizar a relação entre trabalho e capital. 4. O conhecimento e as competências adquiridas pelas pessoas, que não sendo transacionáveis, são cada vez mais valorizados sob a forma de qualificação do capital humano. O sistema português de I&D beneficiou na primeira década do novo século de um forte crescimento em recursos financeiros, humanos e de infraestruturas. Verificou-se um grande aumento dos investimentos nesta área em percentagem do PIB, tendo-se chegado a valores da despesa de I&D acima de 1%. Os valores de recursos financeiros e humanos mobilizados per capita aproximaram-se, e nalguns casos até superaram a média europeia O Ensino Superior, que é em grande maioria financiado pelo Estado, teve um crescimento notável de 0,1% do PIB, em 1986, para 0,6%, em As áreas dominantes desse financiamento foram as Engenharias e as Ciências Sociais. Contudo, em 2012, apenas 4% de todos os doutorados exerciam a sua atividade principal nas empresas. Mais de metade (54%) tinha como atividade principal a docência, seguida da atividade de investigação (42%). Os dados de mobilidade de doutorados mostram que Portugal conseguiu uma forte internacionalização na Europa. Com vista ao aumento da criação de Conhecimento para resposta a desafios empresariais e sociais, através da Modernização e Capacitação da Administração Pública, Investigação Científica e Tecnológica, definiram-se os seguintes objetivos específicos: Apoio à criação de Núcleos de Inovação nas PME s e de Centros do I&DT nos grupos económicos, associações empresariais e empresas. As empresas que tenham estes núcleos e estes centros deverão fazer parte do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) em perfeita igualdade com as universidades e os centros de investigação no que toca aos apoios públicos. O mesmo se considera relativamente às associações sectoriais que apoiam a inovação das empresas associadas. Revitalização das infraestruturas tecnológicas criadas pelo PEDIP, designadamente dos centros tecnológicos, com o apoio a novos institutos de novas tecnologias nos domínios da biotecnologia, nano tecnologia e tecnologias energéticas. Revitalização dos Laboratórios do Estado das áreas industriais e agroindustriais, passando os seus investigadores a serem classificados em função das patentes criadas e do trabalho feito em ligação com as empresas. Reformulação dos Centros de Formação Protocolares de modo a formarem os talentos de que a indústria hoje necessita. Politécnicos. Alterar o modelo de governo dos politécnicos no sentido de atribuir aos Conselhos Gerais competências e capacidade de intervenção capazes de fazer valer o interesse do tecido económico e social em que se inserem. Estatuto da Carreira de Investigação Científica. Alterar o Estatuto da Carreira de Investigação Científica nos Institutos de Investigação ligados aos Ministérios Económicos por forma a que a prestação de serviços de apoio tecnológico ás empresas e a produção de patentes sejam elementos fulcrais na avaliação e progresso na carreira. Cooperação em rede É preciso consolidar a fase de inovação nas empresas, ligando as Universidades e os Centros de Investigação Científico e Tecnológico (Unidades de Produção de Conhecimento) às empresas. Registaram-se significativos avanços na Investigação Científica e Tecnológica mas ainda se está muito longe no que toca à inovação empresarial. Temos que aproveitar a excelente qualificação dos nossos engenheiros e de algumas das nossas escolas de gestão, a qualidade das infraestruturas, os Centros de Investigação Científica e Tecnológica e as Infraestruturas Tecnológicas criadas pelos Programas Ciência e PEDIP para apoio aos sectores industriais. Por outro lado, as nossas PME s têm que saber integrar-se nas cadeias de valor das grandes empresas globais. Como instrumentos de uma nova política José Cordeiro MEMBRO DO CONSELHO DA INDÚSTRIA DA CIP / PRESIDENTE DA DANOTEC REFERÊNCIAS O Conceito de Reindustrialização e a Politica Industrial para o Sec XXI CIP Julho Ciência e Tecnologia em Portugal. Métricas e Impacto ( ), FCT Fundação Francisco Manuel dos Santos A Empregabilidade dos Doutorados nas Empresas Portuguesas Escola Superior dos Estudos Industriais e de Gestão Politécnico do Porto David Justino, Conhecimento e a Riqueza das Nações. Revista Visão, edição de 7 de Novembro de

21 industrial favorável à criação de um sistema de funcionamento em Rede envolvendo o Sistema Científico e Tecnológico (Unidades de Produção de Conhecimento) e o Tecido Empresarial definiram-se os seguintes objetivo específicos: Fomentar o agrupamento dos sectores industriais em clusters, levando ao adensamento das relações intraindustriais, dinamizando os clusters e polos de competitividade, ligando universidades, institutos politécnicos e centros de investigação com empresas e respetivas associações nos vários sectores da indústria portuguesa. Responsável de Inovação Tecnológica. As empresas industriais, bem como os Centros Tecnológicos, as Associações e as Confederações Empresariais devem ter um CTO Chief Technological Officer, ou seja, quem ao mais alto nível de decisão da empresa faça o enquadramento das atividades de Inovação Tecnológica no quadro da estratégia das empresas industriais. Revitalização das Escolas Tecnológicas lideradas pelo Ministério da Economia, funcionando em rede com as infraestruturas tecnológicas e as empresas industriais e não sob a alçada do sistema formal de ensino, como está a acontecer. Incentivar a promoção do conhecimento a da cultura empresarial e o desenvolvimento de projetos tecnológicos entre os finalistas de todo o Ensino Superior e também dos doutorandos das Universidades intensificando a ligação às empresas e às suas necessidades, como no modelo Norte-americano. Lançamento de um Programa Universidade-Indústria por forma a criar uma imagem positiva para a indústria portuguesa nos jovens do ensino superior e universitário. Lançar com as Universidades Portuguesas e seus Institutos de Formação para Executivos um programa de ação-formação para introduzir jovens quadros nas empresas. Mobilidade Laboral. Promover e dinamizar a passagem por períodos prolongados de professores do ensino superior nas empresas (na linha da tradição alemã), como forma de alinhamento cultural. Financiamento das Bolsas de Doutoramento. As associações empresariais devem participar ativamente na gestão dos Programas de Financiamento das Bolsas de Doutoramento. Sistema de incentivos à inovação Na cooperação internacional, verificou-se um incremento em quase todas as áreas. Portugal tornou-se membro de pleno direito nos principais programas europeus de investigação. No entanto, é de notar que durante o 7.º Programa-Quadro da UE, Portugal recebeu 1,2% das verbas colocadas a concurso, o que corresponde uma taxa de retorno de apenas 80%. É necessário delinear instrumentos que acelerem a inovação e encorajem o crescimento e aumentem a produtividade: Agência Nacional de Inovação. Canalizar uma (muito) maior parte dos fundos públicos ou de gestão pública para I&D+I pela ANI, a fim de receber maior alinhamento com as prioridades das empresas. Fomentar o registo de patentes. Apesar do crescimento do número de patentes, este continua a ser significativamente mais baixo do que a média europeia. Sistema de Incentivos Financeiros à Inovação e Investigação Industrialmente Orientada nas empresas, privilegiando as ligações às universidades e aos centros de conhecimento. Sistema de incentivos ao investimento inovador, englobando a logística, distribuição e racionalização energética e ambiental. IRC. As empresas devem beneficiar de incentivos fiscais em sede de IRC pelos investimentos de Inovação Tecnológica.

22 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL PORTUGAL Competitividade, atractividade e captação de IDE 1. Em Globalização Competitiva a capacidade competitiva dos Países sobrepõe-se à competitividade dos produtos e dos serviços. São as características intrínsecas de um País que determinam a sua competitividade. 2. A capacidade competitiva de um País determina os níveis de atracção e de fixação de Investimento, seja ele Investimento Directo Estrangeiro seja ele Investimento Nacional. 3. Consequentemente, os factores que nos permitem sermos competitivos, como País, nos produtos e nos serviços, coincidem com os factores que nos permitem fixar o Investimento Nacional, do mesmo modo que nos permitem atraír Investimento Directo Estrangeiro. 4. Como demonstrado pela correlação estatística de 83% entre Competitividade e Liberdade Económica, determinada pelos estudos da Heritage Foundation/IMD, um País só pode ser competitivo quando possui elevados níveis de Liberdade Económica. Liberdade Económica significa que o Estado não interfira constantemente nas relações económicas. Em Portugal o Estado é omnipresente. Para sermos competitivos o Estado deve, por isso, obrigatoriamente, emagrecer. conhecidos no exterior e a sua reputação tem que ser positiva. 7. Por isso, a notoriedade económica de Portugal exige investimento na sua promoção. O investimento na formação positiva da imagem de um País é investimento fortemente reprodutivo e o Governo deve reconhecê-lo e atribuir-lhe verbas suficientes. 8. Dito isto, é fundamental que o País implemente o seguinte conjunto de medidas: 8.1 Transforme o seu sistema fiscal num sistema transparente, estável, com poucos impostos e sem alcavalas. O nível dos impostos sobre as empresas e sobre as pessoas deve ser drasticamente reduzido e não ultrapassar, em nenhum dos casos, os 25% dos resultados ou dos rendimentos. Poucas características são tão capazes de afugentar o Investimento como a opacidade e a instabilidade fiscal. Por isso, é fundamental minorar alterações fiscais e legislativas, em que Portugal tem sido pródigo nos últimos anos. É urgente ter estabilidade fiscal. O nosso sistema fiscal tem que conciliar a equidade fiscal no plano interno com a competitividade fiscal no quadro europeu e internacional. 8.2 O Governo deve levar a cabo um conjunto de medidas que melhorem o deprimido contexto macroeconómico, que estimulem o mercado financeiro a cumprir a sua função de financiador da Economia e das empresas, que melhorem a eficiência do mercado de trabalho e a celeridade do sistema de funcionamento da Justiça bem como 5. Os factores fundamentais que determinam o grau de Liberdade Económica são: - Regulação equilibrada e apenas quanta baste. - Um nível de impostos limitado e transparente. - Mercado de trabalho livre. - Um sistema de justiça isento e célere. - Comercio internacional livre. - Baixos níveis de corrupção. - Um mercado paralelo diminuto. Retirando o factor Comercio Internacional livre, em todos os outros aspectos é urgente melhorar significativamente. 6. Para um País ser competitivo, a sua oferta de produtos, de serviços e de espaço privilegiado para Investimento têm que ser bem António Neto da Silva MEMBRO DO CONSELHO DA INDÚSTRIA DA CIP PRESIDENTE DA PROESPAÇO 22

23 mantenha uma atenção e actuação permanentes sobre as rendas que tanto agravam os custos da energia. 8.3 É essencial a manutenção das infra- -estruturas a bom nível, bem como da qualidade dos Serviços de Saúde, de Educação Básica, de Formação Técnica e do Ensino Superior. 8.4 Deve implementar-se um Plano de valorização e promoção do Ensino Técnico e o plano curricular para a qualificação técnica deve ser concebido com a participação das empresas. (Exemplo de benchmarking é a cooperação entre o Instituto Politécnico de Leiria e a indústria regional, nomeadamente a industria dos Moldes) 8.5 A imagem de Portugal tem de ser valorizada em acções colectivas bem definidas, com procedimentos estrategicamente concebidos e com o financiamento previamente acautelado para que haja eficácia e não se continue a desperdiçar esforços em diversos campos como o político, cultural, científico, económico e turismo, por vezes com recursos financeiros alocados em quantidade significativa, em que os resultados são inexpressivos e por vezes quase nulos. 8.6 Para cada área em que a promoção e a imagem do nosso País deve ser acautelada deve existir uma identificação bem definida das acções, em que, pela sua regulamentação, tenhamos uma definição dos suportes adequados com os mesmos standards, a utilizar por todos. 8.7 Há exemplos de acções colectivas da promoção da imagem de Portugal que tiveram excelentes resultados constituindo práticas de benchmarking de sectores muito competitivos do nosso País. São excelentes exemplos a seguir, a presença do sector Metalúrgico/Metalomecânico na MIDEST, em 2014 (uma das maiores feiras do mundo da subcontratação), com 70 empresas em área exclusiva para Portugal; o Projecto Portugal Fashion implementado pela ANJE Associação Nacional de Jovens Empresários; os Projectos INTERCORK, levados a cabo pela APCOR Associação Portuguesa da Cortiça; a Campanha de Promoção dos Materiais de Construção e Decoração e a Campanha de Promoção do Calçado Português; ao nível do Turismo, a promoção da Marca Colectiva Destino Portugal. Também as estratégias de Eficiência Colectiva como a Marca Colectiva PortugalFoods - Polo de Competitividade e Tecnologia Agroalimentar, a Marca Colectiva Engineering & Tooling from Portugal - Polo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, são exemplos de grande valia a seguir. Ainda outro exemplo, numa área transversal a múltiplos sectores dos bens transaccionáveis é a actuação do Polo Produtech Polo das Tecnologias de Produção. 8.8 Consequentemente, a Administração Pública deve assegurar que os sistemas de incentivos, que gere, pontuem fortemente a promoção de projectos colectivos de internacionalização. 8.9 Conceber e pôr em prática Planos Estratégicos especializados de acordo com os sectores económicos e formatados sob proposta da Industria; 8.10 Divulgar, cirurgicamente, indicadores que possam, regularmente, servir de base aos técnicos internacionais que elaboram os índices internacionais de atractividade e competitividade mais reconhecidos pelos agentes económicos mundiais; 8.11 Desenvolver relações estratégicas internacionais com agenda definida; 8.12 Dotar as Embaixadas com Embaixadores e pessoal qualificado, capazes de ter um papel mais dinâmico na captação activa ( investment sniffing ) de IDE e no conhecimento útil da especificidade do mercado de exportação onde estão inseridos e das exigências dos investidores; 8.13 Promover, nestes mercados, Portugal e os Portugueses como intérpretes de culturas e como ponte eficaz para a maioria dos mercados emergentes. Nomeadamente, promover a nossa dimensão como País, que não constitui risco para os Países emergentes e o nosso nível tecnológico intermédio que é visto como atingível a médio prazo pelos Países emergentes e que, por isso, os estimula a associarem-se a nós e a imitar-nos Procurar, tratar e usar, os contactos dos destinatários relevantes da informação sobre as vantagens competitivas de Portugal, através das Câmaras de Comércio, das Associações Empresariais e das Agências de Investimento e mantê-los permanentemente informados sobre o melhor que temos para oferecer; 8.15 Promover, na Administração Pública, no exterior e no interior, uma cultura de apoio activo a investidores em Portugal e a exportadores Portugueses; 8.16 Elaborar, neste âmbito, um código de boas práticas administrativas, abrangendo todas as agências e institutos públicos, atribuindo-se-lhes classificação e tornando essa classificação pública; assim se estimulará a melhoria permanente das práticas da Administração Pública Promover internacionalmente a disponibilidade das empresas portuguesas para joint-ventures, no mercado nacional e nos mercados externos, nomeadamente nos mercados emergentes, bem como a sua disponibilidade para a abertura dos capitais e para operações de fusões e aquisições; 8.18 Compilar num site próprio de divulgação internacional, que seja activamente promovido, o conjunto de casos de sucesso de empresas filiais de multinacionais em Portugal, seja por investimento de raiz, seja por joint-ventures com empresas Portuguesas, seja por aquisição de empresas em Portugal; 8.19 Levar a cabo uma campanha sólida de imagem promocional de Portugal nos grandes mercados de elevado potencial, onde as exportações Portuguesas (Turismo incluído) são inexpressivas e que podem ser também grandes emissores de IDE para Portugal, como os EUA e o Canadá; Os mercados da Alemanha e da França merecem ser, também, trabalhados de forma mais intensa Promover a cooperação entre empresas Portuguesas para a compactação da sua oferta, para poderem responder a grandes encomendas provenientes de grandes mercados e que cada empresa, individualmente, não tem dimensão para satisfazer Criar, dentro da AICEP, o Gabinete Único de Negociação de investimentos estruturantes, com acesso directo ao Primeiro-Ministro (ou Vice-Primeiro Ministro, se existir) ou ao Ministro da Economia. No caso em que seja o Ministro da Economia, este, para estes efeitos, terá que ser dotado de capacidade delegada pelo Primeiro-Ministro para coordenar todos os Ministérios que possam ter que tomar decisões relativas aos Investimentos estruturantes. Assim se mitigará a complexidade, a morosidade e a sobreposição de poderes e de responsabilidades dos Gabinetes, Institutos e Organizações da Administração Publica. 23

