A produção documental da Câmara Municipal de Sines na primeira metade do século XVIII
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1 Encontro Internacional de Arquivos da Câmara Municipal de Sines na primeira metade do século XVIII Évora, 2 e 3 de Outubro de 2014 Sandra Patrício, Câmara Municipal de Sines Doutoranda na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
2 Plano da comunicação I Introdução II O Registo III Registo de Leis e Ordens
3 Plano da comunicação IV Termos de vereação ou vereações V Arrematações das rendas do concelho VI Almotaçaria
4 Plano da comunicação VII Posturas VIII Provimentos IX Assento dos bens de raiz
5 Plano da comunicação X O subsistema de informação Administração da justiça XI Conclusões
6 Introdução Arquivo Municipal de Sines Livros de vereações números 1 9 ( ) Livro de posturas nº 1 ( ) Registo de leis e ordens, livros 1 e 2 ( ) Arrematações das rendas do concelho, livros 1 2 ( )
7 Introdução Sistema de informação arquivística. Conjunto de elementos (entidades, meios e procedimentos) que funcionam de modo articulado, tendo em vista a gestão dos documentos produzidos/recebidos por um organismo no exercício das suas actividades.
8 Introdução Unidades de análise: série, documento composto e documento simples; Enfoque: o contexto de produção
9 O concelho de Sines 1362: criação da vila de Sines 1364: delimitação do concelho 1486: criação do concelho de Vila Nova de Milfontes 1499: criação do concelho de Colos : In Quaresma, António (2012). Sines Medieval e Moderna. In O Concelho de Sines: da fundação à Época moderna. Sines: Câmara Municipal.
10 A Câmara Municipal
11 II O Registo Documento composto constituído por actos cuja sequência cronológica e coerente lhe confere autenticidade e integridade; Convivência de várias tipologias documentais na mesma unidade arquivística; Existe uma continuidade na gestão arquivística medieval e moderna através do uso sistemático do livro de registo.
12 II O Registo Documentos variados: vereações, arrematações, posturas, sentenças do Desembargo do Paço, leis e ordens; Função primária de controlo, organizado por ordem cronológica. Função secundária: localizar a informação necessária.
13 III Registo de Leis e Ordens Ordens provenientes do Ducado de Aveiro, da Provedoria do Campo de Ourique, do Desembargo do Paço e do Conselho da Guerra; Cartas de aprovação e provisão régia dos médicos, cirurgiões e boticários do partido e as cartas de apresentação do juiz de fora emitidas pelo Duque de Aveiro.
14 IV Termos de Vereações ou vereações Cada livro de vereações continha um termo de abertura e um termo de encerramento; Registo de todos os actos resultantes de uma reunião da vereação; Contém: deliberações do órgão colegial e registo de actos administrativos. A designação Vereações é, portanto, um título formal de uma unidade de descrição
15 IV Termos de Vereações ou vereações Natureza híbrida destes registos (registo de uma decisão de um órgão colegial e registo de um acto administrativo); Corresponde à série actas das reuniões da Câmara Municipal de Sines; A preferência pela designação coeva termo de vereação em Sines distancia os termos de vereação dos acórdãos: registos de deliberações, de actos administrativos e a narração de
16 IV Termos de vereação ou vereações 1712, Maio, 28, Sines Eleição dos vereadores e procuradores que andem servir aas pautas estes 3 annos que vem. Vereações, livro 5, fl. 66v
17 V Arrematações das rendas do concelho A cobrança das rendas do concelho devia ser realizada por intermédio de rendeiros. As rendas eram colocadas em pregão e o contrato era realizado a quem desse a melhor oferta. O rendeiro devia apresentar fiador. Registo dos contractos entre os rendeiros e a Câmara
18 V Arrematações das rendas do concelho Duração de um ano; Cobrança de rendas sobre os tributos (real de água, sisas, imposição, correntes, décima) e receitas próprias (ribeira, almotaçaria, aferimentos, coutos). Foram registados nos livros de vereações até Serviços ao concelho: vindimas, as obras públicas e a adua;
19 V Arrematações das rendas do concelho Gestão dos coutos: apascentação de gado (XVII); Propriedade municipal: quem oferecesse o maior lanço explorava a propriedade. Os contractos tinham a duração de um ano ou de três anos e as rendas eram pagas em géneros no século XVII e em numerário no século XVIII XIX: Incluíam cláusulas que o rendeiro devia
20 VI Almotaçaria Os feitos de almotaçaria eram uma instância importante da jurisdição municipal. As coimas incidiam sobre os gados, sobre a actividade de carniceiros, padeiras e regateiras, e deviam ser registadas pelo escrivão da almotaçaria (Ordenações Filipinas, 1, 72); Os livros de vereações mencionam o livro das coimas, hoje desaparecidos.
