UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

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1 UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO FRANCIELE GOMES SCAPINELLO USUCAPIÃO DE TERRAS DEVOLUTAS DA EX-COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ CHAPECÓ (SC), 2010

2 FRANCIELE GOMES SCAPINELLO USUCAPIÃO DE TERRAS DEVOLUTAS DA EX-COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ Monografia apresentada ao Curso de Direito da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, UNOCHAPECÓ, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Direito, sob a orientação do Prof. Me. Nilton Martins de Quadros. Chapecó (SC), outubro 2010.

3 UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO USUCAPIÃO DE TERRAS DEVOLUTAS DA EX-COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ FRANCIELE GOMES SCAPINELLO Prof. Me. Nilton Martins de Quadros Professor Orientador Prof. Me. Glaucio Wandre Vicentin Coordenador do Curso de Direito Profª. Me. Silvia Ozelame Rigo Moschetta Coordenadora Adjunta do Curso de Direito Chapecó (SC), outubro 2010.

4 FRANCIELE GOMES SCAPINELLO USUCAPIÃO DE TERRAS DEVOLUTAS DA EX-COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de BACHAREL EM DIREITO no Curso de Graduação em Direito da Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ, com a seguinte Banca Examinadora: Me. Nilton Martins de Quadros Presidente Esp. Antonio Prancutti Membro Esp. Carmelice Balbinot Pavi Membro Chapecó (SC), outubro 2010.

5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado a concretização de mais um sonho. A realização deste sonho só foi possível porque tive ao meu lado pessoas dotadas de paciência e compreensão que tornaram possível mais esta conquista. Obrigado Gabriel, por entender que a mamãe esteve ausente. Obrigada Mauricio, pelo companheirismo de todas as horas. Obrigada mãe, pai, pelo incentivo. Agradeço também às minhas amigas, Alexsandra e Eliane, por me ouvirem, por me ajudarem e pela amizade fiel. Ao meu orientador Nilton Martins de Quadros pela dedicação, por estar sempre disponível para tirar dúvidas e conferir meus textos. E também, a todos os professores, que de certa maneira contribuíram na elaboração deste trabalho. Meu sincero agradecimento ao Dr. Antônio Prancutti pela sabedoria, por toda a atenção, paciência dedicada desde a escolha do tema até a conclusão deste trabalho.

6 Não sou escravo de ninguém Ninguém é o senhor do meu domínio Sei o que devo defender... Minha terra é a terra que é minha E sempre será minha terra Tem lua, tem estrelas e sempre terá (LEGIÃO URBANA).

7 RESUMO USUCAPIÃO DE TERRAS DEVOLUTAS DA EX-COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ. Franciele Gomes Scapinello Nilton Martins de Quadros (ORIENTADOR). (Universidade Comunitária da Região de Chapecó UNOCHAPECÓ). (INTRODUÇÃO) Esta pesquisa visa entender sobre a questão da disputa das terras do Oeste catarinense, de que forma ocorreu a ocupação das terras, os aspectos fundiários da ex - colônia militar de Xapecó. A região Oeste de Santa Catarina foi marcada pelas disputas e conquistas de suas fronteiras, também pelo interesse nas terras riquezas, onde marginalizaram o índio e o colono. A ex-colônia Militar de Xapecó foi bastante disputada pelo o Estado do Paraná e por Santa Catarina. Neste contexto, a primeira questão que motivou a pesquisa foi forte conteúdo social das demandas de usucapião existentes na área denominada ex- colônia militar, demandas estas que envolvem pequenos e médios agricultores, que buscam no poder judiciário regularizar essas terras. A Ex- Colônia Militar de Chapecó abrange imóveis localizados nos municípios de Xanxerê (em maior escala), Xaxim e Faxinal do Guedes, na faixa de fronteira de 150 quilômetros. E diante desta situação peculiar o problema que se apresenta é a seguinte: é possível usucapir terras devolutas? (OBJETIVOS) O objetivo geral da pesquisa é verificar se há possibilidade de usucapir terras devolutas da ex- colônia militar de Xapecó. Os objetivos específicos da pesquisa são: a) historicizar as terras devolutas; b) compreender os instituto da propriedade, posse e função social da terra; c) entender a normatização que trata das terras devolutas; d) explicar o histórico jurídico da faixa de fronteira, suas peculiaridades; e) apontar a preocupação do Poder Judiciário quanto ao andamento das demandas de vários pedidos de usucapião; f) estudar os posicionamentos jurisprudencial e teorias doutrinárias acerca da possibilidade do usucapir terras devolutas. (EIXO TEMÁTICO) O eixo temático do Curso de Direito da Universidade Comunitária de Chapecó - UNOCHAPECÓ pelo qual o trabalho vincula-se é a Fundiário e Ambiental. (METODOLOGIA) A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, com analise de documentos atuais e antigos, leis nacionais, normas, consultas jurisprudências e doutrinarias sobre o tema. (CONCLUSÃO) As pretensões de usucapião de terras não registradas em faixa de fronteira representam um drama social, essas áreas não revelam ser imprescindível a defesa do território nacional, até por que essas terras não têm dono, sendo assim podem ser usucapidas. (PALAVRAS-CHAVE) Usucapião, Terras Devolutas e Ex-Colônia Militar de Xapecó

8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1- MAPA DA EXPANSÃO MARÍTIMO COMERCIAL TRATADO DE TORDEZILHAS...21 FIGURA 2- MAPA DA FAIXA DE FRONTEIRA NO BRASIL...33 QUADRO 1- ALIENAÇÕES E RATIFICÃO NA FAIXA DE FRONTEIRA...34 FIGURA 3 QUESTÃO DE PALMAS...42

9 LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE A - ATESTADO DE AUTENTICIDADE DA MONOGRAFIA APÊNDICE B - TERMO DE SOLICITAÇÃO DE BANCA... 73

10 LISTA DE ANEXOS ANEXO I PLANTA DE COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ ANEXO II DECRETO N DE 16 DE NOVEMBRO DE ANEXO III MAPA DA FAIXA DE FRONTEIRA DE SANTA CATARINA...82

