27 NOV 2011 SIMON TRPCESKI CICLO PIANO EDP

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1 27 NOV 2011 SIMON TRPCESKI CICLO PIANO EDP

2 SIMON TRPCESKI 18:00 SALA SUGGIA 1ª Parte fryderyk chopin Quatro Nocturnos [ ; c. 23min.] 1. Nocturno em Si maior, op. 32 nº 1 2. Nocturno em Lá bemol maior, op. 32 nº 2 3. Nocturno em Fá sustenido menor, op. 48 nº 2 4. Nocturno em Dó menor, op. 48 nº 1 pande shahov Songs and Whispers, suite para piano [2009; c.18min.] 1. Oro 2. Scherzo 3. Elegia 4. In struga 5. Mazurka 6. Quasi Toccata 2ª Parte bach liszt Prelúdio e Fuga em Lá menor, bwv 543 [1708 [bach]; c.9min.] franz liszt* Soneto 104 do Petrarca [ ; c.6min.] Jogos de água na Villa d Este [1877; c.7min] Rapsódia húngara nº 2 [1847; c.12min.] * franz liszt ( ) Bicentenário do nascimento A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE

3 Em 2010, Simon Trpčeski foi um dos pianistas que decidiu celebrar o bicentenário de Chopin ( ) nos seus programas de recital, tocando diversas obras do compositor polaco e encomendando uma obra a um compositor macedónio, Pande Shahov, para celebrar a ocasião. Este ano, uma nova efeméride merece a sua atenção: o bicentenário do nascimento de Franz Liszt ( ). Desta forma, reúne agora, no mesmo programa, dois dos maiores compositores e pianistas virtuosos de sempre: Chopin e Liszt. As suas vidas coincidiram em alguns importantes aspectos, como no facto de serem ambos exímios pianistas e personalidades de culto da vida parisiense, ou pertencerem à mesma geração, mas as suas personalidades eram completamente distintas, como a própria música que escutaremos testemunha. Alcançaram ambos uma fama tremenda enquanto intérpretes, mas igualmente de formas absolutamente opostas. Chopin sem quase nunca tocar em público (deu pouco mais de trinta recitais ao longo da vida), o que é extraordinário num tempo em que apenas se podia ouvir um intérprete presencialmente; Liszt, um dos mais requisitados virtuosos em digressão do seu tempo, actuando em centenas de recitais em toda a Europa, desde São Petersburgo até Lisboa, de Dublin a Marselha. O presente recital abre com quatro nocturnos de Chopin. Uma invenção do virtuoso irlandês John Field, que assim apelidou uma composição para piano em 1813, o nocturno é um género musical que associamos imediatamente a Chopin. Autor de 21 nocturnos magistrais e muito característicos do seu estilo extremamente expressivo, marcados por um pianismo de qualidades vocais na mão direita e acompanhamentos ondulantes, ou em movimento de pendulo, na mão esquerda, Chopin tem nestas peças de carácter, que encapsulam a atmosfera da noite, algumas das suas mais geniais criações. Os dois primeiros nocturnos em programa fazem parte do Opus 32 de Chopin e foram publicados em 1837 com o título O Lamento e a Consolação. Não sendo este título da autoria do compositor, retrata o ambiente contrastante entre os dois nocturnos: o primeiro mais tranquilo e contemplativo, com uma passagem em recitativo um pouco mais dramática; o segundo mais animado e com um acompanhamento mais rítmico, sendo marcado por um episódio central mais tempestuoso. Os Dois Nocturnos Opus 48 datam de 1841 e são considerados expoentes máximos na expressão de emoções de sofrimento, o primeiro, e de perdão ou misericórdia, o segundo. Na sua estrutura, são construídos de forma a terem uma secção central contrastante do ponto de vista temático e dramático. O compositor Pande Shahov (1973) é natural da Macedónia e é actualmente doutorando na Universidade Royal Holloway, em Londres. Songs and Whispers é uma suite para piano escrita a pedido do seu compatriota Simon Trspčeski para a celebração do bicentenário do nascimento de Chopin. A relação da peça com o ideal chopiniano prende se com o tratamento de elementos do folclore no léxico contemporâneo, neste caso preciso com o idioma do jazz, bem como com a citação pontual de temas de Chopin. A suite está dividida em seis andamentos sobre os quais o compositor falou em diversas entrevistas. Passemos a resumir: 1) Oro é uma dança de roda, popular em festas de casamento, e tem por base uma canção popular macedónia que conta a história de um emigrante que parte da sua terra separando se, assim, da família; 2) Scherzo tem por base o motivo inicial do Scherzo em Mi maior de Chopin, que Pande Shahov descreve como um ponto de partida ideal para uma viagem fabulosa ; 3) Elegia é a transcrição de outra canção do folclore macedónio, o lamento de um homem sobre a morte da sua noiva; 4) In Struga é, igualmente, uma canção popular que descreve a vida animada na cidade de Struga, junto ao Lago Ohrid; 5) Mazurka regressa ao universo chopiniano e a uma das danças favoritas do compositor polaco, explorando mesmo o acorde inicial da Mazurka em Lá menor, opus 17, de Chopin; 6) Quasi Toccata é o tour de force final e tem por base a transcrição de outra canção popular macedónia. O compositor Pande Shahov enfatizou o uso repetitivo da nota Ré, com que começa a canção, para escrever esta toccata, na qual deixou espaço para uma cadência improvisada pelo pianista Simon Trpčeski. A segunda parte do recital é inteiramente dedicada a Franz Liszt, oferecendo uma mostra diversificada dos estilos que o compositor abordou ao longo da vida. Liszt foi um grande divulgador do repertório de outros compositores, por meio das suas transcrições para piano de obras escritas para outros instrumentos ou orquestra, bem como de canções ou árias de ópera. O Prelúdio e Fuga em Lá menor bwv 543 resulta da transcrição de um original que Bach escreveu para órgão, em 1708, em Weimar. A influência da literatura foi determinante na obra de Liszt, não fosse ele considerado o pai do poema sinfónico. De entre as peças para piano com base em textos literários, os três Sonetos do Petrarca, pertencentes ao segundo volume da colectânea Anos de Peregrinação, subintitulada Itália, são os mais célebres. O Soneto 104 descreve as intensas e contraditórias emoções de um jovem apaixonado, explorando o lado mais teatral e dramático da escrita de Liszt. Já os Jogos de água na Villa d Este, do terceiro volume de Anos de Peregrinação, são um exemplo brilhante do poder descritivo de elementos pictóricos na música de Liszt. Sobre o som cristalino da água, Liszt desenvolve uma melodia de profunda religiosidade e que é marcada por uma citação bíblica que testemunha o final de vida extremamente devoto do compositor: Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. (São João, 4:14). A Rapsódia Húngara nº 2 com que encerra o recital insere se na tradição de grande virtuosismo pela qual Liszt ficou célebre e, de entre as 19 peças do género que compôs, é seguramente a mais popular pela sua utilização em muitos desenhos animados, programas de televisão e bandas sonoras de filmes com grande sucesso de bilheteira. Composta em 1847, na sua versão original para piano, conheceu imediato sucesso e foi alvo de diversas transcrições nos anos seguintes. Até meados do século xx foi considerada um expoente máximo de dificuldade técnica no piano e era, por isso, uma peça muito utilizada para encerrar recitais a solo e levar ao rubro as audiências, facto que ainda hoje sucede. A sua forma corresponde à estrutura das muito populares Czardas do folclore húngaro: uma parte lenta (Lassú) e geralmente dramática, marcada por ritmos pontuados (típicos do estilo húngaro), à qual se segue uma parte rápida (Friska) e frenética, com um esquema harmónico muito simples mas que permite improvisações de grande malabarismo. rui pereira (2011) 2 3