24 NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL Estará de regresso o financiamento das PME s 1. ANTECEDENTES E CONDICIONANTES Há mais de uma década existiu uma preocupação permanente na Sociedade Portuguesa em sublinhar o papel decisivo que as políticas que visavam o reforço da competitividade da economia, designadamente das empresas industriais, tinham no crescimento do Valor Acrescentado Nacional e no aumento do bem-estar dos Portugueses. As restrições financeiras, originadas noutras latitudes e provocadas por erros nossos, fizeram com que desaparecesse este tema da agenda governamental e deixasse de constar nas prioridades que a opinião pública vai construindo e que constituísse tema da agenda mediática. O primado das políticas e iniciativas voltou- -se, quase exclusivamente, para a esfera financeira impondo restrições com vista a reverter o desequilíbrio financeiro das contas públicas e prescindiu-se de atuar na esfera económica com reflexo nas perdas de competitividade, quebras acentuadas no investimento privado apesar de se ter verificado, mesmo assim, um crescimento com significado nas exportações de produtos industriais, fruto da grande capacidade empresarial demonstrada pelas empresas privadas. O investimento público teve lugar sem se atender à sua reprodutibilidade financeira, económica e social, que não eram objeto de avaliações, incidindo mais na construção e pouco no imaterial. A intervenção do Estado, burocratizando as suas tarefas, impediu o necessário reforço da flexibilidade e adaptação que a economia tanto necessitava, pois a adesão à moeda Luís Alves Monteiro MEMBRO DO CONSELHO DE INDÚSTRIA DA CIP EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DA INDÚSTRIA única tornou rígido um elemento determinante, antes usado para melhorar a competitividade, dado que não mais as políticas cambiais e monetárias específicas poderiam ser utilizadas para artificialmente reduzir os custos e aumentar a competitividade internacional dos bens por nós produzidos. A deterioração social que o aumento do desemprego originou, ajudou à criação de um quadro de crise que tornou as expetativas económicas mais desanimadoras e que o Sistema Judicial complexo e moroso aprofundou por acrescentar custos para as empresas e não criando o necessário clima de confiança para o relançamento do investimento privado. 24

25 Assim chegámos a um endividamento público e externo muito elevado e quase insustentável, com níveis baixos de poupança privada e uma despesa pública originando défices que põem em causa a capacidade do País, com os valores atuais de geração de Produto vir a assegurar o serviço da dívida tal como está programado. E importa ter presente: Que quem não cresce dificilmente paga. Daí ser importante regressar-se à agenda económica com especial enfoque na Política Industrial. 2. APOSTAS PRIORITÁRIAS EM RESPOSTA À GLOBALIZAÇÃO Portugal só se desenvolverá através da aposta nos produtos e serviços transacionáveis que se vendem na economia global. Está esgotado o crescimento pelo lado da procura (consumo público e privado) atendendo à situação de endividamento das famílias e do Estado. Para que tal aconteça, é preciso aumentar drasticamente a produtividade e competitividade internacional de tais atividades. Tal consegue-se através de políticas do lado da oferta ( supply-side policies ) e não através do aumento da despesa pública corrente que vai gerar mais endividamento. Sendo a base doméstica essencial para que tenhamos em Portugal um ecossistema favorável à competitividade internacional, é essencial aumentar drasticamente a produtividade da Administração Pública e dos sectores de bens não transacionáveis que são em Portugal sérios bottlenecks ao nosso aumento de competitividade pela deficiente qualidade e alto preço nos inputs que fornecem aos sectores de bens transacionáveis. A experiência de sucesso de pequenas economias abertas, mostra que teremos tudo a ganhar se conseguirmos percorrer essa trajetória com o empenho e concertação ativa dos parceiros sociais. Na Sociedade do Conhecimento e na economia global, está ultrapassada a velha dicotomia marxista entre capital e trabalho, pois o novo e essencial fator de competitividade é o uso da informação e do conhecimento e a questão é utilizar os nossos recursos em concertação social para ir ao mercado global que lá está disponível. 3. CONSTRANGIMENTOS AO FINANCIAMENTO DAS PME S No que ao investimento privado respeita, não poderemos deixar de apontar alguns constrangimentos à consolidação financeira das PME S e apoio a Start-ups em resultado de uma reflexão que o Conselho da Indústria da CIP realizou e me coube coordenar e que contou com os valiosos contributos da Dra. Margarida Ferreira e do Dr. Domingos Chambel. Os aspetos que respeitam ao sistema financeiro, constituem, como é óbvio, um forte constrangimento ao desenvolvimento e financiamento das PME s, até porque a procura de crédito com qualidade aceitável, quanto ao risco, é escassa. Não obstante, a CGD um grande banco à escala nacional, não surge com políticas mais ativas de financiamento das PME s quando podia, sem deixar de praticar políticas de gestão de risco prudentes, ter uma postura mais voluntarista neste mercado. Igualmente, sendo o mercado de capitais, a par do sistema financeiro, um sistema organizado de recolha e canalização direta da poupança para o investimento produtivo, ele pode desempenhar um papel fundamental nas empresas, particularmente nas PME s. Para isso é necessário que o sistema de entrada neste mercado seja simplificado (recentemente a Europa iniciou esta simplificação ao alterar o Regulamento 809/2004) e se faça, ainda, uma caminhada no sentido da diminuição de certos valores mínimos (por ex. a entrada em bolsa por colocação particular exige um mínimo de 2,5 milhões de euros a serem colocados em vários investidores). Mesmo o anunciado e sublinhado Banco de Fomento, designada de IFD, tenho dúvidas se já viu a luz do dia e convém não esquecer que entre o seu início de funcionamento e a sua operacionalização no mercado algum tempo passou, apesar de o quadro legal da sua criação, pelo Dec. Lei nº 155/2014, de 21 de Outubro de 2014, desde há muito estar já plenamente em vigor. 4. MELHORAR O FINANCIAMENTO DAS PME S É óbvio que a primeira ação neste âmbito terá de passar por uma consolidação orçamental, o mais rápida e eficaz possível, combinada com recurso, decerto, ao crescimento da economia que estímulos adequados às PME s lhe possa permitir, designadamente para atividades que produzam bens e serviços transacionáveis ou de redução de importações e que contribuam para o aumento do valor acrescentado dos bens e serviços transacionáveis. Uma melhoria do crescimento económico na Europa seria uma boa ajuda nesta linha. Quanto à conhecida e excessiva dependência do crédito por parte das PME s, tornar- -se-ia necessário um esforço maciço de capital de risco no mercado, bem como para reduzir o risco bancário, igual intensificação nos instrumentos de Garantia Mútua muito úteis a projetos de raiz de PME s. Igualmente a existência de um mercado de valores mobiliários ativo, que se constitua como fonte privilegiada de financiamento das empresas num quadro de obtenção de uma saudável estrutura de capitais que combine recursos próprios (obtidos pela colocação de ações em mercado) com recursos alheios (provenientes, designadamente, da emissão de obrigações ou financiamentos bancários), é indispensável. Políticas de incentivos fiscais à capitalização das empresas são, também, ajustadas à superação das debilidades apontadas. Para além das medidas que na esfera macroeconómica têm de continuar a ser tomadas com vista à consolidação estrutural do O.E. e reforço da solidez do Sistema Bancário, entende-se que urge atender aos seguintes eixos no âmbito da intervenção a favor das PME s: Apoiar a criação de Núcleos de Inovação nas PME s e Centros de I&DT nos grupos económicos e empresas; Promover a dinamização dos clusters e polos de competitividade ligando Universidades, Institutos Politécnicos e Centros de Investigação nas empresas e respetivas Associações Empresariais; Criar sistema de incentivos ao investimento inovador, englobando a logística, distribuição e racionalização energética e ambiental; Reforçar os mecanismos da Garantia Mútua; Reintroduzir o Crédito Fiscal ao Investimento devendo a receita cessante ser cofinanciada por Fundos Estruturais; Criar instrumentos específicos de apoio às novas empresas com projetos de raiz; Melhorar o instrumento IVA de caixa, alargando-o e rever o mecanismo de encontro de crédito/débito no âmbito deste estatuto; Reforçar os mecanismos de Capital de Risco; Definir a CGD como Instituição Financeira estrategicamente orientada e implicada no financiamento às PME s; Neste particular a CGD deveria, por orientações do seu acionista, desenvolver iniciativas e instrumentos financeiros que a situassem como o Banco das PME s; Assegurar a rápida operacionalização da IFD e sua implantação estratégica correta no mercado das PME s que visa servir e para os fins lhe foram definidos. 25

26 EVENTO A renovada atração empresarial de Angola Fruto de um acordo com a AICEP, o programa de internacionalização da Associação Empresarial de Portugal (AEP) para este ano inclui a participação nacional na 33.ª FILDA - Feira Internacional de Luanda, que irá decorrer na capital angolana entre 19 e 24 de julho PRETENDE-SE que o pavilhão de Portugal honre a tradição, voltando a ser o maior e economicamente mais representativo entre as dezenas de nações que costumam ter uma presença institucional no certame, aberto a operadores de todos os sectores económicos. Pela nossa parte, não nos temos poupado a esforços. O mesmo se passa, aliás, com a AICEP, cujo apoio tem sido determinante. Com o espírito positivo e a energia dos empresários e gestores portugueses, ficam reunidas as condições para a participação portuguesa na maior feira de negócios angolana, de âmbito multissectorial, resultar num êxito certo o que não constitui, aliás, um objetivo inacessível, porquanto as empresas portuguesas interessadas em participar poderão beneficiar, a título de cofinanciamento, até 50% dos custos elegíveis, uma vez que esta ação do programa da AEP Business on the Way 2016 é apoiada pelo Compete 2020, no âmbito do Portugal Sabemos que a economia angolana vive um momento de desaceleração e continua muito dependente do preço do petróleo, principal riqueza do país, nos mercados internacionais. Mas, como os empresários portugueses puderam confirmar nos últimos anos, é nos momentos de crise que devemos reagir com mais determinação. Foi assim que muitas das nossas PME encontraram na internacionalização e nas exportações saídas sustentáveis para a crise de 2008/2009. Não faz sentido, por isso, desinvestir nem afrouxar a dinâmica de reforço das relações comerciais com o nosso principal parceiro económico no seio da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. É que, em 2015, ano em que as exportações portuguesas de bens e serviços atingiram o valor recorde de 74,1 mil milhões de euros, Angola respondeu por 4,7% deste montante (perto de 3,5 mil milhões de euros). Isto é: trata-se do nosso sexto maior cliente, o segundo extracomunitário, logo atrás dos EUA. São estes os números de um ano em que as vendas nacionais para os países fora da União Europeia (valeram 29,2% do total) recuaram 1,2%. Mercado trabalhado por mais de exportadoras portuguesas Angola tem sido, ao longo da última década, um parceiro de grande importância para Portugal e para milhares de empresas portuguesas. Com a crise e a intervenção da troika (UE, BCE e FMI), foi naquele país africano que muitas das nossas PME encontraram uma alternativa válida para a perda de negócios nos mercados tradicionais, ora iniciando o respetivo processo de internacionalização ora reforçando a sua presença na economia local, com mais vendas, parcerias, acordos de representação e sucursais. E hoje há mais de empresas portuguesas a exportar para aquele destino. Com efeito, da fileira da construção à banca, passando pelos serviços e pela moderna Paulo Nunes de Almeida PRESIDENTE DA AEP ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL distribuição, são muitos os sectores que em Portugal retiraram vantagens do crescimento da economia angolana desde que, em 2002, foi declarado o fim da guerra civil. Em 2009, Angola enfrentou uma situação DESTAQUE AEP responde neste ano pela participação portuguesa na FILDA, em Luanda, entre 19 e 24 de julho 26

27 parecida com a atual - que venceu. Aliás, se compararmos o estado da economia angolana nesse ano e no momento atual, verificamos que as dificuldades vencidas no passado foram bem mais graves. Basta atentar no preço do barril de petróleo nos mercados internacionais. Em 2009, andava na casa dos 60 dólares e a taxa de crescimento do PIB angolano era de 2,4%. Já em 2015, com as cotações do ouro negro a baixar para 53 dólares, o principal indicador económico do país foi de 3,4%. E no corrente ano, segundo previsões de várias instituições internacionais, como o FMI, deverão registar-se mais alguns progressos, ainda que conservadores, para em 2017 a economia de Angola encetar um novo ciclo de recuperação. Internacionalmente, há mesmo quem projete um comportamento positivo, ainda que incipiente, do PIB angolano já em Segundo esses analistas, a economia do país deverá melhorar até aos 4,6% para então, a partir do próximo ano, começar a recuperar de forma mais sustentada e a registar crescimentos médios anuais de quase 6% até Um país apostado em relançar o investimento A História mostra que todas as economias passam por crises e que a recuperação pode ser mais lenta do que os agentes económicos e os decisores políticos pretendem. Mas, normalmente, essas dificuldades provocam ajustamentos estruturais, novas dinâmicas empresariais e estratégias de relançamento económico indutoras de uma evolução a médio prazo. Desde logo, as economias ficam mais fortes, pois os governos repensam o modelo económico e procuram estratégias novas em resposta a desafios externos, diminuindo, assim, as hipóteses de as crises se repetirem. Mas, se as empresas cortarem laços e não mantiverem relações comerciais nos mercados em que apostaram num passado recente, no momento da retoma vão ser as últimas a alcançar ganhos e dificilmente obterão retorno dos investimentos feitos. O que se passa atualmente com a economia angolana é próprio de um ciclo negativo, como já se viu noutras geografias, mas é também uma oportunidade soberana para o país se renovar, modernizar e preparar para um futuro que as autoridades angolanas já disseram querer menos dependente da maior riqueza do país. Esses planos visam reduzir a dependência da economia do petróleo (responsável por cerca de 45% da produção, 90% das exportações e 75% das receitas públicas), aumentar a capacidade industrial instalada, atrair investimento - tanto de privados como de empresas estrangeiras - e diversificar a estrutura da atividade económica. Mais do que discutir a baixa do preço do petróleo, as autoridades estão a desenhar um novo modelo de financiamento do país, essencial para acelerar a diversificação do tecido económico e evitar que Angola possa entrar em recessão, uma ameaça sempre associada à volatilidade dos preços do petróleo. Exemplo das medidas adotadas pelo Executivo liderado pelo Presidente José Eduardo dos Santos é a implementação da nova Lei do Investimento Privado (Lei n.º 14/15, de 11 de agosto), que visa captar e dinamizar o investimento, e a criação da APIEX - Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola. O plano do Governo prevê, entre outras medidas, a transferência de saldos de linhas de crédito existentes, contraídas internacionalmente, para serem aplicados em investimentos públicos e em projetos privados promotores da diversificação industrial e do aumento das exportações. Neste âmbito, foi também definida como prioridade a identificação e seleção de parcerias internacionais capazes de potenciar as empresas angolanas. Objetivo: a alavancagem de investimentos que concorras para a modernização do tecido produtivo e o crescimento económico. Portugal não pode desistir de Angola Angola passa por uma conjuntura económica menos boa, é certo, mas a nossa convicção é que continua a ser um país onde há oportunidades e espaço para crescer, em quase todos os sectores. Na construção civil, infraestruturas, agricultura, indústria, turismo e exploração dos seus admiráveis recursos naturais está tudo em desenvolvimento. Por isso, as empresas portuguesas devem continuar a olhar e a acarinhar este mercado. Nunca dele desistir! Se outras razões não tivéssemos, o futuro e a otimização do relacionamento económico bilateral são argumentos suficientes para a AEP se responsabilizar pela organização do pavilhão de Portugal na 33.ª FILDA. Mas há muitos mais: do nosso passado comum e da cultura às crescentes alianças que empresas e investidores portugueses e angolanos têm vindo a fazer, com vantagens para ambos os países. Por isso, não queremos ir sozinhos. Queremos ter a nosso lado as empresas portuguesas das mais de que já exportam para Angola àquelas que só agora iniciam o seu processo de internacionalização. Ambicionamos que o pavilhão de Portugal seja representativo do saber-fazer dos sectores transacionáveis da nossa economia e da qualidade e modernidade da oferta nacional em sectores como os da construção, agroalimentar, metalurgia e metalomecânica, mobiliário e decoração, tecnologias da informação e comunicação, material elétrico e eletrónico, saúde (indústria farmacêutica e equipamento médico-hospitalar, sobretudo), livros e material didático. Porque, ainda por cima, Angola e os angolanos gostam do made in Portugal. Se o passado nos impulsiona, é o futuro que nos atrai à maior e mais abrangente feira de negócios angolana. Por isso, uma vez mais a AEP e as empresas portuguesas saberão dizer presente!. 27

