Mapa de Ruído Plano de Urbanização do UP2 do Alto do Poço e Alvor

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1 Mapa de Ruído Plano de Urbanização do UP2 do Alto do Poço e Alvor Relatório final de apresentação do mapa de ruído do Plano de Urbanização da UP2 do Alto do Poço e Alvor, elaborado pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI). Por Mário Luís Oliveira de Sousa Mateus Bruno Gonçalo Duarte Glória Pais Martins Coimbra Maio de 2004

2 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO METODOLOGIA Campanhas de Monitorização do Ruído Modelação Matemática dos Mapas de Ruído APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS CONCLUSÕES...12 REFERÊNCIAS...13

3 1. INTRODUÇÃO O presente documento constitui o relatório final de apresentação e explicação do mapa de ruído do Plano de Urbanização da UP2 do Alto do Poço e Alvor elaborado pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), no âmbito do contrato celebrado entre a ADAI e a VASCO DA CUNHA, estudos e projectos, s.a. A necessidade da implementação de políticas que privilegiem a melhoria de qualidade de vida das populações urbanas, nos múltiplos aspectos de que este conceito se reveste, tem sido afirmada em vários documentos orientadores da Organização Mundial de Saúde, tendo a União Europeia aprovado um conjunto de Directivas nesse sentido, que têm sido transpostas para as legislações nacionais dos seus Estados-Membros. No que diz respeito ao ruído, um instrumento imprescindível para apoiar a tomada consciente de decisões é a representação da distribuição geográfica dos parâmetros utilizados para a sua descrição. O Regulamento Geral do Ruído (RGR), aprovado pelo Decreto Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro, que entrou em vigor em Maio de 2001, define no seu anexo intitulado Regulamento Geral sobre Poluição Sonora (RLPS), o mapa de ruído como um descritor do nível de exposição a ruído ambiente exterior, traçado em documento onde se representam as áreas e os contornos das zonas de ruído às quais corresponde uma determinada classe de valores expressos em db(a). Este regulamento aplica-se, de acordo com o seu Artigo 2º, ao ruído ambiente a que os seres humanos se encontram expostos, em especial em áreas construídas, parques públicos ou noutras zonas tranquilas em campo aberto nas imediações de escolas, hospitais e outros edifícios e zonas sensíveis ao ruído. O RLPS determina que na execução da política de Ordenamento do Território e Urbanismo deve ser assegurada a qualidade do ambiente sonoro na habitação, trabalho e lazer. Por isso, estabelece que as áreas vocacionadas para usos habitacionais existentes ou previstos, bem como para escolas, hospitais, espaços de recreio e lazer e outros equipamentos colectivos prioritariamente utilizados pelas populações como locais de recolhimento, existentes ou a instalar, sejam classificados de zonas sensíveis e as áreas cuja vocação seja afecta

4 em simultâneo às utilizações referidas bem como a outras utilizações, nomeadamente comércio e serviços, sejam classificadas de zonas mistas. Para efeitos da análise do ruído e do traçado dos mapas de ruído, o dia é considerado dividido em dois períodos distintos: - O período diurno, das 07:00 h às 22:00 h; - O período nocturno, das 22:00 h às 07:00. É estabelecido que as zonas sensíveis não podem ficar expostas a um nível sonoro contínuo equivalente de longa duração, ponderado A, L Aeq, LT, do ruído ambiente exterior, superior a 55 db(a) no período diurno e 45 db(a) no período nocturno; e as zonas mistas não podem ficar expostas a um nível sonoro contínuo equivalente de longa duração, ponderado A, L Aeq, LT, do ruído ambiente exterior, superior a 65 db(a), no período diurno, e 55 db(a) no período nocturno. A delimitação e disciplina das zonas sensíveis e mistas é da competência das Câmaras Municipais e terá de ser prevista na elaboração dos planos municipais de ordenamento do território (PMOT), que estabeleçam a concepção da organização urbana. Os estudos de ordenamento apoiam-se na informação disponível nos mapas de ruído. Sendo o mapa de ruído um elemento fundamental para a informação acústica das áreas objecto de estudo de âmbito municipal, depreende-se que é essencial que os PMOTs serem acompanhados pelo mapa de ruído, elemento que fornecerá a localização das fontes de ruído e de áreas às quais correspondem classes de valores expressos em db (A), referentes aos níveis de exposição ao ruído no exterior. A elaboração dos mapas de ruído propicia o enquadramento das medidas de controlo de ruído nos PMOTs e facilita a divulgação e o acesso do público à informação relevante. Neste relatório são descritas as metodologias utilizadas, quer nas campanhas de monitorização de ruído, quer na modelação matemática dos mapas de ruído. São ainda apresentados e analisados os resultados obtidos neste trabalho.

