Violência Armada: Fogo Cruzado registra média de 18 tiroteios/disparos de armas de fogo por dia no Rio de Janeiro nos últimos dois meses.

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Wilson Klettenberg de Andrade
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1 Violência Armada: Fogo Cruzado registra média de 18 tiroteios/disparos de armas de fogo por dia no Rio de Janeiro nos últimos dois meses. Ferramenta desenvolvida pela Anistia Internacional já registra mais de 1100 notificações. Rio de Janeiro, 2 de setembro de Em funcionamento há dois meses, o aplicativo e mapa colaborativo Fogo Cruzado, iniciativa da Anistia Internacional, já publicou mais de 1100 notificações relatando tiroteios e/ou disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, uma média de mais de 18 por dia. A Anistia divulga hoje o segundo relatório mensal do Fogo Cruzado, com a consolidação das informações recebidas ao longo do último mês (registradas de 00:00h de 01 de agosto a 24:59 de 31 de agosto) No total, foram registradas 344 notificações no mapa colaborativo no mês de agosto, apontando 69 vítimas fatais e 100 feridos. Todas as notificações enviadas por usuários são moderadas antes da postagem em Desde a disponibilização do app até hoje, (05.07 a 31.08) foram registradas 1106 notificações no mapa colaborativo. Além das notificações compartilhadas colaborativamente pelos usuários, o relatório mensal inclui ainda dados coletados via imprensa e canais da própria polícia, como os boletins diários publicados no site da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Mais de 36 mil downloads gratuitos do aplicativo já foram feitos nas plataformas Android e ios. As informações via Imprensa e Polícia Militar do Rio de Janeiro - compiladas e inseridas no mapa pela equipe do Fogo Cruzado - representam um total de 166 notificações e indicam 56 vítimas fatais, 92 feridos e 42 operações policiais. Em relação ao mês passado, o número de mortos por arma de fogo aumentou 154%. Das 56 vítimas fatais deste mês, 45 eram civis e 11 policiais. No total, 423 notificações foram enviadas por usuários este mês; destas, 79 foram descartadas por serem repetidas, incompletas ou relatarem ocorrências em cidades fora da atual área de cobertura do aplicativo. O aplicativo, que opera em modo piloto até o final deste ano, está sob constante atualização para corrigir falhas técnicas apontadas por usuários. Upgrades do Fogo Cruzado já foram disponibilizados nas lojas para download gratuito.

2 Áreas com maior incidência de tiroteios Avaliando os registros totais do mês, o Complexo do Alemão continua especialmente atingido pela violência armada, figurando como a localidade que mais registrou tiros/disparos de arma de fogo no período: 25. Próxima ao Alemão, a região da Penha, mais especificamente o Complexo da Penha, foi a segunda localidade que apresentou o maior número de registros de tiroteios/disparos de arma de fogo no mês de agosto, 16, seguido de Copacabana, que aglomera as localidades de Ladeira dos Tabajaras, Chapéu Mangueira, Babilônia, Cantagalo e Pavão Pavãozinho: 15. "É importante frisar que as três áreas onde mais foram registrados tiroteios/disparos de arma de fogo este mês são regiões que contam com Unidades de Polícia Pacificadora", analisa Cecília Oliveira, gestora de dados do Fogo Cruzado. Outra região com altos índices de violência armada, a Baixada Fluminense também é destaque neste Relatório Mensal. Neste mês, Nova Iguaçu (10) e São João de Meriti (10) apresentaram alto número de notificações de tiroteios/disparos de arma de fogo. As regiões também tiveram o maior número de vítimas fatais nos registros do aplicativo: 5 e 6, respectivamente. Na última semana de agosto, três agentes públicos de segurança morreram - incluindo um sargento do exército - e sete ficaram feridos. Só no dia 24 de agosto, três policiais militares foram baleados. Um PM da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi baleado na comunidade da Mangueirinha, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, e outros dois foram atingidos por tiros durante uma blitz no viaduto de Manguinhos, Zona Norte do Rio. Números das Olimpíadas Mesmo com o forte aparato de segurança destacado para a #Rio2016, o período olímpico - 05 a 21/08 - bateu recordes de notificações: foram 92 tiroteios/disparos de arma de fogo com 31 vítimas fatais, dos quais 6 eram agentes públicos de segurança e 51 pessoas feridas, sendo 28 agentes públicos de segurança. Total de 82 pessoas baleadas em 16 dias, ou uma média diária de 5.1 feridos durante as Olimpíadas. No dia 10 de agosto, um militar da Força Nacional foi morto e outro ficou ferido ao entrar por engano na Vila do João, Complexo da Maré. No dia seguinte, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), juntamente como o Exército, a Polícia Militar e a Polícia Federal, fizeram operação no Complexo para buscar os suspeitos do ataque, deixando uma pessoa morta e três feridas.

3 Um dia depois, na favela Bandeira 2, em Del Castilho foram mortos César Soares dos Santos, 14 anos; Matheus Amâncio de Aragão, 15, e Ricardo Rodrigues de Araújo, 22. A Polícia Militar afirmou que o Batalhão de Choque foi recebido a tiros na comunidade, enquanto os agentes checavam uma denúncia no local. De acordo com moradores, a polícia esteve mais cedo na favela e voltou à noite, quando as pessoas foram mortas e feridas. Nenhuma das duas ações da polícia na área constam nas ocorrências da PM disponíveis no site da instituição. Sobre o aplicativo Fogo Cruzado Esta iniciativa foi lançada como parte da campanha "A violência não faz parte desse jogo!", que denunciou os riscos de aumento de violações de direitos humanos no contexto de megaeventos como os Jogos Olímpicos Rio O trabalho de monitoramento dos tiroteios e disparos de armas de fogo vai continuar. A ideia é manter a divulgação periódica dos dados do Fogo Cruzado até dezembro, quando será avaliada a possibilidade de expandir a cobertura da ferramenta para outras cidades e regiões brasileiras. Além dos boletins semanais, relatórios mensais e trimestrais trarão informações adicionais sobre o impacto da violência armada em serviços da cidade como transporte e funcionamento de escolas. Links: Site: Twitter: Facebook: IOS: Android: Informações para a imprensa: Mariana Oliveira Assessora de Imprensa / Press Officer Tel: Cel: mariana.oliveira@anistia.org.br

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