Confessionalidade Luterana Manual de estudos

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1 Gottfried Brakemeier Confessionalidade Luterana Manual de estudos Confessionalidade luterana-série ECC.indd 1 28/4/ :56:23

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3 Série EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA Gottfried Brakemeier Confessionalidade Luterana Manual de estudos 2010 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 3 28/4/ :56:30

4 Escola Superior de Teologia (Faculdades EST), 2010 Rua Amadeo Rossi, São Leopoldo RS Tel.: (51) Fax (51) Publicado por Editora Sinodal Caixa Postal São Leopoldo/RS Tel.: (51) Produção editorial e gráfica: Editora Sinodal Série: Educação Cristã Contínua Organizador: Emilio Voigt ead@est.edu.br Publicado com apoio da Federação Luterana Mundial e da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Publicado sob a coordenação do Fundo de Publicações Teológicas/Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST. Tel.: (51) est@est.edu.br Fax: (51) B821c Brakemeier, Go fried Confessionalidade luterana: manual de estudos / Go fried Brakemeier. São Leopoldo : Sinodal/EST, x28 cm. ; 96p. ISBN Série Educação Cristã Contínua 1. Luteranismo. 2. Educação cristã. I. Título. II. Série. CDU Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima CRB 10/1273 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 4 28/4/ :56:36

5 Apresentação Apresentar os fundamentos da igreja luterana e os desafios da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) para os dias de hoje é o objetivo principal deste livro. A IECLB é herdeira do movimento da Reforma, que visava a corrigir os desvios da igreja do século XVI. Infelizmente, a igreja se fechou ao apelo dos reformadores. Embora os reformadores insistissem que pertenciam à santa, apostólica, universal e una igreja, não houve como evitar a ruptura e o surgimento de uma igreja diferente da católico-romana. Hoje a situação é outra. Os esforços ecumênicos nas últimas décadas conduziram a aproximações e a consensos. No entanto, a igreja luterana preserva identidade e características que a diferenciam das demais igrejas. Conhecer a identidade teológica e os desafios de sua igreja não deveria ser privilégio de poucas pessoas. Por isso o livro é endereçado a um público amplo. Membros de comunidades eclesiais encontrarão aqui uma explanação sólida e abrangente das bases confessionais da igreja luterana. Mas certamente este livro também será um grande auxílio para estudantes de teologia, obreiras e obreiros que pretendem aprofundar seus conhecimentos. A escolha do professor Gottfried Brakemeier para elaborar os conteúdos não foi acidental. Além de uma vasta lista de publicações, o Dr. Brakemeier participou de diversas comissões e ocupou vários cargos importantes na IECLB e na ecumene. Dentre eles, destacamse: professor de teologia na Faculdades EST, pastor presidente da IECLB e presidente da Federação Luterana Mundial. O livro foi pensado como um manual para ser estudado em grupos ou individualmente. São seis blocos temáticos, organizados em pequenas unidades. As unidades seguem a mesma estrutura: descrição dos objetivos, desenvolvimento do tema e questões para Confessionalidade luterana-série ECC.indd 5 28/4/ :56:36

6 reflexão. Para um envolvimento proveitoso com o assunto, leia cada unidade com atenção e reflita sobre as questões levantadas. De preferência, discuta e compartilhe suas reflexões com outras pessoas. Constitua um grupo de estudos: além de aumentar o conhecimento, certamente crescerá a comunhão. Boa leitura e boas reflexões! Emilio Voigt Organizador Confessionalidade luterana-série ECC.indd 6 28/4/ :56:37

7 Bloco 1 Sobre as origens da igreja luterana... 9 Unidade 1: Origens da igreja luterana Unidade 2: Escritura norma exclusiva Bloco 2 O evangelho da justificação por graça e fé Unidade 3: Justificação por graça e fé Unidade 4: Justificação que compromete Unidade 5: Justificação e dignidade humana Bloco 3: A comunicação do evangelho: palavra e sacramento Unidade 6: Centralidade da palavra na igreja luterana Unidade 7: Batismo como vocação para a vida cristã Unidade 8: Santa Ceia como sacramento da comunhão Bloco 4: Liberdade e compromisso: fundamentos da ética Unidade 9: Liberdade da pessoa cristã Unidade 10: Maldade humana e motivação para o bem Unidade 11: Amor como critério para a conduta Bloco 5: Sacerdócio das pessoas que creem e a igreja Unidade 12: Sacerdócio geral e ministérios Unidade 13: Ordenação como atribuição da igreja Confessionalidade luterana-série ECC.indd 7 28/4/ :56:37

8 Bloco 6: Missão luterana no pluralismo religioso Unidade 14: O desafio da IECLB diante da realidade brasileira Unidade 15: O evangelho e as necessidades humanas Unidade 16: Fé e religiosidade Confessionalidade luterana-série ECC.indd 8 28/4/ :56:37

9 Introdução BLOCO 1 - Sobre as origens da igreja luterana Os inícios da igreja luterana vão muito além de Lutero. Na verdade, Lutero não foi fundador de uma igreja. Ele foi reformador. Como igreja de Jesus Cristo, a igreja luterana tem sua origem em Pentecostes. Foi criada pela ação do Espírito Santo. A leitura e o estudo da Bíblia provocaram aquilo que chamamos de Reforma luterana. Bíblia e igreja luterana são inseparáveis. Neste bloco você verá por quê. Estrutura do Bloco 1 Unidade 1: Origens da igreja luterana. Nesta unidade trataremos das origens da igreja luterana, da pluralização do protestantismo e da tradução da Bíblia por Lutero. Unidade 2: Escritura norma exclusiva. O assunto central desta unidade é a Bíblia. São apresentados o princípio luterano sola scriptura (somente a Escritura) e suas implicações. Também os critérios luteranos de interpretação bíblica fazem parte deste estudo. Confessionalidade luterana-série ECC.indd 9 28/4/ :56:38

