Modelização dos Adjectivos em Português

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Modelização dos Adjectivos em Português"

Transcrição

1 Modelização dos Adjectivos em Português Sara Mendes Grupo de Computação do Conhecimento Léxico-Gramatical Centro de Linguística da Universidade de Lisboa Avenida Professor Gama Pinto, Lisboa sara.mendes@clul.ul.pt Resumo Neste trabalho avançam-se algumas propostas de modelização dos adjectivos. A principal motivação para este trabalho relaciona-se com o facto de a investigação de larga escala sobre esta categoria ser parca e as propostas de modelização existentes não serem ainda satisfatórias. A abordagem adoptada inscreve-se no quadro do Léxico Generativo e passa essencialmente pela clarificação do papel dos eventos no comportamento desta categoria. Será determinante para a análise apresentada a possibilidade de associar eventos à semântica dos nomes e dos adjectivos, que permitirá explicar uma série de alternâncias observadas. Também a representação dos adjectivos em bases de dados de conhecimento linguístico é um dos objectivos deste trabalho. Especifica-se um pequeno conjunto de relações léxico-conceptuais para uma codificação integrada e com forte motivação linguística dos adjectivos em léxicos relacionais computacionais, e em particular em wordnets. 1 Introdução A análise e a representação semântica dos adjectivos está longe de ser uma questão trivial, na medida em que estes, talvez mais do que qualquer outra categoria, evidenciam um comportamento linguístico muito particular, em especial no que respeita à sua plasticidade semântica em contexto, i.e., à forma como mudam de significado consoante o material lexical com que co-ocorrem. De facto, um mesmo adjectivo para além de poder ocorrer em diferentes posições na frase, tanto como modificador do nome, como como complemento de um verbo cópula, pode, em contextos diferentes, revestir-se de significados distintos. Para além disso, em contextos sintácticos equivalentes, adjectivos diferentes não estabelecem necessariamente relações de natureza idêntica com o nome modificado, para além de também poderem apresentar restrições de co-ocorrência distintas. Na literatura, a maior parte dos trabalhos sobre a categoria adjectivo debruça-se sobre aspectos particulares do seu comportamento. Berwisch e Lang (1987), por exemplo, desenvolvem um trabalho que visa dar conta dos vários aspectos da estrutura e dos processos relacionados com um domínio restrito do conhecimento linguístico: o domínio dos adjectivos de dimensão em Alemão. No entanto, e apesar de dar conta de vários aspectos de estrutura relacionados com os adjectivos de dimensão, não deixa de ser um trabalho sobre um grupo bastante restrito de items lexicais. Bouillon (1998) analisa a questão da mudança de significado dos adjectivos no quadro do Léxico Generativo (Pustejovsky, 1995), tirando partido da estrutura qualia para derivar vários usos diferentes. No entanto, este trabalho centra-se apenas em alguns casos particulares, tais como o adjectivo vieux (velho), não chegando a avançar uma proposta verdadeiramente abrangente para esta questão. Também para o Português, a investigação sobre esta categoria se tem concentrado em aspectos ou grupos particulares de adjectivos. Casteleiro (1981) debruça-se sobre as construções completivas de adjectivo. Na parte inicial deste trabalho apresenta-se uma caracterização das principais propriedades da categoria adjectivo. No entanto, apenas o comportamento do grupo particular dos adjectivos que seleccionam orações completivas é aprofundado. Amaro (2002), por seu lado, analisa a questão da mudança de significado. Esta autora aprofunda a questão da mudança de significado em adjectivos em posição prenominal, relacionando a mudança de significado com a posição relativa do adjectivo e do nome em Português. Assim, quando comparada com a quantidade de trabalho dedicado aos nomes e verbos, a investigação de larga escala sobre adjectivos no quadro da semântica lexical tradicional tem sido escassa. 2 Principais questões empíricas O estabelecimento de classes de adjectivos não é exactamente uma questão unâmime na literatura. Comemorações dos 75 anos do CLUL Sessão de Estudantes 5 de Novembro de 2007

2 Na verdade, existem classificações e tipologias muito diferentes e de natureza diversa: classificações semânticas, classificações sintácticas, classificações segundo o tipo de relação estabelecida entre o adjectivo e o nome a que este se aplica, etc.. Neste domínio, Demonte (1999) faz um trabalho descritivo rigoroso e abrangente para o Castelhano que, com as devidas adaptações, se pode aplicar aos adjectivos em Português (cf. Amaro, 2002; Mendes, 2006). O trabalho aqui apresentado concentra-se nos adjectivos atribuidores de propriedades 1. Apesar de estes adjectivos apresentarem, de facto, comportamentos comuns, nomeadamente em termos do tipo de informação semântica que transportam, o que nos permite falar de uma grande classe de adjectivos, há, no entanto, elementos deste grupo, que em contextos sintácticos equivalentes, estabelecem relações distintas com o nome a que se aplicam (cf. (1) e (2)), para além de apresentarem restrições de co-ocorrência distintas, ilustradas em (3). (1) a. o vestido vermelho (existe um X tal que X é um vestido e X é vermelho) b. o cais marítimo (existe um X tal que X é um cais e X tem uma relação R1 com mar) (2) a. O Carlos é um bom guitarrista. (o Carlos é bom como guitarrista, i.e., toca bem) b. O Carlos é um guitarrista bom. (ambígua entre: o Carlos é bom como guitarrista, i.e., toca bem, e o Carlos é um guitarrista e o Carlos é bom) c. O Carlos é um bom rapaz. (o Carlos é um rapaz e o Carlos é bom) d. O Carlos é um rapaz bom. (o Carlos é um rapaz e o Carlos é bom) (3) a. A Maria é/está alta. b. A Maria *é/está contente. c. *Ele viu a Maria alta. d. Ele viu a Maria contente. Partindo da observação de (1)a e (1)b podemos afirmar que, enquanto no primeiro caso o adjectivo 1 Na medida em que constituem uma classe fechada, com propriedades muito particulares, os adjectivos que induzem alterações no conceito introduzido pelo nome, em vez de modificarem a sua denotação, como falso, não serão aqui objecto de discussão e análise, dada a necessidade de delimitar os conteúdos tratados, ditada pelas dimensões deste trabalho. vermelho fixa o valor da propriedade cor de vestido, o adjectivo marítimo, em (1)b, não introduz uma propriedade única, mas sim um conjunto de propriedades, que corresponde ao grupo de traços que descrevem um outro nome mar no exemplo que estamos a considerar aqui. Seguindo a terminologia generalizada na literatura, adjectivos como vermelho são qualificativos e adjectivos como marítimo relacionais. De facto, as formas como são atribuídas propriedades aos nomes em (1)a e (1)b são consideravelmente diferentes. A atribuição de uma única propriedade corresponde geralmente a uma relação de incidência dessa propriedade no referente nominal ao passo que a atribuição de conjuntos de propriedades implica relações semânticas mais complexas e diversificadas, tal como evidenciam as glosas dos exemplos aqui considerados. Na verdade, adjectivos relacionais como marítimo estabelecem uma relação entre o nome modificado, cais, no exemplo acima, e domínios que lhe são exteriores. Demonte (op. cit.) estabelece uma grelha de propriedades que permite distinguir estas duas grandes subclasses de adjectivos a dos adjectivos qualificativos e a dos adjectivos relacionais dentro do grande grupo dos adjectivos atribuidores de propriedades. Para além de aspectos como a gradabilidade (os adjectivos qualificativos co-ocorrem com advérbios de grau, ao contrário do que acontece com os adjectivos relacionais) e a ocorrência em contextos atributivos e predicativos (os adjectivos qualificativos ocorrem em ambos os contextos, ao passo que os adjectivos relacionais ocorrem quase exclusivamente em contextos atributivos) e em posição pré e pós-nominal (regra geral, ambas as posições são possíveis para os adjectivos qualficativos, ao contrário do que acontece com os adjectivos relacionais, que só ocorrem em posição pós-nominal), já bastante descritos na literatura, esta autora, perante a constatação de que os critérios acima mencionados por vezes não são suficientes para proceder a uma distinção clara destas duas subclasses de adjectivos, propõe critérios adicionais que lhe permitem delimitar estes grupos com maior precisão: a ocorrência dos adjectivos em estruturas comparativas e a formação de sistemas de polaridade. Apesar da sua relevância em termos de caracterização do tipo de relações estabelecidas entre adjectivo e nome, esta dicotomia entre adjectivos qualificativos e relacionais, por si só, não permite dar conta de contrastes como os apresentados em (3). Mesmo sendo ambos adjectivos qualificativos, ou seja, apresentando exactamente o mesmo comportamento linguístico