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...12 CAPÍTULO I A ORIGEM DA PROPRIEDADE E A HISTÓRIA DAS TERRAS BRASILEIRAS Da propriedade Função social da propriedade A posse A Normatização da ocupação do solo no Brasil As terras devolutas nas Constituições brasileiras...27 CAPÍTULO II A FAIXA DE FRONTEIRA e a Ex- colônia militar de xapecó Questão fundiária na faixa de fronteira Ex-Colônia Militar de Xapecó Processo de ocupação das terras do oeste catarinense Guerra do Contestado...44 CAPÍTULO III POSSIBILDADE JURÍDICA DO PEDIDO DE USUCAPIÃO DAS TERRAS DA EX- COLONIA MILITAR DE XAPECÓ Aquisição por usucapião especial rural Processo discriminatório de terras Da intervenção da União em ações de usucapião Análise das jurisprudências...58 CONCLUSÃO...62 REFERÊNCIAS...65 APÊNDICES...70 ANEXOS...75

12 INTRODUÇÃO Esta pesquisa inicia-se sob o olhar jurídico voltado à realidade das terras na história do Brasil que se encontram com inúmeros conflitos espalhados em diversas regiões, inclusive na região Oeste de Santa Catarina. Ou seja, esta pesquisa visa entender a questão da disputa das terras do Oeste catarinense, de que forma ocorreu à ocupação das terras, os aspectos fundiários da ex-colônia militar de Xapecó. A região Oeste de Santa Catarina foi marcada pelas disputas e conquistas de suas fronteiras, também pelo interesse nas terras riquezas, em que marginalizaram o índio e o colono. A Ex-Colônia Militar de Xapecó foi bastante disputada pelo Estado do Paraná e por Santa Catarina. Neste contexto, a primeira questão que motivou a pesquisa foi forte conteúdo social das demandas de usucapião existentes na área denominada ex-colônia militar, demandas estas que envolvem pequenos e médios agricultores, que buscam no poder judiciário regularizar essas terras. Acontece que em face à inexistência de título anterior, a União contesta as ações em tramitação, alegando que são terras devolutas, objetivando a proteção do patrimônio público. Essa questão envolve a Ex-Colônia Militar de Xapecó, que abrange imóveis localizados nos municípios de Xanxerê (em maior escala), Xaxim e Faxinal do Guedes, na faixa de fronteira de 150 quilômetros. E diante desta situação peculiar o problema que se apresenta é o seguinte: é possível usucapir terras devolutas? O objetivo geral da pesquisa é verificar se há possibilidade de usucapir terras devolutas da Ex-Colônia Militar de Xapecó. Os objetivos específicos da pesquisa são: a) historicizar as terras devolutas; (b) compreender os instituto da propriedade, posse e função social da terra; (c) entender a normatização que trata das terras devolutas; (d) explicar o

13 13 histórico jurídico da faixa de fronteira, suas peculiaridades; (e) expor o funcionamento da excolônia militar de Xapecó; (f) verificar de que forma ocorreu a ocupação das terras do oeste catarinense; (g) abordar a guerra do Contestado; (h) apontar a preocupação do Poder Judiciário quanto ao andamento das demandas de vários pedidos de usucapião; (i) identificar os requisitos da aquisição do imóvel por usucapião; (j) compreender o processo discriminatório de terras; (k) entender sobre a intervenção da União em ações de usucapião; (l) estudar os posicionamentos jurisprudencial e teorias doutrinárias acerca da possibilidade do usucapir terras devolutas. O método adotado para realizar a pesquisa é o cientifico dedutivo, partindo das generalidades apontadas dos objetivos específicos com enfoque no objetivo geral. A técnica utilizada nesta pesquisa é a bibliográfica, com análise de documentos atuais e antigos, leis nacionais, normas, consultas jurisprudências e doutrinarias sobre o tema. A pesquisa enquadra-se no eixo temático Fundiário e Ambiental do Curso de Direito da Unochapecó, estruturada em três capítulos. O primeiro capítulo trata do tema a origem da propriedade e a história das terras brasileiras e nele são estudados os assuntos como conceitos, história dos institutos, e o processo de ocupação das terras devolutas no Brasil. No segundo capítulo é abordado o tema das terras devolutas situadas na faixa de fronteira, com ênfase na questão fundiária na faixa de fronteira, estudando as leis, conceitos, o seu processo de formação, as titulações feitas pelos Estados na faixa de fronteira. Por fim, é abordado a formação da Ex-Colônia Militar de Xapecó, sua criação e seu funcionamento e o processo de colonização do oeste de Santa Catarina em busca da terra. No terceiro capítulo, adentra-se especificamente na possibilidade ou não de usucapir terras devolutas da Ex-Colônia Militar, mediante pesquisas na Justiça Federal e Justiça Estadual na busca de respostas para o problema de pesquisa. Pesquisa-se também o instituto do usucapião, seus requisitos, as diferença existentes entre as terras públicas e terras devolutas, e o processo de discriminatório Finaliza-se o trabalho com análise crítica das teses estudadas, quanto a proibição do usucapião destas terras que encontram-se atualmente sob domínio da União.

14 14 CAPÍTULO I Todas as ocupações dos homens tendem à posse de alguma coisa; e eles não têm nem título para a possuir justamente nem força para a possuir com segurança. (Blaise Pascal). 1 A ORIGEM DA PROPRIEDADE E A HISTÓRIA DAS TERRAS BRASILEIRAS O presente capítulo tem como enfoque a origem da terra, as modificações ocorridas com o passar dos anos, as sociedades humanas em todas as épocas tiveram diversas formas de organização referente ao uso e ocupação da terra, pois, todas as sociedades usavam a terra para o seu sustento. A humanidade, independentemente da cultura, se organizava de acordo com as possibilidades que a terra lhe proporcionava, desta forma, aprenderam a conviver com as mais variadas formas climáticas. Em decorrência disso as pessoas foram construindo um mundo mais humano, então se iniciou a prática de concentrar a produção num espaço de terra, ou seja, transformaram essa concentração em proveito de uma única pessoa e chamaram isso de propriedade. A partir daí, a terra e os seus frutos passaram a ter donos, era um direito exclusivamente individual que buscava satisfazer suas necessidades originando a função social da propriedade. Por outro lado, busca-se conhecer a história das terras brasileiras no período colonial, a forma de ocupação e distribuição das terras e suas repercussões advindas de questões

