DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO MEIA PONTE NAS PROXIMIDADES DA USINA HIDRELÉTRICA DO ROCHEDO
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- Cecília Peixoto Brezinski
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1 DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO MEIA PONTE NAS PROXIMIDADES DA USINA HIDRELÉTRICA DO ROCHEDO Erlon Alves Ribeiro 1,3 ; Délvio Sandri 2 ; Josianny Alves Boêno 1 ; Marco Sathler da Rocha 3 1 Professor(a) ensino técnico do Instituo Federal Goiano Campus Morrinhos - GO; 2 Eng. Agrícola, docente de ensino superior, faculdade de engenharia agrícola, Universidade Estadual de Goiás. 3 Discente do programa de mestrado em Eng. Agrícola da Universidade Estadual de Goiás. RESUMO A atividade pesqueira nas aproximações da Usina Hidrelétrica do Rochedo, município de Piracanjuba-GO, as margens da BR 153, a 85 quilômetros de Goiânia é intensa, principalmente nos fins de semana e feriados. Devido a esta intensa atividade antrópica, verificou-se a necessidade do estudo das características de qualidade da água deste rio. Para isso foram feitas as seguintes análises físico-químicas, ph, condutividade elétrica, turbidez, nitrato, nitrito, amônia, zinco, manganês, alumínio, sulfeto, fosfato total e fósforo total, seguindo APHA (1995). Observou-se que o trecho estudado caracteriza-se como classe 2 e que os resultados obtidos atenderam a legislação específica e que a água do rio possui uma boa qualidade. Palavras-chave: Qualidade de água, recursos hídricos, rio Meia Ponte. Introdução A água como recurso essencial à vida é necessária para quase todas as atividades humanas, sendo ainda, componente da paisagem e do meio ambiente. Trata-se de bem precioso, de valor inestimável, que deve ser a qualquer custo conservado e protegido (ATAÍDE JÚNIOR et al., 2008). Presta-se para usos múltiplos: geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação de culturas agrícolas, navegação, recreação, aqüicultura, piscicultura, pesca e também para assimilação e afastamento de esgotos (ANEEL/ ANA, 2001). De acordo com SPERLING (2005), a qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De maneira geral, pode-se dizer que a qualidade de uma
2 determinada água é função das condições naturais e do uso da ocupação do solo da bacia hidrográfica. A ocupação das bacias hidrográficas e o conseqüente uso dos recursos hídricos modificam as características físico-químicas e ambientais não apenas dos corpos d água propriamente ditos, mas também das margens ao longo de seus cursos, sendo poucos os rios e riachos que mantêm preservadas e íntegras suas condições naturais. A caracterização ambiental de bacias hidrográficas serve como subsídios para o estabelecimento de políticas de gestão de recursos hídricos (Allan, 1995). A manutenção e a preservação de ecossistemas de rios e riachos são necessidades urgentes requeridas pela sociedade moderna, porém ainda são escassos os estudos feitos neste sentido, especialmente no Brasil (Minatti-Ferreira; Beaumord, 2004). A atividade pesqueira nas aproximações de locais como a Usina do Rochedo é intensa, principalmente nos fins de semana e feriados. Na BR-153, a poucos metros da usina, é comum encontrar peixes à venda. Segundo Nicolau Neto de Oliveira, gerente do Setor de Defesa do Patrimônio da Celg isto é um grande aborrecimento, não apenas para a natureza, mas também para a usina, porque as pessoas entram em área proibida (Policia civil, 2006). A usina de Rochedo, no município de Piracanjuba, fica a 85 quilômetros de Goiânia, BR 153, sentido Saída Sul, Triângulo Mineiro e São Paulo e a Companhia Energética de Goiás (Celg), responsável pela Usina do Rochedo, gera em suas duas novas turbinas de 4,5 MW cada, triplicando sua capacidade anterior de 4 para 13 MW. A usina do Rochedo foi construída na década de 50 para sanar problemas de falta de energia no Estado de Goiás (Diário da Manhã, 2006). A bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte fornece água para quase 2 milhões de pessoas, não só para abastecimento público, mas também para atividades agrícolas, industriais e de lazer. Sua área de drenagem ocupa quilômetros quadrados. E a evidência da qualidade da água deste rio tem trazido preocupação a Celg, pois é necessária ação constante por parte de seus funcionários para impedir que ribeirinhos da Vila Paraíso, povoado à margem da usina, invadam a área da Celg onde há a subida dos peixes para a desova no lago (Policia civil, 2006). O Rio Meia Ponte atravessa 36 municípios, uma área territorial de 3,56% do Estado. É nessa região que se concentra 50% da população goiana. A partir da entrada em funcionamento da ETE em 2004, construída pela Companhia de Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) na capital, estão sendo tratados 1,2 mil litros de esgoto por segundo que antes eram
3 lançados no rio, dando uma eficiência de 80% de retirada de sólidos suspensos e 50% de retirada de carga orgânica. De acordo com o diretor de Produção da Saneago, Luiz Humberto Gonçalves Gomes, até a entrada em operação da ETE eram lançados diariamente na bacia do rio Meia Ponte 200 mil metros cúbicos de esgoto. Em 1998, havia uma vazão de litros por segundo de esgoto atirados ao rio, hoje há litros por segundo de esgoto tratado, o que representa um avanço de 300% em termos de medicina preventiva e respeito ao meio ambiente, observa Luiz Humberto (Policia civil, 2006). Devido a esta intensa atividade antrópica, verificou-se a necessidade do estudo das características de qualidade da água deste rio Meia Ponte nas aproximidades da Usina Hidroelétrica de Rochedo. Material e Métodos A coleta das amostras de água foi realizada no Rio Meia Ponte a jusante da Usina Hidroelétrica de Rochedo, no município de Piracanjuba - GO, com a localização referente a latitude igual a ,16 Sul e longitude de ,19 Oeste, fica a 85 quilômetros de Goiânia, BR 153, sentido Saída Sul, Triângulo Mineiro e São Paulo. As amostras foram armazenadas em garrafas de 2 L tipo PET e transportadas em caixa de isopor até o Laboratório de Química Analítica da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas UnUCET, da Universidade Estadual de Goiás UEG, Campus Henrique Santillo, onde foram realizadas as seguintes análises físico-químicas, ph, condutividade elétrica, turbidez, nitrato, nitrito, amônia, zinco, manganês, alumínio, sulfeto, fosfato total e fósforo total, seguindo o Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995). O ph e a condutividade elétrica foi medido com um potenciometro portátil e um condutivímetro digital de bolso com resolução de 0,01 ds.m -1, respectivamente. A turbidez foi medida com um turbidímetro digital com resolução de 0,01 a 1000 Unidade Nefelométrica de Turbidez (UNT). As análises de nitrato, nitrito, amônia, zinco, manganês, alumínio, sulfeto, fosfato total e fósforo total foram determinados em laboratório por um fotocolorímetro de bancada com resolução de 0,001 mg. L -1 para concentração e de 0,01 para absorbância e precisão relativa de 2%. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 O resultado referente às análises da caracterização da água do rio Meia Ponte a jusante da Usina Hidroelétrica do Rochedo, estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Valores médios, desvio padrão das amostras do rio Meia Ponte a jusante da Usina Hidroelétrica de Rochedo e limite máximo permitido pela legislação* Análise Médias e Desvio Padrão CONAMA 357/05 ph 6,81± 0,09 6 a 9 Condutividade (µs/cm) 0,09±0,006 - Turbidez (NTU) 6,20 ±0,39 Até 100 Nitrato (mg/l) 4,019±0,594 Até 10 Nitrito (mg/l) 0,156±0,016 Até 1 Amônia (mg/l) 0,168±0,017 Até 3,7 Zinco (mg/l) 0,1775±0,019 Até 0,18 Manganês (mg/l) 0,071±0,339 Até 0,1 Alumínio (mg/l) 0,066±0,037 Até 0,1 Sulfeto (mg/l) 0,002±0,001 Até 0,002 Fosfato