3 relativamente aos critérios estabelecidos por Demonte (op. cit.), alta e contente evidenciam restrições de co-ocorrência distintas relativamente aos verbos cópula ser e estar. Em línguas como o Português, estes dois verbos cópula são usados em contextos diferentes: ser co-ocorre com propriedades estáveis, permanentes, ao passo que estar está associado a propriedades entendidas como transitórias ou acidentais. No entanto, de acordo com Marrafa (2004) e trabalhos anteriores, a caracterização dos adjectivos com base nesta dicotomia não é trivial, já que muitos adjectivos são ambíguos neste aspecto, podendo co-ocorrer tanto com ser como com estar, uma ambiguidade que levanta problemas em termos de modelização: devemos considerar a existência de um significado base que pode alterar-se em contexto, ou antes a existência de dois adjectivos distintos no léxico, um associado a uma propriedade permanente e outro a uma propriedade acidental 2? Passando agora aos dados apresentados em (2), note-se que (2)a e (2)c, por um lado, e (2)b e (2)d, por outro, apresentam estruturas sintácticas equivalentes, não tendo, no entanto, as mesmas leituras disponíveis. As análises de Wheeler (1972) e Platts (1979), discutidas em Larson (1999), atribuem ambiguidades de leitura como a observada em (2)b à estrutura interna de certos adjectivos qualificativos. No entanto, conjuntos de dados como os apresentados em (2) constituem um problema para análises como estas, que justificam a ambiguidade destas estruturas com a complexidade semântica de certos adjectivos, já que nestes exemplos, e em particular em (2)b e (2)d (dados que apresentam estruturas sintácticas iguais, mas com diferentes leituras disponíveis), o único material lexical distinto é constituído pelos nomes modificados pelo adjectivo bom: guitarrista em (2)b e rapaz em (2)d. Larson (op. cit.), na sequência dos trabalhos de Davidson (1967) sobre advérbios, faz uso da Semântica de Eventos para justificar a ambiguidade de estruturas como a apresentada em (2)b: as duas leituras possíveis são atribuídas à existência de dois traços disponíveis para serem modificados em nomes de actividade como guitarrista: o adjectivo tanto pode modificar a entidade denotada por este nome, como o evento que lhe está associado. Esta análise permite dar conta do contraste entre (2)b e (2)d: rapaz, ao contrário de guitarrista, não está associado a 2 Não vamos aprofundar a análise destes dados aqui. Para uma discussão detalhada e uma proposta de modelização no mesmo enquadramento teórico escolhido para a análise apresentada neste artigo, ver Amaro et al. (2006). qualquer evento, logo o adjectivo bom tem apenas um traço disponível para modificar, pelo que (2)d tem apenas uma leitura possível 3. A associação de eventos à semântica dos nomes e dos adjectivos parece, assim, ser crucial para explicar contrastes como os que temos estado a discutir. Os dados apresentados nesta secção tornam muito claro que apenas uma combinação de critérios sintácticos e semânticos (tal como evidencia a grelha de propriedades constituída por Demonte (op. cit.)) nos permitirá dar realmente conta do comportamento linguístico dos adjectivos e identificar os traços comuns relevantes para cada grupo de adjectivos. Por outro lado, só uma descrição rigorosa e clara poderá lançar bases sólidas para uma modelização precisa desta categoria. 3 Modelização Uma vez que, para além dos aspectos empíricos discutidos na secção anterior, este trabalho tem também preocupações teóricas e computacionais, e dado o comportamento semântico não trivial dos adjectivos, em particular relativamente à mudança de significado consoante o contexto, torna-se crucial a escolha de um modelo de semântica lexical com recursos suficientes para dar conta da interpretação de palavras em contexto. De facto, perante o comportamento sintáctico-semântico observado no objecto de estudo deste trabalho, a escolha de um modelo que nos permita derivar um número potencialmente infinito de sentidos a partir de recursos finitos é fundamental. O Léxico Generativo (LG, daqui em diante) consiste num sistema de estruturas de traços e num pequeno conjunto de regras que permitem fazer uma representação semântica estruturada dos itens lexicais, enquanto dá também conta do uso criativo de palavras em contexto e da interacção entre sintaxe e semântica. Por outro lado, a clarificação do papel dos eventos e a sua modelização permite dar conta de uma série de alternâncias como evidenciam os dados discutidos na secção 2. Incorporada no LG, a estrutura eventiva introduz na análise linguística um nível de representação muito útil. Tal como demonstra Pustejovsky (1991), para analisar fenómenos como o aspecto ou a Aktionsart, são 3 Esta análise, que atribui ao nome toda a responsabilidade pelo tipo de ambiguidades observadas, não permite, no entanto, dar conta de todos os dados, já que se registam também contrastes em estruturas em que apenas o adjectivo, ou algum aspecto com ele relacionado, pode ser responsável pelas diferentes leituras possíveis. Deixamos, no entanto, a discussão destes dados fora deste trabalho.

4 necessárias distinções mais finas do que os tipos de evento. Assim, no LG, os eventos são descritos em termos das suas estruturas subeventivas, o que tem consequências teóricas importantes, já que disponibiliza uma semântica de eventos definida em termos das propriedades configuracionais internas do evento. Mas o aspecto verdadeiramente determinante para a nossa análise é a possibilidade de associar eventos à semântica dos nomes e dos adjectivos, na medida em que isso nos permite, não só dar conta dos contrastes observados e analisados na secção anterior, mas principalmente avançar uma modelização homogénea de adjectivos com características aparentemente muito particulares, como por exemplo, os adjectivos modificadores de eventos (para a análise detalhada destes adjectivos, no quadro do LG, ver Mendes (2005)). Na verdade, esta associação de eventos à semântica dos nomes permite-nos, por um lado, avançar uma análise única para adjectivos modificadores de entidades e adjectivos modificadores de eventos, e, por outro lado, aproximar adjectivos modificadores de eventos e advérbios. Um outro objectivo deste trabalho é a representação dos adjectivos em bases de dados de conhecimento linguístico. Assim, tal como se apresentará na secção 4, foi desenvolvida investigação no sentido de incorporar os resultados da análise dos dados aqui apresentados num léxico relacional: a WordNet.PT (Marrafa, 2001; Marrafa, 2002). A suportar a escolha deste modelo de léxico relacional está o facto de, pela sua plausibilidade psicológica e pelo papel crucial que tem desempenhado nas mais diversas aplicações computacionais (e.g. aplicações de tradução automática e de extracção de informação, entre muitas outras), este modelo ser amplamente utilizado como representação de conhecimento lexical em sistemas computacionais. 4 Modelização de adjectivos em léxicos relacionais computacionais O problema da organização lexical dos adjectivos está longe de ser uma questão consensual, encontrando-se na literatura múltiplas propostas divergentes (cf. Gross, Fischer e Miller, 1989; K. J. Miller, 1998; Hamp e Feldweg, 1998; Alonge et al., 2000; Peters e Peters, 2000) 4. Nesta secção demonstraremos que é possível captar a semântica de base dos adjectivos em wordnets utilizando apenas um pequeno conjunto de relações léxico-conceptuais. Para cumprir este objectivo foram definidas relações transcategoriais com forte 4 Para uma discussão detalhada destes trabalhos no contexto da modelização dos adjectivos em léxicos relacionais ver Marrafa e Mendes (2006). motivação linguística. Apesar de se poder extrair informação estrutural significativa da organização hierárquica dos itens lexicais, em particular no caso dos verbos e dos nomes, a extensão das wordnets a todas as categorias envolve a revisão de algumas relações usadas habitualmente, assim como a especificação de várias relações transcategoriais. De facto, os adjectivos evidenciam uma organização semântica muito particular que idealmente deve ser espelhada em bases de dados de conhecimento linguístico, como as wordnets. Nesta secção definir-se-á um pequeno conjunto de relações transcategoriais com o qual é possível espelhar as principais propriedades caracterizadoras dos adjectivos apresentadas e discutidas na secção 2, e, assim, fazer com que as classes de adjectivos aí identificadas emerjam das relações codificadas na rede. 4.1 Relações entre adjectivos e nomes Fellbaum et al. (1993) e Miller (1998) afirmam que, ao contrário do que acontece com os nomes e verbos, a relação de hiperonímia não é a principal relação estruturante no caso dos adjectivos. Segundo estas autoras, na base da organização dos adjectivos está antes a oposição entre grupos de adjectivos. Estes grupos definem-se em torno de adjectivos que se opõem por antonímia, e aos quais se associam outros por semelhança semântica, dando origem a clusters. Assim, e na sequência das estratégias discutidas em Mendes (2006), apresenta-se de seguida um pequeno conjunto de relações considerado suficiente para modelizar os adjectivos atribuidores de propriedades em wordnets, garantindo simultaneamente a adequação desta modelização relativamente aos fenómenos empíricos observados Relações estruturantes Em linhas muito gerais, aquilo que caracteriza os adjectivos qualificativos é a sua capacidade de atribuir um determinado valor a um dado atributo do nome com que se relaciona. Com o objectivo de dar conta deste facto, definiu-se a relação semântica caracteriza quanto a/é caracterizado por para ligar cada adjectivo qualificativo ao atributo por ele modificado. Para além de codificar uma das principais propriedades carcaterizadoras desta subclasse de adjectivos, esta relação, em combinação com a relação de antonímia 5, permite fazer emergir os clusters de adjectivos referidos acima, sem ter de os codificar directamente na 5 Testes associativos mostram que a antonímia é também uma das relações estruturantes na organização dos adjectivos.