15 15 sociais. Terminada esta fase, procura-se demonstrar o histórico das terras devolutas nas Constituições Brasileiras, abordando o domínio federal das terras devolutas e as concessões feitas na faixa de fronteira na vigência das Constituição Brasileiras até a atualidade. 1.1 Da propriedade Existem várias teorias acerca da origem e a evolução da propriedade, o que todos nós sabemos, é que a propriedade existe desde os primórdios da humanidade, em que a propriedade privada foi com o tempo traçando sua evolução histórica, como afirma Pereira (2000, p. 90) a propriedade é um fato antes de ser um direito. Aos poucos, com a evolução do homem e das sociedades, e o aumento de suas necessidades, o cultivo de alimentos passou a ser feito em grupos, surgindo assim a propriedade familiar, que separou a propriedade coletiva (pertencente ao grupo) da propriedade particular do qual pertencia à família. (PEREIRA, 2000, p. 91). No início da civilização Greco-romana, as formas originárias da propriedade tanto na Grécia como em Roma estava estritamente relacionado com a religião e com a família, diferentemente de muitos povos antigos, a propriedade privada na Grécia e em Roma era um dos mais íntegros institutos. (COMPARATO, 2010, p. 132). Conforme o escólio de Comparato (2010, p. 131) nas propriedades gregas, cada família possuía um Deus próprio, e ali era construído o templo, somente membros da família tinham direito de cultuá-lo, caso algum membro falecesse, este era enterrado no território pertencente a família. O lar era estritamente delimitado, se alguém extrapolasse os limites da propriedade sem a permissão do chefe da família, sofria as consequências, a propriedade greco-romana fazia parte da esfera mais intima da família, com a proteção de deus lar de cada família. Referente a organização primitiva de Roma, a família era formada, como um pequeno estado, a gens, que o pater familia exercia o direito de vida e morte sobre seus filhos, escravos

16 16 e esposa. A propriedade no Direito Romano era exercida no direito as seguintes formas: de usar de fruir e abusar da coisa (jus utendi, jus fruendi, jus abutendi) 1. Tal conceituação continha elementos de exclusividade e perpetuidade que sofreu inúmeras transformações em que vigorou o Direito Romano. (PEREIRA, 2000, p. 93). Destaca Pereira (2000, p. 95) que foi somente com o Justiniano (no ano 212 da nossa era), que ocorreu a unificação da propriedade, mas não perdeu o seu caráter exclusivista. A partir de então surgiu o novo modo de produção feudal em que o patrimônio do Estado se identificava como o do soberano, ocasionando assim a confusão entre direito público e privado. Santo Tomás de Aquino intensificou o pensamento da igreja, em relação à exploração do homem, com conclusões semelhantes às de Aristóteles, em que na busca da sobrevivência o homem tem um direito natural de apropriação dos bens, sendo que todos têm o direito de viver com dignidade, afirmava também que o Direito de Propriedade está intimamente unido ao homem, único ser capaz de apropriar-se das coisas. Com a decadência do feudalismo, a propriedade perdeu a sua característica de coletividade. A partir da Revolução Liberal 2 do século XVIII, o homem passou a ser como o centro do desenvolvimento social. De acordo com Pereira (2000, p. 96), essa identificação da propriedade com liberdade, fez ressurgir o conceito individualista de propriedade romana subordinado às necessidades sociais. Essas transformações geraram muitas lutas sociais, impedindo assim, a formação de um direito rural que causou um desequilíbrio fundiário, os proprietários começaram a acumular as terras formando inúmeros latifúndios, então foi necessário reformular a noção de propriedade. Esclarece Marés (2003, p. 23) que John Locke ( ), foi na época o grande pensador da propriedade contemporânea, ele retomou a ideia que a origem da propriedade é o trabalho humano do qual cada um é proprietário de seu corpo, sendo o trabalho a extensão dele e que não é licito ter a propriedade mais do que precisa usar. Após duzentos anos, depois de Locke, a terra já era propriedade privada, o Governo 1 Jus utendi é o direito de usar a coisa; jus fruendi é o direito de aproveitar os frutos e produtos da coisa; e o jus abutenti é o direito de dispor da coisa da melhor forma. (PEREIRA, 2.000, p. 93). 2 O liberalismo preconizava a ideia de progresso baseado na liberdade do indivíduo contra a autoridade absoluta do poder real. Significava a existência de um conjunto de liberdades e garantias contra os privilégios de classe. (INFOPEDIA, 2010).

17 17 cedia a sua ocupação, ou seja, a terra deixava de ter como objetivo a sobrevivência do homem do qual se produzia alimentos, para se tornar uma reprodutora de capital. A partir do século XVIII, Voltaire, passou a defender que a propriedade é liberdade, ele acreditava que a transformação da terra em propriedade tornava os homens livres, podendo eles venderam a sua força de trabalho. (MARÉS, 2003, p. 23). A Igreja assumiu o papel na elaboração da doutrina da função social, e sendo assim proclamou que a propriedade não é uma função social, mas têm uma função social, e foi assim que surgiu a noção de propriedade mais humana, visando atender as necessidades essências dos seres humanos, que hoje é função social, um dos requisitos do direito de propriedade. Está ideia está expressa nas diversas encíclicas: Rerum novarum do Papa Leão XIII (1891). (PEREIRA, 2000, p. 98). Em todos os estágios anteriores, percebe-se que foi a religião que estabeleceu o direito de propriedade e não as leis da época. Como explica Comparato (apud BORGES, 1985, p. 62), a propriedade existe para satisfazer os interesses do titular, do jeito que ela é. E traz consigo uma das garantias de proteção à dignidade da pessoa humana, desde que limitada aos bens indispensáveis à realização dessa finalidade. Após traçar um breve histórico a respeito da propriedade, é importante conceituar o direito de propriedade, que não é tarefa fácil, visto que há divergências na doutrina, transcrevo a conceituação de Rizzaro (apud CARVALHO, 2010, p. 69), considera-se o mais amplo dos direitos reais, o chamado direito real por excelência, ou direito real fundamental. O direito de propriedade é recepcionado no Código Civil de 2002, em seu artigo 1.228, parágrafo 1, preconiza que para existir o direito de propriedade é preciso que atenda o princípio da função social. Alguns autores distinguem propriedade e domínio. O conceito de domínio é a titularidade do bem, o domínio é instrumentalizado pelo direito de propriedade. Dessa forma o domínio é absoluto e a propriedade é relativa, porque o bem deve atender deveres positivos e negativos de seu titular perante a coletividade, um existe em decorrência do outro. (FARIAS, ROSENVALD, 2008, p. 177). Salientou Silveira (1988, p. 13), a propriedade tem algo absoluto, algo de sagrado. E o

