PROJETO DE PROMOÇÃO A SAÚDE PALESTRA SOBRE HIV/AIDS PARA ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CANOAS MODALIDADE ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E.J.A.
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- Ester Sabrosa Malheiro
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1 PROJETO DE PROMOÇÃO A SAÚDE PALESTRA SOBRE HIV/AIDS PARA ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CANOAS MODALIDADE ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E.J.A. Daisson Lacerda Moreira 1 Jader Cardoso 1 1 Programa Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento Humano Unilassale daissonbg@hotmail.com RESUMO O presente estudo reflete os resultados obtidos de uma intervenção realizada na comunidade de Canoas, na Escola Municipal Irmão Pedro, sobre a temática HIV/AIDS. Foram explanados assuntos referentes aos modos de prevenção, contágio, diagnóstico e tratamento. De acordo com o Joint United Nations Programme on HIV/AIDS, a AIDS é uma doença disseminada em todo o mundo. Em 2014, estimava-se que quase 37 milhões de pessoas no mundo vivessem com o vírus HIV agente causador da AIDS. Esse alto número de sujeitos vivendo com o vírus pode ser associado ao tratamento antirretroviral, o qual ocasionando uma sobrevida aos portadores do vírus HIV. Estima-se que 80% dos portadores do HIV, vivem em apenas 20 países do mundo, e o Brasil está entre eles. Em Porto Alegre, entre os anos de 1980 e 2015, havia mais de casos notificados de HIV no SINAN e, desse total, quase 3 mil casos ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos. Em Canoas; terceiro município com mais população do Estado, com aproximadamente 350 mil habitantes; durante o mesmo período, haviam 3488 casos notificados de HIV. PALAVRAS CHAVE Epidemiologia; HIV; Promoção da Saúde;
2 INTRODUÇÃO A epidemia da infecção pelo HIV e da AIDS constitui um fenômeno global, dinâmico e instável. É o resultado das profundas desigualdades sociais no Brasil, e a propagação da infecção pelo HIV e da AIDS revela uma epidemia de múltiplas dimensões que vem sofrendo transformações epidemiológicas significativas. No início, era restrita às grandes regiões metropolitanas e dita como uma doença masculina. Com o passar dos anos, a epidemia de HIV e da AIDS caracteriza-se pelos processos de heterossexualização, feminização, interiorização e pauperização (CASTILHO et al, 2000). Em 2014, quase 37 milhões de pessoas viviam com o vírus HIV no mundo e no período entre os anos 2000 e 2014, evidenciou-se a queda de 35% da incidência de AIDS (JOINS UNITED NATIONS PROGRAMME ON HIV/AIDS, 2015). Desde o início da epidemia de HIV/AIDS no Brasil, ocorreram quase 250 mil óbitos em decorrência da doença. Comparando as taxas de mortalidade entre os anos de 2004 e 2013, evidencia-se a queda de 6,6% no risco de óbito. Em 2004, ocorria 6,1 óbitos em cada 100 mil habitantes; e em 2013, 5,7 em cada 100 mil habitantes (MINISTÉRIO DA SAÚDE - DEPARTAMENTO DE DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS, 2014). De acordo com Vasconcelos et al e Dourado et al, desde 1996, o Brasil dispensa medicamentos antirretrovirais de forma gratuita, colaborando para a diminuição da mortalidade, aumento da sobrevida, estabilização da carga viral e prevenção da transmissão vertical. O Brasil foi um dos primeiros países no mundo a dispensar medicamentos antirretrovirais gratuitos. Mesmo com a redução na mortalidade por AIDS no Brasil, existem algumas regiões que apresentaram elevado número de óbitos pela doença. É o caso do Estado do Rio Grande do Sul e sua capital Porto Alegre. Desde 2001, o Rio Grande do Sul apresenta as maiores taxas de mortalidade da doença e Porto Alegre, um coeficiente mais elevado que o próprio Estado e cerca de quatro vezes mais elevado que o restante do Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE - DEPARTAMENTO DE DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS, 2014). O objetivo desse projeto, foi de levar informações acerca do HIV/AIDS, para jovens alunos matriculados em escolas na modalidade E.J.A. Educação de Jovens e adultos. A Educação de Jovens e Adultos é definida pelo artigo 37 da LDB (lei n /96) como a modalidade de ensino que será destinada àqueles que não tiveram
3 acesso ou à continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria. (MARTINS et al, 2008). A maioria desses jovens está no início da vida sexual, e as informações foram prestadas a fim de se conseguir sanar a maior quantidade possível de dúvidas dos alunos. DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO DE PROMOÇÃO À SAÚDE LOCAL DE REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE A palestra ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmão Pedro, localizada em Canoas RS. A escola está localizada próximo à divisa com o município de Cachoeirinha RS. AIDS E VULNERABILIDADE Em um levantamento do Ministério da Saúde, realizado mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos de idade, foi indicado que, em cinco anos, a prevalência do HIV nessa população passou de 0,09% para 0,12%. O estudo também revela que quanto menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da AIDS (prevalência de 0,17% entre os meninos com ensino fundamental incompleto e 0,10% entre os que têm ensino fundamental completo). O resultado positivo para o HIV está relacionado, principalmente, ao número de parceiros (quanto mais parceiros, maior a vulnerabilidade), à coinfecção com outras doenças sexualmente transmissíveis e às relações homossexuais. O estudo é representativo da população masculina brasileira nessa faixa etária e revela um retrato das novas infecções (MINISTÉRIO DA SAÚDE - DEPARTAMENTO DE DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS, 2014).