5 rede. De facto, deixa de ser necessário exprimir directamente na rede a relação de semelhança semântica, que é, aliás, algo difícil de definir com precisão, já que pode deduzir-se esta semelhança a partir da identificação dos adjectivos que se encontram ligados a um mesmo nome, lexicalização do atributo por eles modificado (para uma discussão comparativa mais detalhada da forma de modelização aqui proposta e a utilizada na WordNet de Princeton (Miller, 1990; Fellbaum, 1998), ver Mendes (2006)). Quanto aos adjectivos relacionais, como vimos em secções anteriores, sendo também atribuidores de propriedades, estabelecem, no entanto, relações semânticas mais complexas e diversificadas entre o conjunto de propriedades que introduzem e o nome modificado, funcionando frequentemente como apontadores para a denotação de um outro nome. Para codificar estes adjectivos na rede definiu-se a relação está relacionado com, que permite exprimir esta ligação subespecificada entre o adjectivo e o nome que lexicaliza o conjunto de propriedades introduzido pelo adjectivo. Este pequeno conjunto de relações as relações caracteriza quanto a/é caracterizado por e de antonímia para os adjectivos qualificativos e está relacionado com para os adjectivos relacionais permite-nos codificar os traços característicos destes adjectivos em wordnets, bem como, com as devidas adaptações, noutros léxicos relacionais. Para além disso, e na medida em que as relações semânticas definidas acima espelham propriedades caracterizadoras das duas subclasses de adjectivos em estudo, torna-se possível deduzir a pertença dos itens lexicais codificados na rede a cada uma destas subclasses. Em suma, as classes de adjectivos discutidas neste trabalho emergem da informação codificada na rede, através das relações semânticas estabelecidas entre os itens lexicais Relações adicionais Um dos aspectos comummente observados em relação aos adjectivos prende-se com o facto de esta categoria evidenciar uma rede de relações esparsa. Ora, dado que em léxicos relacionais como as wordnets, o significado dos itens lexicais codificados é dado pela sua rede de relações com os outros itens lexicais, quanto mais densa for esta rede, mais ricas e precisas são as entradas. O incremento da densidade da rede é, pois, de particular importância do ponto de vista de aplicações baseadas em wordnets, já que quanto maior for a riqueza da informação, melhor será o seu desempenho. Assim, no sentido de aumentar a densidade da rede de relações dos adjectivos e, consequentemente, a precisão da sua modelização, definiu-se uma nova relação que permite codificar propriedades proeminentes dos nomes, propriedades estas, frequentemente lexicalizadas por expressões adjectivais: a relação tem como característica ser/é característica de. Embora o estatuto desta relação em termos de conhecimento lexical seja discutível, já que frequentemente codifica informação que corresponde essencialmente a conhecimento do mundo, a sua relevância para aplicações baseadas em wordnets, particularmente aquelas que usam sistemas de inferência, é inegável. Também do ponto de vista das próprias wordnets, esta relação é importante, na medida em que permite que as entradas codificadas na rede sejam mais ricas e precisas. 5 Conclusão Na análise proposta neste trabalho defende-se que a clarificação do papel dos eventos nas restrições de co-ocorrência dos adjectivos e nas alternâncias observadas, em particular a sua associação à semântica dos nomes e dos adjectivos, permite dar conta dos dados empíricos aqui discutidos. Para além disso, esta análise abre caminho para uma modelização homogénea de adjectivos modificadores de entidades e adjectivos modificadores de eventos, e para uma aproximação do tratamento dos adjectivos modificadores de eventos e dos advérbios. É também especificado um pequeno conjunto de relações léxico-conceptuais para a codificação da categoria adjectivo em léxicos relacionais computacionais, como as wordnets. Na medida em que implica a implementação de relações transcategoriais, a codificação dos adjectivos em léxicos relacionais contribui para o aumento do poder expressivo destes modelos, pois acaba por ter um impacto positivo na precisão da codificação de todas as categorias. 6 Agradecimentos À Raquel Amaro e à Professora Palmira Marrafa, pela leitura e comentário deste trabalho. Agradeço à Fundação para a Ciência e Tecnologia que tem financiado grande parte da investigação aqui apresentada através da bolsa de doutoramento SFRH/BD/8524/2002. Referências A. Alonge, F. Bertagna, N. Calzolari, A. Roventini e A. Zampoli Encoding information on adjectives in a lexical-semantic net for computational application. Proceedings of NAACL 2000, Seattle, EUA, pp