10 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana UNIDADE 1: Origens da igreja luterana OBJETIVOS A igreja luterana tem uma longa história. Nesta unidade vamos estudar seus começos, falar da pluralização do protestantismo e da tradução da Bíblia por Lutero. A Reforma luterana foi fruto da leitura e do estudo bíblico. Seguindo as pegadas do reformador, além de refletir sobre o texto que segue, não deixe de meditar também nas passagens bíblicas citadas. Lutero: reformador, não fundador da igreja Martim Lutero, de quem se deriva o adjetivo luterano, era professor de Bíblia na Universidade de Wittenberg, Alemanha. Cabia-lhe a interpretação da Sagrada Escritura, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Comentando os livros de Gênesis, dos Salmos, ou então as cartas do apóstolo Paulo aos Romanos e aos Gálatas, Lutero percebeu o quanto a igreja de seu tempo se havia afastado do evangelho. É significativo que a primeira das 95 Teses inicia com as palavras: Ao dizer: Fazei penitência, etc., nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. A lembrança bíblica (cf. Mt 4.17), com a qual Lutero protestou contra a prática das indulgências, desencadeou o movimento da Reforma. Dela resultaria uma igreja luterana, que se espalhou por todo o mundo. Na verdade, não foi isso o que Lutero quis. Jamais se considerou o fundador de uma nova religião. Dizia que a doutrina não seria sua, nem teria sido ele crucificado por ninguém (cf. 1Co 1.13). A igreja é de Jesus Cristo e de ninguém outro. É absolutamente errado, pois, afirmar que a igreja luterana teve origem no século XVI. Como igreja de Jesus Cristo, ela nasceu em Jerusalém, há quase dois mil anos, no dia de Pentecostes. Ela é obra do Espírito Santo. É isso o que confessa também a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) em sua Constituição. 10 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 10 28/4/ :56:43

11 UNIDADE 1: Origens da igreja luterana A longa história da igreja luterana A longa história da igreja luterana documenta-se, entre outras, pela acolhida dos credos da igreja antiga, entre eles o Credo Apostólico. Por eles expressa sua fé. Sabe-se membro da igreja maior de Jesus Cristo. Essa igreja é una, santa, universal e apostólica. Também luteranos são católicos, pois católico é sinônimo de universal. A igreja de Jesus Cristo não pertence a nenhuma denominação, a nenhuma instituição, a nenhuma autoridade eclesiástica. Ela não foi fundada em Wittenberg, nem em Roma, Genebra ou Londres, e sim na Palestina do primeiro século. Estão aí as raízes também da igreja luterana. Na primeira cristandade não havia nem papas nem luteranos. Igreja luterana surgiu somente em razão da ruptura que ocorreu na época da Reforma. Convém ressaltar que Lutero sempre se considerou a si mesmo um bom católico. Ingressou numa ordem religiosa, tornou-se monge agostiniano, foi ordenado padre e estudou teologia. Amou a sua igreja, razão pela qual também sofreu por causa daquilo que julgava ser desvio. Insistiu que a igreja voltasse a ser autenticamente cristã. Infelizmente a igreja se fechou aos apelos de Lutero. Não queria reformar-se e corrigir seus erros. Lutero foi perseguido, excomungado e declarado herege. Sob tais condições não havia como evitar a formação de uma igreja diferente da católico-romana. Nos conflitos que houve entre papistas e simpatizantes da Reforma, Lutero aos poucos se convenceu de que falar em cristãos não basta. É termo muito vago. Pode servir para se esconder e evitar um posicionamento concreto. Também hoje é assim. Católicos, protestantes, anglicanos, todos eles são cristãos. Mas eles não o são da mesma maneira. É preciso especificar. Por isso Lutero acabou concordando com que se usasse seu nome para caracterizar um modo de ser cristão. 11 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 11 28/4/ :56:43

12 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana Saiba mais Igreja luterana também é designada de protestante. O termo protestante tem origem na Assembleia Nacional que se realizou, em 1529, na cidade de Speyer, Alemanha. Na oportunidade, a maioria católica decidiu manter a repressão ao movimento da Reforma. A minoria evangélica não tinha como responder senão com seu decidido protesto. O verbo protestar em si é palavra positiva. Significa dar um testemunho pró, ou seja, em favor de algo. Evidentemente, a palavra expressa também oposição. Mas a inconformidade decorre de uma posição assumida. Protestantes são, antes de qualquer outra coisa, testemunhas do evangelho. A aplicação do termo protestante inclui as demais igrejas oriundas da Reforma. Assim sendo, o luteranismo constitui apenas uma variante de igreja protestante. Juntas, as igrejas protestantes formam o que se chama de protestantismo, um dos grandes ramos da cristandade. Pluralização do protestantismo É sabido que, no século XVI, o movimento da Reforma subdividiu-se em várias correntes. Na Inglaterra, o rei Henrique VIII declara a igreja anglicana independente de Roma. Na Suíça, na França, na Holanda e em outros países surge a igreja reformada como consequência da atuação de Ulrico Zwínglio e de João Calvino. Aliás, já em 1054 d.c., haviam-se separado a igreja Romana e a Ortodoxa. Não é verdade, pois, que Lutero seja o vilão responsável pela divisão da cristandade. Essa aconteceu já antes, ao lado dele, e, não por último, pela impenitência da igreja romana. Em tempos modernos, a pluralização se acentuou. O cristianismo tornouse multifacetado, sendo que o processo de modo algum está encerrado. Não há estatística exata sobre o número de igrejas existentes neste planeta. A igreja luterana participa dessa pluralidade. É parceira não só da igreja católica, como também de um grande número de igrejas protestantes, ortodoxas e ainda outras. 12 Pluralidade, em princípio, é nada preocupante. Ela pode significar riqueza, intercâmbio, complementação mútua. O cristianismo tem uma veia plural, do que é prova a própria Bíblia. Nessa, manifesta-se grande variedade de vozes, de uma nuvem de testemunhas (Hb 12.1). Jamais a cristandade se apresentou uniforme. Mas quando as igrejas se tornam excludentes, rivais, inimigas, a fé Confessionalidade luterana-série ECC.indd 12 28/4/ :56:43