4 Amigos da Fundação Casa da Música Jillian Edelstein-EMI Classics Simon Trpčeski piano O pianista macedónio Simon Trpčeski tem se afirmado como um dos jovens músicos mais notáveis a surgir nos últimos anos, tocando com muitas das melhores orquestras e conquistando públicos em todo o mundo. É admirado não só pela sua técnica impecável e expressividade delicada, mas também pela personalidade calorosa e pelo compromisso com o fortalecimento da imagem cultural da Macedónia. Na temporada de 2011/2012, tem uma agenda ambiciosa de apresentações com orquestra e em recital. Destacam se os compromissos com a Philharmonia Orchestra, as Filarmónicas Real Flamenga, de Roterdão e Real de Liverpool, Sinfónicas de Barcelona, Baltimore, Bamberg, São Francisco e Nacional de Washington dc, Orquestra de Câmara Australiana, Ensemble Orchestral de Paris e Filarmónica de Estrasburgo. Conclui um ciclo de Concertos para piano de Rachmaninoff com a Orquestra Filarmónica de Hong Kong e estreia se com as Filarmónicas da China e de Guangzhou. Faz também o seu recital de estreia no Carnegie Hall e recitais em Paris, Hong Kong, Londres, Milão e Florença. Em Março de 2010 foi editado o seu primeiro álbum de concertos para a Avie, com os desafiantes Concertos para piano nº 2 e nº 3 de Rachmaninoff com Vasily Petrenko e a Filarmónica Real de Liverpool conquistou os prémios Diapason d Or de l année e foi Editor s Choice da Classic fm. O segundo álbum de concertos de Trpčeski com Vasily Petrenko e a Filarmónica Real de Liverpool foi editado pela Avie em Junho de 2011, e conclui os Concertos para piano de Rachmaninoff (nº 1 e nº 4), juntamente com a Rapsódia sobre um Tema de Paganini. Foi distinguido como Editor s Choice pela Classic fm e Gramophone e recebeu o Diapason d Or. Recitalista soberbo, Simon Trpčeski apresentou se a solo em capitais culturais como Nova Iorque, São Francisco, Washington dc, Londres, Paris, Amesterdão, Milão, Munique, Praga, Hamburgo, Bilbau, Dublin e Tóquio. Foi largamente elogiado pelas suas gravações de recital para a emi. A primeira destas, editada em 2002, incluía obras de Tchaikovski, Scriabin, Stravinski e Prokofieff, e conquistou os prémios Editor s Choice e Debut Album nos Gramophone Awards. Os álbuns de Rachmaninoff (2005) e Chopin (2007) foram ambos elogiados pela crítica. Em 2008, surgiu um disco dedicado a Debussy intitulado Debussy: Images, também ele aclamado. Bizdirect CIN Deloitte Douro Azul, s.a. Grupo EFACEC EUREST I2S Informática Sistemas e Serviços, s.a. Jofebar s.a. Manvia, s.a Nautilus, s.a. Safira Facility Services Sika Portugal, s.a Strong Segurança, s.a. THYSSENKRUPP Elevadores Vicaima O lugar conquistado pela Casa da Música no panorama nacional e internacional revela-se também pela excelência do comportamento acústico das suas Salas de concerto. Na procura de continuidade dessa qualidade a Casa da Música procedeu a uma intervenção nos difusores qrd da Sala Suggia com o apoio de: 4 5

5 mecenas CICLO PIANO MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA