NOVIDADES TRIBUTÁRIAS
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- Washington Vieira de Vieira
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1 - TRIBUTÁRIO - NOVIDADES TRIBUTÁRIAS (ÂMBITO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL) O final de 2002 e início de 2003 trouxe, como já é habitual, várias alterações na legislação tributária. Algumas mais expressivas outras menos. Comecemos com o Governo Federal, mais precisamente com a atenuação do Decreto nº 4.489, de 28 de novembro de 2002, que havia sido baixado com o fim específico de permitir que a Secretaria da Receita Federal pudesse armazenar dados referentes ao sigilo bancário dos contribuintes, mesmo tendo a Constituição Federal relacionado essa prerrogativa como direito e garantia individual. Neste caso, pesou pareceriu encomendado pela Ordem dos Advogados do Brasil Secção São Paulo aos Professores Ives Gandra da Silva Martins e Miguel Reale que, uma vez encaminhado à Presidência da República, permitiu que um dos últimos Decretos assinados pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, no caso, o Decreto nº 4.545, de 26 de dezembro de 2002, reduzisse a eficácia do Decreto nº O Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002, trouxe um novo Regulamento Aduaneiro, Regulamentando a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, controle e a tributação das operações de comércio exterior. O Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002, trouxe um novo Regulamento do IPI, Regulamentando a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos Industrializados. A Medida Provisória nº 66, de 29 de agosto de 2002, que tratava da mini
2 reforma tributária foi convertida na Lei Ordinária Federal nº , de 30 de dezembro de 2002, preservando o sistema de abatimentos para o PIS, denominando impropriamente esta prerrogativa para estabelecimentos industriais e comerciais de não-cumulatividade, e dispondo sobre uma série de assuntos tributários, entre eles, a prorrogação da anistia para débitos fiscais independentemente de discussão judicial ou não, a possibilidade de certa regularização de débitos do Programa de Recuperação Fiscal, e a manutenção da alíquota de 27,5% para o Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. No mesmo período foi expedida a Medida Provisória nº 83, de 12 de dezembro de 2002, que ao invés de assegurar um tratamento tributário adequado às cooperativas de trabalho e produção, instituiu uma retenção entre 9% e 5% sobre os serviços prestados pelos cooperados e uma retenção entre 12% e 6% referente ao financiamento de aposentadorias especiais. As cooperativas que já são, indevida e inconstitucionalmente, oneradas pela tributação normal, inclusive da COFINS, agora passaram a ser oneradas com novas incidências previdenciárias, sem que para tanto fosse utilizado o instrumento Lei Complementar. Neste caso, a discussão judicial é recomendada. Na Secretaria da Receita Federal o comando passou às mãos do Sr. Jorge Antônio Deher Rachid, funcionário de carreira e antigo e direto subordinado do antigo Secretário, Sr. Everardo Maciel. Neste caso, a expectativa é por uma direção tão firme e dura quanto a de seu antecessor, pois já conhecemos seu perfil profissional. Já na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, o cargo de Coordenador da Administração Tributária passou às mãos do Sr. Tabajara Acácio de Carvalho, funcionário de carreira, e de histórico profissional irrepreensível. Neste caso, seu perfil profissional é legitima e legalmente firme, não havendo qualquer expectativa de exageros ou excessos.
3 O Governo Estadual confirmado nas últimas eleições deverá dar continuidade ao ritmo de fiscalização instaurado nos últimos anos. O último informativo interno noticiou o resultado de uma operação conjunta com o Ministério Público Estadual, onde foi constituído crédito tributário de 39 milhões de reais contra contribuintes que teriam alaranjado suas atividades. Além das providências administrativas, a má implementação de sistema de empresas sediadas em paraísos fiscais teria implicado na instauração de severa investigação policial. Já no âmbito municipal, a instituição de novas taxas pela Prefeitura do Município de São Paulo e a atualização de valores referentes ao IPTU ganharam certo destaque. A maior das novidades é a instituição de uma contribuição específica para sustentar o custo da iluminação pública. Antes o custo era sustentado pela arrecadação dos impostos (IPTU, ITBI e ISS), agora será arcado diretamente pelos contribuintes através de contribuição específica. Para tanto, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 39, acrescentando ao artigo 149 da Constituição Federal o artigo 149-A, que possui a seguinte redação: Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no artigo 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura do consumo de energia elétrica. Como a Emenda Constitucional 39 foi publicada no Diário Oficial do dia de 20
4 de dezembro de 2002, e a Lei Municipal nº , no Diário Oficial do último dia 30, os problemas que poderão surgir estarão relacionados apenas e tão somente à lei municipal, que já determinou que os contribuintes residenciais arcarão com uma contribuição de R$ 3,50 (três reais e cinqüenta centavos) e os contribuintes nãoresidenciais com uma contribuição de R$ 11,00 (onze reais), assegurada isenção àqueles consumidores considerados de baixa renda. Muito embora o imposto sobre serviços ISS já seja antigo, a Lei Municipal nº , também do último dia 30 de dezembro, cuidou de instituir uma série de situações sujeitas à retenção antecipada do imposto, de modo que o faturamento de uma série de serviços prestados diretamente à Municipalidade ou órgãos públicos sofra a retenção antecipada do imposto devido. Além de disciplinar alguns procedimentos fiscais, cuidou ainda de majorar a base calculada do tributo devido por específicas sociedades de profissionais (cujos profissionais habilitados, sócios, empregados ou não, sejam pessoas físicas, não consideradas como tais as firmas individuais, habilitadas ao exercício da mesma atividade profissional, e que prestem os serviços de forma pessoal, em nome da sociedade) para R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) por sócio. Houve, ainda, a extinção da antiga Taxa de Localização e Instalação e Fiscalização TLIF - que foi substituída pela nova Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos TFE e veio tratada na Lei Municipal nº , de 30 de dezembro de 2002, e a criação da Taxa de Fiscalização de Anúncios TFA (cujo valor varia entre R$ 25,00 vinte e cinco reais mensais a R$ 2.800,00 dois mil e oitocentos reais - anuais) pela Lei nº , de 30 de dezembro de 2002.