21 VI Almotaçaria
22 VII As posturas Livros das Vereações Posturas Livro dos Provimentos Livro das posturas
23 VII As posturas Documento que regista o produto legislativo dos órgãos locais (Langhans, 1938:24). A elaboração cabia aos juízes, vereadores e procurador do concelho em reuniões de vereação, mas podiam ser propostas pelo procurador do concelho em nome do bem comum, assim como a pedido de particulares.
24 VIII Provimentos O provimento é um documento que regista a correição anual do ouvidor ou corregedor; O corpo do texto apresenta duas partes. Na primeira parte, surge um questionário padronizado: jurisdição, existência de tabeliães e fortificações, cadeia e cofre dos órfãos (Ordenações Filipinas, Livro I, título LVIII);
25 VIII Provimentos A segunda parte contém deliberações do provedor a partir das queixas e informações recolhidas na correição; Ao longo do século XVIII as respostas tornam se estereotipadas e os provimentos específicos tornam se raros.
26 IX Assento dos bens de raiz Registo das transacções de bens imóveis para efeitos de cálculo de pagamento da sisa; O lançamento das sisas consistia no manifesto de todas as compras junto do escrivão das sisas;
27 IX Assento dos bens de raiz Instituiu se, no reinado de D. João III, o sistema de encabeçamento das sisas; Cada terra pagava uma quantia fixa, repartida entre os moradores, de acordo com o seu volume de negócios;
28 IX Assento dos bens de raiz Sempre que o juiz de fora estava ausente, cabia ao juiz vereador mais velho, ou na ausência deste último, o vereador segundo, o juízo das sisas; Cabia ao escrivão das sisas o registo das transacções: identificação do comprador e do vendedor, quantia envolvida, cálculo da quantia a pagar, identificação da propriedade.
29 X O subsistema de informação Administração da justiça Os tribunais locais, presididos pelo juiz ordinário ou pelo juiz de fora, eram o local em que se dirimia boa parte dos problemas locais; Carácter essencialmente jurisdicional;
30 X O subsistema de informação Administração da justiça A documentação resultante da função judicial está relativamente ausente do Arquivo; Essa documentação foi incorporada após o Liberalismo nas instituições herdeiras das funções judiciais dos municípios.
31 X O subsistema de informação Administração da justiça
32 X O subsistema de informação Administração da justiça As decisões judiciais não se distinguiam formalmente dos actos administrativos, pois eram tomadas em corpo de câmara e registadas no livro das vereações;
33 X O subsistema de informação Administração da justiça Os registos, inseridos nos termos de vereação, apresentam uma fórmula genérica: Neste deferio as partes que se acharão prezentes e por não haver quem mais requerece, mandarão fazer este termo que asignarão.
34 Conclusões A partir do século XVIII nota se uma especialização documental; Autonomizam se séries a partir do registo de actos. Apesar de uma aparente indiferenciação tipológica, os actos individuais eram identificados como tais de acordo com a sua função;
35 Conclusões Este sistema de informação baseava se no registo de actos; Continuidade na gestão arquivística medieval e moderna através do uso sistemático do livro de registo.
36 Referências António, Rafael & Silva, Carlos Guardado da (2006). Organização de Arquivos Definitivos: manual Arqbase. Lisboa: Colibri. Langhans, Franz Paul (1938). As Posturas: estudos de direito municipal. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
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