28 RELATÓRIO DE ATIVIDADES A CIP em 2015 O ano de 2015 corresponde ao segundo do mandato dos Corpos Sociais da CIP Confederação Empresarial de Portugal para o triénio , eleitos em 27 de março de O exercício foi marcado, no plano interno, pela realização do 2º Congresso das Empresas e das Atividades Económicas, e, no plano político, pelas eleições legislativas, pela posse de dois Governos, num intervalo de dois meses, e pelo início da campanha eleitoral para as eleições para a Presidência da República, que se realizaram em janeiro de 2016 NO CONGRESSO, que se realizou nos dias 9 e 10 de julho, em Lisboa, com muito expressiva participação de empresários e dirigentes associativos, foi aprovado o documento O Que A CIP Quer De Um Novo Governo e foram adotadas conclusões que constituem linhas de orientação para as iniciativas a desenvolver pela Confederação, nomeadamente no que diz respeito à nova política industrial para o século XXI, no contexto da reindustrialização de Portugal. Foram também confirmadas as onze prioridades da CIP: 1. Conciliar a sustentabilidade das finanças públicas com o estímulo ao crescimento económico necessário à resolução do problema do desemprego, nomeadamente através da redução da carga fiscal, de medidas de fomento do investimento privado e da retoma do investimento público estratégico. 2. No relançamento do investimento público, a prioridade deverá ser colocada nas infraestruturas para a competitividade, tirando partido de uma nova centralidade estratégica de Portugal entre os principais blocos do comércio internacional, nomeadamente ao nível dos transportes e logística, com vista a uma melhoria da conectividade internacional e da atração de operadores e de investimento estrangeiro. 3. Reduzir a carga fiscal sobre as empresas e as famílias e tornar o sistema fiscal português mais competitivo, mais previsível e mais simples são objetivos fundamentais para ultrapassar uns dos maiores problemas com que nos deparamos, a quebra do investimento. 4. Resolver definitivamente o problema das dívidas das entidades públicas às empresas e reduzir os respetivos prazos de pagamento, no respeito integral pela diretiva europeia, incluindo a sua aplicação às entidades públicas que fazem parte do Serviço Nacional de Saúde. 5. Lançar um programa articulado dirigido a uma reorganização profunda do quadro em que as empresas se financiam. 6. Apostar na formação e qualificação dos ativos, para podermos criar um ambiente favorável à modernização e internacionalização das empresas. 7. Atuar sobre os vetores que contribuem para a elevada fatura energética das empresas, decorrente sobretudo dos custos fixos que lhe estão atribuídos, os quais têm vindo a crescer a um ritmo claramente superior ao da inflação. Para tal, é preciso prosseguir no esforço de contribuição dos vários setores envolvidos na geração e pagamento dos custos do sistema energético nacional no sentido de uma maior eficácia e equidade. 8. Reduzir os custos de contexto que continuam a bloquear a competitividade das empresas, devendo acelerar-se e aprofundar-se o Programa Simplificar, com vista a eliminar os entraves burocráticos que mais afetam as atividades económicas. 9. Estimular a inovação, nomeadamente através da afetação das verbas do Portugal Implementar uma estratégia coerente de internacionalização da economia, promovendo, neste âmbito, a separação clara do papel de facilitador e de coordenação que compete às entidades públicas, em estreita articulação com toda a rede da diplomacia portuguesa, do que cabe às empresas e às associações que as representam setorial ou territorialmente e que desenvolvem as ações conducentes à sua internacionalização. 11. Promover as alterações essenciais no domínio da legislação laboral. De assinalar a ênfase dada às questões relacionadas com o financiamento da economia e 2º Congresso das Empresas e das Atividades Económicas Lisboa 9 e 10 de julho de 2015 das empresas, que é essencial para o crescimento económico. Ao longo do ano, a CIP continuou a chamar a atenção para o facto de o crescimento económico ser essencial para superar a situação em que a economia se encontra. Para que esse crescimento ocorra, é fundamental que a banca disponha de instrumentos que permitam o financiamento das empresas. Para esse fim, a CIP desenvolveu várias iniciativas, incluindo a realização de Conferências (como a que decorreu em março, sobre o tema Relançar o Investimento em Portugal ) e contactos com a Associação Portuguesa de Bancos. É também fundamental que o mercado interno cresça e que as exportações representem uma parte cada vez mais expressiva da atividade económica em Portugal. Estas são as condições para que haja crescimento económico e emprego. De igual modo, é da maior importância que exista confiança dos empresários e dos investidores, o que só acontecerá se se verificar estabilidade política e social. Estabilidade também no plano legislativo, nomeadamente em matéria laboral e fiscal. Em 2015, continuou a viver-se numa economia global profundamente interdependente, marcada pela permanente incerteza, ameaçada por desequilíbrios de natureza geopolítica, ambiental e demográfica - uma economia onde os efeitos da crise financeira de 2008 ainda se fazem sentir, sem que as suas causas tenham sido completamente debeladas. Vivemos numa Europa que está hoje menos vulnerável ao risco de desagregação por que passou no auge da crise das dívidas soberanas, mas também numa Europa ainda marcada por profundos desequilíbrios macroeconómicos. Uma Europa que descobre agora que, enquanto se empenhou na gestão de crises, outras economias em todo o mundo não ficaram paradas. Uma Europa que está a perder terreno devido ao difícil acesso ao crédito, à excessiva carga fiscal e regulatória e aos elevados preços da energia, 28

29 por comparação com outros blocos económicos. O compromisso da CIP continuou a ser o de se colocar ao serviço do desenvolvimento económico e social do nosso País, de modo a contribuir para a ultrapassagem das dificuldades e dos bloqueamentos que têm vindo a condicionar a evolução da economia portuguesa. Este compromisso assenta numa visão para a CIP, partilhada por todos os seus associados: Ser a confederação empresarial mais representativa a nível nacional, uma estrutura associativa patronal forte, homogénea e abrangente que possa defender mais eficazmente os interesses das empresas portuguesas. No cumprimento deste compromisso, a CIP manteve-se fiel às suas causas matriciais: O primado da iniciativa privada e da economia de mercado, A aposta na produção de bens e serviços transacionáveis, A defesa das empresas, independentemente da sua dimensão, A promoção do empreendedorismo e a defesa dos empresários. Ao longo de 2015, a CIP determinou a sua intervenção em consonância com as orientações definidas no Programa de Ações , nos seguintes domínios: 1. Financiamento 2. Fomento Industrial e internacionalização 3. Reforma do Estado, simplificação administrativa e legislativa 4. Justiça 5. Fiscalidade e para-fiscalidade 6. Qualificação e emprego 7. Concorrência e mercados 8. Empreendedorismo e inovação 9. Políticas de saúde 10. Energia e Ambiente Dando cumprimento ao Programa de Ações , a CIP interveio nas seguintes áreas prioritárias: Promoção da competitividade e do crescimento económico; Reforço do papel e da influência do associativismo empresarial; Diálogo social e relações laborais, Reforço da intervenção no âmbito da UE e da lusofonia económica. PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADE E DO CRESCIMENTO ECONÓMICO Em 2011, a CIP assumiu o imperativo do crescimento como um desígnio estratégico para o futuro tendo vindo a defender, desde então, que a promoção da competitividade das empresas portuguesas é a via que permite realizar este desígnio.

30 RELATÓRIO DE ATIVIDADES Para além da definição e apresentação das suas propostas para o futuro, tanto a nível nacional, como europeu (já anteriormente referidas) destaca-se em 2015 a intervenção da CIP no acompanhamento crítico da implementação do Programa Portugal 2020, concretizado em diversas reuniões, memorandos e pareceres, conjuntamente com as Confederações Patronais representadas na CPCS ou por sua iniciativa. Nestas intervenções, a CIP deu conta das suas preocupações relacionadas com a regulamentação do Portugal A CIP contribuiu ainda para a resolução de questões institucionais relevantes, nomeadamente quanto à composição das Comissões de Acompanhamento dos Programas Operacionais e ao modelo de parceira no domínio da Formação-Ação. A CIP continuou a defender insistentemente que a definição de metas ou resultados a atingir deverá ter em conta a multiplicidade de fatores exógenos que condicionam os projetos apoiados. Continuou também a advogar a simplificação das formas de acesso aos apoios previstos para as empresas, em todas as vertentes, bem como o papel das Associações empresariais no desenvolvimento económico e social das respetivas regiões. A CIP esteve atenta aos desenvolvimentos ao nível europeu no domínio da promoção do investimento, nomeadamente no que respeita ao Plano de Investimentos para a Europa, salientando-se a os contactos com o Vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen aquando da sua visita a Portugal e a realização, nessa ocasião, da conferência Relançar o Investimento em Portugal. Ainda ao nível europeu, a CIP transmitiu a sua visão sobre os desenvolvimentos relativos ao Semestre Europeu, à Estratégia Europa 2020 e ao futuro da governação económica da área do euro, quer através da sua atuação na BU- SINESSEUROPE quer diretamente em diversas reuniões na Representação da Comissão Europeia em Portugal. A atividade da CIP no que respeita aos assuntos industriais foi marcada por vários temas, nomeadamente actividades do Conselho da Indústria que elaborou o programa Reindustrialização e Política Industrial para o Século XXI, a consolidação da ação na ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), a participação na iniciativa Crescimento Verde promovida pelo Governo e a ação sistemática, nacional e externa, de defesa de melhor legislação e de simplificação de procedimentos e de formalidades que afetam a ação das empresas. Relativamente a este último aspeto, destaca-se o apoio dado pela CIP à APA (Agência Portuguesa do Ambiente) para a racionalização dos processos de licenciamento, Visita de Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia, à CIP e participação na conferência Relançar o Investimento em Portugal Lisboa 16 de março de 2015 do qual resultou o Licenciamento Único Ambiental, e a participação da CIP no quadro da iniciativa comunitária Better Regulation. Realça-se, no âmbito do projeto Reforço da capacidade e preparação para os objetivos Europa 2020, que encerrou no final de março, a Reunião do Observatório Fiscal da CIP com o Dr. Tiago Caiado Guerreiro, bem como o desenvolvimento do OBSERVATÓRIO OPERAR NO MERCADO ÚNICO, com um inquérito às empresas visando a identificação e análise dos problemas e barreiras enfrentados no mercado único europeu. O projeto Fazer Acontecer a Regeneração Urbana Um Novo Impulso ficou concluído no final do primeiro semestre de 2015, com destaque para o desenvolvimento das ações piloto nos cinco municípios envolvidos, a organização de uma missão inversa - Urban Regeneration Road Show - em 7 cidades portuguesas e o seminário de encerramento, em 30 de junho, no Porto. REFORÇO DO PAPEL E DA INFLUÊNCIA DO ASSOCIATIVISMO EMPRESARIAL Reunião do Conselho Estratégico Nacional da Saúde Dando continuidade ao processo de consolidação da estrutura associativa empresarial de cúpula, a CIP Confederação Empresarial de Portugal encetou em 2015 todos os esforços para continuar a dar corpo a esse projeto, procurando estimular o processo de convergência do associativismo empresarial, contrariando a tendência de aumento do número de organizações associativas empresariais, designadamente as de nível superior, e procurando uma melhor organização dos diferentes, mas confluentes, interesses, seja a nível regional, sectorial ou nacional. No final de 2015, a CIP tinha 105 Associados: 3 Federações 36 Associações Setoriais 6 Associações Multissetoriais 20 Associações Regionais 7 Câmaras de Comércio e Indústria 33 Empresas Através das 72 Associações que a compõem, a CIP representa os principais setores da atividade económica, designadamente: Silvicultura e Exploração. Florestal Indústrias Extrativas Rochas Ornamentais Indústrias Alimentares Fabricação de Têxteis Indústria de Vestuário Indústria do Calçado Fabricação de Pasta e de Papel Impressão e Reprodução Fabricação de Produtos Químicos Fabricação de Produtos Farmacêuticos Fabricação de Artigos de Borracha Fabricação de Produtos Minerais não Metálicos Fundição de Metais Fabricação de Produtos Metálicos Fabricação de Equipamento Elétrico Fabricação de Componentes e Acessórios para Automóveis Fabricação de Outro Equipamento de Transporte Fabricação de Mobiliário Fabricação de Material Ortopédico Reparação, Manutenção e Instalação de Máquinas e Equipamentos Construção Comércio por Grosso de Bens de Consumo Alojamento, Restauração e Similares Atividades de Informação e Comunicação Atividades Financeiras e de Seguros - Leasing e Factoring Outras Atividades de Serviços Pessoais Segundo dados fornecidos pelos Associados da CIP na última consulta, estas Associações representam empresas, que empregam trabalhadores e têm um volume de negócios de milhões por ano. No âmbito da consolidação do projeto associativo e do reforço da coesão da rede de associados, em 2015 a CIP deu continuidade aos trabalhos dos seguintes Conselhos Consultivos: Conselho Associativo Regional Conselho da Indústria Portuguesa Conselho Estratégico Nacional da Energia Conselho Estratégico Nacional do Ambiente Conselho Estratégico Nacional da Saúde Consciente das dificuldades sentidas pelo movimento associativo particularmente agudizados pela crise económica dos últimos anos, a Direção da CIP encomendou dois estudos no âmbito do Projeto Associativismo 2025 com o objetivo de lançar o debate e reflexão estratégica sobre o movimento associativo 30

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32 RELATÓRIO DE ATIVIDADES empresarial em Portugal e a CIP em particular. Estudo As Associações Empresariais do futuro: Evoluir para crescer - levantamento e sistematização da situação atual do movimento associativo, identificação de melhores práticas internacionais e mapeamento de tendências através de questionários de benchmarking a congéneres europeias e aos associados da CIP Estudo As Associações Empresariais do futuro: Construir a CIP análise das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças enfrentadas pela CIP e identificação de propostas concretas tendo em vista o seu reposicionamento estratégico. Em termos de comunicação, destaca-se a aposta na consolidação da presença da CIP nos meios de comunicação digital, através da dinamização do website e da newsletter da CIP e do reforço da presença nas redes sociais, ao nível das melhores práticas neste domínio. Manteve-se ainda a edição regular dos seguintes suportes de comunicação: Revista Indústria Portal CIP Redes Sociais (Facebook, Twitter, LinkedIn, YouTube) Newsletter Institucional Newsletter Sócio Laboral em Destaque Newsletter Europa Laboral em Destaque Síntese diária da legislação nacional e comunitária Foi também continuado o trabalho conjunto CIP, AEP e AIP, com vista à produção e divulgação de informação económica para as empresas. Sob a marca comum Envolvente Empresarial, continuam a ser divulgados regularmente dois veículos periódicos de informação: Uma newsletter eletrónica mensal de informação económica, com os dados atualizados de conjuntura mais relevantes para as empresas, cujo primeiro exemplar foi lançado em novembro. Uma publicação trimestral de análise de conjuntura com informação mais detalhada da evolução da atividade económica e de outros indicadores relevantes, cujo primeiro número foi editado já em janeiro de 2015, em formato digital, prevendo-se igualmente a sua publicação em formato de papel. Estas iniciativas inserem-se na estratégia de integração e partilha que estas três instituições oportunamente decidiram desenvolver, constituindo um passo importante na sua concretização. Como organização associativa de cúpula, a eficácia das suas tomadas de posição é tanto maior quanto melhor for a estratégia de comunicação que adota no relacionamento com os seus diferentes interlocutores e quanto mais adequado for o modo como transmite as suas mensagens para os diferentes públicos. A perceção sobre a atividade da CIP, no que ela contém de conceptual, resulta em grande parte da forma como são transmitidas as suas ideias e as suas propostas, razão pela qual a preocupação com a transmissão da mensagem da CIP é determinante para o reconhecimento do valor da Confederação Empresarial de Portugal. DIÁLOGO SOCIAL E RELAÇÕES LABORAIS A participação e intervenção na Concertação Social constituíram uma das atividades centrais da CIP, aprofundando a sua intervenção ao nível da definição das grandes linhas da contratação coletiva, no âmbito das alterações introduzidas no Código do Trabalho, em articulação com as associações setoriais, sendo de destacar a discussão, em sede de Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), de um vasto conjunto de matérias, das quais, relevam, entre outras, a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG), a análise da Contratação Coletiva em 2014, o Cheque- -Formação e o Fundo de Compensação do Trabalho/Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho e Mecanismo Equivalente. Neste âmbito, merece especial destaque a temática da RMMG, sendo de relevar, mormente, as medidas destinadas a atenuar o impacto do seu aumento: manutenção em vigor, com a duração de um ano, até 31 de janeiro de 2017, da diminuição de 0,75 p.p. na taxa social única das entidades empregadoras para os trabalhadores com contratos a tempo completo que, em 31 de dezembro de 2015, auferissem uma retribuição base mensal não superior a 530, ou ao valor correspondente, em termos proporcionais, nos contratos a tempo parcial; medidas, a identificar, que visem compensar os efeitos do aumento da RMMG nos contratos públicos de execução duradoura a que estejam afetos trabalhadores que, em 31 de dezembro de 2015, auferissem o valor da RMMG em vigor à data. REFORÇO DA INTERVENÇÃO NO ÂMBITO DA UE E DA LUSOFONIA ECONÓMICA: UMA NOVA VISÃO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Enquanto representante nacional nos organismos patronais de cúpula ao nível europeu e internacional - a BUSINESSEUROPE e a OIE - a CIP manteve o seu papel determinante na defesa dos interesses das empresas nacionais perante as instâncias internacionais e na antecipação das consequências das decisões Delegação CIP na conferência A new start for social dialogue Bruxelas 5 de março de 2015 destas para a economia e empresas nacionais. Tendo em conta o novo enquadramento Institucional da União Europeia, com um novo colégio de comissários e novos eurodeputados, a CIP preparou a posição Invest in a Business Driven Europe Prioridades das empresas portuguesas para o crescimento e competitividade da Europa que serviu de base de trabalho para a visita da Comissão Executiva da CIP a Bruxelas, entre 3 e 5 de março de Nesta visita a CIP apresentou aquelas que considera serem as prioridades para o crescimento económico da Europa, tendo reunido com o Presidente do CESE, o Comissário Europeu, Carlos Moedas, os Eurodeputados Portugueses, o Embaixador de Portugal na REPER e alguns altos quadros da Comissão Europeia. A CIP manteve a sua participação junto da BUSINESSEUROPE, através da presença nas reuniões de Presidentes, Comité Executivo e nos comités especializados, tendo contribuído para os vários pareces desta Confederação Europeia. Esta participação foi realizada através dos serviços da CIP sediados em Portugal, com o apoio de um estagiário INOV CON- TACTO, colocado na delegação de Bruxelas durante 5 meses. Neste âmbito há ainda que destacar a presença do Presidente do Conselho Sectorial para a Indústria, Luís Mira Amaral, no evento anual BUSINESSEUROPE Day, a 26 de março, e o papel do representante da CIP no Comité Económico e Social Europeu, Gonçalo Lobo Xavier, eleito, em outubro, como Vice-Presidente para a comunicação do CESE. CONCLUSÕES A CIP considera que o exercício de 2015 foi bem sucedido, tendo sido desenvolvidas as iniciativas necessárias para fortalecer a representatividade da Confederação Empresarial de Portugal. Por fim, agradece-se a todos os membros dos Órgãos Sociais da CIP, aos Presidentes e membros dos Conselhos da Confederação e ao pessoal a colaboração que prestaram e o empenhamento que evidenciaram, contribuindo para o desempenho conseguido pela Confederação Empresarial de Portugal. 32

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34 PRODUÇÃO E COMÉRCIO Cadeias de Valor Globais e Desenvolvimento Sustentável O conceito de Cadeias de Valor Globais compreende a divisão das várias fases do processo produtivo por diferentes países, causando a interdependência geográfica da produção e do comércio A COMISSÃO EUROPEIA, na sequência da adoção da sua Estratégia Comércio para todos Rumo a uma política mais responsável em matéria de comércio e de investimento de outubro 2015 (ver caixa), iniciou a discussão sobre as políticas europeias para fortalecer a sustentabilidade das cadeias de valor globais. Um dos pontos essenciais deste debate foi o modo como as políticas de comércio internacional e de desenvolvimento se poderão mutuamente reforçar para estimular uma Conduta Empresarial Responsável ( Responsible Business Conduct ) nas cadeias de valor globais. As Cadeias de Valor Globais têm uma grande expressão, tendo em conta que cerca de 70% do comércio a nível global diz respeito a bens e serviços intermédios. O aumento da sua importância, tal como o facto de as violações mais graves de direitos humanos, de requisitos laborais e ambientais ocorrerem com maior frequência nos países produtores de bens destas Cadeias, torna necessário o envolvimento do setor privado para que sejam promovidas práticas sustentáveis nas políticas comerciais e de cooperação. As empresas devem promover uma estratégia de sustentabilidade, não só para prevenir estes abusos, mas também porque essa estratégia contribui para reduzir os riscos e melhorar e estabilizar as condições de investimento e, por outro lado, promove 34

35 uma valorização adicional dos seus bens e serviços decorrente da sustentabilidade incorporada. Ao promoverem a responsabilidade empresarial, os Governos incentivam as empresas a responsabilizarem-se pelo impacto que as suas atividades nas Cadeias de Valor geram na sociedade e no ambiente. Convenções internacionais como Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre as Empresas e os Direitos Humanos, as Diretivas da OCDE para as Empresas Multinacionais, o Pacto Global das Nações Unidas e a Declaração Tripartida da OIT sobre as Empresas Multinacionais e a Política Social fornecem padrões e princípios voluntários para uma conduta responsável num contexto global de acordo com as leis em vigor e os padrões internacionalmente reconhecidos. Defendem, por isso, que é responsabilidade das empresas prever os impactos negativos a nível social e ambiental causados pelas suas cadeias de abastecimento global, e tomar medidas apropriadas para os prever ou atenuar, ou seja, aplicar o princípio definido pela OCDE como due diligence. A geração de valor que advém da aplicação de práticas sustentáveis é por isso uma oportunidade para as empresas, embora para isso seja necessária uma colaboração entre elas, o governo e também a sociedade civil. Para que estes benefícios sejam de facto uma realidade para as empresas, é necessário que os atributos que determinam a sustentabilidade de uma empresa / processo / produto sejam eficazes (em termos de assegurar uma equivalência efectiva), sejam efectivamente implementados e que a respectiva fiscalização seja rigorosamente efectuada em todo e qualquer país, por forma a garantir condições de concorrência equiparáveis ao longo da cadeia de valor. A realidade de hoje descura significativamente a verificação da sustentabilidade nos países terceiros. Relativamente aos Responsible Business Conduct, importa tem em conta que estes constituem uma via possível para a concretização de cadeias de valor sustentáveis mas é essencial assegurar o carácter voluntário das mesmas. Neste domínio, as políticas europeias deveriam incluir a promoção do conceito de sustentabilidade junto dos consumidores, visando a valorização dos produtos resultantes destas cadeias de valor. Esta promoção deveria também ter como objecto proporcionar uma informação disciplinada sobre as certificações existentes, visando evitar uma proliferação exagerada destas que poderá acabar por desvirtuar o próprio conceito de sustentabilidade. Comércio para todos Na sua comunicação Comércio para Todos, publicada no final de 2015, a Comissão Europeia abordou especificamente a questão das Cadeias Globais sustentáveis, declarando que a sua gestão responsável é essencial para ajustar a política comercial aos valores europeus. Nesta Comunicação, a Comissão compromete-se a: Apoiar e respeitar os princípios internacionais que regem esta matéria, em especial as Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais; Promover a utilização, a nível internacional, das abordagens ambiciosas da U.E. para os minerais provenientes de zonas de conflito e a exploração ilegal das florestas, com base nos trabalhos da OCDE, da ONU e do G7; Desenvolver uma abordagem global que melhore as condições de trabalho no setor do vestuário, em colaboração direta com a OIT e a OCDE; Identificar e avaliar possibilidades, nos planos setorial ou geográfico, para criar novas parcerias responsáveis relacionadas com as cadeias de abastecimento; Aumentar a transparência das cadeias de abastecimento e melhorar a informação dos consumidores, criando incentivos adicionais para encorajar as grandes empresas da U.E. a divulgar casos de devida diligência nas cadeias de abastecimento, por exemplo, publicando anualmente uma lista de relatórios apresentados pelas empresas responsáveis neste domínio. Outro dos compromissos assumidos pela Comissão Europeia foi o de promover regimes comerciais justos e éticos, que refletem as exigências dos consumidores da U.E. e contribuem para o desenvolvimento de oportunidades comerciais mais sustentáveis para os pequenos produtores dos países terceiros envolvidos nas Cadeias de Valor. Para isso, a Comissão pretende utilizar a estrutura existente para a implementação dos Acordos de Comércio Livre para promover o comércio justo e outros programas e garantia de sustentabilidade. Outras propostas da Comissão Europeia sobre esta matéria incluem: Abordar as questões do comércio justo e ético de forma mais sistemática, na revisão da estratégia Aid for Trade (estratégia de ajuda ao comércio da U.E.), e divulgar os projetos nesse domínio no âmbito do relatório anual dessa estratégia; Promover, através das delegações da U.E., regimes de comércio justo e ético para pequenos produtores de países terceiros, com base nas melhores práticas existentes; Intensificar o apoio ao trabalho de fóruns internacionais como o Centro de Comércio Internacional, a fim de recolher dados de mercado sobre o comércio justo e ético, que poderão depois servir de base para acompanhar a evolução dos mercados; Desenvolver ações de sensibilização na U.E., colaborando nomeadamente com as autoridades locais para o possível lançamento do prémio Cidade Europeia do Comércio Justo e Ético.

36 PRODUÇÃO E COMÉRCIO Política pública para o comércio em Portugal DO ENQUADRAMENTO EUROPEU AO PLANO ESTRATÉGICO SECTORIAL (PARTE I) NO QUE SE REFERE ao sector do Comércio e às políticas públicas que supostamente lhe deviam surgir associadas, poder-se-á afirmar que serão mais as dúvidas do que as certezas. Convém, no entanto, notar que tal constatação tem subjacente a ideia de que só podem existir dúvidas quando algo se tenta de facto fazer, pelo que talvez se afigure mais plausível recorrer ao termo - incertezas do que propriamente à expressão dúvidas, uma vez que poucos arriscarão afirmar que já se tenha tentado desenhar política pública setorial, em Portugal, para o Comércio. Antes de desenvolver o tema do presente artigo (de opinião), importa referir que não desconheço a Agenda para a Competitividade para o Comércio, Serviços e Restauração , sobre a qual, aliás, já me debrucei em anteriores números desta revista, com dois artigos intitulados A arte de programar a (in)ação (n.º104) e Lê-me as medidas, dir-te-ei quem és! (n.º103). Em ambos os textos, julgo ter deixado transparecer a opinião (pessoal e descomprometida!) de que, tratando-se de uma Agenda com naturais pretensões, mais políticas do que técnicas é certo, por parte dos seus responsáveis, jamais poderia ambicionar constituir-se como algo de análogo a um plano de ação, muito menos a um plano estratégico. Pouco importará, para este efeito, a esfera política da coisa, mas desenganem-se os que pensem construir um plano estratégico ou, até mesmo, um mero plano de ação sem o devido e imprescindível suporte político. Para uma Agenda talvez baste compilar umas ideias, para um Plano que suporte Política Pública será necessário bem mais do que isso e, principalmente, substância quanto baste que possa fazer sentido para todos João Barreta ECONOMISTA E MESTRE EM GESTÃO DO TERRITÓRIO os atores envolvidos e a envolver, desde os responsáveis políticos até aos empresários do sector, passando, obviamente, pelas estruturas associativas representativas. Não se devendo, nem podendo, ignorar o enquadramento do sector, da economia e do próprio país, no contexto mundial, europeu (comunitário e não comunitário), não adianta teimar e continuar, somente, a lamentar, por exemplo, que, ao contrário do sector da Agricultura que mereceu uma Política Agrícola Comum (PAC), entenda- -se, no âmbito da Comunidade Europeia, ou ao contrário do Sector do Turismo que mereceu um Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), a nível interno, o Sector do Comércio nunca terá merecido Política, 36

37 Plano ou algo que perspetive e/ou prospetive o(s) seu(s) possíveis futuro(s), de acordo com as políticas, as medidas e as ações que fossem preconizadas em sede de planeamento (plano de ação / plano estratégico) de politica pública sectorial a curto, médio e/ou longo prazo. Face ao exposto, acresce referir que esta primeira parte do artigo, visa, tão só, enquadrar um possível, desejável e mais do que necessário processo que possa conduzir à discussão e ao debate da importância estratégica de pensar o Comércio, como atividade económica essencial para a revitalização da economia nacional, regional e local, tendo por base a regeneração económica dos territórios (urbanos e rurais), assente em políticas públicas mais vocacionadas, também, para o sector do Comércio como será o caso, mais do que evidente, do urbanismo comercial, e suas possíveis derivações para outros territórios (rurais, interiores, periféricos, desfavorecidos, etc ). O setor retalhista e grossista de serviços é um dos mais importantes da economia da UE e deve desempenhar um papel importante na promoção do crescimento e da criação de emprego no âmbito da Estratégia Representa 11 % do PIB da UE e 29 % das PME europeias e emprega quase 33 milhões de pessoas, ( ). Ao contrário do que se possa julgar, há enquadramento para o assunto, há trabalho desenvolvido sobre o mesmo e, acima de tudo, jamais se poderá invocar o desconhecimento, político e/ou técnico, nestas matérias, uma vez que se trata de um Plano de Ação Europeu para o Comércio a Retalho, adotado pela Comissão Europeia em 31 de janeiro de Plano de Ação Europeu para o Setor Retalhista (em benefício de todos os operadores envolvidos) De forma muito sintética, refira-se que as ações delineadas no Plano de Ação Europeu para o Comércio a Retalho traduzem- -se em cinco prioridades-chave, a saber: Reforçar o poder dos consumidores através de uma melhor informação; Melhorar a acessibilidade aos serviços a retalho através da promoção de um intercâmbio de boas práticas entre os Estados- -Membros no domínio da planificação comercial e territorial; Garantir relações comerciais mais justas e mais sustentáveis ao longo da cadeia de abastecimento alimentar e não alimentar; Assegurar uma melhor ligação entre o retalho e a inovação; Criar um melhor ambiente de trabalho, por exemplo através de uma melhor adequação entre as necessidades dos empregadores e as qualificações do pessoal. Para além da criação de um grupo permanente sobre a competitividade do setor e que contribuirá para desenvolver novos objetivos específicos em determinados âmbitos, o acompanhamento dos progressos registados, deverá permitir a formulação de recomendações que possam garantir a plena execução das ações incluídas no plano e, sempre que necessário, poderá e deverá aconselhar a Comissão acerca de novas ações suscetíveis de serem propostas. É, pois, neste contexto que é produzida (em 14 de novembro de 2013) a Proposta de Resolução do Parlamento Europeu sobre o Plano de Ação Europeu para o Setor Retalhista, que contempla um conjunto de considerandos que procuram retratar, na opinião dos seus responsáveis, o ponto de situação do trabalho desenvolvido até à data, fazendo assim o devido acompanhamento, considerandos esses que passo a enumerar, ainda que, de forma parcial: ( ) ( ) a importância do mercado retalhista não pode, de modo algum, ser subestimada, uma vez que representa 11 % do PIB da UE e mais de 15% da totalidade dos seus postos de trabalho, conta com mão- -de-obra especializada e não especializada e contribui para o tecido social; ( ) a importância estratégica do setor retalhista tem que ser plenamente reconhecida como motor do crescimento, da competitividade e da inovação, assim como da consolidação do mercado único e da recuperação da confiança dos europeus no mercado interno; ( ) numa sociedade cada vez mais marcada por contactos virtuais através da Internet, as lojas ainda são o lugar onde as pessoas se encontram e as ruas comerciais e os centros das cidades, assim como os pontos de venda direta pelos produtores, são locais que podem constituir um cenário de experiências partilhadas e um ponto único em termos de identidade local, orgulho da comunidade, património comum e valores partilhados; ( ) não obstante, o comércio eletrónico e as lojas com presença física não se excluem entre si, sendo efetivamente complementares; ( ) a atual crise económica está a ter um forte impacto no sector retalhista, afetando, em particular, as lojas independentes e de menor dimensão; ( ) a persistência das práticas comerciais desleais (PCD) e as suas consequências negativas, que afetam toda a cadeia de oferta, incluindo os agricultores e as PME, considerando que as PCD têm um impacto negativo nos interesses dos consumidores, assim como no crescimento e na criação de emprego. ( ). Face a tal enquadramento, o qual não será de todo estranho para o setor do Comércio, também em Portugal, passo a destacar algumas das ideias-chave expostas no mencionado relatório: ( ) ( ) Plano de Ação deveria ter prestado maior atenção às consequências da atual crise económica para o sector retalhista e, em particular, para as lojas independentes e de menor dimensão; ( ) intenção da Comissão de criar um grupo permanente para a competitividade do setor retalhista, mas realça a importância de uma representação equilibrada, nomeadamente de grandes e pequenos retalhistas, fornecedores, cooperativas e grupos de interesses nos domínios do consumo, ambiente e assuntos sociais; ( ) adoção de uma abordagem abrangente ao setor retalhista, evitando duplicações e burocracia adicionais, e assegure a coerência e uma estreita colaboração com outros fóruns existentes (Mesa Redonda anual sobre o Mercado a Retalho); ( ) grupo de peritos de alto nível para a inovação no setor retalhista ( ) a fim de continuar a promover o empreendedorismo, estimular a inovação e criar empregos e crescimento na Europa; ( ) Mesa Redonda sobre o Mercado a Retalho ( ) como fórum institucional destinado a manter o setor retalhista no topo da agenda política da UE, de modo a avaliar 37