6 R. Amaro Posição do adjectivo e ligação selectiva: especificações para a computação do significado, dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. R. Amaro, R.P. Chaves, P. Marrafa e S. Mendes Enriching Wordnets with New Relations and with Event and Argument Structures, Computational Linguistics and Intelligent Text Processing 7th International Conference, CICLing-2006, LNCS 3378, Springer-Verlag, Berlim, Alemanha, pp M. Berwisch e E. Lang, eds Dimensional adjectives grammatical structure and conceptual interpretation, Springer-Verlag, Berlim, Alemanha. P. Bouillon Polymorphie et sémantique lexicale: le cas des adjectifs, Presse du Septentrion, Lille, França. J. M. Casteleiro Sintaxe transformacional do adjectivo regência das construções completivas, Instituto de Investigação Científica, Lisboa. D. Davidson The logical form of action sentences. In The logic of decision and action, N. Rescher, ed., University of Pittsburgh Press, Pittsburgh, EUA, pp V. Demonte El Adjectivo : classes y usos. La posición del adjectivo en el sintagma nominal. In Gramática descriptiva de la lengua española, I. Bosque e V. Demonte, orgs., volume 1, Espasa, Madrid, Espanha. C. Fellbaum A Semantic Network of English: the Mother of all Wordnets. In EuroWordNet: a Multilingual Database with Lexical Semantic Networks, P. Vossen, ed., Kluwer Academic Press, Dordrecht, pp C. Fellbaum, D. Gross e K. J. Miller Adjectives in WordNet. In Five Papers on WordNet, G. Miller et al., eds., Technical Report, Cognitive Science Laboratory, Princeton University, pp D. Gross, U. Fischer e G. A. Miller The organization of adjectival meanings, Journal of Memory and Language, 28, pp B. Hamp e H. Feldweg GermaNet a lexical semantic net for German, Proceedings of ACL workshop on Automatic Information Extraction and Building of Lexical Semantic Resources for NLP Applications, Madrid, Espanha. R. K. Larson Semantics of adjectival modification, Lectures presented at the Dutch National Graduate School (LOT), Amesterdão, Holanda. P. Marrafa WordNet do Português: uma base de dados de conhecimento linguístico, Instituto Camões, Lisboa. P. Marrafa Portuguese WordNet: general architecture and internal semantic relations, DELTA, 18. P. Marrafa Modelling constituency and predication in Portuguese, Revista PaLavra, volume 12 (special issue: Linguística Computacional ), pp P. Marrafa e S. Mendes Modeling adjectives in computational relational lexica, Proceedings of COLING/ACL 2006, Sydney, Austrália. S. Mendes Event modifying adjectives in Portuguese, Proceedings of the Third International Conference on Generative Approaches to the Lexicon, University of Geneva, Suíça, pp S. Mendes Adjectives in WordNet.PT, Proceedings of the GWA 2006 Global WordNet Association Conference, Jeju Island, Coreia. G. A. Miller WordNet: an on-line Lexical Database. Special Issue of the International Journal of Lexicography, volume 3, nº 4. K. J. Miller Modifiers in WordNet. In WordNet: an electronic lexical database, C. Fellbaum, ed., The MIT Press, Cambridge, MA, EUA, pp I. Peters e W. Peters The treatment of adjectives in SIMPLE: theoretical observations, Proceedings of LREC M. Platts Ways of Meaning, RKP, Londres, Inglaterra. J. Pustejovsky The syntax of event structure, Cognition, 41, pp J. Pustejovsky The generative lexicon, The MIT Press, Cambridge, MA, EUA. S. C. Wheeler Attributives and their Modifiers. Nous VI, 4, pp

1 Complementos e Modificadores de Nome... 2

1 Complementos e Modificadores de Nome... 2 Guião 4 3 A estrutura da frase 3.4 A estrutura interna de alguns constituintes: sintagma verbal, nominal, adjectival e preposicional. 3.5 Funções sintácticas (de constituintes obrigatórios e de constituintes

Leia mais

Guião 1 Anexo (v1.0) 2. Do léxico à frase 2.1. Classes de palavras e critérios para a sua identificação

Guião 1 Anexo (v1.0) 2. Do léxico à frase 2.1. Classes de palavras e critérios para a sua identificação F a c u l d a d e d e L e t r a s d a U n i v e r s i d a d e d e L i s b o a D e p a r t a m e n t o d e L i n g u í s t i c a G e r a l e R o m â n i c a E s t r u t u r a d a s F r a s e s e m P o r

Leia mais

Estudo Semântico e Aplicação Computacional de Adjetivos do Português do Brasil

Estudo Semântico e Aplicação Computacional de Adjetivos do Português do Brasil Estudo Semântico e Aplicação Computacional de Adjetivos do Português do Brasil 1 Cláudia Dias de Barros 1 Programa de Pós-Graduação em Linguística Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Caixa Postal

Leia mais

Wordnet.PT: Adjetivos e Avaliação

Wordnet.PT: Adjetivos e Avaliação Wordnet.PT: Adjetivos e Avaliação Luís Pedroso Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa Seminário de Linguística Computacional As Wordnets são redes léxico-conceptuais, que se pretendem próximas do

Leia mais

Pronome relativo A língua portuguesa apresenta 7 formas de pronomes e advérbios relativos consensuais: Que O que Quem O qual Onde Quanto Cujo

Pronome relativo A língua portuguesa apresenta 7 formas de pronomes e advérbios relativos consensuais: Que O que Quem O qual Onde Quanto Cujo Orações Subordinadas Relativas / Adjectivas (Bibliografia: Peres, J. e Móia, T., (1995), Áreas Críticas da Língua Portuguesa, Editorial Caminho, Lisboa) Não são argumentos de um predicador (ou seja, não

Leia mais

Indiscernibilidade de Idênticos. Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de idênticos

Indiscernibilidade de Idênticos. Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de idênticos Indiscernibilidade de Idênticos Atitudes Proposicionais e indiscernibilidade de Consideremos agora o caso das atitudes proposicionais, das construções epistémicas e psicológicas, e perguntemo-nos se é

Leia mais

Automatização da Geração de Dicionários Tratáveis por Máquina: Reutilização de Recursos Linguísticos

Automatização da Geração de Dicionários Tratáveis por Máquina: Reutilização de Recursos Linguísticos Automatização da Geração de Dicionários Tratáveis por Máquina: Reutilização de Recursos Linguísticos Palmira MARRAFA CLG Grupo de Computação do Conhecimento Léxico-Gramatical Universidade de Lisboa, CLUL

Leia mais

Novo Programa de Português do Ensino Básico

Novo Programa de Português do Ensino Básico Etapa 2 Laboratório de Língua Para que possas redigir com consistência a tua apreciação crítica, é importante aprofundares os teus conhecimentos sobre alguns elementos gramaticais e sobre algumas construções

Leia mais

UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM

UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM UMA FERRAMENTA PARA A PESQUISA EM CORPORA DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM 1. INTRODUÇÃO Corpora de linguagem dirigida a e produzida por crianças são recursos valiosos para estudos de aquisição da linguagem,

Leia mais

(2) A rápida publicação deste livro pela editora foi um bom negócio.

(2) A rápida publicação deste livro pela editora foi um bom negócio. 1 Introdução Esta dissertação tem o objetivo geral de investigar as formas nominalizadas deverbais no que tange ao seu aspecto polissêmico e multifuncional. O objetivo específico consiste em verificar,

Leia mais

ESTUDOS DE DETERMINAÇÃO

ESTUDOS DE DETERMINAÇÃO TEXTOS UNIVERSITÁRIOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ESTUDOS DE DETERMINAÇÃO A OPERAÇÃO DE QUANTIFICAÇAO-QUALIFICAÇAO EM SINTAGMAS NOMINAIS CLARA NUNES CORREIA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Fundação para

Leia mais

Universidade de Lisboa

Universidade de Lisboa WordNet.PT Uma rede léxico-conceptual do Português on-line Palmira Marrafa 1,2, Raquel Amaro 1, Rui Pedro Chaves 1, Susana Lourosa 1, Catarina Martins 1 e Sara Mendes 1 1 CLG Grupo de Computação do Conhecimento

Leia mais

Lógica Computacional

Lógica Computacional Lógica Computacional Frases Quantificadas Quantificadores e Variáveis Fórmulas Bem Formadas: Sintaxe e Semântica Formas Aristotélicas 21 Outubro 2013 Lógica Computacional 1 Frases Quantificadas - Existem

Leia mais

1 Introdução. 1 Neste estudo, será utilizando tanto o termo em inglês parsing, como o termo traduzido análise

1 Introdução. 1 Neste estudo, será utilizando tanto o termo em inglês parsing, como o termo traduzido análise 1 Introdução Este estudo enfoca o desenvolvimento da percepção de elementos de classe fechada, particularmente de afixos verbais e sua representação morfofonológica, assim como o parsing 1 (análise sintática)

Leia mais

Ontologias Linguísticas e Processamento de Linguagem Natural. Ygor Sousa CIn/UFPE

Ontologias Linguísticas e Processamento de Linguagem Natural. Ygor Sousa CIn/UFPE Ontologias Linguísticas e Processamento de Linguagem Natural Ygor Sousa CIn/UFPE ycns@cin.ufpe.br 2015 Roteiro Processamento de Linguagem Natural Ontologias Linguísticas WordNet FrameNet Desambiguação

Leia mais

Listas de frequência de palavras como marcadores de estilo no reconhecimento de autoria. Rui Sousa Silva

Listas de frequência de palavras como marcadores de estilo no reconhecimento de autoria. Rui Sousa Silva Capítulo 13 Listas de frequência de palavras como marcadores de estilo no reconhecimento de autoria Rui Sousa Silva Luís Costa, Diana Santos e Nuno Cardoso, editores, Perspectivas sobre a Linguateca /