18 18 que é sagrado, é a função social Função social da propriedade A terra em sua origem foi dada ao homem para satisfazer suas necessidades, ou seja, para sua sobrevivência, e quem nela habita ou produz, transforma o direito agrário, a evolução histórica contribui para este entendimento de acordo com Ramon (apud FALCÃO, 2010, p. 5): A história abunda em passagens que falam da relação existente entre as formas de apropriação e exploração da terra e da vida coletiva. Em mais de uma ocasião sociedades avançadas viram-se obrigadas a romper suas estruturas agrárias como remédio contra tremendos conflitos sociais ou para impedir a afloração deles. Cabe citar como exemplo as reformas gregas, as lutas dos Gracos em Roma, a revolução mexicana, a revolução russa e os impulsos renovadores que nos nossos dias comoveram a China, a Iugoslávia, Cuba, Bolívia, Chile, Peru e a própria Venezuela. Não há dúvida de que a terra, raiz e sustentação do homem, obra como regulador de suas formas de vida, e que quando fazemos mal uso dela ou impedimos seu uso por outros, o regulador atua para arrebentar as estruturas viciosas. Não se tenha dúvida, a terra é nosso maior recurso natural e a fonte de todos os outros recursos. No Brasil, o princípio da função social, está previsto nos artigos 5 3, inciso XXIII e 186 da Constituição Federal de 1988 referem-se a qualquer bem, já a função social do imóvel rural, está previsto no artigo 2 4, parágrafo primeiro, da Lei de 30 de novembro de 1964, que regulou o uso da terra, conceituou a função social da propriedade e assegurou a conservação dos recursos naturais. A função social da propriedade é constituída de requisitos constitucionais para 3 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...], XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; Art A função social é cumprida quando a propriedade atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 4 Art. 2 É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, condicionada pela sua função social, [..]. 1 A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente: a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;c) assegura a conservação dos recursos naturais; d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem.

19 19 proteger a posse, como explica Marés (2003, p. 117), o proprietário da terra que não cumpra a função social, não terá no Direito a proteção, mas aquele que não é dono mas faz cumprir a função social, age de acordo com a lei. É necessário dizer que o trabalho é um título de propriedade e o elemento fundamental para caracterização da função social da terra e a materialização da posse agrária, terra é para quem nela trabalha, esse é o lema da função social. (FALCÃO, 1995, p. 09). Barros (2009, p ), afirma que na posse agrária não basta ter ânimo de dono, há a necessidade da efetiva exploração rural de forma racional e adequada respeitando o meio ambiente, ressalta ainda que o ter e não usar no campo vem cedendo espaço para o usar sem ter. Conclui-se que a função social da propriedade tem a sua devida importância quase igual a propriedade, especialmente para a posse pro labore que será objeto de estudo no Capitulo III A posse De acordo com Ribeiro (2006, p. 677) a posse teve seu surgimento a partir da existência de seres humanos resume-se: os romanos, quando de suas conquistas, dividiam as terras para o desenvolvimento de suas cidades, já a outra parte era destinadas para os cidadãos, quanto mais vitórias, mais áreas eram destinadas a cidades, isso tornou diversas áreas improdutivas, daí lotearam essas áreas em pequenas glebas, denominadas possessiones, que pertenciam ao cidadãos, e após criou-se um processo especial, o interdito possessório, com a finalidade de proteger os cidadãos que não podiam defender as sua terras como proprietários. Como bem salientou Falcão (1995, p. 84), aquele que ocupa uma determinada área de terra, e dela faz a sua moradia habitual, explorando e cultivando para benefício próprio e de sua família, torna-se legítimo ocupante, ele faz jus ao título definitivo de propriedade. Segundo os ensinamentos de Gomes (2007, p. 36), esclarece a teoria expressamente

20 20 adotada pelo Código Civil, a chamada teoria objetiva de Ihering: Só há posse onde pode haver propriedade. O que importa é o uso, econômico, a destinação das coisas, a forma econômica de sua relação exterior como a pessoa [...]. Adotando-se o critério da destinação econômica, será fácil reconhecer a existência da posse mesmo sem ter a menor idéia de sua noção jurídica. A posse é definida, segundo França (apud RIBEIRO, 2006, p. 680), como um conjunto de atos não defesos em lei (posse justa), exercida por um sujeito, ou por terceiro em seu nome (fâmulos da posse), como se fosse o proprietário, ou titular de algum respectivo direito real (quase-posse). O Código Civil conceitua a posse em seu artigo 1196, preceitua o artigo: Considerase possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Quanto aos fundamentos da proteção da posse, tem-se a teoria de Ihering que entende ser um instrumento para aliviar a defesa dos poderes dominiais, afirma que a posse é a porta que conduz à propriedade, tornando-se a sua sentinela avançada. (FARIAS; ROSENVALD, 2008, p ). Para Farias e Rosenvald (2008, p. 109) a posse é um direito autônomo à propriedade sendo defendido pela ordem jurídica valorizando o trabalho e o aproveitamento econômico, caso não seja aproveitado ocasiona um dano social. A posse busca a satisfação das necessidades fundamentais de moradia do possuidor tem o direito de defender a sua posse contra terceiros e incluindo-se o proprietário. A posse agrária é uma forma originária de aquisição da propriedade por meio do usucapião especial rural, a posse está intimamente ligada numa função social, como é o caso da ex-colônia militar de Xapecó. Dezenas de famílias que residem nessas áreas tornaram-na produtiva e tem nela a sua moradia, conforme veremos no Capítulo III. 1.2 A Normatização da ocupação do solo no Brasil