38 PRODUÇÃO E COMÉRCIO os progressos na implementação de aspetos relevantes do Plano de Ação para o Comércio a Retalho, prestar informações sobre os trabalhos do grupo permanente para a competitividade do setor retalhista e atualizar informações sobre os progressos de outras plataformas e mecanismos de diálogo formal existentes; ( ) exorta os Estados-Membros a não tomarem medidas, no contexto de políticas de austeridade, que minem a confiança dos consumidores e prejudiquem diretamente os interesses do setor retalhista, como o aumento do IVA, a reclassificação dos produtos e respetivas taxas ou o aumento dos encargos para as lojas; ( ) importância da melhoria do acesso ao financiamento, especialmente para as PME do comércio por grosso e a retalho; ( ) necessidade de os Estados-Membros se absterem de adotar medidas discriminatórias, como, por exemplo, leis comerciais e fiscais que só afetam certos setores ou modelos empresariais e distorcem a concorrência; ( ) lamenta o facto de alguns Estados- -Membros estarem a discriminar as atividades comerciais estrangeiras através da criação de novas barreiras que lhes dificultam o estabelecimento num determinado Estado-Membro, em clara violação dos princípios do mercado interno; ( ) insta a Comissão e os Estados-Membros a darem a maior proeminência política possível ao setor retalhista, enquanto pilar do Mercado Único, designadamente, do Mercado Único Digital, e a abolirem os obstáculos regulamentares, administrativos e práticos que dificultam o arranque, o desenvolvimento e a estabilidade das empresas e impedem os retalhistas de beneficiar plenamente do mercado interno; ( ) considera que a legislação aplicável ao mercado retalhista se deve basear em provas, tendo em conta as necessidades do setor, e na análise e compreensão do seu impacto nas pequenas empresas; ( ) solicita aos Estados-Membros que transponham as regras do mercado interno de forma coerente e consistente e apliquem, correta e integralmente, a legislação relativa ao mercado interno; ( ) salienta que a imposição de testes e registos adicionais, o não reconhecimento de certificados e normas, as restrições territoriais à oferta e outras medidas afins geram custos suplementares para os consumidores e retalhistas e, em particular, para as PME, privando assim os cidadãos europeus do usufruto pleno das vantagens do mercado único; solicita igualmente à Comissão que, a fim de assegurar uma melhor governação, siga uma política de tolerância zero relativamente aos Estados-Membros que não aplicam adequadamente as regras do mercado interno, recorrendo, sempre que adequado, a procedimentos por infração e a uma aceleração desses processos através de uma abordagem de procedimento simplificado; ( ) solicita que o Painel do Mercado Interno seja alargado de forma a abranger a implementação da Diretiva Serviços; ( ) incita as federações empresariais e as associações de consumidores a prestarem mais informação, formação e aconselhamento jurídico às partes interessadas a respeito dos seus direitos e dos instrumentos de resolução de litígios ao seu dispor, como a SOLVIT, e a incentivarem o intercâmbio das melhores práticas entre as mesmas; ( ) congratula-se com a intenção da Comissão de desenvolver instrumentos que facilitem o acesso dos consumidores a uma informação transparente, facilmente compreensível, comparável e fiável em matéria de preços, qualidade e sustentabilidade dos bens e serviços; insta a Comissão a criar uma base de dados de fácil acesso, que contenha todos os requisitos de rotulagem nacionais e da UE; alerta, simultaneamente, para o perigo da proliferação de rótulos e requisitos de rotulagem e apela à simplificação, nomeadamente, reunindo vários aspetos da sustentabilidade social e ambiental num só rótulo, reduzindo as diferenças entre requisitos nacionais de rotulagem obrigatória e fixando indicadores de referência/critérios comuns a nível da UE, quando adequado; ( ) dê particular atenção às ações destinadas a apoiar os retalhistas independentes; incentiva as autoridades locais e regionais a promoveram ações tendentes a facilitar a igualdade de acesso e a criar condições de concorrência equitativas para os retalhistas independentes, no pleno respeito da concorrência livre e leal, como sejam: o encorajamento do princípio «adote uma loja», mediante o qual os retalhistas de maior dimensão funcionam como mentores das lojas mais pequenas na mesma localidade, em particular no caso das recém-chegadas ao mercado; a promoção de grupos de retalhistas independentes, inclusive cooperativas, que beneficiam de assistência mútua e de algumas economias de escala, preservando simultaneamente a sua total independência; o respeito do direito das autoridades locais e regionais de estimularem um ambiente favorável às pequenas lojas independentes, normalmente instaladas nos centros das cidades, através da redução das tarifas de energia incluindo para a iluminação noturna dos anúncios - e das rendas mediante parcerias público-privadas, da adoção de reduções comerciais dos impostos locais para as pequenas empresas e os retalhistas independentes, em conformidade com as regras da UE aplicáveis a auxílios estatais e concursos públicos no mercado interno, e do incentivo à cooperação entre as várias lojas de uma mesma zona; ( ) recorda que, apesar de a concentração de lojas fora dos centros das cidades poder ser conveniente para alguns consumidores, também pode ter consequências ambientais negativas e constituir um desafio, em particular para as pessoas idosas e para as pessoas com mobilidade reduzida ou que não têm um automóvel; insta por isso as autoridades locais e regionais a adotarem uma abordagem equilibrada que tenha também em conta que, em muitas regiões, sobretudo no contexto da crise económica, já foi alcançado o ponto de saturação; ( ) os promotores do setor retalhista devem continuar a assumir a sua responsabilidade partilhada de promover a sustentabilidade, uma verdadeira liberdade de escolha dos consumidores e o acesso ao mercado para as pequenas lojas; ( ) as rendas em centros comerciais situados fora dos centros urbanos podem ser demasiado elevadas para as pequenas lojas independentes e sublinha a necessidade de garantir que estas gozem de condições de concorrência equitativas, por exemplo, fixando as rendas como percentagem do volume de negócios (quando tal não seja já a prática adotada); ( ) reconhece a competência das autoridades locais no que diz respeito ao planeamento urbano; salienta, porém, que este último não deve ser utilizado como pretexto para contornar o direito de livre estabelecimento; recorda, neste contexto, a importância de uma aplicação adequada 38

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40 PRODUÇÃO E COMÉRCIO da Diretiva Serviços; incentiva os Estados- -Membros a suprimirem os obstáculos à livre circulação e a abrirem os seus mercados, a fim de estimular a competitividade e promover a diversidade de lojas, factor crucial para que as zonas comerciais, especialmente nos centros urbanos, permaneçam atraentes; ( ) salienta a importância das parcerias público-privadas para assegurar zonas comerciais limpas, seguras e acessíveis nos centros urbanos e simultaneamente combater, entre outros aspetos, os efeitos negativos dos edifícios devolutos em zonas comerciais, disponibilizando esses espaços, por exemplo, a empresas em fase de arranque, com rendas mais baixas do que o habitual, em conformidade com as regras da UE aplicáveis aos auxílios estatais e aos concursos públicos; ( ) o rápido desenvolvimento do comércio eletrónico trouxe benefícios significativos aos consumidores e empresas em termos de inovação, novas oportunidades de mercado e crescimento, melhoria da escolha, competitividade reforçada e redução de preços; nota, porém, que as lojas se deparam agora com novos desafios que tornam as estratégias de retalho multicanal ainda mais importantes; incentiva os retalhistas, tendo em conta o papel social e cultural deste setor, a tirarem o máximo partido de tecnologias inovadoras e a desenvolverem novos modelos de negócios para a sua base de clientes em linha, expandindo simultaneamente a experiência de compra nos estabelecimentos comerciais, nomeadamente através do aumento dos níveis de serviço pré e pós-venda; ( ) lamenta, porém, a ausência de um objetivo que torne os serviços e bens em linha mais acessíveis aos consumidores de todos os Estados-Membros; solicita à Comissão que proponha uma estratégia para evitar que os operadores económicos adotem políticas discriminatórias nas suas práticas de comércio eletrónico, assegurando assim que todos os cidadãos da tenham acesso livre ao comércio transfronteiras em linha; ( ) o comércio eletrónico é importante para assegurar a livre escolha dos consumidores e o acesso a bens e serviços, em particular nas áreas remotas; ( ) devem ser tomadas medidas adequadas para desenvolver todo o seu potencial, incluindo a melhoria do acesso à internet nas áreas mais remotas da UE; apoia as medidas preconizadas na Comunicação da Comissão sobre o comércio eletrónico ( ) tendentes a reforçar a confiança, simplificar o registo transnacional de domínios, reforçar a segurança dos pagamentos em linha e dos serviços de entrega, facilitar a cobrança transfronteiriça de créditos e melhorar a informação prestada aos consumidores sobre os seus direitos, nomeadamente em matéria de retratação e de possibilidades de recurso; ( ) importância de remover os obstáculos (por exemplo, linguísticos, administrativos e decorrentes da falta de informação) que limitam o potencial comercial do negócio em linha transfronteiriço e prejudicam a confiança dos consumidores no mercado único; ( ) resolução da questão das taxas multilaterais de intercâmbio e ( ) a importância de suprimir as regras aplicáveis ao sistema de cartão que reforçam os efeitos anti concorrenciais dessas taxas; ( ) apoiar os Estados-Membros que já dispõem de sistemas de pagamentos transparentes, competitivos e inovadores, utilizando esses sistemas como boas práticas para o desenvolvimento de um mercado de pagamentos menos oneroso e equitativo na Europa; ( ) responsabilidade do setor retalhista em matéria de sustentabilidade; saúda o facto de retalhistas e fornecedores se encontrarem na vanguarda da responsabilidade ambiental, particularmente no que toca aos resíduos, ao consumo de energia, ao transporte e à redução de CO2; ( ); ( ) congratula-se ( ) com as iniciativas voluntárias e os compromissos assumidos pelos retalhistas e fornecedores para reduzir o desperdício de bens alimentares; ( ) importância de preservar o comércio a retalho em tendas e mercados, um setor principalmente constituído por milhares de microempresas familiares e que também constitui um aspeto característico da economia europeia; ( ) o facto de os retalhistas proporem diferentes meios modernos de aquisição e venda de bens e serviços que contribuem para aumentar a liberdade de escolha dos consumidores e proporcionar oportunidades de emprego flexíveis, em particular aos jovens e aos desempregados de longa duração; ( ) maior apoio e incentivo às PME e cooperativas, especialmente as que se revelem inovadoras e contribuam para a economia social, respondam a novas necessidades de mercado e impliquem atividades ecológicas e socialmente responsáveis, tendo em vista promover a competitividade do setor retalhista da UE, fazer baixar os preços para o consumidor, melhorar a qualidade do serviço e criar novas oportunidades de emprego; ( ) a importância de uma aplicação adequada da legislação social e laboral em vigor; requer a igualdade de tratamento para todos os operadores comerciais no mercado interno, de molde a lutar contra o trabalho não declarado e a fraude fiscal e social; ( ) congratula-se com o sistema de franquia (franchising) enquanto modelo comercial que apoia a apropriação de novas e de pequenas atividades; regista ( ) a existência de condições contratuais desleais, em certos casos, e apela à celebração de contratos transparentes e leais; chama a atenção ( ) para os problemas enfrentados pelos franqueados que pretendem vender o seu negócio ou mudar a sua fórmula de negócio, mantendo, simultaneamente, a sua atividade no mesmo setor; ( ) examinar a possibilidade de suprimir os mecanismos de fixação de preços em sistemas de franquia e os efeitos das cláusulas de concorrência a longo prazo, das opções de compra e da proibição da multi-franquia, e a reconsiderar, a este respeito, a atual isenção das regras de concorrência para as partes contratantes que detenham uma quota de mercado inferior a 30%; ( ) preocupação com o rápido desenvolvimento de linhas de produtos brancos; ( ) devem ser desenvolvidas de modo a garantir uma maior liberdade de escolha dos consumidores, especialmente em termos de transparência, qualidade da informação e diversidade, e proporcionar oportunidades claras para as PME se inovarem e desenvolverem; ( ) apoia o trabalho do Fórum de Alto Nível sobre a Melhoria do Funcionamento da Cadeia de Abastecimento Alimentar e da Plataforma de Peritos sobre as Práticas Contratuais entre Empresas; ( ) o Parlamento deve, com caráter de urgência, abordar as questões pendentes relacionadas com a sua participação no trabalho do Fórum; ( ) verificam-se práticas comerciais desleais na cadeia de abastecimento não alimentar, pelo que solicita à 40

41 Comissão e às associações empresariais que ponham em prática um diálogo construtivo e transetorial no seio dos fóruns existentes, incluindo a Mesa Redonda anual sobre o Mercado a Retalho e o futuro Grupo sobre a Competitividade do Comércio a Retalho; ( ) congratula-se com os princípios de boas práticas e a lista de exemplos de práticas justas e desleais nas relações comerciais verticais na cadeia de abastecimento alimentar, bem como com o quadro para a implementação e aplicação destes princípios; congratula-se com o reconhecimento pelas associações empresariais da necessidade de executoriedade e salienta que, para um mecanismo executório ter resultados práticos, é vital que seja respeitado por todos os intervenientes na cadeia de abastecimento e que todos participem, incluindo as organizações de agricultores e os setores da indústria transformadora e da distribuição por grosso; insta a Comissão a examinar os efeitos práticos da iniciativa voluntária, incluindo a aplicação dos princípios de boas práticas ( ); ( ) os acordos de distribuição seletiva e exclusiva de produtos de marca para venda a retalho também suscitam questões relacionadas com as relações comerciais verticais; solicita, por isso, ( ) que salvaguardem os direitos dos retalhistas e proprietários de lojas com poder de negociação mais limitados; ( ) dificuldades para os elos mais fracos do mercado, os agricultores e os fornecedores, denunciarem práticas comerciais desleais, realçando neste contexto a importância do papel das associações de empresas, que devem poder apresentar essas queixas em seu nome; ( ) analisar a necessidade ou viabilidade de um provedor ou árbitro e a examinar se este deverá dispor de poderes para agir ex officio, caso disponha de provas de práticas comerciais desleais; ( ) assegurar o direito dos pequenos fornecedores de criarem grupos de produtores sem serem penalizados pelas autoridades de concorrência nacionais, que se limitaram a avaliar a importância desses grupos com base unicamente na produção nacional; ( ) fazer aplicar a legislação existente em matéria de condicionalismos de abastecimento territorial impostos pelos fornecedores aos seus clientes; Face a todo o exposto, afigurar-se-á pertinente, oportuno, diria, inteligente, que se decida avançar de vez para o desenho de um plano estratégico nacional para o sector do Comércio, de modo a que haja um documento de trabalho, um plano, que fundamente e suporte política pública para o Comércio. O enquadramento que o legitime, caso fosse esse o entrave para não se avançar, afinal (!) existe e não pode continuar a ser ignorado ou preterido. Quero crer que, desde há uns anos a esta parte, haverá espaço e condições políticas (e técnicas) para se poder ir bem mais além daquilo que é a nossa Agenda para a Competitividade do Comércio, Serviços e Restauração , que no fundo é aquilo que temos e que, até à data, não sabemos se é com isso que continuaremos a contar e que queremos ter! 41