5 - DIREITO CIVIL - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO CÓDIGO CIVIL EM ESPECIAL SOBRE CONTRATOS E SOCIEDADES Com o advento da Lei nº , de 10 de janeiro de 2002, que introduziu o novo Código Civil, diversas alterações passarão a incidir no dia-a-dia das empresas, pois o livro segundo deste novo código versa especificamente sobre o direito das empresas. As mudanças são muitas e o prazo para adequação será de um ano, encerrando-se em janeiro de Muito embora o prazo seja suficiente para que todas as adequações sejam realizadas, algumas considerações devem ser expedidas e antecipadas. Contratos Com relação aos contratos de adesão, o novo Código Civil ratificou entendimento já sedimentado pelo Código do Consumidor, no sentido de serem as cláusulas interpretadas sempre de forma mais favorável àquele que adere (desde que este contrato vincule a uma relação de consumo). Alguns importantes conceitos surgiram e também deverão ser obedecidos pelos contratantes no momento da celebração ou adesão: probidade, boa-fé e função social dos contratos. Juros O novo Código Civil estabelece que os juros moratórios, quando não convencionados ou, se convencionados, não tiverem sua taxa pré-determinada, deverão seguir os índices que estiverem em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Essa alteração é bastante controversa, pois ao mesmo tempo que o Código Tributário Nacional prevê juros de 1% ao mês, a legislação federal ordinária exige a aplicação da taxa SELIC. Código Comercial O novo Código Civil revogou os artigos 1º a 456 (Parte Primeira) do Código Comercial de 1850, e trouxe novas disposições acerca de títulos
6 de crédito, direito de empresa, nome empresarial, estabelecimento comercial etc. Disposições gerais sobre as sociedades - As sociedades mercantis passam a ser denominadas de sociedades personificadas e as sociedades civis de sociedades simples. Os sócios admitidos na sociedade já constituída tornam-se coobrigados pelas dívidas sociais anteriores ao seu ingresso. O credor particular do sócio poderá fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, caso sejam insuficientes seus bens particulares. Sociedades limitadas A nova denominação dada pelo novo Código Civil às antigas sociedades por quotas de responsabilidade limitada é apenas sociedades limitadas. Se o contrato não dispuser ao contrário, o sócio poderá ceder sua quota a outro sócio, total ou parcialmente, sem a anuência dos demais ou, ainda, a terceiros, se não houver oposição dos detentores de mais de um quarto do capital social. Alteração também importante é a possibilidade de designação de administradores não sócios que dependerá, caso o capital não esteja integralizado, de aprovação unânime dos sócios, enquanto que, se estiver integralizado, de apenas dois terços. O contrato social poderá instituir um Conselho Fiscal, que terá a incumbência de examinar os livros fiscais, o estado do caixa, lavrar no livro de atas e pareceres do conselho o resultado dos exames societários, exarar parecer sobre os negócios e operações sociais, denunciar os erros, fraudes e crimes que descobrirem, e até mesmo convocar a assembléia dos sócios em caso de retardamento pela diretoria por mais de 30 (trinta) dias da reunião anual da assembléia. Passarão a depender de deliberação dos sócios, através de quoruns específicos, a: aprovação de contas da administração; designação, destituição e remuneração dos administradores; incorporação, fusão e cisão; dissolução e requerimento de
7 concordata preventiva; exclusão de sócios etc. Quando a sociedade tiver mais de dez sócios, as deliberações precisarão ser tomadas em assembléia. Em face destas novas disposições, as sociedades deverão procurar estipular ao máximo os procedimentos societários, visando com isso evitar que a burocracia necessária à gestão das grandes sociedades não se torne excessivamente onerosa para as pequenas e médias. ADVOCACIA WALTER HENRIQUE ANO 1 NÚMERO 4 DEZEMBRO DE 2002 / JANEIRO DE 2003 INFORMATIVO JURÍDICO ADVOCACIA WALTER HENRIQUE ANO 1 NÚMERO 4 DEZEMBRO DE 2002 / JANEIRO DE SOBRE O ESCRITÓRIO - Rua Turiassú, nº 143/145, 7º andar, cj.72, Perdizes, CEP São Paulo SP Brasil Tel/fax: (55 11) awh@awh.com.br
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