21 21 Muito antes do descobrimento, as terras do Brasil, eram formadas por um único e gigantesco latifúndio, que pertenciam ao Rei de Portugal. Desde o início da colonização do Estado brasileiro, Portugal e Espanha se preocupavam somente em definirem as áreas de domínio de cada Coroa. De acordo com Oliveira (2004, p. 21) historicamente as terras do Brasil são de dominialidade pública, em consequência dos tratados internacionais, notadamente o Tratado de Tordesilhas em 1494, assinado em , pelo rei de Portugal, D. João, e os reis da Espanha, D. Fernando e D. Isabel. Nessa época, Portugal e Espanha eram conhecidas na época como as duas maiores potências mundiais. Então resolveram que as terras descobertas no mundo pertenceriam a quem descobrisse, tendo como referência a linha imaginária do Pólo Ártico ao Pólo Antártico, distante 370 léguas das Ilhas Cabo Verde. As terras situadas à direita da linha imaginária pertenceriam ao domínio português, e a esquerda seriam espanholas. (OLIVEIRA, 2004, p. 210). Figura 1: Mapa da expansão marítimo-comercial Portuguesa. Tratado de Tordizilhas. Fonte: HISTOBLOG (Disponível em: Acesso em: 30 de set de 2010).

22 22 O referido Tratado foi o primeiro a regulamentar a posse das terras ainda não descobertas, que teve a sua devida importância jurídica na formação do sistema fundiário brasileiro. A fase pré-colonial teve início com a chegada dos portugueses ao Brasil em 22 de abril de 1500 por Pedro Álvares Cabral, Portugal adquiriu o domínio sobre as terras e instituiu o regime das Capitanias Hereditárias 5 e das Sesmarias 6. Após o Descobrimento do Brasil em 1500, havia a necessidade de colonizar o Brasil e assegurar a posse dos portugueses, pois, na época, a coroa de Portugal temia invasões de estrangeiros. Como Portugal tinha o domínio sobre o território brasileiro, encarregou Martin Afonso de Souza a difícil tarefa de colonizar o Brasil, em meados de O D. João outorgou poderes a Martin Afonso de Sousa, permitindo conceder terras às pessoas que consigo viesse, e quisesse aqui viver e povoar. 7 O território brasileiro era imenso, isto fez com que o governo português doasse, em caráter irrevogável, a Martin Afonso de Souza, uma extensão de 100 léguas de terras mediante uma carta datada de Oliveira (2004, p ) explica as consequências que essa doação ocasionou ao sistema agrário no Brasil. Essa doação talvez seja a raiz do processo de formação de latifúndios em nosso país, tendo em vista que cem (100) léguas de sesmarias correspondiam, naquela época, a seiscentos e sessenta (660) quilômetros, uma vez que uma légua de sesmaria media em torno de seis mil e seiscentos metros (6.600) [...]. Como se vê essa distribuição desigual ocasionou uma grande extensão de 5 Capitanias Hereditárias: Foram quinze capitanias, cada uma com cinqüenta léguas de costa e por sertão adentro com limites a se achar. Eram inalienáveis e transmissíveis por herança e os seus donatários recebiam o título de capitão-governador, os quais podiam conceder sesmarias no interior das capitanias, sendo certo que cabia aos sesmeiros, em cinco anos, medir, demarcar e cultivá-las, sob pena de comisso.( FASSA, OLIVEIRA, 2010, p.161) 6 As sesmarias eram uma intervenção gratuita do Estado no direito de propriedade, com objetivo de tornar produtiva a terra sem indenização. (MARÉS, 2003, p. 65). 7 Lê-se nesta carta régia: Por esta minha carta lhe dou poder para que elledito Martim Affonso de Souza possa dar às pessoas que consigo levar, e às que na dita terra quizerem viver povoar, aquela parte das ditas terras que bem lhe pertencer, e segundo lhe o merecer por seus serviços e qualidades, e das terras que assim der será para elles e todos os seus descendentes, e das que assim der às ditas pessoas lhes passará suas cartas, e que dentro de dous annos de data cada hum aproveite a sua e que se no dito tempo assim não fizer, as poderá dar a outras pessoas para que as aproveitem com a dita condição; e nas ditas cartas que assim der irá transladada esta minha carta de poder para se saber e todo o tempo como o fez por meu mandado, e lhe será inteiramente guardada a quem a tiver. (MIRANDA, 1983, p. 12).

23 23 terras abandonadas e improdutivas. Sendo assim, iniciou-se a divisão de terras em capitanias hereditárias, que funcionavam da seguinte forma: era feita a divisão dos lotes (15 lotes, entre 20 e 100 léguas) que eram entregues a um Capitão donatário, esse donatário era nomeado pelo rei, cuja tarefa era ocupar, explorar, colonizar e distribuir sesmarias sob pena de comisso, ou seja, caso não fosse atendidas essas condições, as terras voltavam ao patrimônio real para redistribuir a outros que tinham interesse. (OLIVEIRA, 2004, p. 22). É notório que as terras do Brasil, desde o seu descobrimento, sempre pertenceram à Coroa, do qual teve início o período de concessões, conforme Lima (apud BORGES, 1985, p. 21): A propriedade no Brasil tem seu berço em Portugal. Quando da descoberta de nosso país, já vigorava, no reino peninsular, no que diz respeito à propriedade, o instituto criando pela lei promulgada em 26 de junho de 1375 por D. Fernando I, em virtude da qual os proprietários de imóveis rurais eram obrigados a lavrar suas terras so pena de, não o fazendo, perderem as respectivas glebas, as quais eram dadas às pessoas que as quisessem tornar produtivas. A transferência da propriedade, assim, verificada, denomina-se sesmarias, e o respectivo título carta de sesmaria. Em decorrência do descobrimento, tratou o governo português de colonizar o Brasil. Com tal objetivo, passou a fazer concessões de enormes tratos de terras aos nobres portugueses, que haviam prestados serviços à pátria, bem como a outorgar cartas de sesmarias àqueles que desejassem povoar o solo. O regime sesmarial, que fora implantado em Portugal por D. Fernando I, em decorrência da Lei de 26 de junho de e logo após foi aprimorado por D. João I no ano de 1446 foi introduzido aos textos das Ordenações Afonsinas, daí por diante constado das Ordenações Manuelinas e mantendo-se nas Ordenações Filipinas, de As doutrinas afirmam que a instituição do sistema sesmarial no Brasil não foi positiva, porque esse sistema trouxe para o Brasil sequelas insanáveis, o surgimento dos grandes latifúndios que ainda existem em boa parte do país, e quanto a forma de implantação que privilegiou somente as pessoas com poder político e econômico, deixando de fora os trabalhadores, período caracterizado pelo processo de colonização feito pelas Colonizadoras, que será abordado neste trabalho.