42 ENERGIA Soluções de eficiência para a sua empresa A EDP, através dos Serviços de Energia Corporate, quer continuar a contribuir para a eficiência e competitividade das empresas Com os Serviços de Energia Corporate, a EDP analisa as necessidades dos clientes, apresenta soluções personalizadas e assegura a sua implementação. Assim, ajuda as empresas a reduzir a sua fatura energética e garante o bom funcionamento das instalações. Entre as várias soluções presentes nos Serviços de Energia Corporate encontram-se dois serviços inovadores em destaque: Energia Solar EDP e Gestão de Consumos. Energia Solar EDP: produza e consuma a sua própria energia solar Através de sistemas solar fotovoltaicos já pode produzir e consumir a sua própria eletricidade. Assim, reduz a sua fatura, ganha autonomia e contribui para a sustentabilidade da sua empresa. Com as soluções de Energia Solar EDP, a sua empresa pode assegurar um conjunto de vantagens: poupar na fatura de energia da sua empresa entre 15% e 25% maximizar a rentabilidade, com um projeto ajustado e dimensionado à sua empresa garantia de performance, assegurando a produção expectável e monitorização do sistema qualidade e apoio: soluções chave-na- -mão, equipamentos de primeira linha, o know-how e suporte da EDP. Gestão de Consumos: assuma o controlo da sua energia Para responder às necessidades das empresas, a EDP desenvolveu o Gestão de Consumos, um sistema que lhe permite gerir os consumos de água, gás e eletricidade de forma simples e eficaz. Esta é uma plataforma online, dinâmica e user friendly, que permite uma análise detalhada e em tempo real dos consumos da sua empresa. Ao monitorizar os seus consumos, a sua empresa pode reduzir o desperdício energético e gerar poupanças significativas, ganhando competitividade. Com o sistema de Gestão de Consumos da EDP pode garantir ainda um conjunto de vantagens: redução dos custos da sua empresa, otimizando o consumo energético através da identificação e correção de padrões de utilização desadequados e de anomalias garantia do bom funcionamento da instalação, com o envio de alertas em caso de anomalias dos equipamentos simplificação da gestão de consumos de energia da sua empresa em tempo real e sem preocupações acompanhamento de projetos de eficiência energética com a identificação de medidas de eficiência, e validação de poupança obtida com a sua implementação através de comparação com o histórico redução de custos através da utilização dos equipamentos associados ao sistema de Gestão de Consumos para poder realizar certificações e auditorias energéticas. Estas soluções podem ainda ser implementadas com o modelo de negócio inovador Save to Compete que permite apostar na eficiência energética com investimentos minimizados e pagamento dos projetos através das poupanças geradas. 42

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44 FACILITY MANAGEMENT Criar valor para o futuro O Facility Management FM tem a sua ação centrada na gestão de edifícios e na sua condução e exploração para assegurar as actividades de negócio das Organizações em condições funcionais e económicas sustentáveis, surgindo assim como uma disciplina importantíssima no âmbito da gestão empresarial e uma área estratégica no seio das Organizações É RECONHECIDO que os recursos físicos representam a segunda maior fatia de custos operacionais das empresas (ou terceiro se a fatia do IT for considerada custo de suporte), a seguir à massa salarial, mas grande parte das Organizações não tem consciência dos valores totais envolvidos nem se compararam com outras estruturas congéneres para avaliar se são mais ou menos eficientes. Não era, por isso, muito comum ouvir falar na produtividade e na competitividade do negócio das Organizações quando se estão a gerir as instalações, os espaços e ambientes de trabalho, mas é disso que o FM trata hoje em dia. Também por esta razão, o FM deve afectar recursos para a sua gestão profissional, quer sejam internos à Organização, quer sejam em Outsourcing. Sendo esta prática de contratação de serviços de forma externalizada já muito comum a nível europeu e também no nosso país verifica-se por outro lado um grande défice na gestão desses contratos. Tal acontece não só pela falta de métricas para avaliação do desempenho dos serviços, como da contratação com base na quantidade de recursos e não por objetivos, impedindo que as entidades contratadas, especializadas em determinados serviços, possuam margem de manobra para participar na definição de Pedro Branco Ló PRESIDENTE APFM como os serviços serão bem executados. Desta necessidade de eficiência das organizações surge a procura de informação clara e concisa sobre os custos de exploração dos edifícios e a sistematização e divulgação de indicadores de referência da performance das instalações e dos serviços associados. Devemos por isso trabalhar com o binómio Ocupante-Proprietário, que potencia a gestão de edifícios de forma profissionalizada, 44

45 na procura de resultados operacionais e de poupanças duradouras nos custos de exploração dos imóveis custos com rendas e serviços associados à ocupação -, e que, em última análise, esse processo possa conduzir a uma relação simbiótica com os prestadores de serviços. Em termos de contexto na realidade do país, verifica-se que no atual período recessivo que se iniciou em 2009, os empresários procuraram melhorias efetivas e rápidas nos resultados operacionais. Isto levou a que as práticas de contratação fossem normalmente lideradas pelo critério preço e deixaram-se todos os outros fatores de âmbito e qualidade de serviço fossem completamente secundarizados. Isto foi prejudicial tanto para quem presta serviços de Facilities como para o Cliente. Em relação aos prestadores coloca-os a todos no mesmo cesto, independentemente da eficiência ou qualidade do serviço entregue, e em particular quando não há indicadores que evidenciem as diferenças de desempenho. Para o Cliente, constata-se a impossibilidade de se definirem parâmetros de controlo dos serviços que querem ver prestados, sem poder bonificar ou penalizar o prestador em função dos desvios face aos níveis de serviço contratualizados. Ademais, as análises são feitas de forma pontual no momento da compra ou até, na melhor das hipóteses, adstritas ao período do contrato em si, esquecendo-se o impacto nos edifícios bem como nos utilizadores. A deterioração acelerada dos ativos ou a fuga de colaboradores-chave é algo frequente quando o espaço e o conforto e segurança das pessoas não recebem a atenção suficiente e se coloca o foco em aparentes reduções de curto prazo. De facto, o reconhecimento de que o FM tem grande impacto nos custos, poupanças e benefícios para a Organização, faz com que muitas vezes se olhe para esta área apenas como atividade de redução de custos. Se é difícil inverter esta procura pelo benefício do curto prazo, em tempos de crise e de baixa confiança dos empresários em relação ao que o futuro pode trazer, é importante que haja neste momento uma mudança de perspetiva e se encare o FM em todo o seu pleno efeito, tanto no curto como no longo prazo, tanto na racionalização de custos como no aumento da produtividade e melhoria da percepção das organizações nos seus contextos. Em suma, para se conseguir tirar partido das melhores prática do FM é preciso recentrar o foco nos utilizadores e nas organizações ocupantes, obrigando a uma maior atenção aos serviços prestados, de forma a garantir a disponibilidade das instalações e a satisfação dos colaboradores, integrando diversas competências muito específicas. É fundamental também, que as empresas gradualmente prestem mais atenção ao alinhamento dos objetivos de gestão das instalações com a respetiva estratégia de negócio. Assim o FM irá estar finalmente na ordem do dia e as tendências que se verificam no sector em termos internacionais começam a ser adoptadas também no nosso país: 1) na racionalização de Espaços e melhoria dos Ambientes de Trabalho; 2) no desenvolvimento end-to-end dos projectos de construção e de renovação e, por fim, 3) na procura de sustentabilidade económica e ambiental em todo o ciclo-de-vida da gestão dos ativos imobiliários. Se há realmente uma oportunidade de olharmos para o FM de forma a criar valor para o futuro, esse momento é agora. 45

46 FACILITY MANAGEMENT Asset Management para infraestruturas inteligentes AS ESTRATÉGIAS de gestão de ativos de inúmeras organizações são impulsionadas por um plano de negócio, frequentemente influenciado por restrições orçamentais e regulamentares. Estes condicionantes podem conduzir a uma estratégia mais reativa e a um programa anual de gestão das infraestruturas, centrado em soluções que gerem benefícios a curto prazo, ao invés de benefícios sustentáveis de longo prazo. A maioria das atuais empresas de infraestruturas, em particular aquelas que utilizam sistemas informáticos de gestão de ativos (Enterprise Asset Managment System), dispõe de um grande volume de informação que se pode aproveitar para a manutenção e para aumentar o rendimento dos seus ativos. No entanto, a maioria dos proprietários de ativos não possui a informação completa sobre o número, condição ou rendimento dos componentes das suas infraestruturas. A recolha de dados dos ativos e o desenvolvimento de um conhecimento profundo das infraestruturas são elementos críticos para maximizar o rendimento e otimizar a sua eficiência. Se estes dados forem utilizados de forma adequada podem proporcionar uma melhor compreensão do comportamento de um ativo, tanto a nível estratégico como tático. Um plano de Asset Management de sucesso compreende o projeto, planificação e execução das obras. Necessita dos recursos humanos adequados, tecnologia apropriada e um acompanhamento cuidado. Seguindo o framework da Norma Internacional de Asset Management, o primeiro passo na implementação de um plano passa pela análise da informação disponível, de forma a se determinar o nível de maturidade da organização nestes processos de gestão. A fase seguinte envolve selecionar quais as áreas que requerem um estudo mais detalhado. Essas áreas são então mais desenvolvidas, analisando-se novos conjuntos de informação recorrendo ao critério de especialistas em cada área. A combinação de experiência de campo com competências analíticas no planeamento dos investimentos e regimes de operação com a experiência na manutenção de ativos permite aumentar a rapidez da mobilização de contratos de Facility Management, mediante a definição de regimes standard de manutenção personalizados, e desenvolver os respetivos programas de manutenção no modelo mais adequado à rentabilidade pretendida para cada ativo. A informatização destes processos permite que o Facility Manager possa rever os dados dos ativos, respetivos regimes de manutenção, as normas e legislação aplicáveis e a necessidade de recursos necessários. O progresso do projeto deverá ficar registado num formato simples, em relatórios com dashboards que permitam visualizar os resultados de cada atividade de forma clara e atualizada. Mediante revisões periódicas, a organização pode então decidir adequadamente que ações irão proporcionar maiores benefícios e estimar o potencial de valor que se pode obter de cada ativo. Com mais de colaboradores, a Ferrovial Serviços é uma referência mundial no fornecimento de serviços urbanos, na operação, manutenção e gestão de instalações, assim como na entrega de soluções ambientais e de consultoria orientada para a gestão integral de ativos de infraestruturas. A Ferrovial Serviços dispõe de um Centro de Excelência em Asset Management (CoEAM), liderado pela sua filial no Reino Unido a Amey Consulting uma das maiores empresas de consultoria de engenharia e fornecedor de serviços públicos. Desde a fase de conceito até à entrega, oferecemos soluções para infraestruturas inteligentes, baseadas numa experiência real, construída ao longo de décadas para clientes que detêm portfolios de ativos em infraestruturas ferroviárias, rodoviárias, aeroportos e outros meios de transporte, edifícios e redes de serviços públicos, em diferentes países, com diferentes níveis de maturidade, dimensão e intensidade de utilização. O principal objetivo dos programas que desenvolvemos para os nossos clientes é dispor de informação adequada a cada tipo de ativos, de forma a poder geri-los adequadamente. Uma vez que a Ferrovial Serviços opera e mantém ativos de infraestruturas, conhecemos o impacto a longo prazo das diferentes opções estratégicas e das soluções de projeto. Desta forma, sabemos qual o melhor momento para realizar uma intervenção, e 46

47 dar evidências sobre o impacto que a mesma terá na vida residual do ativo. Asseguramo-nos de que as nossas soluções são desenvolvidas e entregues tendo em conta uma manutenção a longo prazo e, desta forma, maximizamos o valor do ciclo de vida dos ativos das infraestruturas. O conhecimento que geramos através do nosso modelo sistemático de gestão inte- gral de ativos apoia os nossos clientes na preparação dos seus planos de investimento de longo prazo e respetivos orçamentos, quer ao nível dos planos de manutenção preventivas, quer ao nível da implementação de medidas de prevenção, passando ainda pela definição das necessidades e modelos de contratação. O nosso investimento no desenvolvimento do Centro de Excelência em Asset Management e as provas dadas ao longo de décadas permitem-nos assumir conjuntamente o risco de cada projeto com os nossos clientes e propor modelos de projeto de risco e benefícios partilhados. Faz parte do nosso compromisso de qualidade levar um projeto até à sua entrega e operação em condições de sucesso. CASOS DE ESTUDO GESTÃO DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA Cliente: Severn Trent Water Projeto: Iniciativas de Gestão de Fugas de água Serviços prestados: Gestão / Estratégia, Informação e Analítica para a Infraestrutura REDUÇÃO DE CUSTOS COM ATIVOS Cliente: Confidencial Projeto: Programa de redução de custos Serviços prestados: Consultoria Estratégica O desafio A Severn Trent Water contratou o CoEAM para gerir o seu programa de gestão de perdas de água, ajudando- -a a evitar elevadas penalizações financeiras aplicáveis quando os objetivos obrigatórios não sejam atingidos. A nossa resposta O CoEAM da Ferrovial Serviços analisou as praticas de trabalho, técnicas e metodologias utilizadas, nas três áreas da Severn Trent Water, de forma a avaliar a uniformização e as melhores práticas, antes de desenvolver um novo modelo operacional para o controlo de fugas. O modelo otimizou o desempenho, assegurando a aplicação das boas praticas a todos os aspetos da gestão de perdas, com a abordagem bem à primeira vez. Incluiu equipas dedicadas para todas as atividades relacionadas com as perdas, balanceamento de zonas através de sub-zonamentos, maximização da utilização de equipamentos em linha com as variações sazonais e desenho de novos KPIs que consideram todos os fatores relacionados com diferentes fontes de perda de água. A formação avançada das equipas na utilização de registos acústicos, e diferentes metodologias de testes foi fundamental para o sucesso do novo modelo. A nossa resposta Ao aplicar boas práticas, o CoEAM foi capaz de ajudar a Severn Trent Water a atingir o objetivo de perdas de água imposto pela OFWAT. Tal resultou numa redução dos custos operacionais de 2 milhões de libras por ano. Após o envolvimento da Ferrovial Serviços, a Severn Trent Water atingiu o menor nível de perdas de água do seu histórico. O desafio O CoEAM desenvolveu um programa de transformação cujo objetivo foi atingir reduções de custo significativas durante 10 anos, para um grande operador de infraestruturas, cujo contrato não permite nomear. As poupanças foram identificadas em quatro áreas: Novos conceitos e tecnologias de Asset Management Renovação da estrutura organizacional Novas eficiências operacionais Compras A nossa resposta O processo de oito semanas incluiu: Revisão completa de todas as áreas de ativos do cliente revisão da totalidade dos processos, orçamentos, desempenho e organização Oportunidades futuras geradas pela informação suportadas por uma análise dos dados dos ativos e entrevistas a peritos desta área. Mais de 50 iniciativas foram selecionadas para quatro grupos de poupanças Análise incerteza através de estimativas de 3 pontos das poupanças e dos custos e de análise estatística para atingir valores P80. Revisão crítica por Peritos da industria cada iniciativa foi avaliada por peritos do respetivo domínio, gestores de ativos e um painel de profissionais sénior da Amey. Benefícios A equipa desenvolveu certezas P80 e P50 para os custos, que foram utilizadas em negociações para um novo contrato do nosso cliente. Foram identificadas poupanças totais estimadas em mais de 1,4 biliões de libras, ao longo de um período de 10 anos. 47