13 UNIDADE 1: Origens da igreja luterana cristã sofre prejuízo e descrédito. Por isso o apóstolo Paulo reagiu energicamente diante do partidarismo em Corinto (1Co 1.10s). As igrejas devem prestar contas de seu discurso e de sua prática frente ao evangelho. Nem tudo é permitido em nome de Jesus Cristo. A igreja luterana insiste nesse exame crítico. Sempre buscou a autenticidade evangélica. Isso inclui a prontidão para explicar as razões de sua própria existência. Então, qual é o distintivo da igreja luterana? Na tentativa de responder a essas perguntas é indispensável voltar a falar da Bíblia. Ainda hoje a igreja luterana tem nela sua fonte inspiradora. Segue nesse tocante o que aprendeu de Lutero. Considera ser o estudo da Sagrada Escritura também a via para recuperar a unidade. Ecumenismo necessita da base bíblica. Saiba mais O esforço ecumênico nas últimas décadas conduziu a importantes consensos, a exemplo do reconhecimento mútuo do Batismo. Hoje não se nega a Lutero a seriedade e os muitos impulsos positivos dados à igreja cristã. Cristãos e cristãs luteranas não mais sofrem sob a mácula de gente condenada. Roma, todavia, ainda não reconhece no luteranismo uma igreja no sentido próprio. Esse julgamento se aplica também às demais igrejas protestantes, a exemplo das reformadas, presbiterianas, metodistas e outras. Contrariando essa postura excludente, as igrejas protestantes consideram-se a si mesmas igrejas em sentido verdadeiro. Apelo de Lutero à Sagrada Escritura Em seu litígio com o papa e demais autoridades da época, Lutero apela à Escritura. É ela que deve ter a última palavra. Em 1521, ele foi intimado pelo imperador Carlos V a comparecer à Assembleia Nacional de Worms. Ali deveria distanciar-se do que escrevera. Lutero se negou a fazer isso dizendo: a não ser que seja convencido pelo testemunho da Sagrada Escritura ou por argumentos evidentes [...] a minha convicção vem das Escrituras, a que me reporto, e minha consciência está cativa na palavra de Deus nada consigo nem quero retratar, porque é difícil, maléfico e perigoso agir contra a consciência. Lutero não teria tido chance nenhuma contra os poderosos, interessados em sufocar-lhe a voz, se não tivesse tido o amparo do príncipe Frederico, o Sábio. Como condenado e excomungado, corria risco de vida. O príncipe da Saxônia encenou um sequestro e escondeu Lutero no Castelo de Wartburg, em Eisenach. 13 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 13 28/4/ :56:44

14 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana Permaneceu ali durante dez meses disfarçado como fidalgo Jorge. Lutero aproveitou bem esse tempo traduzindo o Novo Testamento para o alemão. Em 1534, concluiu a tradução de toda a Bíblia. Lutero fez história com essa obra fabulosa. Lançou, com sua tradução, os fundamentos do alemão moderno e inspirou traduções para outros idiomas. Também João Ferreira de Almeida ( ), pioneiro na tradução da Bíblia para o português, recebeu estímulos dessa fonte por via da tradição reformada. Na época de Lutero, a Sagrada Escritura era considerada um livro obscuro e perigoso. Somente especialistas conhecedores do latim deveriam ter acesso a ela, com o que se garantia o controle da interpretação. Consequentemente não havia real interesse na tradução. Lutero pensava de maneira diferente. Seu projeto de tradução decorria da convicção de que a Bíblia é e deve ser um livro popular. Todas as pessoas teriam o direito ao acesso direto à fonte que alimenta a fé. A tradução que empreendeu significou um ato de libertação. Pois a partir de então o povo podia dispensar a intermediação do clero para opinar em assuntos religiosos. Podia informar-se diretamente na Bíblia e instruir-se. Ocorria assim verdadeira emancipação da tutela eclesiástica. Ao mesmo tempo, a tradução da Bíblia impunha novos deveres. Já não era possível responsabilizar tão-somente o clero pelos assuntos da fé. Agora todos teriam alguma corresponsabilidade. Se posso ler a Bíblia, cabe a mim mesmo julgar o certo e o errado; perceber o que importa fazer para herdar a vida eterna (Mc 10.17); distinguir entre Deus e os ídolos. A tradução da Bíblia quer substituir a comunidade obediente às instruções dos superiores pela comunidade participativa em que os membros dialogam e cooperam. Saiba mais No século 21, a Bíblia encontra-se traduzida em milhares de idiomas e quem quiser pode adquiri-la com facilidade. Mesmo assim, ela continua inspirando temores, razão pela qual a igreja católica reserva a interpretação ao magistério eclesiástico. A Bíblia, assim se diz, é um livro de enorme pluralidade, de testemunhos às vezes conflitantes e passagens difíceis. Por isso ela necessitaria de uma instância que define seu sentido, sendo essa instância a própria igreja, representada pelo magistério episcopal. Hoje não se impede a leitura da Bíblia. Mas a interpretação correta seria assunto da autoridade eclesial. 14 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 14 28/4/ :56:44

15 UNIDADE 1: Origens da igreja luterana Pioneirismo de Lutero A tradução de Lutero espalhou-se com enorme rapidez pela Europa. Também em termos científicos representou uma novidade. Pois Lutero traduziu diretamente das línguas originais, que são o grego e o hebraico. Desconsiderou assim a versão latina da Bíblia, chamada Vulgata, considerada o texto oficial na época. Explicam-se dessa maneira algumas diferenças entre a Bíblia católica e a evangélica. A numeração de alguns salmos, por exemplo, é outra. Sobretudo, porém, estão incluídos na Vulgata os assim chamados apócrifos. São sete livros, que a Bíblia católica tem a mais. Também esses foram traduzidos por Lutero. Ele os anexou ao Antigo Testamento com a observação de serem livros não equivalentes aos da Sagrada Escritura, mas úteis de serem lidos. É claro que a tradução de Lutero não é livre de erros. Isso apesar de que, para os padrões da época, fosse da mais alta qualidade. O reformador costumava assessorar-se com seus amigos, a exemplo de Felipe Melanchthon, igualmente excelente linguista. Todas as traduções necessitam de revisões periódicas a fim de corrigir eventuais erros e de adaptar a linguagem. Assim aconteceu também com a tradução de Lutero. Sofreu inúmeras revisões no decorrer dos tempos. Hoje, a tradução de Lutero já não detém nenhum monopólio, embora continue sendo uma das mais importantes na esfera do idioma germânico. Também existem boas traduções católicas, inclusive para o português. Lutero foi um pioneiro, abriu picadas nas quais outros iriam segui-lo. A popularização da Bíblia teve mais outro efeito relevante: inaugurou uma revolução na área da educação. Todas as pessoas deveriam ser capazes de ler e compreender a Bíblia. Lutero insistiu junto às autoridades governamentais na criação de escolas e no aprimoramento do ensino. Queria uma reforma também nesse setor. Logo, o cuidado com a educação passou a ser um compromisso luterano. Vale ressaltar tratar-se não tanto da educação e formação de uma elite, e sim do povo. Os reflexos podem ser observados ainda nos imigrantes alemães em nosso país que, na ausência do poder público, assumiram a causa da educação, implantando uma rede de escolas primárias e secundárias. Lutero promoveu a educação do povo, habilitando-o a fugir da miséria e a aprender o exercício da cidadania, pressuposto indispensável da democracia. 15 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 15 28/4/ :56:44

16 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana Qual foi a igreja que Jesus Cristo quis? Tente descrever uma igreja realmente cristã! Que fazer para despertar novo interesse na leitura da Bíblia em nossos dias? A unidade da igreja católica é garantida pela autoridade do papa, à qual todos devem sujeitar-se. De que forma podemos promover unidade em nossa igreja? E no protestantismo? 16 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 16 28/4/ :56:44

17 UNIDADE 2: Escritura norma exclusiva UNIDADE 2: Escritura norma exclusiva OBJETIVOS Como visto, a origem da igreja luterana está relacionada com a Bíblia. Por isso cabe dedicar-lhe especial atenção. É esse o assunto desta unidade. Veremos o que é a Bíblia e quais são as implicações do princípio luterano sola scriptura (somente a Escritura). Também os critérios luteranos de interpretação bíblica fazem parte deste estudo. Somente a Escritura A Bíblia foi o instrumento central da Reforma. Ela forneceu a Lutero os argumentos contra seus adversários e a favor da causa para a qual se sabia chamado. Diante da insinuação de portar-se indevidamente como dono da verdade, Lutero reagiu dizendo: Não quero ser glorificado como o mais erudito de todos, mas quero que somente a Escritura reine, e que não seja interpretada mediante o meu espírito nem o de outras pessoas, mas que seja compreendida por si mesma e pelo seu próprio espírito. É esse o princípio do sola scriptura (somente a Escritura) que Lutero, e por isso também o luteranismo, faz valer e que é um dos pilares de sua confessionalidade. Sem a orientação na Sagrada Escritura, a igreja fica à deriva, sem norte e se transforma numa empresa religiosa a serviço de seus próprios interesses e dos de seus acionistas. O princípio (do) sola scriptura implica outra compreensão de apostolicidade do que aquela que prevalece na igreja católica. É consensual na cristandade que a igreja de Jesus Cristo está construída sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20). São eles as primeiras testemunhas, de cuja pregação resultaram as primeiras comunidades. O ministério do apóstolo se extinguiu com a morte das pessoas que acompanharam Jesus em sua trajetória terrestre e que foram as testemunhas de sua ressurreição. No entanto, igreja que se pretende cristã necessariamente deve seguir na trilha dos apóstolos. Deve honrar a tradição apostólica e submeter-se sempre ao critério da originalidade. Por isso se fala em sucessão apostólica. Apostolicidade é um atributo indispensável da igreja cristã. Que significa esse termo? A igreja católico-romana entende tratar-se de uma sucessão no ministério. Os apóstolos teriam instituído bispos, cuja cabeça seria Pedro, conforme a vontade do próprio Cristo. Justifica-se assim o primado do 17 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 17 28/4/ :56:44

18 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana papa, sucessor de Pedro, que supostamente teria sido o primeiro bispo de Roma. A sucessão seria garantida pelo sacramento da ordenação sacerdotal, pela qual alguém é inserido na cadeia dos sucessores dos apóstolos e habilitado a ministrar a Eucaristia. Nessa visão de apostolicidade, o que conecta a igreja de hoje com a igreja das origens é uma estrutura hierárquica, de natureza episcopal. Lutero percebeu que a mera sucessão no ministério não basta para proteger a igreja de desvios. Ele quer a sucessão na doutrina dos apóstolos. Igreja apostólica não é aquela que preservou a estrutura hierárquica, e sim a que obedece aos ensinamentos dos apóstolos. E onde estão esses ensinamentos? Ora, estão na Bíblia. A verdadeira sucessora dos apóstolos não é uma autoridade humana, ou seja, o papa e os demais bispos, e sim a Sagrada Escritura, na qual se encontram os depoimentos das primeiras testemunhas. São eles que mantêm a igreja de Cristo na rota da verdade. Explica-se assim sua defesa do sola scriptura como princípio apostólico por excelência. A negação desse princípio equivale à recusa de se expor à crítica da palavra de Deus, de que os apóstolos e profetas são portadores. Saiba mais Apostolicidade continua sendo assunto de divergência entre católicos e luteranos até hoje. Isso porque, no entender de muitos, a Bíblia sozinha não teria força suficiente para orientar as pessoas. Suas disparidades e passagens difíceis iriam antes confundir os fiéis. Ademais, ela poderia ser facilmente abusada por quem busca nela tão-somente os comprovantes de seus preconceitos e de suas opiniões já prontas. Todo mundo lê a Bíblia com seus próprios olhos e extrai dela o que parece conveniente. Por isso a Bíblia necessitaria da interpretação pelo magistério, confiado em caráter infalível ao sucessor de Pedro, bispo de Roma. Assim argumenta a igreja católica. Bíblia como testemunho do evangelho 18 Permanece a pergunta: Quem define a normatividade na igreja? Lutero insiste que seja a Bíblia. Ele de modo algum era cego frente aos riscos inerentes a essa resposta. Mas não recuou. Fez, isto sim, depender a validade do sola scriptura de alguns importantes pressupostos. Que é a Bíblia? Para Lutero ela não é um livro caído do céu, infalível em cada uma de suas partes, um texto que exigisse incondicional submissão. A Bíblia foi escrita por pessoas humanas, portanto falíveis. Ela é testemunho (At 1.8). Ela é, para usar uma comparação de Paulo, o vaso de barro que contém o tesouro do evangelho (2Co 4.7). Então, Confessionalidade luterana-série ECC.indd 18 28/4/ :56:45

19 UNIDADE 2: Escritura norma exclusiva o que de fato é normativo na igreja é o evangelho de Jesus Cristo, contido no testemunho da Sagrada Escritura. Não é à letra que devemos obedecer, e sim a Cristo e a seu Espírito. Lutero não substituiu o papa de Roma por um papa de papel, ou seja, um livro. O papa luterano é Jesus Cristo, o Senhor da igreja, a quem, porém, temos acesso unicamente pela Bíblia. Isso faz com que Lutero possa ser crítico frente ao próprio texto bíblico. É sabido que ele qualificou a Carta de Tiago como epístola de palha por encontrar nela muita lei e pouco evangelho. O critério último passa a ser o que ele formulou nas palavras o que promove a Cristo. A Bíblia não é testemunho disso ou daquilo, mas sim de Jesus Cristo, o Verbo feito carne, o conteúdo central do evangelho, Senhor também da Escritura. Nesses termos ela é clara como a luz do dia em tudo o que importa saber para a salvação. Lutero diz: Pois onde está escrito de maneira mais clara que Deus criou céu e terra, que Cristo nasceu de Maria, que sofreu, morreu e ressuscitou e tudo o que nós cremos, senão na Bíblia? Quem foi tão relutante que tivesse lido estas coisas e não tivesse compreendido? A Escritura contém passagens difíceis, sim, razão pela qual ela exige esmerado estudo. Mas no fundo não há do que duvidar. A Bíblia basta para esclarecer o evangelho. Critérios luteranos de interpretação bíblica O princípio sola scriptura deve fazer-se acompanhar dos outros princípios evangélicos que são o solus Christus (somente Cristo), o sola gratia (somente pela graça) e o sola fide (somente pela fé). Embora distintos, constituem um conjunto inseparável. Sem a companhia dos outros sola, o sola scriptura de fato se torna perigoso. A interpretação bíblica necessita de instruções interpretativas fornecidas pelos demais pilares luteranos. Dessa maneira exclui-se tanto o criticismo quanto o literalismo. Por ser depoimento do evangelho, a Bíblia merece respeito e confiança. Quem dela se aproxima com propósitos destrutivos, jamais vai compreendê-la. Mas também a interpretação literalista está excluída. Se Cristo é o centro da Escritura, há que se examinar cada texto quanto à sua compatibilidade com esse eixo. Existem passagens na Bíblia que ferem o Espírito de Jesus Cristo, a exemplo dos salmos de vingança no Antigo Testamento (Sl 141; etc.), ou do juízo proferido por Paulo sobre seus irmãos judaicos na Primeira Carta aos Tessalonicenses (2.14s). E haverá algum motivo teológico para proibir às mulheres o exercício do ministério em igualdade com os homens (1Co 14.33s) se em Cristo elas e eles são um (Gl 3.28)? Crítica bíblica pode e deve ser muito evangélica. 19 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 19 28/4/ :56:45

20 Bloco 1: Sobre as origens da igreja luterana Por ser a embalagem, não o tesouro em si, a Bíblia não se torna objeto de culto em Lutero. Ela é Sagrada Escritura, sim! Mas não deve ser confundida com o próprio evangelho. Biblialatria não corresponde ao feitio luterano. Se igreja luterana nasce da leitura e do estudo da Bíblia, é porque ela contém o evangelho. Na verdade, não é a Bíblia que cria fé e comunidade, e sim o evangelho, e isso através da ação do Espírito Santo. Igreja é criatura do evangelho, dizia Lutero. Mas sem a Bíblia não teríamos conhecimento desse evangelho, ou teríamos um conhecimento extremamente deficitário. Ela é o depósito original do testemunho cristão, de onde nós tomamos os recursos para a pregação e divulgação do evangelho a todas as nações (Mt 28.18s), bem como para a fé e a conduta. Encerramos o primeiro bloco reenfatizando que igreja luterana não é a igreja de Lutero. Ela é decididamente a igreja de Jesus Cristo. Lutero nada mais foi do que um servo de Cristo, e jamais queria ser outra coisa. Ele é um santo no bom sentido da palavra. Também santos, porém, têm defeitos. Lutero nem sempre acertou em seus juízos. Citamos, como exemplos, sua ação não propriamente feliz na Guerra dos Camponeses e seus pronunciamentos posteriores sobre os judeus. A igreja luterana não vai, em absoluto, sentir-se constrangida em admitir as deficiências do reformador. Não tem necessidade nenhuma de idolatrar esse de quem empresta o nome. Mas jamais vai esquecer a gratidão. Ela se confessa profundamente devedora da Reforma liderada por Lutero. Dela herdamos um estilo, um jeito de crer e de ser igreja. Os impulsos dados por Martim Lutero e seus companheiros de luta continuam valiosos hoje. Igreja que se chama luterana, respectivamente de confissão luterana, procura preservar essa herança no compromisso de levar adiante a causa de Cristo. Será mesmo que a Bíblia fornece argumentos para todas as denominações cristãs? Quais são os limites que a própria Bíblia coloca para seu uso? Existe uma leitura fundamentalista da Bíblia. Ela é perigosa e não condiz com a tradição luterana. Por quê? Qual a importância e o valor atual de um livro tão antigo como a Bíblia? Para que serve seu conteúdo? 20 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 20 28/4/ :56:45

21 Introdução BLOCO 2 - O evangelho da justificação por graça e fé Na época de Lutero, a pregação do evangelho trazia ameaça, medo e insegurança às pessoas. O Deus anunciado não era um Deus de amor, de misericórdia, mas um Deus que castiga e pune as pessoas com o fogo do inferno. Lutero temia a justiça de Deus, por entender que essa justiça o condenaria. Vivia angustiado e ansiava por um Deus misericordioso. A vida de Lutero mudou radicalmente ao perceber que sua compreensão da justiça de Deus estava errada. É do significado da justiça de Deus que trata este bloco. Estrutura do Bloco 2 Unidade 3: Justificação por graça e fé. Nesta unidade veremos que a justiça de Deus se manifesta como amor e que a fé é resposta a esse amor divino. No estudo do tema também ficará evidente que a justificação por graça e fé está no centro da Escritura. Unidade 4: Justificação que compromete. A justificação por graça e fé não elimina a responsabilidade do ser humano diante de Deus. Justificação é reconciliação com Deus. Mas, mesmo justificados, ainda não estamos livres do pecado. Esses são os temas que serão tratados aqui. Unidade 5: Justificação e dignidade humana. Esta unidade apresenta as consequências da justificação na sociedade. Justificação tem a ver com valorização e dignificação da pessoa. Se a pessoa é justificada por graça, ela tem direitos a serem honrados também pela comunidade secular. Confessionalidade luterana-série ECC.indd 21 28/4/ :56:46