24 24 O sistema sesmarial perdurou até 1822, após o processo de independência, deu início ao regime das posses, pois esse fenômeno passou a servir como único mecanismo para aquisições de pretensões dominiais, surgindo assim ações individuais e coletivas de colonização, construindo pouco a pouco um sistema caracterizado pela ocupação. (PINTO JR, 2001, p. 02). Depois de proclamada a independência, ficou estabelecido que as terras não poderiam mais ser objeto de doação e nem concessão, a partir daí as terras devolutas passaram a integrar o patrimônio público do Império. Nesta época não havia um controle nas atividades dos senhores, nem mesmo se sabia ao certo a quantia de terras que cada um possuía, até mesmo porque não se sabia da dimensão exata das propriedades, a medição era feita em léguas, mas cada região determinava o valor da medida. Conforme Pereira (1983, p. 24), o regime de posses, durou 28 anos sem previsão de lei que regulasse o problema de terras, até mesmo a Constituição Política do Império, de 25 de março de 1824, não disciplinou a matéria. Esse período de regime de posses teve sua principal característica a pequena propriedade, cujas famílias ali fixavam sua moradia habitual. Sobre a Constituição do Império de 1824, explica Oliveira (2.004, p. 28), essa constituição foi outorgada por Dom Pedro I, que vigorou por 65 (sessenta e cinco anos), trouxe consigo somente a disposição referente ao direito de propriedade, não abordou a matéria agrária, por um logo espaço de tempo o Brasil ficou se nenhuma legislação sobre terras, a maioria da doutrina denomina o período das posses. Até que em , foi editada a denominada Lei de Terras 601, de 1850, que foi a primeira lei a dispor sobre as terras públicas e privadas existentes no Império, que assim definiu as terras devolutas terras devolutas são as que não estão incorporadas ao patrimônio público, como próprios, ou aplicadas ao uso público, nem constituem objeto de domínio ou de posse particular, manifestada esta em cultura efetiva e moradia habitual. (OLIVEIRA, 2004, p. 28). Primeira referência a Faixa de Fronteira apareceu na referida Lei 601, no

25 25 artigo 1 8, e no Decreto 1.318, de 30 de janeiro de 1854 que regulamentou essa Lei no, artigo 82 9, o objetivo maior era assegurar a posse das terras distantes, servindo de garantia para o Império contra a possível reivindicação de países espanhóis. O primeiro registro imobiliário foi instituído pela Lei de Terras de Nessa época o Brasil não era um Estado laico, de modo que a Igreja fazia parte das instituições públicas, e em face de sua presença nas vilas de modo mais efetivo que as demais entidades estatais, justificou-se a criação do registro de posses perante o Padre da paróquia local. Este registro tinha o fim exclusivamente estatístico e destinava ao cadastramento das posses incidentes sobre as terras do Império. Esse tipo de registro de posse ainda existe, principalmente na região Oeste de Santa Catarina. Portanto, é possível que um determinado imóvel tenha migrado da esfera pública para a esfera particular entre 1850 a 1916 por meio de uma das formas válidas, ou seja, títulos legítimos, sesmarias confirmadas ou posse legitimada e tenha circulado em patrimônios individuais principalmente por sucessão hereditária, caso semelhante das áreas da ex-colônia militar de Xapecó, esse fato afastou o imóvel do registro imobiliário. Em que pese a Lei de Terras ter afirmado expressamente que as terras brasileiras só poderiam ser adquiridas por particulares a título oneroso, no qual afasta a aquisição por usucapião por ser aquisição gratuita. Durante o período pré-codificado prevaleceu no Supremo Tribunal Federal o entendimento que era possível o usucapião de bens públicos, desde que possuísse o imóvel, com praescriptio longidssimi temporis, pelo prazo de 40 (quarenta) anos, consumados até 1917 (ano de entrada em vigor do CC/1916). A Lei 601/1850, pelo regulamento de 1854, visava legalizar a situação de fato das posses que se multiplicaram nos três séculos anteriores, ressalvada-se ação de 8 Art. 1º. Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. Excetuamse as terras situadas nos limites do Império com países estrangeiros em uma zona de 10 léguas, as quais poderão ser concedidas gratuitamente. 9 Art. 82. Dentro da zona de dez léguas contíguas aos limites do Império com Países estrangeiros, e em terras devolutas, que o Governo pretender povoar, estabelecer-se-ão Colônias Militares.