48 FACILITY MANAGEMENT TDGI Soluções para instalações industriais As soluções integradas de Facility Management surgem no mercado em meados dos anos 90, como consequência natural de uma necessária otimização financeira e de recursos nas organizações A SUA IMPLEMENTAÇÃO generalizou-se, de forma gradual, através de soluções mais ou menos abrangentes, consoante as necessidades de cada organização, iniciando- -se por serviços facilmente externalizáveis, como a limpeza ou a jardinagem, até ao conjunto completo de serviços em outsourcing não pertencendo ao core business da organização. De forma geral, as soluções de Facility Management foram adotadas nos últimos anos pelas organizações maioritariamente em edifícios e zonas administrativas. Nestes casos, a implementação de uma solução de Facility Management recorre a modelos de transição e mudança associados a um risco moderado fruto da sua ampla aplicação. Por outro lado, todo o processo de transição e estabilização destas soluções surge também bastante sistematizado. Para a TDGI, as áreas industriais representam um desafio completamente diferente para o Facility Management. Se por um lado as instalações industriais são muito diferentes entre si, por outro lado a criticidade das mesmas é muito maior no seio deste tipo de organizações, tendo em conta que o Facility Management pode envolver por exemplo redes de vapor e ar comprimido, serviços com um impacto em caso de falha muito mais significativo no negócio do cliente do que genericamente os serviços prestados nos edifícios. Assim, em instalações industriais, onde cada vez mais a TDGI tem vindo a atuar, a integração de soluções de Facility Management com a própria atividade dos clientes é a palavra de ordem. Paralelamente, as exigências feitas aos serviços atinge um patamar diferente, com a atuação da TDGI e dos diferentes serviços a ser constantemente monitorizada ao nível de performance e pelo desafio constante numa melhoria contínua que esteja alinhada com os objetivos internos das organizações. Os Hard Services representam o maior desafio na área Industrial e onde a TDGI aplica de forma mais intensa e abrangente o seu know-how técnico. Os maiores desafios para o Facility management em instalações industriais incluem, entre outros: Adaptação dos serviços às necessidades de uma instalação industrial Estabilização e harmonização de serviços nos portfólios de instalações do mesmo cliente Performance de serviços avaliada por modelos de SLAs de monitorização contínua Gestão e controlo do risco Desenvolvimento de atividades de manutenção em linhas de produção Modelos de Manutenção centrados em manutenção com base na condição Coordenação das equipas da TDGI com as equipas internas das organizações, bem como definição dos limites de atuação Estabelecimento de fortes parcerias com fornecedores e equipas de manutenção de equipamentos específicos Entendemos que a harmonização e estabilização de soluções de Facility Management em instalações industriais poderá ser um dos drivers para a evolução do Facility Management, com o estabelecimento e definição de novos métodos de trabalho, soluções, métricas de performance e modos de cooperação entre instalações industriais de diferentes organizações. A Industria constituí um dos maiores desafios para o Facility Management nos próximos anos mas também uma das maiores oportunidades de crescimento, dinamização e evolução para o setor. 48

49 REGENERAÇÃO URBANA TINTAS E VERNIZES Soluções para o setor da construção A CIP tem vindo a desenvolver, desde 2010, um esforço persistente de debate público e de animação de grupos de trabalho sobre o tema da regeneração urbana, com o objectivo de sensibilizar as entidades públicas para a sua importância na dinamização da economia nacional, no apoio à fileira da construção em Portugal e no combate ao desemprego. Nesta edição, dão-se algumas sugestões para os segmentos das tintas e vernizes O PROJETO DA Regeneração Urbana visa animar a atividade económica transversalmente, através da criação de uma rede, cluster ou subsector a integrar na fileira da construção, envolvendo a construção e as atividades que se posicionam a montante e a jusante da sua intervenção, que será vocacionada para intervir em projetos estratégicos de regeneração urbana, economicamente sustentáveis e geradores de maior valor acrescentado para a economia regional e nacional. Nos estudos realizados no âmbito deste projecto, concluiu-se que as empresas analisadas têm boa variedade de atividades desenvolvidas, sendo as seguintes as mais representativas: Construção de edifícios; Fabricação de tintas, vernizes, mastiques e similares; Fabricação de telhas; Fabricação de portas, janelas e similares em metal. De acordo com a APT Associação Portuguesa de Tintas, o setor emprega em Portugal mais de 4 mil pessoas e produz anualmente perto de 150 milhões de litros, o que representa uma facturação a rondar os 500 milhões de euros por ano. A Associação destaca ainda que o Valor Acrescentado Bruto do setor das tintas ascende aos cerca de 230 milhões de euros e uma taxa de exportação à volta dos 30%, essencialmente canalizada para destinos europeus e africanos. Pelas características próprias dos produtos que opera, este é um mercado altamente regulado e que exige uma enorme qualificação e elevado grau de informação prestada ao consumidor, não só por questões de segurança e de defesa do ambiente, mas também pela enorme diversificação de produtos e soluções específicas para as mais variadas aplicações. A diversidade da oferta e a busca constante de inovação e de produtos mais adequados às necessidades construtivas é uma das mais-valias que a indústria de tintas, vernizes, mástiques e similares coloca ao serviço das empresas que trabalham na regeneração urbana de edifícios, nos quais os desafios dos modelos de construção apelam a uma oferta dinâmica, eficaz e amiga do ambiente. TINTAS HEMPEL Experiência e confiança A Hempel Portugal é uma empresa associada do Grupo Hempel, o maior fabricante independente de tintas do mundo, fundado em 1915 por J.C. Hempel, em Copenhaga. A Hempel Portugal foi estabelecida em 1970, com um escritório de vendas em Lisboa e, em 1975, a Hempel Portugal construiu a sua própria fábrica em Palmela, num terreno com 41 mil metros quadrados. A fábrica portuguesa possui equipamentos e processos de produção tecnologicamente avançados, proporcionando assim um local de trabalho adequado e uma reduzida exposição a químicos nocivos, para proteção tanto dos trabalhadores como do ambiente. Com uma faturação superior a 71 milhões de euros, a Hempel Portugal conta atualmente com 140 funcionários e a sua capacidade de produção anual ultrapassa os 30 milhões de litros. A Hempel A/S é uma das empresas de mais rápido crescimento no mundo e nada a detém. Hoje, a Hempel está presente em mais de 80 países e oferece soluções de confiança nos mercados da proteção anticorrosiva, construção civil, marítimo, contentores e embarcações de recreio, o que a torna numa potência global na indústria dos revestimentos. Desde geradores eólicos e plataformas petrolíferas até às pontes e edifícios mais famosos do mundo, os revestimentos Hempel estão presentes a nível mundial como uma aposta segura para proteger equipamentos e estruturas valiosos contra a corrosão. Para além de uma gama completa de revestimentos de alto desempenho, a Hempel oferece aos seus clientes um serviço especializado de assistência e consultoria técnica para que cada revestimento cumpra os seus requisitos específicos. Com mais de 40 anos de experiência nas indústrias de proteção anticorrosiva e mais de 100 anos de experiência em revestimentos marítimos, a abrangente gama de revestimentos de alto desempenho da Hempel suporta as condições mais severas. 49

50 REGENERAÇÃO URBANA Sede da Tintas 2000 na Maia TINTAS anos a proteger, embelezar e colorir Portugal A Fábrica de Tintas 2000, S.A. desenvolve, produz e comercializa soluções de pintura para três setores de atividade: construção civil, mobiliário de madeira e metalomecânica A TINTAS 2000 está sediada na Zona Industrial da Maia e comemorou no ano passado o seu 35º aniversário. Durante estes 35 anos de existência obteve sempre resultados positivos na sua atividade e crescimento do seu volume de negócios. António Ambrósio, fundou em 1980 a Fábrica de Tintas 2000, Lda. com mais três sócios. Hoje, António Ambrósio, juntamente com a filha Ana administram o Grupo 2000, que engloba três empresas: a Tintas 2000, a Tintas Marilina e Ambrósio & Filha, vinte e sete delegações, emprega cento e oitenta colaboradores e ocupa uma área que totaliza cerca de m². Aposta no desenvolvimento dos seus recursos humanos, dando especial importância à formação dos seus colaboradores, que se estende também aos seus clientes. Em 2001, António Ambrósio é condecorado pelo Professor Vieira de Carvalho, na altura Presidente da Câmara Municipal da Maia, com a Medalha de Mérito Industrial do Concelho Grau Ouro, pelo facto da sua atividade industrial se ter notabilizado e desse modo ter contribuído para a promoção, o bom nome e a glória do concelho. Em setembro do ano passado recebeu a Medalha de Honra da AEP pela sua carreira como empresário e pelo seu contributo para o reforço associativo. A Tintas 2000 aderiu ao programa Portugal Sou Eu, tendo um conjunto de 100 produtos com este selo, demonstrando assim que privilegia a utilização de materiais e serviços Portugueses; Somos uma empresa portuguesa, que comprovadamente incorpora materiais e produtos também portugueses na nossa produção, cria emprego, paga impostos e gera riqueza em Portugal, justifica Ana Ambrósio, Administradora. No ano passado, o Grupo 2000, aumentou a área das suas instalações na Maia, ocupando atualmente m² de área (incluindo as suas delegações). Estão previstos para 2016, investimentos na área produtiva por forma a reforçar a sua competitividade. 50

51 António Ambrósio no armazém de produto acabado Detentora de uma dinâmica comercial forte a Tintas 2000 aposta na abertura de novas lojas de venda ao público tendo neste momento, 15 delegações, de norte a sul do país, onde disponibiliza aconselhamento técnico especializado, tendo também, disponível uma loja on line no seu renovado site. O reconhecimento espontâneo da marca Tintas 2000 por parte dos portugueses tem vindo nos últimos anos a ser distinguido como uma das Marcas que Marcam. Com uma equipa de Inovação e I&D composta por técnicos qualificados, o investimento tem sido fortemente intensificado nos últimos anos, com excelentes resultados no desenvolvimento de novos produtos e na otimização de formulações dos produtos existentes para melhor dar resposta às atuais exigências de mercado. É uma empresa certificada desde 1995, de acordo com a norma NP EN ISO 9001/2008. A postura da Tintas 2000 no mercado destaca-se pela qualidade e inovação tendo produtos com aprovações técnicas e homologações do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) e do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia). Nos últimos anos a Tintas 2000 investiu particularmente em produtos para reabilitação de edifícios, no isolamento térmico pelo exterior (Sistema ThermInnov e Sistema ThermInnov Cork), impermeabilizações de terraços e fachadas, na proteção anticorrosiva de metais, e em novos acabamentos de pintura e envernizamento de mobiliário. A qualidade dos produtos da Tintas 2000 tem sido reconhecida e conquistou nos prémios Móbis, em outubro de 2015 as seguintes distinções: Ana Ambrósio no laboratório - Prémio Marca para a Tintas 2000 na categoria Tintas Interiores. - Prémio Geração Gold para o Sr. António Ambrósio. - Prémio Geração Empreendedora para a Dra. Ana Ambrósio. A Fábrica de Tintas 2000, S.A. também tem vindo a ser distinguida nos últimos anos pela qualidade do seu desempenho económico e financeiro, como PME Líder. 51

52 REGENERAÇÃO URBANA Barbot Paint Todas as cores disponíveis à distância de um clique A BARBOT CONTINUA a destacar-se como uma marca dinâmica, que imprime o seu próprio ritmo à velocidade das novas tecnologias. A inovação é a premissa principal para a criação de novos produtos, mas também para o desenvolvimento de novos canais de resposta ao consumidor. A mais recente novidade da Barbot, acabada de lançar, coloca o mundo da decoração na ponta dos dedos dos consumidores. A Barbot desenvolveu uma inovadora aplicação para smartphones e tablets que permite, à distância de um clique, simular cores para projetos de pintura. A aplicação Barbot Paint é muito intuitiva. Basta tirar uma fotografia ao espaço que pretende pintar e selecionar as cores do catálogo da Barbot da sua preferência. Desta forma, poderá simular o resultado final e testar várias opções, sem perder tempo e dinheiro em testes de cor. Centenas de tons para interiores e exteriores A nova aplicação da Barbot permite ter acesso às mais recentes propostas de cores e tons da marca. No que diz respeito a soluções para exteriores, a Barbot, lançou no final de 2015 um novo catálogo. No total, o catálogo propõe 149 tons diferentes. Organizado por grupos de cores, oferece uma vasta gama de tons: os brancos clássicos e intemporais, os cinzentos contemporâneos, os tons naturais suaves e acolhedores, os amarelos vibrantes, os ocres mediterrânicos, os quentes tons terra, os delicados rosas, os exóticos verdes ou, por fim, os azuis que emanam tranquilidade. É uma infinidade de cores, das mais delicadas às mais exuberantes, de forma a dar resposta a todos os gostos, personalidades e emoções. No que concerne às pinturas interiores, a Barbot está a apresentar, agora no início de 2016, um novo catálogo. Para inspirar a mudança e a renovação, a marca propõe uma vasta gama de brancos, para que possam ser explorados em diferentes tons e temperaturas. O novo catálogo inclui ainda uma vasta gama de rosas e violetas, desde os tons mais pueris aos mais intensos. Os azuis e os verdes vibrantes também são uma sugestão a destacar neste catálogo. Nas tendências para 2016, surgem conjugados com madeiras rústicas, tornando-os mais versáteis. Os cinzas surgem agora mais ligados aos tons ardósia. Criam ambientes urbanos e vanguardistas, ao estilo dos millennials. Por fim, o catálogo para interiores Barbot sugere os castanhos, nomeadamente nos tons quentes de terra, café e moka. A apresentar novas soluções há 96 anos Com 96 anos de atividade, o grupo Barbot distingue-se pela aposta na qualidade e na inovação dos seus produtos, para responder aos novos desafios da construção e da decoração de interiores. Está, neste momento, presente em três continentes Europa, África e América, e apresenta um alargado portefólio de tintas e vernizes, para interiores e exteriores, que se adaptam às necessidades de cada projeto. Atenta às novas tendências da construção, a Barbot acaba de lançar no mercado novas soluções ao nível de pavimentos, revestimentos e isolamentos. Barbot Flex e Barbot Imper são dois dos produtos que chegam ao mercado agora no início de Barbot Flex é um aditivo para misturar com cimento, dando origem a uma argamassa flexível, impermeável e com elevado poder de aderência. A mistura obtida pode posteriormente aplicada em suportes de betão, cimento, tijolo, etc., permitindo depois a pintura. Pode igualmente ser utilizado como impermeabilizante em pavimentos transitáveis, terraços e varandas, ou ainda em reservatórios de água, floreiras e piscinas. Barbot Imper é outro aditivo impermeabilizante, para ser misturado com cimento. Neste caso, o produto é baseado em resinas acrílicas de elevada adesividade e pode ser utilizado como primário de adesão e impermeabilizante sobre superfícies de betão, como aglutinante de superfícies que se encontrem esfareladas, como acabamento impermeabilizante em superfícies subterradas e como acabamento sobre betão à vista. Caracteriza-se ainda pela elevada resistência à carbonatação do betão. 52

