RESULTADOS DA POLÍTICA PÚBLICA SOBRE O ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS NO RIO DE JANEIRO RESUMO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "RESULTADOS DA POLÍTICA PÚBLICA SOBRE O ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS NO RIO DE JANEIRO RESUMO"

Transcrição

1 RESULTADOS DA POLÍTICA PÚBLICA SOBRE O ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS NO RIO DE JANEIRO Coordenador: Aderlan Viana Crespo Pesquisador: Bruno Alves Pesquisadora: Carolina de Castro Miranda Pesquisadora: Bruna de Souza Pimentel Pesquisadora: Andressa Vieira UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES UCAM [1] aderlancrespo@gmail.com RESUMO No Brasil há um largo espaço de discussão sobre a questão das drogas, seja pela descriminalização do consumo, seja pela ampliação da resposta penal. Assim, fundamental a análise dos resultados das ações do Estado, a fim de melhor compreensão da conjuntura. Adotamos o falido sistema de proibição. A meta definida em 1988 era a de um mundo livre de drogas, acreditava-se que seria possível proteger a saúde pública e minimizar o consumo e o lucro desse mercado via modelo, que reprime criminalmente usuários e traficantes. O que se vê, porém, é que em nenhum aspecto desse modelo teve o sucesso esperado. Legalizar significa regular. Não é ausência de controle, e sim o exercício deste sob uma ótica humanitarista. A proibição traz danos graves para a saúde, dificulta a intervenção social do Estado. A falta de pluralidade na mídia também contribui, e favorece as campanhas políticas montadas na política do medo. Policiais perdem prestígio por estarem envolvidos na imposição da proibição das drogas. A intervenção deve ser social e não policial. 1 O grupo de pesquisa Resultados da Política Pública sobre o Enfrentamento às Drogas no Rio de Janeiro, Grupo de Iniciação Cientifica / Criminologia da Universidade Candido Mendes.

2 Deve haver uma análise dos resultados para conduzir as mudanças na natureza do controle e deslegitimar o discurso oficial. Principalmente para trabalhar com o paradigma da redução de danos. PALAVRAS CHAVES: TRÁFICO DE DROGAS - POLÍTICA CRIMINAL DE DROGAS - ESTADO POLICIAL - DIREITO PENAL - LEI DE DROGAS. INTRODUÇÃO O objeto da pesquisa, Política de Drogas, se faz clara para todos nós a partir do momento que a atual política reflete as ações governamentais de enfrentamento policial, acrescida da proposta de pacificação nas favelas, com as chamadas Upp s, contudo os efeitos prometidos com a atual Política Criminal de Drogas não são alcançados. Ao contrário, a Guerra as Drogas possui uma letalidade assustadora. Vitimando em massa, traficantes, policiais e Amarildos que são os cidadãos que não possuem relação com o tráfico, mas sofre os efeitos colaterais típicos de guerra. Todos do mesmo extrato social, pobres. A tarefa fundamental da criminologia é a teoria crítica da realidade social do direito, o desafio do criminólogo contemporâneo é compreender as funções atuais do sistema penal com a globalização, o enfraquecimento do Estado, o poder infinito do mercado e o papel que a política criminal de drogas, capitaneada pelos Estados Unidos, desempenha no processo de criminalização global dos pobres. É o que sustenta Alessandro Baratta.[2] Nilo Batista descreve esta política criminal de drogas no Brasil como política criminal com derramamento de sangue.[3] Ele descreve a transição do modelo sanitário desde 1914 até o modelo bélico implantado em 1964, na conjuntura da guerra fria, da doutrina de segurança nacional, com a exploração da figura do inimigo interno, e com a droga como metáfora diabólica contra a civilização cristã. A guerra contra as drogas introduz um elemento religioso e moral. Não há nada mais parecido com a inquisição medieval do que a atual guerra santa contra as drogas, com a figura do traficante herege que pretende apossar-se da alma de nossas crianças.[3] Essa cruzada exige uma ação sem limites, sem restrições, sem padrões regulativos. A droga se converte no grande eixo (moral, religioso, político e étnico) da reconstrução do inimigo interno, ao mesmo tempo em que produz verbas para o capitalismo industrial de guerra. Este modelo bélico produz marcas no poder jurídico, produz a banalização da morte. Os mortos desta 2 BARATTA, Alessandro. Fundamentos ideológicos da atual política criminal sobre drogas. In.: Só socialmente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, BATISTA, Nilo. Politica criminal com derramamento de sangue. In.: Revista Brasileira de Ciências Criminais. Nº 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

3 guerra têm uma extração social comum: são jovens, negros/índios e são pobres. Salo de Carvalho criticou historicamente a legislação penal de drogas no Brasil com seus dispositivos vagos e indeterminados e o uso abusivo de normas penais em branco, que acabaram por legitimar sistemas de total violação das garantias individuais.[4] A professora Vera Malaguti salienta que nossa política criminal de drogas é um tigre de papel: [5] sua fraqueza provém de sua força. Sua forma e seu discurso de cruzada, moral e bélico, tem realizado muitas baixas, mas nada tem feito contra o demônio que finge combater: a dependência química. Esta só pode ser tratada com um olhar radicalmente diferente e que rompe com a esquizofrenia de uma sociedade que precisa se drogar intensamente, mas que precisa demonizar e vulnerabilizar as vítimas desse modelo perverso: dependentes químicos de substâncias ilegais, jovens e negros pobres das favelas do Brasil, camponeses colombianos ou imigrantes indesejáveis no hemisfério norte. Desta forma, cumulado com a indagação de Loïc Wacquant Para que serve finalmente, a prisão no século XXI? o presente objeto de de pesquisa visa desvendar os resultados da atual Guerra as Drogas em um dos seus principais palcos, o Rio de Janeiro. 1 - BREVE HISTÓRICO DA POLÍTICA CRIMINAL DE DROGAS NO BRASIL No Brasil, o primeiro diploma legal a sinalizar para as drogas foi português. As Ordenações Filipinas, de 1603, no V Livro, faziam menção, no título LXXXIX, a incriminação do uso, porte e venda de algumas substâncias tidas como tóxicas, como: rosalgar, solimão, escamonéa e ópio. Previam a aplicação de penas como: confisco de bens e degredo para a África. Do mesmo modo, nas esparsas Posturas da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, de 1830, a proibição do pito-de-pango, como aponta pesquisa de Nilo Batista.[6] Mas foi o Código Penal Republicano, de 1890, o primeiro diploma penal brasileiro incriminador, que expressamente dispôs, no artigo 159, sobre a proibição à algumas substâncias tidas como venenosas, que não eram determinadas, careciam de norma complementar. 4 CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: do discurso oficial às razões da descriminalização. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Luam, BATISTA, Vera Malaguti. O Tribunal de Drogas e o Tigre de Papel. Disponível na Internet: < Acesso em 05 de Fevereiro de BATISTA, Nilo. Politica criminal com derramamento de sangue. In.: Revista Brasileira de Ciências Criminais. Nº 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

4 A primeira trincheira travada contra as drogas, em âmbito internacional, começou em 1839, ligada ao comércio do ópio, na China e na Índia. Em 1912, em Haia, ocorreu a Conferência Internacional do Ópio, que foi subscrita pelo Brasil, adesão que se confirmou no Decreto no de 1914, seguido do Decreto de 1915, que abarcava a incriminação do ópio, morfina e cocaína. Dessa forma, pouco a pouco se configurava um modelo sanitário, que prevaleceu por quase meio século. Já o Decreto de 1921, revogou o artigo 159 do Código Penal de Este novo dispositivo legal especificou o termo entorpecente, como uma qualidade designativa às substâncias mencionadas como venenosas. Este termo somente abandonaria a legislação em O referido Decreto foi regulamentado pelo Decreto de 1921, que determinava a criação dos sanatórios para toxicônomos. Mas, enquanto não fossem implantados, cabia a interdição na Colônia de Alienados. Mais tarde adveio o Decreto de 1932, alterado pelo Decreto de 1934, revogado pelo Decreto-Lei 891 de 1938, que conduziria ao artigo 281 do Código Penal de A alternância de decretos na década de 30 reverbera as sucessivas tendências das Convenções Internacionais, como a de Haia (1912) e as de Genebra (1925, 1931 e 1936), que confirmaram a influência sofrida pelo Brasil. Trata-se, no dizer autorizado de Nilo Batista[7], da internacionalização do controle, característica permanente do modelo sanitarista, reformado de fora para dentro, em que a legislação interna funciona como ressonância decorada com as volutas do bacharelismo tropical. Contemplava a venda sob receituário médico rubricado pela autoridade sanitária, figura que ganha enlevo. Desse modo, consolidou-se a concepção sanitária de controle das drogas. As drogas estavam nas prateleiras, sob os auspícios dos boticários e farmacêuticos. As autoridades sanitárias aderiram às técnicas higienistas, tendo como instrumento as barreiras alfandegárias. A drogadição consubstanciava-se em doença de notificação compulsória. Desenhava-se um sistema médico-policial. Os usuários, dependentes e experimentadores inicialmente não eram criminalizados. Mas estavam submetidos à rigoroso tratamento, que passava pela internação obrigatória (por representação da Autoridade Policial ou do Ministério Público, pautada, nos casos urgentes, em mero laudo de exame, com caráter sumário) ou facultativa (por controle familiar até o quarto grau, com projeções patrimoniais, pelo acautelamento dos bens). Já o hospital que recebesse toxicônomos deveria comunicar fato à Autoridade Sanitária, que comunicaria à Polícia e ao Ministério Público. A droga deveria ser ministrada em doses homeopáticas para os internos, pela diminuição gradativa ou pela privação progressiva. A saída dos internos atrelava-se ao atestado médico de cura, referente à alta concedida pela Autoridade Sanitária, que notificaria a Polícia, para efetivar a vigilância. A alta do paciente assimilava-se a um alvará de soltura e consistia em decisão judicial. O eixo médico-farmacêutico impregnou o modelo legal e imprimiu um caráter científico com a insurgência de um viés moralista. 7 BATISTA, Nilo. Politica criminal com derramamento de sangue. In.: Revista Brasileira de Ciências Criminais. Nº 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