26 26 usucapião pela praescriptio longissimi temporis 10. Essa orientação do STF foi firmada de acordo com que estava previsto nas Ordenações Filipinas, que vigorou até Esta lei estabeleceu no artigo 3 11, quais eram as terras públicas devolutas, terras particulares e as terras públicas afetadas, e ainda, proibiu o apossamento de novas terras, salvo as terras situadas na zona de fronteira com outros países. A partir da regulamentação dessa Lei, as terras só poderiam ser objeto de compra e venda, ou com a autorização do Imperador, os que já se encontravam na propriedade, recebiam o título de proprietário, mas havia a necessidade de residir e produzir, ou seja, cumprir a função social. No âmbito desta pesquisa, em 1859 foram criadas duas colônias militares, pelo Decreto n , de 16 de novembro de 1859, denominada Chopin e outra Xapecó, cujo objetivo era a defesa do território, pois à época havia uma disputa territorial entre o Governo brasileiro e o Governo argentino, que será explicada no capítulo a seguir. As terras devolutas na época caracterizavam-se como terras vagas, abandonadas, no entendimento de Luz (2006, p. 646) são terras não aproveitadas, pertencentes ao patrimônio público. Não são destinadas ao uso público nem concedidas a particulares. Para elucidar o conceito de terras devolutas, Marques (1996, p. 89), destaca a evolução deste instituto. 10 EMENTA: TERRAS DEVOLUTAS - REGISTRO DO VIGARIO. 1 - O REGISTRO DA LEI 601/1850, PELO REGULAMENTO DO DE 1854, NÃO TINHA FINALIDADE PURAMENTE ESTATISTICA, MAS VISAVA A LEGALIZAR A SITUAÇÃO DE FATO DAS POSSES QUE SE MULTIPLICARAM NOS 3 SECULOS ANTERIORES. 2 - RESSALVA-SE AÇÃO DE USUCAPIAO PELA PRESCIPTIO LONGISSIMI TEMPORIS. (BRASIL, Supremo Tribunal Federal, Recurso Especial Goiás, segunda Turma, Relator Cunha Peixoto. Julgamento 15/12/1975. Disponível em Acesso em 30 de set de 2010). 11 Art. 3º São terras devolutas: 1º As que não se acharem applicadas a algum uso publico nacional, provincial, ou municipal. 2º As que não se acharem no dominio particular por qualquer titulo legitimo, nem forem havidas por sesmarias e outras concessões do Governo Geral ou Provincial, não incursas em commisso por falta do cumprimento das condições de medição, confirmação e cultura. 3º As que não se acharem dadas por sesmarias, ou outras concessões do Governo, que, apezar de incursas em commisso, forem revalidadas por esta Lei. 4º As que não se acharem occupadas por posses, que, apezar de não se fundarem em titulo legal, forem legitimadas por esta Lei.

27 27 É notória a divergência conceitual adotada para as terras devolutas ao tempo do Império e da posterior República. Por primeiro, entendia-se como terras ermas, sem aproveitamento, desocupadas, ou, ainda, aquelas devolvidas à Coroa Portuguesa, pela ocorrência do comisso, isto, é, aquelas objeto de sesmarias cujas obrigações assumidas pelo sesmeiro não eram, no todo ou em parte, cumpridas. Já no período republicano, a ideia de terreno abandonado, sem ocupações, cedeu lugar à concentração de que, mesmo ocupada, as terras as consideravam devolutas. Ressalta Di Pietro (2006, p. 683), quanto a titularidade as terras devolutas, passaram por diversas fases: no período colonial, pertenciam a Portugal; na época imperial, pertenciam à Coroa; com a proclamação da República, a constituição de 1891 transferiu-as, para os Estados, com as reservas já mencionadas. O Código Civil de 1916 vedou a pretensão de usucapião em terras públicas situadas dentro ou fora de faixa de fronteira. Posteriormente o Decreto , de 31 de maio de 1933 e o Decreto 9.760, de 5 de setembro de 1946 ratificaram a vedação o usucapião de bens públicos. Em 30 de novembro de adveio o Estatuto da Terra Lei 4.504/64, promulgado na época da ditadura, foi criado com a finalidade de conter conflitos sociais no campo, dirigida ao cumprimento da funcionabilidade da propriedade da terra com incentivos fiscais e créditos subsidiários As terras devolutas nas Constituições brasileiras A primeira Constituição a tratar da matéria, referente as terras devolutas, foi a Constituição Federal de 1891 que previa que as terras devolutas pertenciam aos Estados, cabendo a União à porção do território nacional necessário à defesa das fronteiras. Cabe ressaltar que a Lei de Terras de 1850 foi recepcionada pela Constituição Federal de 1891 e continuou vigendo. Vale destacar, ainda que a partir de então começou a divergência entre os Estados e a União sobre o domínio das terras devolutas na faixa de fronteira.

28 28 Conforme Oliveira (2004, p. 33) a Constituição de 1891 continha o mesmo padrão da Constituição americana acrescida de dispositivos das Constituições da Suíça e da Argentina. Acontece que a referida Constituição não condizia com a realidade do país naquela época, tanto que foi reformada por meio de Emenda Constitucional de 1926, que passou a permitir a intervenção do Governo Federal nos Estados. Logo após a Emenda Constitucional de 1930, apareceu o personagem mais importante na história brasileira o Presidente Getúlio Vargas, ele iniciou a intervenção nos Estados, afastou a influência dos coronéis desarmando-os, enfim ele ascendeu à discussão no âmbito da questão social. Com o advento da Constituição de 1934, a matéria não foi melhor regulada, conceituou faixa de fronteira e faixa de segurança nacional. A primeira definia que o domínio das terras devolutas pertencia a União, já a segunda estabelecia a necessidade de uma prévia audiência do Conselho Superior da Segurança Nacional, para alienações e concessões, do qual era exigido na faixa de fronteira, previsto no art , que fixou a faixa de fronteira em cem quilômetros ao longo das fronteiras. A Constituição Federal de 1937, não disciplinou a matéria de modo diverso, repetiu igual previsão em seus artigos 36 e 37, única inovação foi ao art , que fixou a faixa de fronteira para cento e cinquenta quilômetros, manteve a obrigatoriedade de uma audiência prévia do Conselho Superior da Segurança Nacional, a matéria relativa aos bens da União e aqueles de domínio dos Estadosmembros não recebeu uma específica regulamentação, cuja definição era incerta. 12 Art Dentro de uma faixa de cem quilômetros ao longo das fronteiras, nenhuma concessão de terras ou de vias de comunicação e a abertura destas se efetuarão sem audiência do Conselho Superior da Segurança Nacional, estabelecendo este o predomínio de capitais e trabalhadores nacionais e determinando as ligações interiores necessárias à defesa das zonas servidas pelas estradas de penetração. 1º - Proceder-se-á do mesmo modo em relação ao estabelecimento, nessa faixa, de indústrias, inclusive de transportes, que interessem à segurança nacional. 2º - O Conselho Superior da Segurança Nacional organizará a relação das indústrias acima referidas, que revistam esse caráter podendo em todo tempo rever e modificar a mesma relação, que deverá ser por ele comunicada aos governos locais interessados. 3º - O Poder Executivo, tendo em vista as necessidades de ordem sanitária, aduaneira e da defesa nacional, regulamentará a utilização das terras públicas, em região de fronteira pela União e pelos Estados ficando subordinada à aprovação do Poder Legislativo a sua alienação. 13 Art Dentro de uma faixa de cento e cinqüenta quilômetros ao longo das fronteiras, nenhuma concessão de terras ou de vias de comunicação poderá efetivar-se sem audiência do Conselho Superior de Segurança Nacional, e a lei providenciará para que nas indústrias situadas no interior da referida faixa predominem os capitais e trabalhadores de origem nacional.