Leia mais

António Leal 235. António Leal Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

António Leal 235. António Leal Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal) António Leal 235 Christopher KENNEDY e Beth LEVIN. Measure of change: The adjectival core of degree achievements [Louise McNally e Christopher Kennedy, eds., Adjectives and Adverbs: Syntax, Semantics and

Leia mais

Métodos de Verificação

Métodos de Verificação Método de Na construção de derivações no sistema de cálculo de sequentes: Na aplicação de cada regra, só a manipulação referente à fórmula principal é informativa. A cópia dos contextos revela-se assim

Leia mais

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 Considerações gerais A construção com recurso a contentores marítimos remodelados é um sistema construtivo recente, apresentando casos de sucesso no estrangeiro e um enorme potencial

Leia mais

Novo Programa de Português do Ensino Básico SD3_ANO7. Leitura. Compreensão do oral/ ESCRITA. Expressão oral. Conhecimento explícito da língua

Novo Programa de Português do Ensino Básico SD3_ANO7. Leitura. Compreensão do oral/ ESCRITA. Expressão oral. Conhecimento explícito da língua Leitura Conhecimento explícito da língua ESCRITA Compreensão do oral/ Expressão oral 1 Apresentação 1. Nome da Sequência: 2. Contexto/projecto: Aconselhamento para a biblioteca escolar: como recomendar

Leia mais

Novas Ferramentas e Recursos Linguísticos para a Tradução Automática

Novas Ferramentas e Recursos Linguísticos para a Tradução Automática Novas Ferramentas e Recursos Linguísticos para a Tradução Automática Por ocasião d O Fim do Início de uma Nova Era no Processamento da Língua Portuguesa Anabela Barreiro barreiro_anabela@hotmail.com FLUP

Leia mais

TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM FORMAL DA GRAMÁTICA 1. Teoria X-barra (ou: dos Constituintes Sintáticos)

TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM FORMAL DA GRAMÁTICA 1. Teoria X-barra (ou: dos Constituintes Sintáticos) Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Letras Clássicas e Vernáculas Sintaxe do Português I FLC0277 Maria Clara Paixão de Sousa TÓPICO III: INTRODUÇÃO A UMA ABORDAGEM

Leia mais

Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 1, aula 9

Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 1, aula 9 Produção do Português Escrito Oficinas de escrita Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 1, aula 9 Fernanda Pratas CLUL Objetivos destas 6 sessões Sessões 1 e 2 (em março): - introdução aos conceitos

Leia mais

Relatório Março-Abril 2008

Relatório Março-Abril 2008 Dados extraídos da Plataforma Moodle da DGIDC. Relatório Março-Abril 2008 154.985 acessos de 28 de SETEMBRO 2006 a 28 de Abril de 2008 (registados no Arquivo 2006-2007 e na versão para 2007-2008). Entre

Leia mais

Relatório. Ano lectivo Dados extraídos da Plataforma Moodle da DGIDC.

Relatório. Ano lectivo Dados extraídos da Plataforma Moodle da DGIDC. Relatório Dados extraídos da Plataforma Moodle da DGIDC. 199.921 acessos de 28 de SETEMBRO 2006 a 28 de Setembro de 2008 (registados no Arquivo 2006-2007 e na versão Ano lectivo 2007-2008 para 2007-2008).

Leia mais

Gramática de Montague

Gramática de Montague Gramática de Montague Apresentação Inicial Luiz Arthur Pagani 1 There is in my opinion no important theoretical dierence between natural languages and the articial languages of logicians; indeed I consider

Leia mais

Capítulo1. Capítulo2. Índice A LÍNGUA E A LINGUAGEM O PORTUGUÊS: uma língua, muitas variedades... 15

Capítulo1. Capítulo2. Índice A LÍNGUA E A LINGUAGEM O PORTUGUÊS: uma língua, muitas variedades... 15 Capítulo1 Capítulo2 A LÍNGUA E A LINGUAGEM............................................. 9 Linguagem: aptidão inata.............................................. 10 Funções.............................................................

Leia mais

Dicionário Terminológico uma ferramenta auxiliar do professor de português

Dicionário Terminológico uma ferramenta auxiliar do professor de português Dicionário Terminológico uma ferramenta auxiliar do professor de português Paula Batista Guerreiro Escola Secundária Mouzinho da Silveira O Dicionário Terminológico (DT) apresenta-se como uma ferramenta

Leia mais

Inclusão de Informação Semântica dos Adjetivos na Base da Rede Wordnet para o Português do Brasil

Inclusão de Informação Semântica dos Adjetivos na Base da Rede Wordnet para o Português do Brasil Inclusão de Informação Semântica dos Adjetivos na Base da Rede Wordnet para o Português do Brasil Ariani Di Felippo 1, Bento Carlos Dias-da-Silva 1 1 Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual

Leia mais

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS Relatório de Projeto: Traduzir textos sobre História: questões de tradução na obra El Reino Olvidado Marta Manuel Henriques Silva MESTRADO EM TRADUÇÃO 2013 UNIVERSIDADE

Leia mais

Edição de informações sintático-semânticas dos adjetivos na base da rede Wordnet.Br

Edição de informações sintático-semânticas dos adjetivos na base da rede Wordnet.Br Edição de informações sintático-semânticas dos adjetivos na base da rede Wordnet.Br Ariani Di Felippo, Bento Carlos Dias-da-Silva 1 1 Centro de Estudos Lingüísticos e Computacionais da Linguagem (CELiC)

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAR Planificação Anual de Português - 10º ANO Ano letivo MANUAL: Com Textos (Edições ASA)

ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAR Planificação Anual de Português - 10º ANO Ano letivo MANUAL: Com Textos (Edições ASA) ESCOLA SECUNDÁRIA DE GONDOMAR Planificação Anual de Português - 10º ANO Ano letivo 2013-2014 MANUAL: Com Textos (Edições ASA) Finalidades Assegurar o desenvolvimento das competências de compreensão e expressão

Leia mais

VERBOS DE MOVIMENTO: análise decomposicional e computação no modelo WN. VERBS OF MOVIMENT: decompositional analysis and computation in WN model

VERBOS DE MOVIMENTO: análise decomposicional e computação no modelo WN. VERBS OF MOVIMENT: decompositional analysis and computation in WN model VERBOS DE MOVIMENTO: análise decomposicional e computação no modelo WN VERBS OF MOVIMENT: decompositional analysis and computation in WN model Raquel Amaro Mestranda/Docente do Centro de Lingüística -

Leia mais

Em torno de preposições causativas José Cipriano Catarino e Cláudia Pinto Escola Secundária do Entroncamento / Priberam Informática

Em torno de preposições causativas José Cipriano Catarino e Cláudia Pinto Escola Secundária do Entroncamento / Priberam Informática Em torno de preposições causativas José Cipriano Catarino e Cláudia Pinto Escola Secundária do Entroncamento / Priberam Informática Introdução Este artigo debruça-se sobre algumas questões em torno da

Leia mais

CADA PAÍS TEM UMA LÍNGUA DE SINAIS PRÓPRIA E A LIBRAS É A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

CADA PAÍS TEM UMA LÍNGUA DE SINAIS PRÓPRIA E A LIBRAS É A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS CADA PAÍS TEM UMA LÍNGUA DE SINAIS PRÓPRIA E A LIBRAS É A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Desse modo, a língua de sinais não é uma língua universal, pois adquire características diferentes em cada país e,

Leia mais

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...9. O ESTUDO DO SIGNIFICADO NO NÍVEL DA SENTENÇA...13 Objetivos gerais do capítulo...13 Objetivos de cada seção...