22 BLOCO 2: O evangelho da justificação por graça e fé UNIDADE 3: Justificação por graça e fé OBJETIVOS A redescoberta da justiça de Deus mudou a vida de Lutero. Nesta unidade veremos que a justiça de Deus se manifesta como amor e que a fé é resposta a esse amor divino. No estudo do tema também ficará evidente que a justificação por graça e fé está no centro da Escritura. Evangelho como resumo da mensagem cristã Tudo que a igreja tem a oferecer ao mundo se resume na palavra evangelho. É o que distingue o cristianismo no conjunto das demais religiões. O Novo Testamento fala no evangelho do reino (Mt 24.14; etc.), no evangelho de Deus (Rm 1.1; etc.), de Jesus Cristo (Mc 1.1; etc.), ou então simplesmente no evangelho sem especificar (Mc 8.35; 1Co 15.3; etc.). O próprio Jesus qualificou assim a sua mensagem (Mc 1.14s) e os apóstolos fizeram o mesmo. O que transmitem tem como conteúdo o agir de Deus que vem para instaurar a sua soberania e resgatar a criatura da perdição. É salvação que se anuncia e que chega perto das pessoas. Mas em que consiste precisamente essa boa mensagem, o evangelho? No tempo de Lutero propagava-se um evangelho obscurecido. Enxergavase pecado em toda parte e se ameaçava com o Deus juiz. Para escapar dos tormentos do purgatório e do inferno, a pessoa naturalmente podia recorrer aos sacramentos da igreja. Confessados os pecados, concediam o perdão divino, ainda que não sem alguma reparação. Baseia-se nisso a prática das indulgências, que é a compra da isenção de castigo. Penitência era um processo complicado. E sempre permanecia a incerteza se o ser humano teria feito o suficiente para ser aprovado no juízo de Deus. Lutero vivia angustiado por causa dessa pergunta. Percebia que não conseguia vencer o pecado dentro de si. Confessavase frequentemente, mas temia a justiça de Deus, da qual o apóstolo Paulo diz que se revela no evangelho (Rm 1.17). Ele só podia entender que essa justiça o condenaria. 22 A vida de Lutero mudou radicalmente ao perceber que sua compreensão da justiça de Deus estava errada. Redescobriu que não se trata da justiça pela Confessionalidade luterana-série ECC.indd 22 28/4/ :56:46

23 UNIDADE 3: Justificação por graça e fé qual Deus pune o pecado, e sim da justiça que ele concede ao ser humano. Deus é justo, justificando a pessoa pecaminosa (Rm 3.26), perdoando-lhe a culpa e acolhendo-a em seus braços. E isso por pura graça. Desde que a pessoa se arrependa, Deus a aceita sem impor quaisquer condições. Deus é fiel à sua criatura e dá o primeiro passo para restabelecer as relações rompidas. No retrospecto, Lutero confessa que a redescoberta da justiça de Deus lhe abriu as portas do paraíso. Renasceu. Se antes odiava a expressão justiça de Deus, agora a amava. A imagem que tinha de Deus sofreu total mudança. Em vez de fugir da ira de Deus, aprendeu a refugiar-se na misericórdia de Deus, como num castelo forte, como o diz o início de um dos mais conhecidos hinos que compôs. Não se sabe exatamente quando essa redescoberta ocorreu. Certo é que com ela inicia a Reforma. A partir dela Lutero desenvolve uma nova teologia, que vai amadurecendo até tornar-se pública, em 1517, na denúncia das indulgências como vergonhosa barganha religiosa. Lutero e seus companheiros, entre eles Felipe Melanchthon, defendem a gratuidade do dom de Deus. Saiba mais A Bíblia na Linguagem de Hoje evita falar em justificar e traduz a palavra por aceitar. Isso está certo. Pois o Deus que nos justifica é o Deus que nos aceita. Mas é bom lembrar que essa aceitação implica o perdão dos pecados e o chamado a uma nova conduta. De qualquer maneira, conforme a Bíblia, a justiça de Deus se manifesta não como juízo, e sim como amor. Seu significado é profundamente evangélico. Justificação por graça e fé como centro da Escritura É verdade que a redescoberta de Lutero se inspirou essencialmente em textos das cartas de Paulo. Justificação é o tema central da teologia desse apóstolo. Seria errôneo, porém, acusar Lutero de ter-se fixado numa só voz do Novo Testamento. O evangelho da justificação gratuita tem raízes no discurso e na prática do próprio Jesus. As parábolas do fariseu e do publicano (Lc 18.9s) e dos trabalhadores na vinha (Mt 20.1s) são bonitas ilustrações do que Paulo mais tarde iria formular numa doutrina. Todo falar e agir de Jesus foi justificação do pecador. Em nome de Deus, procurou o perdido, perdoou os culpados, inclinou-se aos pobres e desprezados. Em Jesus se revela o Deus-amor que não condiciona a acolhida a méritos e dignidade. 23 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 23 28/4/ :56:47

24 BLOCO 2: O evangelho da justificação por graça e fé Certamente o Novo Testamento expressa salvação também em outros termos, a exemplo de libertação, cura, reconciliação. Todavia, a mensagem da justificação está no centro do Novo Testamento. Também o Antigo Testamento dá testemunho dela, como Paulo o exemplifica na figura de Abraão (cf. Gn 15.6; Rm 4.1s). Eis porque igreja luterana se opõe energicamente a qualquer forma de comercialização do sagrado. Deus não é banqueiro que negocia seus favores. Não distribui seus benefícios de acordo com o mérito das pessoas nem cede à pressão de promessas de pagamento por uma graça alcançada, mesmo que a prece seja dirigida a um santo ou uma santa. A graça de Deus não tem custo, algo difícil de ser comunicado numa economia de livre mercado. No mundo globalizado também os bens religiosos acabaram transformados em mercadoria à espera de compradores. Há igrejas que se comportam como empresas, explorando as angústias e os impasses do povo. Lucram com a miséria dos outros. Não foi esse o jeito de Jesus. Sua ajuda foi gratuita, assim como todo amor autêntico o é. Amor não se vende nem se compra. Por ele podemos somente pedir. Assim acontece também com os dons de Deus. Eles não estão à venda. Deus justifica somente por graça, ou seja, sola gratia. Aliás, existe uma condição a cumprir, sim. É a acolhida do que Deus oferece. Quem recebe um presente deve ir pegá-lo, deve abrir a mão e agarrá-lo. Explica-o bem a parábola do filho pródigo (Lc 15.11s). A decisão daquele sujeito de voltar para casa foi um ato de confiança. Dizia consigo mesmo que o pai certamente não o rejeitaria. Apostou no amor de seu pai. Caso contrário não teria voltado. Na Bíblia, tal confiança é chamada fé. Ela permite ao ser humano acolher o dom de Deus e jogar-se em seus braços. Para crer em Deus é preciso conhecê-lo, consentir com suas palavras e, de resto, só confiar. A justificação somente por graça quer ser recebida somente na fé. Ao sola gratia corresponde o sola fide. O profeta Habacuque, citado pelo apóstolo Paulo, diz que o justo viverá por fé (Hb 2.4; Rm 1.17). Fé é a relação condigna do ser humano com Deus. Por isso quem crê será salvo (Jo 11.25). Fé como resposta ao evangelho 24 Fé é resposta ao evangelho, reação ao amor de Deus. Ela nasce da pregação da palavra (Rm 10.17). Como tal ela é uma ação do ser humano que é convidado a crer e que é censurado quando se recusa (Mc 4.40). Mesmo assim, a fé jamais Confessionalidade luterana-série ECC.indd 24 28/4/ :56:47