29 29 Também sob a vigência desta Constituição, foi editado o Decreto-Lei n , de 16 de junho de 1939, que criava colônias militares na fronteira, nelas não era permitido; a concessão de lotes urbanos de área superior a m2 para uma mesma pessoa, a concessão de lotes rurais superiores a 25 ha para uma mesma pessoa e a concessão de lotes rurais superiores a 20 ha a uma mesma pessoa, na faixa de 30 quilômetros da fronteira. (PINTO JR, 2001, p. 05). A matéria referente às terras devolutas recebeu uma abordagem razoável com a Constituição de 1946, e das leis complementares. Os artigos 34, inciso II e o artigo180, inciso I, 14 traduziam a tendência da época, ficou a cargo da legislação infraconstitucional a tarefa de estabelecer a extensão da porção de terra indispensável à defesa nacional. A Lei de 12 de setembro de 1955 previa: a obrigatoriedade de oitiva do Conselho de Segurança Nacional para concessão de terras nas zonas indispensáveis à segurança nacional; a instituição de uma faixa de 150 km de largura como zona de segurança nacional, traçadas paralelamente à linha divisória do país; a vedação de concessões de terras públicas acima de 2000 ha; a prévia oitiva do CSN em cada transação particular envolvendo terras de 150 quilômetros; presunção de autorização se em 180 dias o CNS, provocado, não se manifestar. Com o advento da Lei 4.947/66, o legislador cuidara de tipificar criminalmente a prática de invasões de terras devolutas, incidindo também sobre terras arrecadadas e registradas pelos entes públicos, enfim fixou normas de Direito Agrário. A ratificação de concessões de terras em faixa de fronteira foi sustentada juridicamente a partir da vigência desta Lei desde que coadunam com os objetivos, da Lei 4.504, de 30 de novembro de (PINTO JR, 2001, p. 06). 14 Art 34 - incluem-se entre os bens da União: [...] II - a porção de terras devolutas indispensável à defesa das fronteiras, às fortificações, construções militares e estradas de ferro. Art Nas zonas indispensáveis à defesa do País, não se permitirá, sem prévio assentimento do Conselho de Segurança Nacional: I - qualquer ato referente a concessão de terras, a abertura de vias de comunicação e a instalação de meios de transmissão; II - a construção de pontoes e estradas internacionais; III - o estabelecimento ou exploração de quaisquer indústrias que interessem à segurança do País. 1 º - A lei especificará as zonas indispensáveis à defesa nacional, regulará a sua utilização e assegurará, nas indústrias nelas situadas, predominância de capitais e trabalhadores brasileiros. 2 º - As autorizações de que tratam os nº s I, II e III poderão, em qualquer tempo, ser modificadas ou cassadas pelo Conselho de Segurança Nacional.

30 30 Quanto à Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, incluiu entre os bens da União a porção de terras devolutas tidas como indispensáveis à defesa do território nacional. Em seguida foi publicada a Lei 6.739, de 5 de dezembro de 1979, instrumento que limitou os ilegítimos processos de apropriação dominial sobre terras públicas, sendo previsto o imediato cancelamento dos registros, mediante requerimento aos Corregedores-Gerais de Justiça dos Estados. No artigo 20, inciso II e parágrafo 2 15, da Constituição de 1988 foi abordada com precisão a noção de faixa fronteiriça, assim como Lenza (2010, p. 95) afirma que as terras devolutas, pertenciam aos Estados Membros desde a Constituição de 1891, executando-se aquelas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construção militares das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. Por fim, é possível afirmar que em função da origem das terras no país serem públicas é que se tem o instituto de terras devolutas. Como já exposto este instituto continua vigendo na Constituição Federal atual, mais com o passar do tempo essas terras ficaram de difícil comprovação, ainda mais depois do processo de colonização e ocupação ocorridas no Oeste de Santa Catarina, objeto de estudo do 3 capítulo. Para caracterizar terra devoluta, como afirma Barros (2009, p. 45) é necessário que fique demonstrado que as terras alegadas como devolutas não estavam em poder público ou privado no ano de 1850 que entrou em vigor a Lei de Terras. Essa foi a evolução constitucional acerca da dominialidade das terras devolutas e faixa de fronteira. 15 Art São Bens da União: [...] II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

31 31 CAPÍTULO II A terra é desmedida e com certeza é comum precisa ser dividida um tanto pra cada um. (A Terra É Naturá, Patativa do Assaré) 2 A FAIXA DE FRONTEIRA E A EX- COLÔNIA MILITAR DE XAPECÓ Desde o período imperial, no Brasil, o regime jurídico dominial para a denominada Faixa de Fronteira, era de 66 quilômetros e visava a criação de povoados junto as linhas limítrofes do país. Nessa época havia a preocupação com a colonização das fronteiras buscando afirmar o domínio nas áreas limítrofes com os países vizinhos. De acordo com a evolução constitucional até 1891, as terras devolutas localizadas nas fronteiras pertenciam ao Estado Brasileiro, com o advento da primeira Constituição Federal, passaram a pertencer à União aquelas situadas na faixa de fronteira, bem como as indispensáveis à defesa da fronteira, isto é, consiste em uma área em que o Estado, com as suas forças possam proteger a zona de fronteira contra a tentativa de invasão territorial. Atualmente a faixa de fronteira no Brasil é de 150 km com países vizinhos, ninguém mais poderá ser dono de um metro de terra, tudo pertence à União. O instituto da transferência imobiliária, nesta faixa, não mais existirá, pois o entendimento é que o Poder Público permite somente o direito de uso, mas não o domínio, sendo assim não pode ser passível de escritura pública. Foram expedidas várias titulações pelos Estados-Membros na Faixa de fronteira,

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