5 Quando sobreveio o Código Penal de 1940, firmou-se a opção por não se criminalizar o consumo de drogas. No contexto histórico da redemocratização, após o Estado Novo, foi se delineando, a partir de 1946, um eixo moralizante, que foi se aderindo ao discurso da droga, o que continuaria até Para Nilo Batista [8], este ano significou a baliza divisória da ruptura do modelo de política criminal, que se translocou do sanitário para o bélico. Todavia, se percebem algumas permanências, vinculadas à construção do estereótipo da dependência e da doença. O marco foi justamente o ano do golpe militar, e não sem motivo. Pois este regime passou a ter ingerência sobre a condução de toda a política criminal no Brasil. Nesse contexto, da Europa às Américas, a partir da década de 60, a droga passou a ter uma conotação libertária, associada à manifestações políticas democráticas, aos movimentos contestatórios, à contra-cultura, especialmente as drogas psicodélicas, como a maconha e o LSD. Nesse momento, entrou em cena a guerra fria, com o capitalismo industrial de guerra, fato que propiciou a militarização das relações internacionais, no campo da geopolítica. Para o governo militar, a droga era ainda tida pelo DOPS-Rio como elemento de subversão, vista como arma da guerra fria, associada a uma estratégia comunista para destruir o Ocidente [9] e as bases morais da civilização cristã. Nessa direção, os investimentos foram se tornando cada vez mais vultuosos no combate às drogas. Revestido do lema de que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil, o instrumento ideológico de controle foi elaborado pela ESG (Escola Superior de Guerra), com a colaboração da Missão Militar Americana. Assim, modelou-se a Doutrina de Segurança Nacional, a qual estabeleceu os inimigos internos, associados aos comunistas, que mais tarde se deslocariam para uma nova categoria de inimigos internos: os traficantes de drogas. Nesse diapasão, o Brasil passou a integrar o modelo de política criminal bélico. De acordo com Salo de Carvalho [10], após a aprovação da Convenção Única sobre Entorpecentes, pelo Decreto de 1964, a adesão belicista passou a ser plena, com a expansão da repressão. Em 1968, logo após o Ato Institucional no. 5, o Decreto 385 modificou o artigo 281 do Código Penal, acrescentou outros verbos criminalizadores. O Decreto-lei no. 753 de 1969 reforçou a fiscalização. Posteriormente, entrou em vigor a Lei de 1971, que já esboçou, em seu primeiro artigo, a preocupação no combate ao tráfico como sendo um dever de todos, com a necessidade premente de colaboração na delação. A lei em questão transpôs, no âmbito penal, aqueles que seriam os espectros da Lei de Segurança Nacional (Lei de 1983) e impôs grande repressão. Nas campanhas iniciais de Lei e Ordem os traficantes se coadunavam ao inimigo interno, quando eram jovens sucumbiam ao cancelamento da matrícula escolar e ainda eram incentivados a delatar outros envolvidos com drogas. Professores e diretores da rede de ensino deveriam delatar também, tinham o dever 8 BATISTA, Nilo. Politica criminal com derramamento de sangue. In.: Revista Brasileira de Ciências Criminais. Nº 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, MALAGUTI, Vera. Drogas e criminalização da juventude pobre no Rio de Janeiro. In.: Revista Discursos Sediciosos: Crime, Direito e Sociedade. Nº. 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1996, p CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: do discurso oficial às razões da descriminalização. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Luam, 1997.

6 jurídico de encaminhar os alunos suspeitos de envolvimento com drogas, fato que consistia em prestação de serviço relevante. Cabia aos infratores medida de recuperação com internação para tratamento psiquiátrico. A Lei de 1971 estabeleceu a equiparação entre usuário e traficante, com até 6 anos de pena privativa de liberdade e trouxe a tipificação da quadrilha composta por dois membros. Nesse contexto, foi se moldando uma política criminal bélica. A política criminal de drogas ajustou-se à metáfora da guerra. Os discursos proferidos passaram a articular a noção de combate ao inimigo, que deve ser exterminado, com o aval da sociedade. A política da guerra foi potencializada no Brasil por uma tríplice base ideológica, a ideologia da Defesa Nacional, complementada pela Doutrina de Segurança Nacional e pelos Movimentos de Lei e Ordem. Ocorreu, desde meados da década de 70 e início da década de 80, no Brasil, durante o período da ditadura militar, através de um alinhamento com o discurso americano. A guerra às drogas, adveio, especialmente, após o colapso da guerra fria. Representou o deslocamento do aparato bélico e a continuidade da fabricação de armas. Estabeleceu-se um poder repressivo paralelo, designado para o combate ao tráfico de drogas, pelos EUA com o apoio do Canadá, intitulado DEA (Drug Enforcement Administration), que atua com polícias locais e especiais da América do Sul, em atividade de ingerência no Continente Americano, movimentação estratégica, na geopolítica atual. Assim parcerias com a FELCN (Força Especial de Luta contra o Narco-tráfico) na Bolívia; com a GNS (Guarda Nacional de Segurança) no Brasil, entre outros... Desse modo, o discurso punitivo atingiu as maiores nuances repressivas, de modo a justificar e a legitimar as operações policiais de enfrentamento ao tráfico de drogas, que deixou de ser compreendido como um problema de saúde pública, diretamente relacionado à ordem econômica e social, para se tornar o ponto nodal de uma política de extermínio. A década de 70 recrudesceu o modelo de política criminal de drogas, Salo de Carvalho [11], apropriadamente recorda as modificações na Convenção Única de Estupefacientes realizadas em 1972, seguida da visita do grupo de estudos do Congresso Americano à América Latina sobre Estupefacientes e Psicotrópicos, em Neste mesmo ano foi implantado o ASEP (Acordo Sul-Americano sobre Estupefacientes e Psicotrópicos). Apresentava características médico-jurídicas e subdividiu-se em quatro blocos: Prevenção, Tratamento, Reabilitação, Fiscalização e Repressão. Estes blocos se converteram na estrutura tipológica da Lei de A nova Lei de 1976 possibilitou um elevado aumento nas tipificações de tráfico de drogas. Este diploma retirou o termo combate do primeiro dispositivo legal e o substituiu por prevenção e repressão. Distinguiu as figuras penais do tráfico e do usuário, especialmente no tocante à duração das penas. Nesse sentido, as penas podiam variar de 3 a 15 anos de reclusão e multa para o tráfico e de detenção de 6 meses a 2 anos e multa para o uso. 11 CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: do discurso oficial às razões da descriminalização. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Luam, 1997, p. 28.

7 Nesta última espécie cabia a substituição por pena alternativa e sursis. Além disso, esta lei fixou a necessidade do laudo toxicológico, retirou o trancamento da matrícula dos usuários e a delação no que tange aos agentes da área da educação. Verificou-se, ainda, o chamado fenômeno da multiplicação dos verbos, sinalizado por Zaffaroni[12], o qual deu-se através dos crescimento dos tipos penais incriminadores, ao longo dos anos. Em 1988, a Constituição brasileira determinou que o tráfico de drogas deveria se configurar em crime insuscetível de anistia e de graça, como forma de extinguir a punibilidade, do mesmo modo, erigiu-se a inafiançabilidade. Mais tarde, em 1990, com o advento da Lei de Crimes Hediondos (Lei de 1990), foram proibidos o indulto e a liberdade provisória para o crime de tráfico e ainda foram dobrados os prazos processuais, com o intuito de se postergar a prisão provisória. A Convenção da ONU contra o tráfico ilícito de estupefacientes e susbstâncias psicotrópicas de 1988 converteu-se em um estratégico mecanismo de controle, especialmente nos países da América do Sul, com destaque para o Brasil. A Convenção de Viena, em 1991 foi aprovada pelo Congresso brasileiro, que reforçou o viés punitivo. Isso fez com que o Governo brasileiro, em meados da década de 90, criasse o PANAD (Programa de Ação Nacional Anti-Drogas) e a SENAD (Secretaria Nacional Anti-Drogas). Em 1994, veio ao Brasil a Comissão de Fiscalização das Nações Unidas, seguida de outra em 1995, ambas teceram severas críticas no 2- POLÍTICA CRIMINAL DE DROGAS NO RIO DE JANEIRO Em assuntos de Direitos Humanos devemos ser sempre precisos. Mas o que dizer de um projeto penal que é a principal causa da morte de jovens em 10 anos no Rio de Janeiro? Estamos com uma constante em torno de homicídios/ano em autos de resistência, confrontos com a polícia. Além do claro extermínio é um tratamento diferenciado de acordo com a condição social e raça do agente. Conforme já citado o governo militar, entendia a droga como elemento de subversão, como arma de guerra. O início deste pensamento no Rio foi protagonizado pelo DOPS-Rio (DELEGACIA DE ORDEM POLÍTICA E SOCIAL) cujo o braço armado para atingimento do fim letal as drogas era realizado pela Polícia Especial, que funcionava como um verdadeira tropa de choque, criada em 1933.[13] Em 1927, no Rio de Janeiro [14], o quadro de internações de usuários de drogas realizado pela polícia constatou 363 homens e 111 mulheres viciados em álcool, ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La legislacion de antidrogas latinoamericana: sus componentes de derecho penal autoritario. In.: Fascículos de Ciências Penais. Volume: 3. Número: 2. Porto Alegre: Antonio Fabris, 1990, p RETINA, Marcia Regina da Costa. São Paulo e Rio de Janeiro: A constituição do Esquadrão da morte. In: http// 14 RETINA, Marcia Regina da Costa. São Paulo e Rio de Janeiro: A constituição do Esquadrão da morte. In: http//