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54 PATENTES PATENTEAMENTO INTERNACIONAL Indicador Gastão da Cunha Ferreira 2015 Criado e lançado em 2014 o Indicador Gastão da Cunha Ferreira (GCF) é um estudo sobre a atividade de patenteamento internacional de invenções com origem em Portugal OS AUTORES, que trabalham profissionalmente numa das consultoras em Propriedade Intelectual mais antigas do País, resolveram homenagear o seu fundador, atribuindo o nome do mesmo a este estudo, que realizam periodicamente e se pretende ver publicado anualmente em órgãos de comunicação relevantes. A ambição dos autores é contribuir para uma melhor identificação pelos meios interessados, das entidades que realizam actividades de investigação e desenvolvimento em Portugal, e que estão a investir mais seriamente em patentes. O investimento em patentes é um reflexo da capacidade inovadora da empresa e da sua aptidão para obter riqueza a partir de conhecimento. Pode conhecer-se, indiretamente, o investimento em patentes pelas empresas, recorrendo às publicações feitas pelas entidades oficiais: quanto maior o número de publicações de patentes para uma determinada invenção, maior o investimento em proteção realizado pela empresa. Isto deve-se ao facto de não haver uma patente mundial, e por isso, a invenção ter de ser patenteada país a país, a expensas da empresa, para se poder gozar do exclusivo. Inicialmente pensado unicamente para empresas, este ano, o estudo estendeu-se às universidades. Quadro 1: Indicador Gastão da Cunha Ferreira - EMPRESAS: Patenteamento internacional com origem portuguesa publicado nos últimos 5 anos, resultados ordenados pelo acumulado dos últimos 5 anos REQUERENTE TOTAL 2011/2015 1º BIAL PORTELA & CA SA + PORTELA & CA SA º HOVIONE INT LTD + HOVIONE INTER AG + HOVIONE LTD + HOVIONE FARMACIENCIA + HOVIONE SCIENTIA LTD º ROBERT BOSCH GMBH + + BOSCH TERMOTECNOLOGIA SA º NOKIA SIEMENS NETWORKS GMBH + NOKIA SIEMENS NETWORKS OY + SIEMENS AG SIEMENS AG + SIEMENS ENERGY INC NOKIA SOLUTIONS & NETWORKS OY º CUF QUIMICOS IND SA + CUF-COMPANHIA UNIAO FABRIL, SGPS, SA + CUF ADUBOS DE PORTUGAL SA º NOVADELTA + RUI MIGUEL NABEIRO + TECNIDELTA EQUIPAMENTOS HOTELEIROS LDA º OLIVEIRA & IRMAO SA º TECHNOPHAGE º BIOSURFIT º ERBE ELEKTROMEDIZIN º ABLYNX NV º SECIL COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO SA + SECIL MARTINGANCA AGLOMERANTES E NOVOS MATERIAIS PARA A CONSTRUCAO SA º SCHNEIDER ELECTRIC AUTOMATION º WOBBEN PROPERTIES GMBH º HCL CLEANTECH LTD º YDREAMS º SHELL INT RESEARCH º AMORIM & IRMAOS SA + AMORIM CORK COMPOSITES SA + AMORIM ISOLAMENTOS SA + AMORIM REVESTIMENTOS SA + AMORIM CORK RES & SERVICES LDA º ASSOCIACION FOR THE ADVANCEMENT OF TISSUE ENGINEERING AND CELL BASED TECHNOLOGIES & THERAPIES A4TEC º SYNOPSYS INC º BIOCANT ASSOCIACAO DE TRANSFERENCIA DE TECNOLOGIA + BIOCANT CENTRO DE INOVACAO EM BIOTECNOLOGIA º TECNIMEDE º EFACEC ENGENHARIA S A º TATE & LYLE INGREDIENTS + TATE & LYLE TECHNOLOGY LTD + TATE AND LYLE INGREDIENTS AMER º OMNIDEA LDA º FICO CABLES LDA º VISION BOX º BEBECAR º BIOALVO º ANSELL LTD 6 6 Eduardo Cruz TÉCNICO SUPERIOR DE PATENTES GASTÃO CUNHA FERREIRA 54

55 PATENTES COMENTÁRIOS Tal como no ano 2014, o GCF nº1 é a Bial que evidencia a mais elevada atividade de patenteamento no quinquénio, de entre as empresas com I & D em Portugal. Em 2º lugar aparece a Hovione, que passa da 3ª posição para a 2ª posição devido ao facto da Nokia/Siemens ter cessado atividade. Em 3º lugar a Bosch com uma subida de 21 publicações relativamente ao quinquénio 10-14, que reflete a aposta da Bosch na I & D de origem nacional. Em 4º lugar aparece a Nokia Siemens Networks, já sem publicações em Estas duas empresas mantêm separadamente I & D em Portugal. Em 5º lugar, e inesperadamente, dado que no estudo de 2014 aparece em 24º lugar, a CUF, com um total de 58 publicações. Em 6º lugar, a Novadelta com 57 publicações, com 11 PCT publicados em Em 7º lugar, a OLI, com 53 publicações. Em 8º lugar, a Technophage, com 12 publicações em 2015, mas sem novos PCT. Em 9º lugar a Biosurfit, sem novos pedidos PCT publicados em Em 10º lugar aparece a empresa alemã ERBE, em que um dos inventores das suas tecnologias reside em Portugal. Quadro 2: Indicador GCF - ANO 2015 As 10 empresas portuguesas com maior nº de pedidos de patenteamento internacional publicados em 2015 REQUERENTE 2015 Outras PCT TOTAL 1º BIAL PORTELA & CA SA + PORTELA & CA SA + BIAL PORTELA AND CA SA º ROBERT BOSCH GMBH + + BOSCH TERMOTECNOLOGIA SA º NOVADELTA + TECNIDELTA EQUIPAMENTOS HOTELEIROS LDA º HOVIONE INT LTD + HOVIONE INTER AG + HOVIONE LTD + HOVIONE FARMACIENCIA + HOVIONE SCIENTIA LTD º WOBBEN PROPERTIES GMBH º ERBE ELEKTROMEDIZIN º TECHNOPHAGE INVESTIGACAO E DESENVOLVIMENTO º BIOSURFIT S A º SECIL COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO SA + SECIL MARTINGANCA AGLOMERANTES E NOVOS MATERIAIS PARA A CONSTRUCAO SA º OLIVEIRA & IRMAO SA 9 9 COMENTÁRIOS Os resultados de 2015 tomados isoladamente confirmam a liderança da Bial ex aequo com a Bosch, logo seguidas da Novadelta. A Hovione regista uma atividade em linha com os últimos anos. Em 5º lugar a WOBBEN, uma empresa do grupo ENERCON, ligada a aerogeradores. Em 6º lugar a ERBE, empresa alemã de electromedicina em que um dos inventores reside em Portugal. Em 7º lugar a Technophage, empresa de biofarmacêuticos ligada ao Instituto de Medicina Molecular. Em 8º, 9º e 10ª lugares surgem respectivamente a Biosurfit, a Secil e a Oli com atividade de manutenção de portefólio. Quadro 3: Indicador Gastão da Cunha Ferreira - UNIVERSIDADES: Patenteamento internacional com origem portuguesa nos últimos 5 anos, resultados ordenados pelo acumulado dos últimos 5 anos TOTAL REQUERENTE /2015 1º UNIV AVEIRO º UNIV DO PORTO º UNIV DO MINHO º UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA º UNIV DE COIMBRA º INST SUPERIOR TECNICO º UNIV LISBOA º UNIV TRAS OS MONTES E ALTO DOURO º INST SUP. ENGENHARIA DE LISBOA (ISEL) º INST SUPERIOR AGRONOMIA COMENTÁRIOS O estudo revela a realidade das universidades portuguesas, envolvidas em lógicas de patenteamento isoladamente ou associadas a empresas, sendo destacar os números com tendência genericamente crescente. 55

56 NOTÍCIAS BREVES REN premiada O Relatório de Sustentabilidade da REN foi distinguido com bronze nos inova Awards, na categoria de melhor Relatório Anual online: Relatório de sustentabilidade. Os inova Awards visam reconhecer e promover o web design criativo, premiando os melhores sites corporativos a nível mundial. Brisa mais digital O novo website da Brisa associa a uma navegação simples e intuitiva, uma imagem apelativa, moderna e evoluída, tendo sido desenvolvido com a funcionalidade de responsive design, adaptando a dimensão do ecrã ao equipamento utilizado. Formas de sapatos A ECCO e a Fagus acabam de inaugurar uma nova fábrica de formas de sapatos, próxima da fábrica de sapatos ECCO, em S. João de Ver uma parceria que visa expandir e melhorar o negócio para ambas as partes, o desenvolvimento de novas formas e a produção em série para a indústria do calçado. Peso verificado A MSC prepara-se para operar de acordo com a mais recente alteração à Convenção Safety of Life at Sea (Convenção SO- LAS), com efeitos a partir de 1 de julho de 2016, em que todos os contentores para exportação ficam obrigados a ter um peso verificado (VGM - Verified Gross Mass). Eurofirms cresce A Eurofirms, empresa espanhola de recursos humanos e trabalho temporário, presente em Portugal desde 2013, encerrou o seu exercício de 2015 com uma faturação total para a Península Ibérica de 198,6 milhões de euros, representando um crescimento de 41% face ao ano anterior (141 M em 2014). Conferência de Facility Management A APFM - Facility Management Portugal representa Portugal na European Facility Management Conference nos dias 8 e 9 de Junho, em Milão.O evento reúne mais de 500 profissionais de FM da Europa e América do Norte e ocupantes finais de todos os sectores. A Associação usufrui de condições especiais para as inscrições realizadas até dia 25 de março. Protocolo NOS E CIP ESTABELECEM PROTOCOLO A NOS e a CIP Confederação Empresarial de Portugal formalizaram hoje, 25 de fevereiro, uma parceria de colaboração com o objetivo de promover a economia digital em Portugal e a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). O protocolo assinado por Miguel Almeida, CEO da NOS, e António Saraiva, Presidente da CIP, tem como objetivo a promoção de um conjunto de atividades de cooperação, no sentido de contribuir ativamente para a adoção das TIC como ferramenta de inovação e competitividade. A promoção de conhecimento sobre o futuro da Economia Digital, o desenvolvimento de atividades que promovam a melhoria da competitividade e a redução de custos das empresas ou a identificação de oportunidades de crescimento económico através da utilização das novas tecnologias de informação, são outros dos objetivos evidenciados nesta parceria. A parceria prevê ainda o desenvolvimento de projetos conjuntos que Sew Eurodrive MOTOR ELETRÓNICO DRC.. permitam às empresas associadas da CIP capacitar-se com tecnologias mais avançadas de informação e comunicação, visando a sua modernização e maior eficiência. Para o Presidente da CIP, António Saraiva, o papel das TIC é fundamental para o desenvolvimento das empresas, para que reforcem a sua capacidade e se tornem mais eficientes e competitivas e esta parceria vai criar oportunidades de modernização que os associados da CIP vão poder aproveitar, sublinhou. O motor eletrónico DRC.. expande o portfólio SEW de sistemas de acionamento mecatrónicos para aplicações descentralizadas e oferece uma solução altamente eficiente, com o máximo de flexibilidade, para as tarefas que se estendem além do convencional. Todas as aplicações, desde a simples movimentação de materiais até ao posicionamento complexo, podem ser concretizadas. O design compacto do motor DRC.. integra eletrónica com servomotor síncrono de ímanes permanentes, oferecendo a melhor solução para aplicações descentralizadas onde a máxima flexibilidade é uma obrigação. Quando acoplado a um redutor de engrenagens cónicas ou de veios paralelos de elevada eficiência, ou mesmo quando utilizado como motor isolado, o DRC.. é uma unidade de acionamento descentralizada de alto desempenho. O DRC.. apresenta as mesmas variantes de comunicação que o MOVIGEAR e está disponível em quatro tamanhos, com potências de 0,55 kw a 4 kw. Isso permite binários contínuos de 2,6 Nm a 19,1 Nm. Estas características, aliadas aos componentes perfeitamente integrados, fazem do motor DRC.. um sistema de acionamento mecatrónico inteligente que oferece altos níveis de fiabilidade e durabilidade, garantindo uma elevada disponibilidade do sistema e a máxima confiabilidade operacional. A sua flexibilidade, elevada eficiência energética e desempenho excepcional tornam o DRC.. uma solução com excelente relação performance/custo, inovadora e ideal para as suas necessidades. 56

57 NOTÍCIAS Investimento na ZAL Sines NAVE LOGÍSTICA DE ARMAZENAGEM A FRIO A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, presidiu recentemente à cerimónia de inauguração do novo entreposto frigorífico do Porto de Sines, num evento que contou ainda com a presença de João Franco, Presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) e de Manuel Cabrera Kábana, Diretor Geral da Friopuerto. Com este governo o sistema portuário voltou a estar no centro da governação e a expansão do terminal XXI e o crescimento da carga contentorizada são apostas seguras para o futuro do Porto de Sines, refere Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar. De acordo com João Franco, Presidente da APS, Sendo as atividades ligadas ao mar uma das prioridades do Programa do XXI Governo Constitucional, a presença da Ministra do Mar nesta cerimónia assume especial importância para a plataforma portuária de Sines, uma infraestrutura com elevado potencial de crescimento, quer na vertente portuária, quer na logística e na industrial. Este novo investimento reforça a cadeia de valor do porto, contribuindo para a dinamização da economia do mar neste segmento específico. Este novo investimento, da responsabilidade da FP Sines Lda, empresa do grupo espanhol Friopuerto Investment, vem dinamizar a ZALSINES Zona de Atividades Logísticas de Sines, alargando a oferta para a movimentação de produtos perecíveis, permitindo ao entreposto manter a cadeia de frio e a rastreabilidade do produto. A operação do novo armazém será suportada em processos e tecnologia de última geração em gestão de câmaras frigoríficas, que permitem oferecer todo o tipo de serviços de transbordos, cross-docking (processo de distribuição em que a mercadoria recebida é redirecionada sem uma armazenagem prévia fazendo diminuir o tempo) e serviços de valor acrescentado, como armazenamento a temperatura controlada, serviços logísticos de transporte e soluções empresariais, entre outros. BREVES CCL Industries adquire Checkpoint Systems A Checkpoint Systems (NYSE:CKP), operador em soluções para a disponibilidade de mercadoria no setor retalhista, anunciou que alcançou um acordo definitivo pelo qual a empresa é adquirida por uma filial da CCL Industries, Inc, companhia mundial de etiquetagem especializado em soluções de packaging para corporações globais, pequena indústria e consumidores, por 10.15$ por acção em dinheiro numa transacção valorizada em cerca de 443 M$. O preço da aquisição representa uma comissão de 29% sobre o preço da acção a 1 de Março de 2016 e de 50% sobre a sua cotação em bolsa nos últimos trinta dias. A transacção está sujeita às condições próprias da oferta, incluindo a sua aprovação pela maioria dos accionistas da Checkpoint. O comité de direcção da Checkpoint aprovou por unanimidade este acordo e recomenda aos seus accionistas que aprovem a operação.

58 OPINIÃO Nova Política e a Oportunidade Industrial para o século XXI A COMISSÃO EUROPEIA reviu, subtilmente, a Estratégia. Esta mudança traz oportunidades para a Indústria Portuguesa. Se no passado recente, o importante era a Exportação para outros blocos económico, agora concluiu que o seu grande mercado natural não pode ser negligenciado. Se no passado a Indústria seria deslocalizada para leste: China, Índia, entre outras geografias, a Europa chegou igualmente à conclusão que a deveria preservar, se não mesmo aumentar, a capacidade Industrial, aliada sempre a Inovação e Desenvolvimento, mesmo nas ditas Indústrias tradicionais. Assim, esta alteração de Visão permite olhar para a Estratégia 2020, sob uma perspectiva mais otimista para a Indústria Portuguesa. A oportunidade para a Indústria Portuguesa, com o Portugal 2020, com o recurso aos apoios comunitários, deverá basear- -se em dois pontos determinantes: - Qualificação: Inovação organizacional e gestão; Economia digital e tecnologias de informação e comunicação (TIC); Criação de marcas e design; Desenvolvimento e engenharia de produtos, serviços e processos; Proteção de propriedade industrial; Qualidade; Transferência de conhecimento; Distribuição e logística; Eco inovação; Formação profissional. -Internacionalização: (Re) conhecimento de mercados externos; Presença na economia digital; Desenvolvimento e promoção internacional de marcas; Prospecção e presença em mercados internacionais; Marketing internacional; Novo (s) método (s) de organização nas práticas comerciais ou nas relações externas; Certificações específicas para os mercados externos. Portugal ainda está a tempo de se reindustrializar, com unidades mais flexíveis do que no passado e aproveitando um enorme mercado (Europeu) de clientes, Ricardo Lopes Ferro DIRETOR DA BUREAU VERITAS normalmente, mais exigentes, que uma vez satisfeitos, torna mais fácil a exportação para outras geografias (com menores exigências), mas com outros riscos (geopolíticos, jurídicos, etc.). Outra oportunidade para as empresas portuguesas é tomarem a dianteira no desenvolvimento de soluções para resolver problemas atuais e que se manterão nas próximas décadas, tais como: demografia (envelhecimento, urbanização das populações); desertificação e coesão territorial; respostas às catástrofes naturais; redução das emissões com efeito de estufa; disponibilidade de água doce; disponibilidade e qualidade alimentar; biodiversidade, entre outras. Assim, as empresas que contribuam para responder a estes problemas terão, por certo, um papel relevante neste século e por conseguinte serão e contribuirão para a Sustentabilidade. Portugal, através das suas empresas, já demonstrou ter as bases para ter um papel relevante em áreas como: redução da pegada ecológica com recurso a fontes Energias Renováveis; novos desafios na mobilidade; na eficiência energética dos edifícios ou mesmo na eco inovação e nos projetos (em curso) das smartcities. Estes são apenas alguns exemplos das grandes oportunidades que os Industriais (apresentem os projetos) e o Poder Político (os aprove e apoie) têm para transformar Portugal no País que todos desejamos. 58

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