4 Como já citado anteriormente, a AIDS é uma doença cuja incidência tem aumentado entre as mulheres nos últimos anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1996). No mundo, há 16 milhões de mulheres com HIV, e a maioria vivendo em países pobres (TRAEBERT, et al, 2009). No Brasil, está acontecendo um processo de feminização da epidemia. Nos últimos anos, a razão de portadores do vírus HIV caiu de 6 homens por mulher, para 1,5 homem por mulher (BRASIL, 2010). Um dos determinantes da feminização do HIV/AIDS é a desigualdade de poder entre os sexos e a menor autonomia feminina para qualquer tipo de decisão, entre elas: decisões sexuais e reprodutivas, incluindo iniciação sexual sob pressão, uso do preservativo, abuso e exploração sexual. (SANTOS et. al, 2009 e CECCON et al, 2015). HIV / AIDS EM CANOAS RS De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), AIDS e hepatites virais, os dados do Município de Canoas RS são os seguintes: População total em 2015: 345 mil hab Entre 15 e 24 anos: ±70 mil habitantes Notificações em 2015: 73 ( : 46; : 27) Entre 15 e 24 anos: 9±13% Óbitos relacionadas a AIDS: 57 (no ano de 2014) Notificações 1980 a 2015: 3488 Quase 54 % estudou até Ensino Fundamental DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA Baseado nos dados do Ministério da Saúde, citados acima, verifica-se o aumento nos casos de HIV em jovens brasileiros. Fatores como imaturidade, falta de conhecimento, baixa renda e escolaridade, falta de responsabilidade consigo e com o próximo, podem contribuir para o contágio pelo vírus HIV.
5 POPULAÇÃO ALVO A população escolhida foi de adolescentes matriculados na modalidade E.J.A. (Educação de Jovens e Adultos), em uma escola Municipal de Canoas RS. Em uma pesquisa do Departamento de DST: HIV e hepatites virais, do Ministério da Saúde do Brasil, chamou atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos. Essa é a única faixa etária em que o número de casos de AIDS é maior entre as mulheres. A inversão apresenta-se desde Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids, há tendência de crescimento do HIV. Com relação a forma de contágio do HIV, entre os maiores de 13 anos de idade, prevalece a sexual. HIV/AIDS NAS ESCOLAS Os dados do Censo Escolar de 2005, realizado pelo Ministério da Educação e Cultura, indicam que 60,2% das escolas do País têm ações de prevenção das DST/AIDS. No ensino médio a cobertura chega a quase 97% das escolas, em contraste com o ensino infantil e fundamental. Cerca de 30 % destes estabelecimentos desenvolvem atividades de prevenção, com baixo número de professores capacitados sobre o tema: 62,4% nas escolas de nível médio e 29,3% no ensino fundamental (PUPO et al, 2006). ASSUNTOS ABORDADOS Foram abordados os seguintes itens com os alunos: - Diferenças básicas entre vírus e bactéria com o objetivo de facilitar o entendimento dos alunos acerca das dificuldades encontradas na produção de um medicamento para combater o vírus HIV. - Diagnóstico do HIV foi apresentado um vídeo com um teste rápido de laboratório e ocorreu uma breve discussão acerca da janela imunológica e da importância da repetição do exame, seguindo as orientações médicas. A testagem anti HIV no Brasil, tem diminuído drasticamente a mortalidade e a morbidade de óbitos pelo HIV (PAIVA ET AL, 2006). - Tratamento medicamentoso foi levado informações sobre a quantidade de medicamentos, políticas de dispensação de antirretrovirais e o pioneirismo do Brasil nessa atividade;