8 homens e 7 mulheres em ópio, 8 homens com cocaína, 4 homens e 1 mulher com éter, 3 homens com luminal, 1 mulher com morfina e outra por heroína. Apesar de a elite consumir drogas o alvo preferencial da polícia sempre foram os extratos mais pobres. Vera Malaguti reforça em sua obra [15], apresentando estatísticas que apontam hoje as drogas como principal fator de criminalização da Juventude. Cerca de 49% dos adolescentes que entram no sistema estão envolvidos com drogas (38% por tráfico, 11% por consumo). A maioria destes meninos vêm dos morros, favelas e bairros pobres cariocas e 38% são analfabetos. [16] O discurso repressivo apresenta uma visão dicotômica da sociedade, aos jovens consumidores, integrantes dos estratatos sociais mais altos, aplica-se o paradigma médico; enquanto aos jovens vendedores, integrantes dos substratos baixos, aplica-se o paradigma criminal. Como demonstrado pela pesquisadora Vera Malaguti, a criminalização por drogas da juventude pobre do Rio de Janeiro, entre 1968 e 1988, deu-se pela construção do inimigo interno (traficantes). Os jovens traficantes enquadrados eram 9,1% em 1968, em 1973 alcançaram 17,9%, seguidamente, passaram para 24,2% em 1978 e finalmente atingiram 47,5% em Desde 1995, o comércio ilegal de drogas ultrapassou 50% e já se tornou o principal motivo da criminalização da juventude pobre por drogas no Brasil[17], pois decorrem de estereótipos que são construídos para estigmatizá-los, traficantes de drogas. [18] A guerra as drogas Carioca tem baixa dos dois lados do confronto. O número de policiais mortos, da mesma faixa etária e extração social de seus inimigos crescem. Cumpre destacar que a militarização no controle das drogas está subsumida à militarização ideológica da segurança, com um inimigo declarado, consoante uma visão maniqueísta. Assim, o inimigo deve, a todo custo, ser destruído. Mais uma consequência da Política Criminal de Drogas, no Rio de Janeiro foi a extensão das militarização da Operação Rio, realizada em 1994 e 1995, a partir de convênio firmado com as Forças Armadas do Governo Federal e a Polícia Militar do Governo do Estado do Rio de Janeiro; às Operações realizadas em 2007 e 2008, a partir de novo convênio firmando entre a Força Nacional de Segurança do Governo Federal e a Polícia Militar do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Ambas as operações com a 15 MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Instittuto Carioca de Criminologia.Coleção Pensamento Criminológico: Volume 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, Estatística da 2 Vara da Infância e Juventude do Rio de janeiro 17 MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Instittuto Carioca de Criminologia.Coleção Pensamento Criminológico: Volume 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Instittuto Carioca de Criminologia.Coleção Pensamento Criminológico: Volume 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1998.

9 mesma finalidade, a eliminação do tráfico de drogas das favelas da cidade, a captura de armas e criminosos. Com animação de espetáculo televisionado ao vivo. Merece destaque o fato de que ambas produziram graves violações aos direitos humanos, afetaram a vida de milhares de moradores, por detenções ilegais, mandados de busca generalizados, saques à residências, lesões corporais e finalmente execuções. [19] 3- A FALÊNCIA DO MODELO DE PROIBIÇÃO Nas palavras de Evandro Lins e Silva, a droga só gera violência por ser crime. A Chicago dos gângsteres é um bom exemplo. La, o crime se organizou a partir da Lei que proibia a venda de bebidas alcoólicas. Quando liberou, acabou. O modelo proibicionista de controle falhou. A meta definida em 1988 era a de um mundo livre de drogas, acreditava-se que seria possível proteger a saúde pública e minimizar o consumo e o lucro desse mercado via modelo proibicionista, que reprime criminalmente usuários e traficantes. O que se vê, porém, é que em nenhum aspecto esse modelo teve o sucesso esperado. No Brasil e em outros países em desenvolvimento, a realidade é pior: em vez de minimizar danos, essa formulação acarretou consequências nefastas. Baixa qualidade das drogas em circulação, situação de vulnerabilidade dos usuários, superlotação de prisões com indivíduos que não necessariamente são traficantes. Segundo a A LEAP Law Enforcement Against Prohibition [20] que traduzimos como Agentes da Lei Contra a Proibição, As drogas que hoje são ilícitas, como a maconha, a cocaína, a heroína, foram proibidas, em âmbito mundial, no início do século XX. Nos anos 1970, a repressão aos produtores, comerciantes e consumidores dessas substâncias foi intensificada, com a introdução da política de guerra às drogas. Essa guerra, declarada pelo expresidente norte-americano Richard Nixon, nos Estados Unidos da América, em 1971, logo se espalhou pelo mundo. 19 CARVALHO, Salo de. A atual política brasileira de drogas: os efeitos do processo eleitoral de Texto apresentado na Oficina sobre Drogas do ENED (Encontro Nacional de Estudantes de Direito), realizado na UNISINOS RS, em Outubro de Palestra na abertura do Seminário Drogas: dos perigos da proibição à necessidade da legalização, promovido por Law Enforcement Against Prohibition Agentes da Lei Contra a Proibição (LEAP BRASIL), em conjunto com o Fórum Permanente de Direitos Humanos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), o Fórum Permanente de Especialização e Atualização nas Áreas do Direito e do Processo Penal da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e o Instituto Carioca de Criminologia (ICC) Rio de Janeiro-RJ 4 abril 2013.

10 Passados 100 anos de proibição, com seus mais de 40 anos de guerra, os resultados são mortes, prisões superlotadas, doenças contagiosas se espalhando, milhares de vidas destruídas e nenhuma redução na circulação das substâncias proibidas. Ao contrário, nesses anos todos, as drogas ilícitas foram se tornando mais baratas, mais potentes, mais diversificadas e muito mais acessíveis do que eram antes de serem proibidas e de seus produtores, comerciantes e consumidores serem combatidos como inimigos nessa nociva e sanguinária guerra. A proibição não é apenas uma política falida. É muito pior do que simplesmente ser ineficiente. A proibição causa danos muito mais graves e aumenta os riscos e os danos que podem ser causados pelas drogas em si mesmas. O mais evidente e dramático desses riscos e danos provocados pela proibição é a violência, resultado lógico de uma política baseada na guerra. Não há pessoas fortemente armadas, trocando tiros nas ruas, junto às fábricas de cerveja, ou junto aos postos de venda dessa e outras bebidas. Mas, isso já aconteceu. Foi nos Estados Unidos da América, entre 1920 e 1933, quando lá existiu a proibição do álcool. Naquela época, Al Capone e outros gangsters trocavam tiros nas ruas, enfrentando a polícia, se matando na disputa do controle sobre o lucrativo mercado do álcool tornado ilícito, cobrando dívidas dos que não lhes pagavam; atingindo inocentes pegos no fogo cruzado. Hoje, não há violência na produção e no comércio do álcool, ou na produção e no comércio de tabaco. Por que é diferente na produção e no comércio de maconha ou de cocaína? A resposta é óbvia: a diferença está na proibição. Só existem armas e violência na produção e no comércio de maconha, de cocaína e das demais drogas tornadas ilícitas porque o mercado é ilegal. As drogas tornadas ilícitas foram e são usadas por milhões de pessoas em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que, no ano de 2008, de 149 a 272 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos, fizeram uso de tais substâncias proibidas.1 A intervenção do sistema penal em um mercado que responde a uma demanda de tão grandes proporções traz mais uma consequência inevitável: a corrupção. A amplitude do mercado ilegal faz da produção e do comércio das drogas tornadas ilícitas a principal oportunidade de lucro vindo de negócios ilícitos e, consequentemente, o maior incentivo à corrupção de agentes estatais, financiando ainda outras atividades ilícitas. A proibição da produção, do comércio e do consumo das drogas tornadas ilícitas foi instituída sob o pretexto de proteção à saúde. No entanto, é a própria proibição que paradoxalmente causa maiores riscos e danos a essa mesma saúde que enganosamente anuncia pretender proteger. Com a irracional decisão de enfrentar um problema de saúde com o sistema penal, o Estado agrava esse próprio problema de saúde.

11 Com a proibição, o Estado entrega o próspero mercado das drogas tornadas ilícitas a agentes econômicos que, atuando na clandestinidade, não estão sujeitos a qualquer limitação reguladora de suas atividades. A ilegalidade significa exatamente a falta de qualquer controle sobre o supostamente indesejado mercado. São esses criminalizados agentes os ditos traficantes que decidem quais as drogas que serão fornecidas, qual seu potencial tóxico, com que substâncias serão misturadas, qual será seu preço, a quem serão vendidas e onde serão vendidas. Os maiores riscos à saúde daí decorrentes são evidentes. A proibição ainda dificulta a assistência e o tratamento eventualmente necessários, seja ao impor internações compulsórias, que, além de reconhecidamente ineficazes, violam direitos fundamentais, seja por inibir a busca voluntária do tratamento, ao pressupor a revelação da prática de uma conduta tida como ilícita. Muitas vezes, essa inibição tem trágicas consequências, como em episódios de overdose em que o medo daquela revelação paralisa os companheiros de quem a sofre, impedindo a busca do socorro imediato. A repressão provoca danos ambientais, seja diretamente com a erradicação manual das plantas proibidas ou pior, com as fumigações aéreas de herbicidas sobre áreas cultivadas, como ocorreu na região andina, seja indiretamente, ao provocar o desflorestamento das áreas atingidas e levar os produtores a desflorestar novas áreas para o cultivo, geralmente em ecossistemas ainda mais frágeis. Além disso, como acontece na comercialização dos produtos proibidos, também no que se refere à produção a clandestinidade, provocada pela proibição, impede qualquer controle ou regulação, o que naturalmente eleva os riscos e danos ambientais. A proibição às drogas tornadas ilícitas é imposta nas vigentes convenções da Organização das Nações Unidas (ONU), que dão as diretrizes para a formulação das leis internas sobre esse tema nos mais diversos Estados nacionais. Essas convenções internacionais e leis nacionais, como a brasileira Lei 11343/2006, contrariam diversos princípios garantidores consagrados nas declarações internacionais de direitos humanos e nas constituições democráticas. A proibição se baseia na distinção arbitrariamente feita entre substâncias psicoativas que foram tornadas ilícitas (como, por exemplo, a maconha, a cocaína, a heroína) e outras substâncias da mesma natureza que permanecem lícitas (como, por exemplo, o álcool, o tabaco, a cafeína). Todas são substâncias que provocam alterações no psiquismo, podendo gerar dependência e causar doenças físicas e mentais. Todas são drogas. Tornando ilícitas algumas dessas drogas e mantendo outras na legalidade, as convenções internacionais e leis nacionais introduzem assim uma arbitrária diferenciação entre as condutas de produtores, comerciantes e consumidores de umas e outras substâncias:

12 umas constituem crime e outras são perfeitamente lícitas; produtores, comerciantes e consumidores de certas drogas são criminosos, enquanto produtores, comerciantes e consumidores de outras drogas agem em plena legalidade. Esse tratamento desigual de atividades similares claramente viola o princípio da isonomia. Não bastasse isso, as convenções internacionais e leis nacionais criam crimes sem vítimas, ao proibir a mera posse das arbitrariamente selecionadas drogas tornadas ilícitas e sua negociação entre adultos, assim violando a exigência de ofensividade da conduta proibida e o próprio princípio das liberdades iguais. Em uma democracia, o Estado não pode tolher a liberdade dos indivíduos sob o pretexto de pretender protegê-los. Ninguém pode ser coagido a ser protegido contra sua própria vontade. Intervenções do Estado supostamente dirigidas à proteção de um direito contra a vontade do indivíduo que é seu titular contrariam a própria ideia de democracia, pois excluem a capacidade de escolha na qual esta ideia se baseia. Quando não traz um risco concreto, direto e imediato para terceiros como é o caso da posse para uso pessoal de drogas ilícitas, ou responsável pela conduta age de acordo com a vontade do titular do bem jurídico como acontece na venda de drogas ilícitas para um adulto que quer comprá-las o Estado não está autorizado a intervir. Violações a normas garantidoras de direitos fundamentais estão, assim, na base da proibição e se aprofundam à medida que cresce o tom repressor, multiplicando-se as regras das convenções internacionais e leis internas que, ao estabelecer maior rigor penal e processual contra condutas relacionadas a drogas, ampliam a contrariedade a normas inscritas nas declarações internacionais de direitos humanos e constituições democráticas. A proibição e sua guerra são totalmente incompatíveis com os direitos humanos. A proibição violadora do princípio da isonomia, do princípio das liberdades iguais, e de tantos outros princípios garantidores de direitos fundamentais; a proibição causadora de violência, mortes, prisões e doenças a proibição não se harmoniza com a ideia de direitos humanos. São conceitos incompatíveis e incongruentes. Aliás, guerras e direitos humanos não são mesmo compatíveis em nenhuma circunstância. 4 - DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS A guerra às drogas não é propriamente uma guerra contra as drogas. Não se trata de uma guerra contra coisas. Como quaisquer outras guerras, é sim uma guerra contra pessoas: os produtores, comerciantes e consumidores das arbitrariamente selecionadas drogas tornadas ilícitas. Mas, não exatamente todos eles. Os alvos preferenciais da guerra às drogas são os mais vulneráveis dentre esses produtores, comerciantes e

13 consumidores das substâncias proibidas. Os inimigos nessa guerra são os pobres, não brancos, os marginalizados, os desprovidos de poder. O encarceramento massivo de afro-americanos nos Estados Unidos da América nitidamente revela o alvo e a função da guerra às drogas naquele país: perpetuar a discriminação e a marginalização fundadas na cor da pele, anteriormente exercitadas de forma mais explícita com a escravidão e o sistema de segregação racial conhecido como Jim Crow. O alvo preferencial da guerra às drogas brasileira também é claro: os mortos e presos nessa guerra os inimigos são os traficantes das favelas e aqueles que, pobres, não-brancos, marginalizados, desprovidos de poder, a eles se assemelham. É preciso pôr fim a essa falida e danosa política que, além de não funcionar em sua pretensão de salvar as pessoas de si mesmas e construir um inviável mundo sem drogas, produz demasiada violência, demasiadas mortes, demasiadas prisões, demasiadas doenças, demasiada corrupção. É preciso legalizar a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas para assim pôr fim à violência e à corrupção provocadas pela proibição; para assim afastar medidas repressivas violadoras de direitos fundamentais; para assim verdadeiramente proteger a saúde. Legalizar não significa permissividade ou liberação geral, como insinuam os enganosos discursos dos partidários da fracassada e danosa proibição. Ao contrário. Legalizar significa exatamente regular e controlar, o que hoje não acontece, pois um mercado ilegal é necessariamente desregulado e descontrolado. Legalizar significa devolver ao Estado o poder de regular, limitar, controlar e fiscalizar a produção, o comércio e o consumo dessas substâncias, da mesma forma que o faz em relação às drogas já lícitas, como o álcool e o tabaco. Exatamente por isso não basta descriminalizar a posse para uso pessoal ou legalizar apenas uma ou outra substância considerada mais leve, como a maconha. É preciso sim legalizar a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas. Todas as drogas, lícitas ou ilícitas, são potencialmente perigosas e viciantes. Seus efeitos mais ou menos danosos dependem, em grande parte, da forma como quem as usa se relaciona com elas. Mas, certamente há drogas mais e menos potentes, e assim mais ou menos perigosas. Quanto mais perigosa uma droga, maiores razões para que seja legalizada, pois não se pode controlar ou regular algo que é ilegal. É preciso que a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas venham para a luz do dia, para assim se submeterem a controle e regulação. Legalizar tampouco significa que haveria um aumento incontrolável do consumo, como insinuam os enganosos discursos dos partidários da fracassada e danosa proibição. Pesquisa realizada pelo Zogby, nos Estados Unidos da América, em dezembro de 2007, registrou 99% de respostas negativas à indagação sobre se, uma vez legalizadas drogas

14 como cocaína ou heroína, os entrevistados passariam a consumi-las. Na Holanda, onde o consumo de derivados da cannabis é acessível nos tolerados coffee-shops, o percentual de consumidores entre os jovens é muito inferior ao registrado nos Estados Unidos da América. [21] Por outro lado, é preciso ter claro que a legalização não significa que todos os problemas estarão solucionados. A legalização não é, nem pretende ser, uma panaceia para todos os males. A necessária legalização apenas porá fim aos riscos e aos danos criados pela proibição, assim removendo uma grande parcela de violência, o que já significa enorme conquista para o bem-estar social e a segurança pública. Com efeito, não há como se ter guerra às drogas e segurança pública ao mesmo tempo. Preocupações verdadeiras com a segurança pública também exigem o fim da proibição. A realidade e a história demonstram que o mercado das drogas não desaparecerá, nada importando a situação de legalidade ou ilegalidade. As pessoas continuarão a usar substâncias psicoativas, como o fazem desde as origens da história da humanidade. Com o fim da proibição, essas pessoas estarão mais protegidas, tendo maiores possibilidades de usar tais substâncias de forma menos arriscada e mais saudável. 5- NOVO PARADIGMA DA REDUÇÃO DE DANOS A professora e coordenadora do grupo de pesquisas em Política de drogas e Direitos Humanos da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luciana Boiteux traz um apontamento único, da questão de trabalhar com a redução de danos, e não necessariamente a abstinência, o que segundo ela é o novo paradigma. A complexidade começa quando o atual modelo de combate as Drogas, que conforme já explorado em capitulo próprio, é um modelo superado não leva em consideração a vontade do usuário, o que indica a necessidade de políticas públicas que tenham como foco os direitos humanos. Ocorre que, no âmbito da política criminal, não há consenso, mas no da política de saúde, sim. Deve-se investir em prevenção, em informação... Os usuários que queiram ajuda precisam ser apoiados pelo Estado. Uma intervenção social e não policial. A redução de danos é um novo paradigma, porque não trabalha com a ideia de abstinência como única meta aceitável, e sim, com a de apoio de medidas que minimizem os danos. Esse pensamento avança no sentido da saúde pública e do respeito 21 Fontes: European Monitoring Center for Drugs and Drug Addiction, National Survey on Drug Use and Health, Holanda: jovens de 15 a 24 anos em torno de 12%; EUA; jovens de 18 a 25 anos: cerca de 27%.

15 a liberdade do usuário METODOLOGIA Trabalho de pesquisa baseado em dados, por método indutivo, para que seja possível depurar possíveis resultados que se constituem como aspecto prático, das funções dos agentes do controle social formal. Neste sentido, o objetivo da NIC será identificar o que ocorre, juridicamente, sobre os casos identificados pelo Estado, tanto de consumo quanto de comércio, para que se demonstre os resultados efetivados com a lei de drogas. Portanto, termos perguntas a serem respondidas que formam o problema do projeto de pesquisa. São elas: a) De que forma se aplica a lei ao usuário? b) De que forma se aplica a lei ao vendedor, traficante? c) Existe disparidade, sobre a aplicação da lei, entre a atuação policial e o judiciário? Passo a passo para implementação da pesquisa I- Cada aluno deverá identificar 20 casos; II- Deverá ser visita, inicialmente, uma delegacia (a escolha da aluna(o), para identificar os 20 casos. III- Buscar os casos nos juízos criminais para onde os casos foram distribuídos. IV- Identificar as peças: registro de ocorrência (flagrante ou inquérito), denúncia, defesa e sentença; V- Dirigir-se ao setor de jurisprudência do tribunal e verificar a apelação, contrarazões e o acórdão. A pesquisa deverá nos dar respostas específicas, para que seja possível responder as perguntas anteriormente referidas, que sugerem o problema (a,b e c). Na pesquisa cada aluna(o) deverá identificar as seguintes informações, para cada caso: ( ) usuário ( ) comércio/tráfico ( ) cor da pele/etinia (indicar B ou N) Residência: ( ) favela (sim ou não) Ocupação: Estuda ( ) série: Trabalha ( ) função: ( ) preso em flagrante (sim ou não) Tipo de droga(s) Quantidade de droga(s) ( ) denúncia (sim ou não) ( ) defensoria pública (sim ou não)

16 ( ) réu preso (sim ou não) Tipo penal da lei de drogas: ( ) condenado (sim ou não) Tipo da pena: Tempo: ( ) recurso (sim ou não) 15-( ) sentença modificada (sim ou não) Resultado da reforma: CONCLUSÃO Com a omissão legislativa da lei /60 acerca da quantidade necessária para configurar tráfico ou consumo, ficou a discricionariedade do juiz de definir o destino dos agentes desviantes. Ocorre que esta liberdade é perigosa, ao passo que, o temos visto é o direito penal do autor, onde se julga pelo o que o réu é, e não pelo o fato cometido. Conforme já demostrado, seletividade da guerra as drogas escolhe como destinatário de suas mazelas o extrato pobre e negro da sociedade. Em juízo, branco são consumidores e não-branco são traficantes. O Luís Carlos Valois Juiz de Direito, mestre e doutorando em direito penal pela Universidade de São Paulo, membro da Associação Juízes para a Democracia e da Law Enforcement Against Prohibition - LEAP, Associação de Agentes da Lei Contra a Proibição das Drogas diz: A guerra às drogas é racista. Talvez não precisemos de mais estatísticas. Negros pobres são traficantes, enquanto brancos ricos são soltos como usuários, tudo com base no julgamento feito na rua e ratificado pelo Poder Judiciário. A falta do pluralismo na mídia, como construtora brutal de opiniões fortalece o discurso oficial de proibição. Favorecendo apenas os políticos exploradores do medo social. Os gastos públicos são exorbitantes. Polícias perdem o prestígio e suas vidas no enfretamento. Consumidores desinformados adquirem doenças ou morrem por overdose. As relações entre indivíduos são mínimas através do medo, motivadas pelo estereótipo ou racismo. Não há vantagem coletiva alguma. A política Criminal de Drogas merece reforma, é preciso haver mudança no controle. Um modelo médico, humano, social que respeite vontades individuais e não produza mortes. Seja a letalidade por enfrentamento ou por desinformação sanitária, é preciso sana-las. É preciso acabar com os desaparecimentos de Amarildos. Por tais fundamentos a pesquisa científica, é fundamental para apuração de dados, e levantamento de resultados que venham a influenciar em uma Política Pública verdadeiramente Humanitária.

17 BIBLIOGRAFIA MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Instittuto Carioca de Criminologia.Coleção Pensamento Criminológico: Volume 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La legislacion de antidrogas latinoamericana: sus componentes de derecho penal autoritario. In.: Fascículos de Ciências Penais. Volume: 3. Número: 2. Porto Alegre: Antonio Fabris, 1990 RETINA, Marcia Regina da Costa. São Paulo e Rio de Janeiro: A constituição do Esquadrão da morte. In: http// BARATTA, Alessandro. Fundamentos ideológicos da atual política criminal sobre drogas. In.: Só socialmente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992 BATISTA, Nilo. Politica criminal com derramamento de sangue. In.: Revista Brasileira de Ciências Criminais. Nº 20. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997 CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: do discurso oficial às razões da descriminalização. 2ª. Edição. Rio de Janeiro: Luam, 1997 BATISTA, Vera Malaguti. O Tribunal de Drogas e o Tigre de Papel. Disponível na Internet: < Acesso em 05 de Fevereiro de MALAGUTI, Vera. Drogas e criminalização da juventude pobre no Rio de Janeiro. In.: Revista Discursos Sediciosos: Crime, Direito e Sociedade. Nº. 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1996, p

PROPOSTA DA LEAP PARA A UNGASS 2016

PROPOSTA DA LEAP PARA A UNGASS 2016 PROPOSTA DA LEAP PARA A UNGASS 2016 A UNGASS 2016 Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o problema mundial das drogas a se realizar em abril de 2016 em New York, decerto constitui

Leia mais

DOSSIÊ DROGAS Entrevista Maria Lucia Karam

DOSSIÊ DROGAS Entrevista Maria Lucia Karam DOSSIÊ DROGAS Entrevista Maria Lucia Karam Maria Lúcia Karam, é juíza de direito aposentada do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, ex-juíza auditora da Justiça Militar Federal e ex-defensora

Leia mais

DROGAS: ALÉM DA DESCRIMINALIZAÇÃO DO CONSUMO (*)

DROGAS: ALÉM DA DESCRIMINALIZAÇÃO DO CONSUMO (*) DROGAS: ALÉM DA DESCRIMINALIZAÇÃO DO CONSUMO (*) Maria Lucia Karam Juíza de Direito (aposentada) Membro da Diretoria da LEAP Presidente da LEAP BRASIL A LEAP Law Enforcement Against Prohibition, que, no

Leia mais

Paulo Teixeira Deputado Federal PT/SP

Paulo Teixeira Deputado Federal PT/SP Paulo Teixeira Deputado Federal PT/SP Reformas legislativas na América Latina Política de Drogas no Brasil - proteção a Saúde Pública Entroncamento entre a Política Norte Americana de Guerra às Drogas

Leia mais

DROGAS: É PRECISO LEGALIZAR

DROGAS: É PRECISO LEGALIZAR DROGAS: É PRECISO LEGALIZAR Maria Lucia Karam Drogas têm sido usadas desde as origens da história da humanidade. Já a proibição, que tornou ilícitas algumas dessas substâncias psicoativas, nem sempre existiu,

Leia mais

Política Nacional sobre drogas. Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos

Política Nacional sobre drogas. Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos Política Nacional sobre drogas Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos A arma mais importante que nós temos- os que temos uma perspectiva democrática para a vida social para tratar do tema das drogas

Leia mais

1. Questões Prova - Escrivão PC PR

1. Questões Prova - Escrivão PC PR 1. Questões Prova - Escrivão PC PR 2018... 2 Questões de Legislação Específica para a PC PR/2018 1 1. QUESTÕES PROVA - ESCRIVÃO PC PR 2018 2. [COPS/UEL ESCRIVÃO DE POLÍCIA - PC PR - 2018] Assinale a alternativa

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco LEGISLAÇÃO ESPECIAL LEI DOS CRIMES HEDIONDOS Lei 8072/90 Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados)

Leia mais

Mandato Alexandre Padilha

Mandato Alexandre Padilha Mandato Alexandre Padilha Análise do Pacote de Moro O ex-juiz Sergio Moro apresentou essa semana um documento com propostas de alterações legislativas em 12 leis e nos códigos Penal e de Processo Penal,

Leia mais

SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/ Introdução 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à

SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/ Introdução 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/1990 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade 2.3 Direito à convivência familiar

Leia mais

SUIÇA POLÍTICA CRIMINAL SOBRE DROGAS

SUIÇA POLÍTICA CRIMINAL SOBRE DROGAS SUIÇA POLÍTICA CRIMINAL SOBRE DROGAS SUIÇA o SITUADA NA EUROPA CENTRAL, CAPITAL BERNA; o FRONTEIRA COM A FRANÇA, ALEMANHA, ITÁLIA E LIECHTENSTEIN; o POPULAÇÃO DE 7,86 MILHÕES DE HABITANTES; o LÍNGUAS OFICIAIS:

Leia mais

Introdução Crítica à História Sócio-Jurídica da Política Antidrogas Brasileira

Introdução Crítica à História Sócio-Jurídica da Política Antidrogas Brasileira Introdução Crítica à História Sócio-Jurídica da Política Antidrogas Brasileira Docentes Eribelto Peres Castilho & Danielle Franco da Rocha. São Paulo, janeiro de 2014 1 Proposta de Oficina Introdução Crítica

Leia mais

Ao mesmo tempo, de acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver

Ao mesmo tempo, de acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver SEGURANÇA Brasil lidera ranking de medo de tortura policial Questionados se estariam seguros ao ser detidos, 80% dos brasileiros discordaram fortemente Trata-se do maior índice dentre os 21 países analisados

Leia mais

DROGAS: DOS PERIGOS DA PROIBIÇÃO À NECESSIDADE DA LEGALIZAÇÃO (*)

DROGAS: DOS PERIGOS DA PROIBIÇÃO À NECESSIDADE DA LEGALIZAÇÃO (*) DROGAS: DOS PERIGOS DA PROIBIÇÃO À NECESSIDADE DA LEGALIZAÇÃO (*) Maria Lucia Karam A LEAP Law Enforcement Against Prohibition que traduzimos como Agentes da Lei Contra a Proibição é uma organização internacional,

Leia mais

XXXIII Encontro Nacional dos Procuradores da República. Ações do Estado contra as drogas: repressão, descriminalização e crime

XXXIII Encontro Nacional dos Procuradores da República. Ações do Estado contra as drogas: repressão, descriminalização e crime XXXIII Encontro Nacional dos Procuradores da República Ações do Estado contra as drogas: repressão, descriminalização e crime organizado A experiência internacional e os limites das novas políticas Carta

Leia mais

Políticas Públicas sobre Álcool e outras Drogas

Políticas Públicas sobre Álcool e outras Drogas Políticas Públicas sobre Álcool e outras Drogas Universidade de São Paulo Março 2009 PRECEDENTES HISTÓRICOS Junho 1998: XX Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas Responsabilidade compartilhada

Leia mais

PLANO DE REDUÇÃO DE DANOS ÀS VIOLÊNCIAS NA MARÉ

PLANO DE REDUÇÃO DE DANOS ÀS VIOLÊNCIAS NA MARÉ PLANO DE REDUÇÃO DE DANOS ÀS VIOLÊNCIAS NA MARÉ Sumário Introdução...pg.03 Meta 01: Reduzir número de mortes violentas durantes as Operações Policiais na Maré....pg.04 Meta 02. Reduzir situações de violação

Leia mais

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 1. Profª. Liz Rodrigues

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 1. Profª. Liz Rodrigues DIREITOS HUMANOS Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 1. Profª. Liz Rodrigues - A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948) já previa a criação de um tribunal

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Liberdade provisória e fiança Parte 1 Prof. Thiago Almeida . Espécie de medida cautelar (CPP, art. 319, VIII) Liberdade provisória e fiança.

Leia mais

Direito Penal CERT Regular 3ª Fase

Direito Penal CERT Regular 3ª Fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal CERT Regular 3ª Fase Lei de Drogaas Lei nº 11.343/2006-1) CESPE DPU - 2015 Considerando que Carlo, maior e capaz, compartilhe com Carla, sua parceira eventual,

Leia mais

Direito Penal. Lei de drogas Lei /2006. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei de drogas Lei /2006. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei de drogas Lei 11.343/2006. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;

Leia mais

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica SUMÁRIO 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de execução penal 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1.2 Pena 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

Drogas: Dos Perigos da Proibição à Necessidade da Legalização

Drogas: Dos Perigos da Proibição à Necessidade da Legalização Drogas: Dos Perigos da Proibição à Necessidade da Legalização Abertura Des. Sérgio de Souza Verani Bom dia a todos! Estamos dando início ao evento: Drogas: dos perigos da proibição à necessidade de legalização.

Leia mais

Direito Penal. Lei de crimes hediondos. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei de crimes hediondos. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei de crimes hediondos. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis

Leia mais

SUMÁRIO CÓDIGOS ESTATUTOS. Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá outras providências LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

SUMÁRIO CÓDIGOS ESTATUTOS. Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá outras providências LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR SUMÁRIO CÓDIGOS CÓDIGO PENAL MILITAR... 22 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR... 88 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO... 192 ESTATUTOS LEI Nº 10.671, DE 15 DE MAIO DE 2003 Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do

Leia mais

DIREITOS HUMANOS. Política Nacional de Direitos Humanos. Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência. Profª.

DIREITOS HUMANOS. Política Nacional de Direitos Humanos. Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência. Profª. DIREITOS HUMANOS Política Nacional de Direitos Humanos Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência Profª. Liz Rodrigues segurança pública. Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à

Leia mais

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL Aula 03 NOS CAPÍTULOS ANTERIORES... Surgimento dos Direitos Humanos Internacionalização dos Direitos Humanos Sistemas Globais de Proteção dos Direitos Humanos 1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Contextualização

Leia mais

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas Direito Penal Contravenção Penal e Lei de Drogas Infrações Penais: Crimes x Contravenção Noção Geral: Infração (ou o ilícito) penal = conduta em relação de contradição com a programação normativa esperada

Leia mais

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO ASPECTOS CRIMINAIS. Prof. Rodrigo Capobianco

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO ASPECTOS CRIMINAIS. Prof. Rodrigo Capobianco SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO ASPECTOS CRIMINAIS Prof. Rodrigo Capobianco CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO Devemos considerar que o Código de Trânsito Brasileiro (Lei

Leia mais

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA REDE DE PESQUISA SOBRE DROGAS AS POLÍTICAS BRASILEIRAS SOBRE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA REDE DE PESQUISA SOBRE DROGAS AS POLÍTICAS BRASILEIRAS SOBRE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA REDE DE PESQUISA SOBRE DROGAS AS POLÍTICAS BRASILEIRAS SOBRE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Paulo R. Yog M. Uchoa Secretário Nacional Antidrogas Brasília, 04 de outubro de 2007 Gabinete

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena

Direito Penal. Teoria da Pena Direito Penal Teoria da Pena Conceito Pena é a sanção, consistente na privação de determinados bens jurídicos, que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime (Aníbal Bruno).

Leia mais

CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI. Artigo 1.º

CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI. Artigo 1.º CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI Adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979 CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS

Leia mais

SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL

SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 Dispõe sobre o Estatuto do Índio... 21 LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011 Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII

Leia mais

SEJUDH SUMÁRIO. Noções Básicas de Direito Constitucional. Direitos e deveres fundamentais Direitos e deveres individuais e coletivos...

SEJUDH SUMÁRIO. Noções Básicas de Direito Constitucional. Direitos e deveres fundamentais Direitos e deveres individuais e coletivos... Noções Básicas de Direito Constitucional Direitos e deveres fundamentais... 3 Direitos e deveres individuais e coletivos... 4 Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... 5

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 8 Professor: Rodrigo J. Capobianco LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1. LEP - Estrutura A LEP Lei das Execuções Penais é estruturada da seguinte forma:

Leia mais

RAZÕES PRAGMÁTICAS E JURÍDICAS PARA A NÃO CRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE MACONHA PARA CONSUMO PESSOAL

RAZÕES PRAGMÁTICAS E JURÍDICAS PARA A NÃO CRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE MACONHA PARA CONSUMO PESSOAL RAZÕES PRAGMÁTICAS E JURÍDICAS PARA A NÃO CRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE MACONHA PARA CONSUMO PESSOAL Luís Roberto Barroso I. INTRODUÇÃO 1. Vou procurar demonstrar nesses minutos que tenho para minha exposição

Leia mais

Imigração. Fechamento do abrigo de Brasiléia (AC)

Imigração. Fechamento do abrigo de Brasiléia (AC) Imigração Haitianos e Senegaleses (mais de 300) partiram de Rio Branco no Acre e vão desembarcar de ônibus em SP em busca de trabalho a mando do governo acreano (Abril/2014) Fechamento do abrigo de Brasiléia

Leia mais

CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS.

CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS. CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS. A. PREÂMBULO I CONSIDERANDO que o Brasil é signatário da Declaração dos Direitos da Criança, adotada

Leia mais

A LEI /2006: alguns nós da lei que se tem. Ludmila Cerqueira Correia CETAD Agosto/2011

A LEI /2006: alguns nós da lei que se tem. Ludmila Cerqueira Correia CETAD Agosto/2011 A LEI 11.343/2006: alguns nós da lei que se tem Ludmila Cerqueira Correia CETAD Agosto/2011 PREMISSAS Posição atual do Brasil: redução de danos medida eficaz que garante a proteção dos direitos humanos,

Leia mais

Palavras- chave: Auto de Resistência, polícia militar, letalidade policial, execuções sumárias.

Palavras- chave: Auto de Resistência, polícia militar, letalidade policial, execuções sumárias. Limites e possibilidades do Projeto de Lei n. 4471/2012: o fim dos autos de resistência a partir do caso do Estado de São Paulo. Mariene de Souza Silva marienesilva.ps@gmail.com (UEPG) Orientador: Prof.

Leia mais

SECÇÃO III - Prestação de trabalho a favor da comunidade e admoestação

SECÇÃO III - Prestação de trabalho a favor da comunidade e admoestação Código Penal Ficha Técnica Código Penal LIVRO I - Parte geral TÍTULO I - Da lei criminal CAPÍTULO ÚNICO - Princípios gerais TÍTULO II - Do facto CAPÍTULO I - Pressupostos da punição CAPÍTULO II - Formas

Leia mais

SUMÁRIO 2. COMENTÁRIOS À LEI /2006 ARTIGO POR ARTIGO LEI , DE 7 DE AGOSTO DE 2006

SUMÁRIO 2. COMENTÁRIOS À LEI /2006 ARTIGO POR ARTIGO LEI , DE 7 DE AGOSTO DE 2006 1. INTRODUÇÃO... 23 1.1 Lei Maria da Penha: o porquê dessa denominação... 23 1.2 Trâmite perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos... 25 1.3 Situação atual... 27 2. COMENTÁRIOS À LEI 11.340/2006

Leia mais

Conteúdo: Procedimento na Lei de Drogas (Lei /06). Procedimento nos Crimes contra a Propriedade Material.