25 UNIDADE 3: Justificação por graça e fé é uma obra da qual o ser humano pudesse gabar-se e que lhe poderia servir de vanglória. Pois a fé tem em Deus a sua fonte. Não é produção humana. Eu creio em Deus porque ele me deu motivo para tanto. Foi ele quem acendeu a chama da fé em mim, assim como o faz com as demais pessoas. Quem não crê ainda não conheceu Deus, não compreendeu o evangelho, não percebeu as maravilhas divinas. Deus nos amou primeiro (1Jo 4.19). O que compete a nós é acolher seu amor. Portanto fé é a assimilação confiante da graça de Deus e sua tradução em vivência. Deus justifica o ser humano gratuitamente. A fé é a única resposta condigna. Essa fé possui dimensões não só intelectuais, como também emocionais, e até mesmo corporais. A pessoa toda está envolvida quando se relaciona com Deus e seus semelhantes. Não obstante, há que se distinguir entre fé e uma religiosidade puramente emocional, mística, extática. Fervor, delírio e fanatismo religioso são fenômenos comuns em todas as religiões. Não acusam necessariamente a ação do Espírito Santo. Podem ser manifestações de outros espíritos, o que depende de exame (1Co 12.10). A fé em Jesus Cristo se articula numa confissão, exprime-se numa visão da realidade e numa atitude correspondente. A uma religião sem credo, restrita a uma aventura emocional, falta a credencial da fé cristã. Também o luteranismo é uma religião, mas ele toma cuidado para não substituir a fé pelo êxtase ou por experiências semelhantes que não produzem neste mundo reforma nenhuma. Saiba mais A aprendizagem da fé não se dá de um momento para outro. Acontece num longo processo que dura uma vida toda. Ela precisa ser alimentada constantemente através da catequese, do ouvir da palavra do evangelho, do exemplo de vida de pais, mestres e outros cristãos. A fé nunca está pronta. Pelo contrário, sofre ataques por dúvidas e tentações. De certa forma, aplica-se a toda pessoa que crê a palavra do pai do jovem possesso que implora a Jesus: Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé (Mc 9.24). Mesmo assim, existe um crescimento na fé. É o que na teologia se chama de santificação. Pessoas progridem no conhecimento de Deus, na prática do amor, no exercício da espiritualidade. Importa sublinhar, porém, que esse aperfeiçoamento do cristão não contribui com absolutamente nada à sua 25 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 25 28/4/ :56:47

26 BLOCO 2: O evangelho da justificação por graça e fé justificação. Esta permanece, em sentido pleno, obra da imerecida graça de Deus. A santificação é o fruto da justificação, não premissa nem cooperação própria do ser humano. Que significa justificar no linguajar comum e como se relaciona com a justificação por Deus? Se a fé é um dom de Deus, por que devo eu mesmo esforçar-me por ela? E, se for assim, como evitar que seja entendida como uma obra meritória? Veja Fp 2.12s. O que pensar de um Deus que legitima o assassinato de incrédulos e inimigos? 26 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 26 28/4/ :56:47

27 UNIDADE 4: Justificação que compromete UNIDADE 4: Justificação que compromete OBJETIVOS A justificação por graça e fé não elimina a responsabilidade do ser humano diante de Deus. Justificação é reconciliação com Deus. Mas, mesmo justificados e vivendo em nova comunhão com Deus, ainda não estamos totalmente livres do pecado. Esses são os temas principais desta unidade. E as boas obras? A total gratuidade da salvação e a suficiência da fé sempre geraram desconforto e protesto. Porventura não deveria o ser humano contribuir com pelo menos alguma coisa à sua salvação? Não valem nada as boas obras? A posição luterana foi considerada perigosa. Poderia levar o ser humano à passividade e à acomodação. Lutero enxerga nisso um diabólico mal-entendido. O ser humano de modo algum está dispensado da prática do bem. Deve cumprir a vontade divina, sim. Mas isso não para conseguir favores junto a Deus, e sim por gratidão. Lutero não pode imaginar uma fé sem obras. Disse ser tão impossível separar as obras da fé, como é impossível separar a luz do fogo. Portanto quem não realiza boas obras mostra ser pessoa sem fé. Esse é um pensamento profundamente bíblico. Fé autêntica sempre se torna atuante no amor (Gl 5.6) ou então morreu (Tg 2.17). Lutero rejeita as obras da lei, feitas para merecer a graça de Deus, mas insistiu fortemente nas obras do amor. Lembrou que uma boa árvore necessariamente produz bons frutos. Por isso mesmo convém não esquecer que o ser humano permanece responsável perante Deus. Ele deve prestar contas de seus atos perante o criador. A justificação por graça e fé não elimina a perspectiva do juízo. Ela não legitima a irresponsabilidade, a prática da injustiça, o crime. Coloca limites. Todo amor autêntico vai manifestar inconformidade com o mal. Eis porque Deus jamais se transforma em cúmplice do ser humano, em camarada, companheiro. Permanece sendo autoridade que tem o direito de criticar e mesmo condenar. 27 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 27 28/4/ :56:47