6 - Diferenças entre HIV e AIDS Diferenciação entre o vírus HIV e a doença não diagnosticada precocemente e tratada AIDS. - Período assintomático; - Fase de diminuição das células de defesa Linfócitos T - Foi frisado em várias oportunidades que o HIV não tem cura, e que a única maneira 100 % garantida de prevenção, é o uso do preservativo. - Fisiopatologia básica do HIV no organismo contágio, entrada nas células, replicação viral, aumento do vírus e diminuição das células CD4. FOTOS DA ATIVIDADE
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como visto nos dados acima, a epidemia global de HIV/AIDS, ainda acomete muitos países, principalmente os países em desenvolvimento, como o Brasil. Os dados apontam que o crescente aumento de HIV entre jovens, ocorrem frequentemente devido alguns comportamentos e fatores, tais como: promiscuidade, falta de informações, baixa renda e baixa escolaridade. Destaca-se a importância das ações de educação e promoção à saúde com adolescentes, pois muitos deles ainda não têm opiniões formadas, e com uma intervenção feita corretamente e por um profissional capacitado, as orientações serão recebidas e seguidas pelos adolescentes. Considerando as informações palestras, pode-se considerar essa intervenção com uma ação de promoção à saúde. A finalidade foi executada com êxito, pois os alunos perguntaram bastante e com certeza alguns levaram essas informações para seu dia a dia. Essa atividade foi exitosa para o acadêmico, tendo em vista sua participação como agente promotor de saúde. O Centro Universitário La Salle estimula essas intervenções acadêmicas, propiciando o desenvolvimento profissional e até pessoal do aluno.
8 REFERÊNCIAS 1. Brasil, Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico: Aids e DST Ano VII, no. 1. Brasília: Ministério da Saúde; Disponível em: files/anexos/publicacao/2010/45974/ vers_o_final_15923.pdf. Acessado em setembro de CASTILHO Euclides Aires; BRITO Ana Maria de. A AIDS no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Saúde. Editora Médica e Científica, Rio de Janeiro, CECCON RF, MENEGHEL SN. HIV e violência contra mulheres: estudo município com alta prevalência de Aids no Sul do Brasil. Rev Panamericana Salud Publica. 2015;37(4/5): DOURADO, Inês et al. AIDS epidemic trends after the introduction of antiretroviral therapy in Brazil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, supl. p. 9-17, Apr Available from < Acesso em 27 out FAZITO E ET AL. Trends in non-aids-related causes of death among adults with HIV/Aids, Brazil, 1999 to Cad Saude Publica Aug;29(8): Joint United Nations Programme on HIV/AIDS. How Aids changed everything: MDG 6: 15 years, 15 lessons of hope from the Aids response. Geneva: United Nations Programme on HIV/AIDS; MARTINS, A. B; COSTA, C. S; LEITE, S. F. Desafios da Formação de Professores da Educação de Jovens e Adultos. Revista Educação em Destaque. Vol. 01, nº 01, abril de 2008, Disponível em: Acesso em: 30/10/2016.
9 8. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim epidemiológico: HIV/Aids. 2014;3(1): Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim epidemiológico: HIV/Aids PAIVA, Vera; PUPO, Ligia Rivero; BARBOZA, Renato. O direito à prevenção e os desafios da redução da vulnerabilidade ao HIV no Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. supl., p , apr ISSN Disponível em: < Acesso em: 30 out SANTOS NJS, BARBOSA RM, PINHO AA, Vilella WV, AIDAR T, Filipe EM. Contextos de vulnerabilidade para o HIV entre mulheres brasileiras. Cad Saude Publica. 2009;25(supl 2): TRAEBERT J., SILVA M.F., NICKEL D.A., Schneider I.J.C. Estimativa da carga da doença por AIDS em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, Epidemiol. Serv. Saúde. 2015;24(3): World Health Organization (WHO). Global consultation on violence and health. Violence: a public health priority. Genebra: WHO; 1996.
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