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...9. O ESTUDO DO SIGNIFICADO NO NÍVEL DA SENTENÇA...13 Objetivos gerais do capítulo...13 Objetivos de cada seção... SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...9 O ESTUDO DO SIGNIFICADO NO NÍVEL DA SENTENÇA...13 Objetivos gerais do capítulo...13 Objetivos de cada seção...13 1. O objeto da Semântica...14 2. Anomalia, ambiguidade e interface

Leia mais

Preposições, papéis semânticos e protótipos

Preposições, papéis semânticos e protótipos Preposições, papéis semânticos e protótipos Mário A. Perini Universidade Federal de Minas Gerais marioperini7@gmail.com Resumo Um problema tradicional para a explicitação do significado das preposições

Leia mais

MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB)

MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB) MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA ARGUMENTAL DOS VERBOS E O PB (MODIFICATIONS OF THE ARGUMENTATIVE STRUCTURE OF VERBS AND THE PB) Thaïs Raposo do Amaral Pinto CHAVES (PG - USP) ABSTRACT: This paper presents some

Leia mais

SEMÂNTICA DAS PREDICAÇÕES ESTATIVAS

SEMÂNTICA DAS PREDICAÇÕES ESTATIVAS SEMÂNTICA DAS PREDICAÇÕES ESTATIVAS PARA UMA CARACTERIZAÇÃO ASPECTUAL DOS ESTADOS SUB Hamburg Luís Filipe Cunha A 2007/9518 2007 LINCOM EUROPA ÍNDICE AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT RESUME INTRODUÇÃO 1

Leia mais

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2007/2008

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2007/2008 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2007/2008 1. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS 8º Ano COMPETÊNCIAS GERAIS 1- Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para

Leia mais

A categorização semântica dos compostos nominais técnicos em língua inglesa e os resultados tradutórios em português

A categorização semântica dos compostos nominais técnicos em língua inglesa e os resultados tradutórios em português Paula Santos Diniz A categorização semântica dos compostos nominais técnicos em língua inglesa e os resultados tradutórios em português Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial

Leia mais

JWN-Br Uma API Java para a WordNet.Br

JWN-Br Uma API Java para a WordNet.Br JWN-Br Uma API Java para a WordNet.Br Vitor Machado Oliveira 1, Norton Trevisan Roman 1 1 Escola de Artes, Ciências e Humanidades Universidade de São Paulo (USP) São Paulo, SP Brazil {vitor.machado.oliveira,norton}@usp.br

Leia mais

Ana Maria Brito In memoriam Tanya Reinhart 109. Varia

Ana Maria Brito In memoriam Tanya Reinhart 109. Varia Ana Maria Brito In memoriam Tanya Reinhart 109 Varia 110 Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto - Vol. 2-2007 Ana Maria Brito In memoriam Tanya Reinhart 111 In memoriam Tanya Reinhart

Leia mais

Um problema formal na interpretação dos sintagmas preposicionados. Luiz Arthur Pagani (UFPR)

Um problema formal na interpretação dos sintagmas preposicionados. Luiz Arthur Pagani (UFPR) Um problema formal na interpretação dos sintagmas preposicionados Luiz Arthur Pagani (UFPR) 1 1 Introdução Diculdade em relação à interpretação dos sintagmas preposicionados que não recebeu muita atenção

Leia mais

2011/2012 (Despacho nº 5238/2011 de 28 de Março) 2º Ano CONTEÚDOS ANUAIS DISCIPLINA: Língua Portuguesa. CEF Serviço de Bar

2011/2012 (Despacho nº 5238/2011 de 28 de Março) 2º Ano CONTEÚDOS ANUAIS DISCIPLINA: Língua Portuguesa. CEF Serviço de Bar 2011/2012 (Despacho nº 5238/2011 de 28 de Março) 2º Ano CONTEÚDOS ANUAIS DISCIPLINA: Língua Portuguesa CEF Serviço de Bar CONTEÚDOS 1º PERÍODO AULAS PREVISTAS 46 TEXTOS DE TEATRO - AUTO DA BARCA DO INFERNO,

Leia mais

Informação Prova de Equivalência à Frequência FRANCÊS PROVA ESCRITA E PROVA ORAL Prova 16

Informação Prova de Equivalência à Frequência FRANCÊS PROVA ESCRITA E PROVA ORAL Prova 16 Informação Prova de Equivalência à Frequência FRANCÊS PROVA ESCRITA E PROVA ORAL 2017 Prova 16 3º Ciclo do Ensino Básico (Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho) O presente documento visa divulgar as

Leia mais

Relatório. Ano lectivo

Relatório. Ano lectivo Relatório Ano lectivo 2006-2007 111014 acessos (independentemente do estatuto dos professores inscritos: tutores; convidados; participantes; visitantes) de 28 de Setembro de 2006 a 28 de Setembro de 2007.

Leia mais

18 Introdução à. Semântica

18 Introdução à. Semântica 18 Introdução à Semântica 5 Introdução UNIDADE 1: O significado 9 1. Objectivos da Unidade 1 9 1.1. Em busca do sentido 13 1.2. A semiótica 22 1.3. A semântica 30 1.4. A semântica e a cognição UNIDADE

Leia mais

Marcação de Nomes Próprios usando técnicas de pesquisa local e recorrendo a fontes de conhecimento na Internet

Marcação de Nomes Próprios usando técnicas de pesquisa local e recorrendo a fontes de conhecimento na Internet Marcação de Nomes Próprios usando técnicas de pesquisa local e recorrendo a fontes de conhecimento na Internet João Laranjinho Universidade de Évora Évora, Portugal joao.laranjinho@gmail.com Irene Rodrigues

Leia mais

Lógica Computacional

Lógica Computacional Lógica Computacional Lógica de Operadores Booleanos Interpretações Tautológicas, Lógicas e Analíticas Funcionalidade / Tabelas de Verdade dos Operadores Booleanos Consequências Tautológica, Lógica e Analítica

Leia mais

TIPOS DE SINTAGMAS E REPRESENTAÇÕES ARBÓREAS FUNDAMENTOS DE SINTAXE APOIO PEDAGÓGICO 23/05/2018 SAULO SANTOS

TIPOS DE SINTAGMAS E REPRESENTAÇÕES ARBÓREAS FUNDAMENTOS DE SINTAXE APOIO PEDAGÓGICO 23/05/2018 SAULO SANTOS TIPOS DE SINTAGMAS E REPRESENTAÇÕES ARBÓREAS FUNDAMENTOS DE SINTAXE APOIO PEDAGÓGICO 23/05/2018 SAULO SANTOS PROGRAMA DA AULA 1. Tipos de sintagma 2. Sintagmas lexicais 3. Representações arbóreas de sintagmas

Leia mais

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2009/ º Ano 1. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2009/ º Ano 1. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA ANO LECTIVO 2009/2010 1. COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS 8º Ano COMPETÊNCIAS GERAIS 1- Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para

Leia mais

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português 8º ano

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português 8º ano Cognitivo Domínios CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português 8º ano 2018-2019 Domínios de referência Metas de aprendizagem Instrumentos Frequência

Leia mais

Investigação em morfologia: uma opção teórica e práticas de trabalho

Investigação em morfologia: uma opção teórica e práticas de trabalho Investigação em morfologia: uma opção teórica e práticas de trabalho Alina Villalva Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Conferência apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Leia mais

1 Lógica de primeira ordem

1 Lógica de primeira ordem 1 Lógica de primeira ordem 1.1 Sintaxe Para definir uma linguagem de primeira ordem é necessário dispor de um alfabeto. Este alfabeto introduz os símbolos à custa dos quais são construídos os termos e

Leia mais

Semântica e Gramática Gerativa Aula 1

Semântica e Gramática Gerativa Aula 1 Semântica e Gramática Gerativa Aula 1 ferreira10@gmail.com USP, 15 de Agosto de 2012 Significado, Verdade e Mundo (1) Está chovendo em Paris. Que tipo de conhecimento se espera de uma pessoa que sabe o

Leia mais

A ONTOGOV-MT: CONTRIBUIÇÕES LINGÜÍSTICO-TECNOLÓGICAS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS EM MATO GROSSO

A ONTOGOV-MT: CONTRIBUIÇÕES LINGÜÍSTICO-TECNOLÓGICAS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS EM MATO GROSSO A ONTOGOV-MT: CONTRIBUIÇÕES LINGÜÍSTICO-TECNOLÓGICAS PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS EM MATO GROSSO Albano Dalla Pria 1 Gislaine Aparecida de Carvalho 2 RESUMO É cada vez maior a demanda de