Conteúdo: Procedimento na Lei de Drogas (Lei /06). Procedimento nos Crimes contra a Propriedade Material. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 19 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Procedimento na Lei de Drogas (Lei 11.343/06). Procedimento nos Crimes contra a Propriedade Material.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Portar droga para uso próprio é crime? Damásio E. de Jesus* Os números atuais sobre a questão das drogas ilícitas são estarrecedores. As Nações Unidas, por meio da United Nations

Leia mais

INTRODUÇÃO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27

INTRODUÇÃO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27 SUMÁRIO Capítulo 1 INTRODUÇÃO... 25 Capítulo 2 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27 2.1 Funções da prisão em flagrante delito... 28 2.2 Natureza jurídica

Leia mais

O esgotamento da política de drogas (*)

O esgotamento da política de drogas (*) O esgotamento da política de drogas (*) Maria Lucia Karam Falo em nome da Associação dos Agentes da Lei Contra a Proibição (LEAP BRASIL), que foi formada para dar voz a policiais, juízes, promotores, agentes

Leia mais

Apêndice I 23 ações programáticas relativas à população LGBT, previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH 3)

Apêndice I 23 ações programáticas relativas à população LGBT, previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH 3) Apêndice I 23 ações programáticas relativas à população LGBT, previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH 3) EIXO ORIENTADOR III - UNIVERSALIZAR DIREITOS EM CONTEXTO DE DESIGUALDADES Diretriz

Leia mais

A questão das drogas Aula FGV

A questão das drogas Aula FGV A questão das drogas Aula FGV Julita Lemgruber 30 de agosto de 2012 Crescimento da População Carcerária no Brasil Brasil 1995 a 2011 Total e taxa por 100 mil habitantes Número de pessoas presas por sexo

Leia mais

GUIA PARA A CONDUTA E O COMPORTAMENTO DA POLÍCIA SERVIR E PROTEGER FOLHETO

GUIA PARA A CONDUTA E O COMPORTAMENTO DA POLÍCIA SERVIR E PROTEGER FOLHETO GUIA PARA A CONDUTA E O COMPORTAMENTO DA POLÍCIA SERVIR E PROTEGER FOLHETO Comitê Internacional da Cruz Vermelha 19, avenue de la Paix 1202 Genebra, Suíça T +41 22 734 60 01 F +41 22 733 20 57 Email: shop@icrc.org

Leia mais

NOTA PÚBLICA. Sobre a proposta legislativa de redução da idade penal. A Frente Ampla Pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes no

NOTA PÚBLICA. Sobre a proposta legislativa de redução da idade penal. A Frente Ampla Pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes no NOTA PÚBLICA Sobre a proposta legislativa de redução da idade penal A Frente Ampla Pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes no Brasil, articulação política nacional de participação popular pela cidadania

Leia mais

Tratados internacionais em matéria penal assinados pela Nicarágua. assinatura

Tratados internacionais em matéria penal assinados pela Nicarágua. assinatura Tratados internacionais em matéria penal assinados pela Nicarágua N.º Título do instrumento jurídico 1/B Tratado de Extradição entre anicarágua e Costa Rica 2/B Tratado de Extradição entre anicarágua e

Leia mais

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16 Sumário Capítulo I Noções gerais... 1 1. Fundamentos constitucionais... 1 2. Conceito de execução penal... 3 2.1. Sentença e decisão criminal... 3 3. Natureza jurídica da execução penal... 3 4. Autonomia

Leia mais

A POLÍCIA FEDERAL QUE O BRASIL QUER

A POLÍCIA FEDERAL QUE O BRASIL QUER A POLÍCIA FEDERAL QUE O BRASIL QUER Os DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL, reunidos na cidade do Rio de Janeiro/RJ, no V CONGRESSO NACIONAL DE DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL, realizado no período de 25 a 27 de

Leia mais

Conferência Internacional do Trabalho

Conferência Internacional do Trabalho Conferência Internacional do Trabalho PROTOCOLO À CONVENÇÃO 29 PROTOCOLO À CONVENÇÃO SOBRE TRABALHO FORÇADO, 1930, ADOTADA PELA CONFERÊNCIA EM SUA CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO, GENEBRA, 11 DE JUNHO DE 2014

Leia mais

Vistos e examinados os autos.

Vistos e examinados os autos. CONCLUSÃO Em 08 de fevereiro de 2013, faço estes autos conclusos à MMª. Juíza Federal Titular da 3ª Vara Federal de Sorocaba, Drª SYLVIA MARLENE DE CASTRO FIGUEIREDO. Técnico Judiciário RF 5448 PROCESSO

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO E DIREITOS HUMANOS. Um estudo sobre o papel do Ministério Público na defesa e na promoção dos direitos humanos

MINISTÉRIO PÚBLICO E DIREITOS HUMANOS. Um estudo sobre o papel do Ministério Público na defesa e na promoção dos direitos humanos JORGE ALBERTO DE OLIVEIRA MARUM Promotor de Justiça no Estado de São Paulo, mestre em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco) e professor titular

Leia mais

Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios

Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância Faculdade de Saúde Pública (USP), Auditório Paula Souza.

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

O Uso Progressivo da Força X Uso Seletivo da Força

O Uso Progressivo da Força X Uso Seletivo da Força O Uso Progressivo da Força X Uso Seletivo da Força Juliano José Trant de Miranda Introdução Durante muito tempo as polícias militares, no Brasil, usam um termo para determinar, regular e disciplinar o

Leia mais

PROVA OBJETIVA DA POLÍCIA FEDERAL DELEGADO DE POLÍCIA QUESTÕES DE DIREITO PENAL QUESTÃO 58

PROVA OBJETIVA DA POLÍCIA FEDERAL DELEGADO DE POLÍCIA QUESTÕES DE DIREITO PENAL QUESTÃO 58 PROVA OBJETIVA DA POLÍCIA FEDERAL DELEGADO DE POLÍCIA QUESTÕES DE DIREITO PENAL Professor: Felipe Leal QUESTÃO 58 COMENTÁRIOS: Houve coação moral irresistível (vis compulsiva), a excluir a culpa, em função

Leia mais

Introdução. Principais alterações:

Introdução. Principais alterações: LEI 12.403/11 Lei 12.403/11 A Lei 12.403 de 04 de maio de 2011 altera dispositivos do Código de Processo Penal no que diz respeito a: - Prisões Provisórias - Liberdade Provisória - Relaxamento da Prisão

Leia mais

Sumário. 1 Estatuto da Criança e do Adolescente Anotado... 1 Lei nº 8.069, de 13 de julho de

Sumário. 1 Estatuto da Criança e do Adolescente Anotado... 1 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1 Estatuto da Criança e do Adolescente Anotado... 1 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990... 1 Livro I Parte Geral... 1 Título I Das Disposições Preliminares... 1 Título II Dos Direitos Fundamentais...

Leia mais

Escola de Formação Política Miguel Arraes

Escola de Formação Política Miguel Arraes Escola de Formação Política Miguel Arraes Curso de Atualização e Capacitação Sobre Formulação e Gestão de Políticas Públicas Módulo III Políticas Públicas e Direitos Humanos Aula 7 Gestão em Segurança

Leia mais

Caminhos de superação da violência Dra. Marlene Inês Spaniol

Caminhos de superação da violência Dra. Marlene Inês Spaniol Dra. Marlene Inês Spaniol Encontro de Abertura 22/11/2017 Teatro Dante Barone Porto Alegre/RS Tema a ser desenvolvido: Os (difíceis mas possíveis) caminhos de superação da violência partindo do objetivo

Leia mais

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL DIREITO INTERNACIONAL AULA 4 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL EMENTA DA AULA 4 Direito Internacional Penal. O Tribunal Penal Internacional. O Estatuto de Roma. Jurisdição. A complementaridade. Legitimidade

Leia mais

ATUALIDADES A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA NO BRASIL

ATUALIDADES A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA NO BRASIL ATUALIDADES A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA NO BRASIL Prof. Richard Garcia www.epercurso.com.br MARCHA DA MACONHA... MARCHA DA MACONHA... MARCHA DA MACONHA... MARCHA DA MACONHA Evento anual e internacional (início

Leia mais

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO Crimes de Trânsito Dos Crimes em Espécie Prof. Denis Brasileiro Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão

Leia mais

Direito da Segurança

Direito da Segurança Direito da Segurança Direito Constitucional, Internacional, Europeu, Legal e Regulamentar I DIREITO CONSTITUCIONAL DA SEGURANÇA 1. Constituição da República Portuguesa (artigos) - Artigo 7º - Relações

Leia mais

Normas constitucionais criminalizadoras. Alberto Silva Franco. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo

Normas constitucionais criminalizadoras. Alberto Silva Franco. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Normas constitucionais criminalizadoras Alberto Silva Franco Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo FRANCO, Alberto Silva. Normas constitucionais criminalizadoras. Boletim IBCCRIM,

Leia mais

SUMÁRIO. Língua Portuguesa. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais...