28 BLOCO 2: O evangelho da justificação por graça e fé Além de amar a Deus é preciso temer a Deus, isto é, respeitá-lo, pois com ele não se brinca. Sua vontade é santa, permanece válida e quer ser feita assim na terra como no céu. Mesmo assim permanece verdade que o juízo se torna ameaça somente quando o amor de Deus for rejeitado. Quem despreza a graça e abusa dela atrai sobre si o juízo divino, anula a justificação e exclui a si mesmo da esfera da salvação. Justificação por Jesus Cristo A justificação da humanidade aconteceu em e por Jesus Cristo. Ela é um fato consumado, um evento do passado, um dado histórico. Mas esse fato precisa ser anunciado e comunicado por palavra e sacramento. A justificação vem a nós pela proclamação do evangelho e pelos sacramentos do Batismo e da Santa Ceia. Ela ocorreu na pessoa histórica de Jesus de Nazaré e ocorre hoje por pregação e sacramento. Para eliminar mal-entendidos deve-se enfatizar que essa pregação não se prende tão-somente ao sangue de Jesus, ou seja, à sua morte. Até mesmo é necessário corrigir uma falsa compreensão de morte expiatória. Jesus não morreu para aplacar a ira de Deus. Que Deus seria este que exige o sacrifício de seu filho para voltar a ser bondoso? Não! O perdão se dirige ao ser humano num ato de misericórdia e amor, do qual a autodoação de Jesus na cruz é parte. Deus sempre amou a sua criatura. Ele não precisa ser reconciliado. É o mundo, portanto o ser humano, que necessita disso (2Co 5.20). Nós é que precisamos da expiação. De qualquer maneira, nossa justificação se deve à manifestação do amor de Deus no todo do evento de Jesus, desde o Natal até a Páscoa. Pessoa cristã como simultaneamente justa e pecadora O anúncio da justificação celebra a reconciliação com Deus. Pecado é perdoado e voltamos a ser filhos e filhas de Deus, o que nos habilita a invocá-lo como Pai nosso (cf. Rm 8.15). Quando se refere aos efeitos da justificação, o apóstolo Paulo fala em paz com Deus (Rm 5.1), novidade de vida (Rm 6.4), nova criatura (2Co 5.17). A ação reconciliadora de Deus inaugura uma nova realidade. Vivemos em nova comunhão com Deus, o que implica uma nova conduta. Quem, porém, não se importa com a vontade de Deus e se nega a crer, terá sua justificação revogada (cf. Mt 18.23s). Entretanto, quem se joga confiante nos braços de Deus e lhe implora por misericórdia será por ele acolhido. Se assim fizermos, Deus voltou a ser nosso Senhor e o pecado já não nos domina. 28 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 28 28/4/ :56:48

29 UNIDADE 4: Justificação que compromete Isso parece conflitar com a realidade. Pois também cristãos tropeçam, praticam maldade, pecam. Seu comportamento, às vezes, pouco se distingue daquele de outras pessoas não-cristãs ou de outros credos. Isso é lamentável, mas é verdade. Também cristãos e cristãs precisam constantemente do perdão de seus pecados. Ninguém o sabia melhor do que Lutero. Mesmo assim insistiu que se devesse acreditar firmemente na justificação. Deus acolhe gente imperfeita, fraca, cheia de defeitos. Não lhes exige o humanamente impossível, ou seja, a perfeição. É seu dever, isto sim, lutar contra o pecado. A partir daí Lutero afirmou que a pessoa que crê é simultaneamente justa e pecadora. Ela é justa porque vive numa nova relação com Deus, em confiança, esperança e gratidão. Ela é pecadora porque não consegue de fato vencer suas fraquezas. É bom não idealizar os cristãos. Da mesma forma, porém, seria fatal negar a força renovadora do evangelho. Se minha salvação depende da graça de Deus e somente dela, já não mais preciso temer o juízo de Deus. Estou dispensado de contabilizar meus méritos para ver se bastam para o ingresso no reino de Deus. O que importa é, isto sim, confiar no amor divino, manifesto em Jesus Cristo (Rm 8.39). Quem crê está livre da preocupação pela sua salvação. Garantias, é verdade, não existem. Se a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem (Hb 11.1), não há como contornar algum risco. Há uma diferença entre certeza e segurança. Certeza da salvação, sim, pois a promessa de Deus não frustra. Segurança não, pois ainda andamos por fé e não pelo que vemos (2Co 5.7). Acordo ecumênico sobre a justificação Em 31 de outubro de 1999, a Igreja Católica Romana e as igrejas evangélicoluteranas unidas na Federação Luterana Mundial assinaram uma Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação. A Declaração Conjunta expressa um consenso em verdades básicas da doutrina da justificação, o que é um enorme avanço ecumênico. Entrementes também a Igreja Metodista aderiu ao acordo. Mesmo assim, o consenso não é total. Permanecem particularidades e até mesmo divergências, a exemplo do caráter meritório das boas obras e, sobretudo, das implicações da justificação por graça e fé para a autodefinição da igreja. Poderá haver acerto na justificação sem um mútuo reconhecimento das igrejas? Há, pois, assuntos que carecem de esclarecimentos futuros. 29 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 29 28/4/ :56:48

30 BLOCO 2: O evangelho da justificação por graça e fé Saiba mais A Declaração Conjunta, com muita propriedade, alerta as igrejas para a urgência de interpretar a justificação numa linguagem relevante para as pessoas de nosso tempo, levando em consideração as preocupações individuais e sociais da atualidade. De fato, parece que o evangelho da justificação por graça e fé não atinge as pessoas do século 21. Estaria por demais preso ao perdão dos pecados, que deixou de ser preocupação na sociedade moderna. Ninguém mais se sente atribulado pela perspectiva do juízo de Deus. As angústias de hoje são outras. Na América Latina e outras partes do mundo, prefere-se falar em libertação. É evangelho para os cativos (Lc 4.16s), os oprimidos, para as vítimas de injustiça social. Justificação é consolo para quem cometeu (!) pecado, libertação para quem sofreu (!) pecado. Como se encaixa uma teologia das vítimas no discurso sobre a justificação por graça e fé? A mudança na percepção dos males como que esvaziou o discurso tradicional da justificação e requer sua tradução para outras realidades. Em que se distinguem exatamente as obras da lei e as obras do amor? Para responder, compare a parábola do bom samaritano (Lc ) e a do fariseu e do publicano (Lc ). O amor de Deus se dirige a todo mundo. Ninguém está excluído. Mesmo assim ele se dirige preferencialmente a quem sofre. Como explicar? Quais poderiam ser as consequências práticas da Declaração Conjunta sobre a Justificação no relacionamento de católicos e luteranos nas comunidades locais? 30 Confessionalidade luterana-série ECC.indd 30 28/4/ :56:48

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