Leia mais

Is he a book? Animacy restrictions of the overt pronoun in European Portuguese

Is he a book? Animacy restrictions of the overt pronoun in European Portuguese Animacy restrictions of the overt pronoun in European Portuguese NOVA FCSH/CLUNL XII Fórum de Partilha Linguística Lisboa, 23 novembro 2017 Índice 1 2 3 4 5 Teorias processamento Teoria da Acessibilidade

Leia mais

Considerações finais

Considerações finais Considerações finais Ana Carolina Sperança-Criscuolo SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SPERANÇA-CRISCUOLO, AC. Considerações finais. In: Funcionalismo e cognitismo na sintaxe do português: uma

Leia mais

EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES LÓGICO-CONCEITUAIS DE DICIONÁRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LÉXICOS COMPUTACIONAIS

EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES LÓGICO-CONCEITUAIS DE DICIONÁRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LÉXICOS COMPUTACIONAIS EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES LÓGICO-CONCEITUAIS DE DICIONÁRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LÉXICOS COMPUTACIONAIS Ariani DI FELIPPO (Universidade Estadual Paulista/ Campus Araraquara) Bento Carlos DIAS-DA-SILVA (Universidade

Leia mais

1.1 Qual a relevância do sistema pronominal para uma teoria da aquisição da linguagem? Por que os complementos pronominais?

1.1 Qual a relevância do sistema pronominal para uma teoria da aquisição da linguagem? Por que os complementos pronominais? 1 Introdução Nesta dissertação, o problema da aquisição do sistema pronominal, no que concerne aos complementos acusativos de terceira pessoa, é investigado em função de um contraste entre o sistema pronominal

Leia mais

A Distribuição dos Adjetivos no Sintagma Nominal do Inglês e do Português e o Processamento Automático de Línguas Naturais

A Distribuição dos Adjetivos no Sintagma Nominal do Inglês e do Português e o Processamento Automático de Línguas Naturais A Distribuição dos Adjetivos no Sintagma Nominal do Inglês e do Português e o Processamento Automático de Línguas Naturais Albano Dalla Pria Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Universidade Estadual

Leia mais

1 Complementos e modificadores Distinção estrutural entre complementos e modificadores... 3

1 Complementos e modificadores Distinção estrutural entre complementos e modificadores... 3 Guião 4 3 A estrutura da frase 34 A estrutura interna de alguns constituintes: sintagma verbal, nominal, adjectival e preposicional 35 Funções sintácticas (de constituintes obrigatórios e de constituintes

Leia mais

Grice: querer dizer. Projecto de Grice: explicar a significação em termos de intenções.

Grice: querer dizer. Projecto de Grice: explicar a significação em termos de intenções. Grice: querer dizer Referências: Grice, Paul, Meaning, in Studies in the Way of Words, Cambridge (Mas.), Harvard University Press, 1989, pp 213-223. Schiffer, Stephen, Meaning, Oxford, Oxford University

Leia mais

Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Cambridge University Press, U.K., pp. ISBN (hardback)

Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Cambridge University Press, U.K., pp. ISBN (hardback) Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Cambridge University Press, U.K., 2010. 273 pp. ISBN 978-0-521-76755-2 (hardback) Maria do Carmo Oliveira Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Leia mais

REFLEXÕES SOBRE A FUNÇÃO SINTÁTICA DE ATRIBUTO Antônio Sérgio Cavalcante da Cunha (UERJ; UNESA)

REFLEXÕES SOBRE A FUNÇÃO SINTÁTICA DE ATRIBUTO Antônio Sérgio Cavalcante da Cunha (UERJ; UNESA) DEPARTAMENTO DE LETRAS REFLEXÕES SOBRE A FUNÇÃO SINTÁTICA DE ATRIBUTO Antônio Sérgio Cavalcante da Cunha (UERJ; UNESA) sergio03@ism.com.br INTRODUÇÃO O presente artigo pretende fazer uma reflexão sobre

Leia mais

Agrupamento de Escolas de S. Pedro do Sul Escola-sede: Escola Secundária de São Pedro do Sul

Agrupamento de Escolas de S. Pedro do Sul Escola-sede: Escola Secundária de São Pedro do Sul Agrupamento de Escolas de S. Pedro do Sul 161780 Escola-sede: Escola Secundária de São Pedro do Sul INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA 2.º CICLO DO ENSINO BÁSICO ANO LETIVO: 2016/2017 1 ª /

Leia mais

Perfil de aprendizagens específicas Português 8ºano Ano letivo: DOMÍNIOS SUBDOMÍNIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5

Perfil de aprendizagens específicas Português 8ºano Ano letivo: DOMÍNIOS SUBDOMÍNIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5 Oralida Departamento LÍNGUAS Grupo 300 DOMÍNIOS SUBDOMÍNIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5 em intificar o com Interpretar intificar o tema, explicitar o intificar o tema, explicitar o tema, explicitar

Leia mais

Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 2, aula 10

Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 2, aula 10 Produção do Português Escrito Oficinas de escrita Tempo, modo, modalidade, aspeto e coesão Sessão 2, aula 10 Fernanda Pratas CLUL Objetivos destas 6 sessões Sessões 1 e 2 (em março): - introdução aos conceitos

Leia mais

Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo

Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo Módulo 01: As distintas abordagens sobre a linguagem: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo, Cognitivismo Sintaxe do Português I 1º semestre de 2015 sim, ele chegou! Finalmente! Prof. Dr. Paulo Roberto

Leia mais

1 Introdução. 1 CÂMARA JR., J.M, Estrutura da língua portuguesa, p Ibid. p. 88.

1 Introdução. 1 CÂMARA JR., J.M, Estrutura da língua portuguesa, p Ibid. p. 88. 1 Introdução A categoria tempo é um dos pontos mais complexos dos estudos em língua portuguesa. Por se tratar de um campo que envolve, sobretudo, conceitos igualmente complexos como semântica e interpretação

Leia mais

Lógica Proposicional

Lógica Proposicional Lógica Proposicional Lógica Computacional Carlos Bacelar Almeida Departmento de Informática Universidade do Minho 2007/2008 Carlos Bacelar Almeida, DIUM LÓGICA PROPOSICIONAL- LÓGICA COMPUTACIONAL 1/28

Leia mais

OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA

OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA Página 87 de 315 OS SINTAGMAS ADVERBIAIS NA ARQUITETURA DA SENTENÇA DAS LÍNGUAS NATURAIS: DUAS PERSPECTIVAS FORMALISTAS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA Paulo Roberto Pereira Santos 34 (UESB/CAPES) RESUMO Neste

Leia mais

Objectivos / Competências Conteúdos Descrição dos Domínios de referência: Unidades temáticas

Objectivos / Competências Conteúdos Descrição dos Domínios de referência: Unidades temáticas MATRIZ DA PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº 357/07, DE 29 DE OUTUBRO ESPANHOL NÍVEL DE INICIAÇÃO 10º ANO (Cursos Científicos- Humanísticos Decreto Lei nº 74/04, de 26 de Março)

Leia mais

Material de escrita, caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Não é permitido o uso de lápis nem de corretor.

Material de escrita, caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Não é permitido o uso de lápis nem de corretor. ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS E N S I N O S E C U N D Á R I O Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 50/2011 Ano Letivo 2016 / 2017 1ª E 2ª FASES Prova de Equivalência

Leia mais

Ficha da Unidade Curricular

Ficha da Unidade Curricular Ficha da Unidade Curricular Curso: Engenharia Informática Ano Lectivo: 2008/09 Unidade Curr.: Processamento de Linguagens Ano Curricular: 3º Créditos: 6 Responsável: Maria João Varanda Regime: Anual X

Leia mais

CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS

CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS CTCH DEPARTAMENTO DE LETRAS CATEGORIAS FUNCIONAIS NO DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO E NO QUADRO DE DEL (DÉFICIT ESPECIFICAMENTE LINGUÍSTICO): EXPLORANDO SEMELHANÇAS E DISTINÇÕES ENTRE DEL E DÉFICIT DE APRENDIZAGEM

Leia mais

Lógica: Quadrado lógico:

Lógica: Quadrado lógico: Lógica: 1. Silogismo aristotélico: Podemos encara um conceito de dois pontos de vista: Extensão a extensão é um conjunto de objectos que o conceito considerado pode designar ou aos quais ele se pode aplicar

Leia mais

Professora: Jéssica Nayra Sayão de Paula Disciplina: Introdução aos estudos linguísticos II

Professora: Jéssica Nayra Sayão de Paula Disciplina: Introdução aos estudos linguísticos II Professora: Jéssica Nayra Sayão de Paula Disciplina: Introdução aos estudos linguísticos II Alguns fenômenos da língua que constituem evidência sintática para o fato de que a sentença é uma estrutura hierárquica.