SUMÁRIO. Língua Portuguesa. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais... Língua Portuguesa Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais...3 Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras. Emprego da acentuação gráfica...21

Leia mais

Pesquisa Tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro: Prisão provisória e direito de defesa. Novembro de 2015

Pesquisa Tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro: Prisão provisória e direito de defesa. Novembro de 2015 Pesquisa Tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro: Prisão provisória e direito de defesa Novembro de 2015 Prisões em flagrante por tráfico de drogas na cidade do Rio 1.437 casos distribuídos em 2013

Leia mais

Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01

Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01 Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01 Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Monster Guerreiros, a execução penal é um procedimento destinado à efetiva aplicação da pena ou da medida de segurança

Leia mais

DOS DELITOS E DAS PENAS

DOS DELITOS E DAS PENAS DOS DELITOS E DAS PENAS ELIANA CALMON ALVES* Juíza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Neste final de século, marcado por profundas mudanças no comportamento humano, observa-se a complexidade crescente

Leia mais

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Dos crimes praticados contra crianças e adolescentes Arts. 225 a 244-B, ECA. Atenção para os delitos dos arts. 240 a 241 (A, B, C, D e E), bem como 244-B. Est. do Desarmamento

Leia mais

n 06 - janeiro-abril de 2011 ISSN

n 06 - janeiro-abril de 2011 ISSN n 06 - janeiro-abril de 2011 ISSN 2175-5280 EXPEDIENTE Instituto Brasileiro de Ciências Criminais DIRETORIA DA GESTÃO 2011/2012 Presidente: Marta Saad 1º Vice-Presidente: Carlos Vico Mañas 2ª Vice-Presidente:

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Remédios Constitucionais e Garantias Processuais Direitos Constitucionais-Penais e Parte 3 Prof. Alexandre Demidoff Mandados constitucionais de criminalização

Leia mais

STJ SUMÁRIO. 11. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECU ÇÃO PENAL - ARTIGOS 1.0 A 4.0 DA LEP Do objeto da execução pena l...

STJ SUMÁRIO. 11. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECU ÇÃO PENAL - ARTIGOS 1.0 A 4.0 DA LEP Do objeto da execução pena l... k STJ00091241 SUMÁRIO PREFÁCIO À 2" EDIÇÃO - REN É ARI EL DOTTl..................... 5 I. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PENAL..................................... 17 1. Princípios da Execução Penal.....................................

Leia mais

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL 1.1.1 Direito de execução penal e direito penitenciário 1.1.2 Autonomia do direito de execução penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 1. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 1. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática aula 1 Professor: Rodrigo J. Capobianco LEGISLAÇÃO ESPECIAL TORTURA (Lei 9455/97) Tortura Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO e a Segurânça e Saúde no Trabalho ROBERTO LUIS FONSECA DE FREITAS

MINISTÉRIO PÚBLICO e a Segurânça e Saúde no Trabalho ROBERTO LUIS FONSECA DE FREITAS MINISTÉRIO PÚBLICO e a Segurânça e Saúde no Trabalho ROBERTO LUIS FONSECA DE FREITAS Engenheiro de Segurança do Trabalho do Ministério Público do Estado do Paraná; Conselheiro da Câmara Especializada em

Leia mais

FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS

FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS ATUALIZAÇÕES E ENTENDIMENTOS SOBRE A. LEI 12.403/11 FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS Cley Celestino Batista Delegado de Polícia Cuiabá, 2011 I VACATIO LEGIS: Conforme preceitua a Lei 12.403/2011, suas normas

Leia mais

egurança Pública Segurança Pública

egurança Pública Segurança Pública V S egurança Pública Segurança Pública mensagem presidencial Segurança pública Desde 2003, as ações do Governo Federal para a garantia da segurança pública têm como objetivo agir sobre as causas da criminalidade

Leia mais

Enfrentamento aotráfico de Pessoas: Boas Práticas e Cooperação Jurídica. O trabalho forçado é a antítese do trabalho decente

Enfrentamento aotráfico de Pessoas: Boas Práticas e Cooperação Jurídica. O trabalho forçado é a antítese do trabalho decente Enfrentamento aotráfico de Pessoas: Boas Práticas e Cooperação Jurídica O trabalho forçado é a antítese do trabalho decente Trabalho Forçado Convenção sobre trabalho forçado, 1930 (29). todo trabalho ou

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas

DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas Lei 9807/99 Lei de Proteção a vítimas e a testemunhas Profa. Letícia Delgado Lei de proteção a vítimas e testemunhas 1)Previsão legal: Lei 9807/1999 Estabelece normas

Leia mais

COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS DA LEI DE DROGAS. TÍTULO I Disposições preliminares Art. 1º Parágrafo único Art. 2º Parágrafo único...

COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS DA LEI DE DROGAS. TÍTULO I Disposições preliminares Art. 1º Parágrafo único Art. 2º Parágrafo único... SUMÁRIO PARTE 1 COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS DA LEI DE DROGAS LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 TÍTULO I Disposições preliminares Art. 1º... 33 Parágrafo único... 33 Art. 2º... 33 Parágrafo único... 33

Leia mais

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações. PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 2004.71.04.005970-2/RS AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACUSADO : IRENI FRANCO : ZIGOMAR TEODORO : LEOMAR CORREIA : CILDO ANANIAS : SERGIO ANANIAS

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (continuação) Lei dos Crimes Hediondos Lei 8072/90 Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados) a hediondos Lei dos Crimes Hediondos

Leia mais

PREVENÇÃO E COMBATE AO TRÁFICO DE ARMAS E DROGAS. Ivana David Desembargadora 4ª Câmara de Direito Criminal Tribunal de Justiça do Estado do São Paulo

PREVENÇÃO E COMBATE AO TRÁFICO DE ARMAS E DROGAS. Ivana David Desembargadora 4ª Câmara de Direito Criminal Tribunal de Justiça do Estado do São Paulo PREVENÇÃO E COMBATE AO TRÁFICO DE ARMAS E DROGAS Ivana David Desembargadora 4ª Câmara de Direito Criminal Tribunal de Justiça do Estado do São Paulo DESAFIOS PARA O COMABATE AO TRÁFICO DE ARMAS E DROGAS

Leia mais

Senhoras senadoras, senhores senadores, representantes de entidades e demais convidados, bom dia!

Senhoras senadoras, senhores senadores, representantes de entidades e demais convidados, bom dia! 1 Confira o discurso do senador Pedro Taques (PDT-MT) na abertura da Audiência Pública da Subcomissão de Segurança Pública (11.03) Senhoras senadoras, senhores senadores, representantes de entidades e

Leia mais

Curso Resultado. Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO. Trabalho atualizado em julho/2017.

Curso Resultado. Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO. Trabalho atualizado em julho/2017. Curso Resultado Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO Trabalho atualizado em julho/2017. SUMÁRIO Parte 1 - Levantamento do que caiu e como caiu

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts.

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. 77 ao 82, CP) Conceito A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, pode ser conceituada como a suspensão parcial da execução da pena privativa

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 4 Profª. Liz Rodrigues - Art. 5º, LXIV, CF/88: o preso tem direito à identificação dos responsáveis

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE DE 2015.

PROJETO DE LEI Nº DE DE 2015. PROJETO DE LEI Nº DE DE 2015. Determina a obrigatoriedade de inserção de mensagens educativas sobre o uso de drogas ilícitas nos ingressos de eventos esportivos e shows culturais ou esportivos voltados

Leia mais

TERRORISMO E TERRORISMO DE ESTADO: O CASO BRASILERO. Prof. Antonio Celso Baeta Minhoto Legale março 2019

TERRORISMO E TERRORISMO DE ESTADO: O CASO BRASILERO. Prof. Antonio Celso Baeta Minhoto Legale março 2019 TERRORISMO E TERRORISMO DE ESTADO: O CASO BRASILERO Prof. Antonio Celso Baeta Minhoto Legale março 2019 O terrorismo contemporâneo se apresenta não somente como uma ruptura do Estado de Direito, mas também

Leia mais

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Nº 13008/CS HABEAS CORPUS Nº105488 (SÃO PAULO) IMPETRANTE: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO PACIENTE: VERÔNICA AUGUSTA DE OLIVEIRA COATOR: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATOR: MINISTRO CELSO

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2015.

PROJETO DE LEI Nº DE 2015. PROJETO DE LEI Nº DE 2015. Institui a Semana Estadual de Conscientização e Divulgação do Disque Direitos Humanos Disque 100, a ser realizada anualmente no período de 15 a 21 de maio. A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Leia mais

DÉCADA INTERNACIONAL DE. AFRODESCENDENTES 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024 RECONHECIMENTO, JUSTIÇA E DESENVOLVIMENTO

DÉCADA INTERNACIONAL DE. AFRODESCENDENTES 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024 RECONHECIMENTO, JUSTIÇA E DESENVOLVIMENTO DÉCADA INTERNACIONAL DE AFRODESCENDENTES 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024 RECONHECIMENTO, JUSTIÇA E DESENVOLVIMENTO DÉCADA INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES 1º DE JANEIRO DE 2015 A 31 DE

Leia mais

IAPEN SUMÁRIO. Língua Portuguesa. Domínio da ortografia oficial Emprego da acentuação gráfica Emprego dos sinais de pontuação...

IAPEN SUMÁRIO. Língua Portuguesa. Domínio da ortografia oficial Emprego da acentuação gráfica Emprego dos sinais de pontuação... Língua Portuguesa Domínio da ortografia oficial... 3 Emprego da acentuação gráfica... 12 Emprego dos sinais de pontuação... 15 Flexão nominal e verbal...22/24/35 Pronomes: emprego, formas de tratamento

Leia mais

POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA

POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA 1. O INÍCIO: A IMPLANTAÇAO DO PROGRAMA NACIONAL DE PENAS ALTERNATIVAS PELO Instalado em setembro de

Leia mais