total (mg/l) 4,019±0,074 Até 100 Fósforo total (mg/l) 0,135±0,009 Até 0,1 * Valores médios de 3 repetições. De acordo com a resolução CONAMA 357/05, o ponto do rio analisado se enquadra como classe 2. Devido a isso, todas as análises obtidas foram comparadas aos valores da resolução CONAMA 357/05 para rio tipo classe 2. Todas as análises realizadas que puderam ser comparadas com os valores permitidos pela legislação, obtiveram resultados satisfatórios, pois encontram abaixo do limite máximo permitido. A Condutividade elétrica encontrada foi de 0,09 µs/cm, sendo também considerada boa pois apesar de não estar descrito como referência nesta resolução, Homechin; Beaumord (2007) consideraram condutividade elétrica da água do rio como um dos parâmetros para qualidade de água e de acordo com o trabalho realizado foi encontrado 0,10 µs/cm para condutividade elétrica para um rio tipo classe 2 com expressiva qualidade de água. Verificou-se que para a análise de fósforo total o limite máximo permitido pela legislação é de 0,1, a análise realizada foi encontrado uma média de 0,135, foi considerado que essa análise também se enquadra nesta resolução, pois se levado em conta o arredondamento a média desta análise cai para 0,1, assim, fica no limite máximo permitido. Segundo técnicos do Laboratório de Análises da Agência Ambiental houve uma grande mudança nos índices verificados na água coletada em setembro de 2001 e em agosto de A melhoria é inquestionável, até no aspecto, o que explica o crescimento da ictiofauna. Outro fator é a limpeza natural. A própria barragem da Usina do Rochedo funciona
5 como uma espécie de reator biológico. Ao bater nas pedras, a taxa de oxigenação cresce, o que explica a atividade pesqueira na região (Policia civil, 2006). E segundo Morais et al a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto Dr. Hélio Seixo de Brito em Goiânia, foi possível a observação de uma melhora de 85,5% na qualidade da água do rio Meia Ponte, chegando a 97,8% nos pontos que cortam a cidade de Goiânia, o que evidencia um efeito benéfico da implantação da referida estação. E provavelmente poderia justificar os bons resultados encontrados. CONCLUSÃO Observou-se que o trecho estudado caracteriza-se como classe 2 e que os resultados obtidos atenderam a legislação específica e que a água do rio possui uma boa qualidade, podendo servir para o abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, podendo ainda ser utilizada para lazer e recreação. REFERÊNCIAS ALLAN, J.D Stream Ecology. Structure and function of running waters. Chapman & Hall. New York. ANEEL/ANA. Introdução ao Gerenciamento de Recursos Hídricos. Agência Nacional de Energia Elétrica/ Agência Nacional de Águas. Brasília, 2001, 327p. APHA; AWWA & WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Washington D.C.: American Public Health Association, 20 a edição. p.4-139, ATHAYDE JúNIOR, G.B.; FREITAS FILHO, J.S.; NÓBREGA, C.C.; GADELHA, C.L.M. Dimensionamento e análise de viabilidade econômica de sistema de captação e aproveitamento de águas pluviais: estudo de caso do campus i da ufpb joão PESSOA-PB. In: CONGRESO INTERAMERICANO AIDIS, , Santiago - Chile. Santiago - Chile: Aidis, p BRASIL. Resolução CONAMA N 357, de 17 de março de Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
6 estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: http// Acesso em: 04 de dez de DIÁRIO DA MANHÃ. Celg triplica capacidade de hidrelétrica rochedo. Goiânia, 17 fev HOMECHIN JR., M.; BEAUMORD, A.C. Águas do trecho médio do rio Itajaí-Mirim, Santa Catarina. CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 8., 2007, Caxambu - Mg, p. MINATTI-FERREIRA, D.D.; BEAUMORD, A.C Avaliação Rápida de Integridade Ambiental das Sub-Bacias do Rio Itajaí-Mirim no Município de Brusque, SC. Revista Saúde e Meio Ambiente, Vol. 5, nº 02,. p
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