Leia mais

Luís Filipe Cunha 223

Luís Filipe Cunha 223 Luís Filipe Cunha 223 Antonia ROTHMAYR. The Structure of Stative Verbs. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2009. 216 pp. ISBN 978 90 272 5526 6 (hardback) Luís Filipe Cunha luisfilipeleitecunha@gmail.com

Leia mais

A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10

A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10 107 de 297 A ORDEM DE AQUISIÇÃO DOS PRONOMES SUJEITO E OBJETO: UM ESTUDO COMPARATIVO 10 Tatiane Macedo Costa * (UESB) Telma Moreira Vianna Magalhães (UESB) RESUMO Várias pesquisas têm investigado o uso

Leia mais

SEMÂNTICA PARTE 3 ANÁLISE SEMÂNTICA 14/06/2012. SCC5908 Tópicos em Processamento de Língua Natural. Até agora, significado da sentença

SEMÂNTICA PARTE 3 ANÁLISE SEMÂNTICA 14/06/2012. SCC5908 Tópicos em Processamento de Língua Natural. Até agora, significado da sentença SEMÂNTICA PARTE 3 SCC5908 Tópicos em Processamento de Língua Natural Thiago A. S. Pardo ANÁLISE SEMÂNTICA Até agora, significado da sentença Rhumba closed. e Closing(e) Closed(e,Rhumba) 2 1 ANÁLISE SEMÂNTICA

Leia mais

sintaticamente relevante para a língua e sobre os quais o sistema computacional opera. O resultado da computação lingüística, que é interno ao

sintaticamente relevante para a língua e sobre os quais o sistema computacional opera. O resultado da computação lingüística, que é interno ao 1 Introdução A presente dissertação tem como tema a aquisição do modo verbal no Português Brasileiro (PB). Tal pesquisa foi conduzida, primeiramente, por meio de um estudo dos dados da produção espontânea

Leia mais

Gramáticas e Linguagens independentes de contexto

Gramáticas e Linguagens independentes de contexto Capítulo 6 Gramáticas e Linguagens independentes de contexto 6.1 Gramáticas Nesta secção vamos introduzir gramáticas formais para caracterização das linguagens, estudando fundamentalmente as gramáticas

Leia mais

1 Introdução. 1.1 O que motivou a pesquisa e objetivos

1 Introdução. 1.1 O que motivou a pesquisa e objetivos 1 Introdução 1.1 O que motivou a pesquisa e objetivos Os conceitos de transitividade verbal e de complementação verbal são de fundamental importância para o estudo da sintaxe na língua portuguesa. Entretanto,

Leia mais

Introdução a uma abordagem formal da sintaxe Teoria X-barra, II

Introdução a uma abordagem formal da sintaxe Teoria X-barra, II Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Letras Clássicas e Vernáculas Sintaxe do Português I FLC0277 Maria Clara Paixão de Sousa Introdução a uma abordagem formal da

Leia mais

6.1. Teste Baseado em Gramática e Outras Abordagens de Teste

6.1. Teste Baseado em Gramática e Outras Abordagens de Teste 6 Discussão Além das técnicas de teste usando modelos gramaticais, existem outras abordagens de teste funcional de sistemas que estão sendo estudadas pela comunidade científica. Algumas delas se dedicam

Leia mais

Língua Portuguesa 8º ano

Língua Portuguesa 8º ano Escutar para Aprender e Construir Conhecimento Tipologia textual: texto conversacional. Variação e normalização linguística. Língua padrão (traços específicos). Língua Portuguesa 8º ano Conteúdos 1º Período

Leia mais

Pensamento e linguagem

Pensamento e linguagem Pensamento e linguagem Função da linguagem Comunicar o pensamento É universal (há situações que nem todos sabem fazer), mas todos se comunicam Comunicação verbal Transmissão da informação Características

Leia mais

Departamento Curricular de Línguas

Departamento Curricular de Línguas Escola Básica Integrada c/ji Fialho de Almeida- Cuba Departamento Curricular de Línguas Ano Lectivo de 2007/2008 Critérios de avaliação Em reunião de Departamento Curricular de Línguas e de acordo com

Leia mais

Objectivos / Competências Conteúdos Descrição dos itens

Objectivos / Competências Conteúdos Descrição dos itens MATRIZ DA PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº 357/07, DE 29 DE OUTUBRO ESPANHOL NÍVEL DE INICIAÇÃO 10º e 11º ANOS (Cursos Científicos- Humanísticos Decreto Lei nº 74/04, de 26

Leia mais

METAS CURRICULARES DE PORTUGUÊS 3.º CICLO 8.º ANO

METAS CURRICULARES DE PORTUGUÊS 3.º CICLO 8.º ANO METAS CURRICULARES DE PORTUGUÊS 3.º CICLO 8.º ANO Domínios de Referência, Objetivos e Descritores de Desempenho Os objetivos e descritores indicados em cada ano de escolaridade são obrigatórios. Sempre

Leia mais

Qualidade. Ana Madureira

Qualidade. Ana Madureira Qualidade Ana Madureira Qualidade da Informação A qualidade de uma informação é apreciada em função da sua pertinência (adaptação às necessidades do sistema de gestão). Três características permitem medir

Leia mais

Informação-Prova de Equivalência à Frequência

Informação-Prova de Equivalência à Frequência Agrupamento de Escolas Fernão de Magalhães Informação-Prova de Equivalência à Frequência Exame de Equivalência à Frequência Espanhol 11º Ano Nível de Iniciação Prova 375 2017 Ensino Secundário I Introdução

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ LÍNGUA PORTUGUESA e REDAÇÃO PROSEL/ PRISE 1ª ETAPA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ LÍNGUA PORTUGUESA e REDAÇÃO PROSEL/ PRISE 1ª ETAPA LÍNGUA PORTUGUESA e REDAÇÃO PROSEL/ PRISE 1ª ETAPA 1. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes manifestações da linguagem verbal e não verbal. 1.2. Depreender, através de leitura do texto,

Leia mais

Morfologia dos gestos

Morfologia dos gestos 15 Um olhar sobre a Morfologia dos gestos Sandra Nascimento & Margarita Correia 15 Apresentação UNIDADE 1: O início: estudos linguísticos sobre línguas orais, gestuais e LGP 19 1. Objectivos da Unidade

Leia mais

2. Corpus e metodologia

2. Corpus e metodologia 1. Introdução ACENTO SECUNDÁRIO, ATRIBUIÇÃO TONAL E ÊNFASE EM PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB) Flaviane Romani Fernandes-Svartman flaviane@gmail.com (Unicamp) Implementação de acentos secundários (2 ários ) em

Leia mais

AS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS COMO FACTOR CONDICIONANTE DA APRENDIZAGEM EM FÍSICA

AS CONCEPÇÕES DOS ALUNOS COMO FACTOR CONDICIONANTE DA APRENDIZAGEM EM FÍSICA É útil diferenciar duas formas distintas do conhecimento prévio de um aluno: 1º) os conceitos que o aluno assimila naturalmente, através da sua interacção com o meio conceitos espontâneos 2º) os conceitos

Leia mais

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português -7º ano

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português -7º ano CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Línguas Disciplina: Português -7º ano 2018-2019 Domínios Domínios de referência Aprendizagens essenciais Instrumentos Frequência / Periodicidade

Leia mais