5 2. METODOLOGIA 2.1 Campanhas de Monitorização do Ruído O parâmetro utilizado como descritor do ruído nos mapas é o nível sonoro contínuo equivalente ponderado de acordo com a curva A, L Aeq,T, que é definido como o nível de pressão sonora (NPS) de um ruído contínuo uniforme que, por conter a mesma quantidade de energia, teria o mesmo efeito que o ruído real. Dada a necessidade de caracterizar o valor de L Aeq,T, adquiriram-se ficheiros que contêm as evoluções temporais do nível de pressão sonora. Posteriormente utilizando esses ficheiros, traçaram-se os respectivos gráficos e procedeu-se ao cálculo dos valores diários do nível equivalente de ruído L Aeq,T, para os períodos diurnos (07:00 h às 22:00 h) e nocturnos (22:00 h às 07:00 h). As medições efectuadas encontram-se devidamente caracterizadas no Relatório de Ensaio RENS-ARALT-0409, que deverá ser anexo ao presente documento. A campanha de monitorização de ruído decorreu em 3 localizações diferentes situadas principalmente junto às principais fontes de ruído e indicadas na Tabela 1 e na Tabela 2, para o período diurno e para o período nocturno, respectivamente. Os sistemas de medição foram instalados em postes de iluminação, por questões de segurança, a uma altura de 3 metros. A localização dos pontos de medição, que se encontram representados no Mapa de Rede Viária Modelada, foi escolhida tendo em conta a distribuição e os fluxos de tráfego que se registaram nas vias de tráfego da área em estudo. Do levantamento efectuado no local verificou-se que a via que liga o Alvor a Portimão (secções- fonte 1; fonte 2, fonte 3), e que atravessa toda a área, é aquela que detém os maiores fluxos de tráfego ao longo do seu trajecto. Nesta via foram localizados dois pontos de medição, o ponto 1 - Alvor1 (Vila Marachique), e o ponto 2 - Alvor2 (Cruzamento da Clínica Particular). Para o registo do nível de ruído relativo ao tráfego rodoviário na zona da Torralta foi colocado um ponto de medição, no ponto 3 Alvor3 (Torralta).

6 Para a caracterização das vias de tráfego, foram feitas contagens em dois dias distintos, nas secções: fonte 1; fonte 2; fonte 3; fonte 5 e fonte 7. As medições foram efectuadas por períodos de uma hora, em dois dias distintos, das 10h ás 13h e das 22h ás 01h. Para as restantes fontes rodoviárias, os dados relativos ao volume, velocidade e percentagem de pesados foram estimados através de relações comparativas de tráfego.

7 Tabela 1 Dados de tráfego e níveis sonoros no período diurno. Vel. TMH % Local média (veic/hora) pesados (km/h) (3) L Aeq,LT medido [db(a)] L Aeq Diferença Simulado simulado -medido 1 Fonte (1) 6 60,3 60,3 0 2 Fonte (1) Fonte (1) 20 68,4 68,1-0,3 4 Fonte (2) Fonte (1) 3 67,3 67,4 +0, Fonte (2) Fonte (1) Fonte (2) Fonte 9 70 (2) Fonte (2) (1) (2) (3) Valores obtidos por contagem Valores estimados por comparação Velocidade estimada

8 Tabela 2 Dados de tráfego e níveis sonoros no período nocturno. Vel. TMH % Local média (veic/hora) pesados (km/h) L Aeq,LT medido [db(a)] L Aeq Diferença Simulado simulado -medido 1 Fonte (1) 2 56,1 55,6-0,5 2 Fonte (1) Fonte 3 50 (1) 6 63,6 63,6 0 4 Fonte (2) Fonte 5 70 (1) 1 61,6 61,2-0, Fonte 6 70 (2) Fonte 7 60 (1) Fonte 8 80 (2) Fonte 9 35 (2) Fonte (2) (1) (2) (3) Valores obtidos por contagem Valores estimados por comparação Velocidade estimada

9 2.2 Modelação Matemática dos Mapas de Ruído O cálculo foi efectuado com o programa de modelação LIMA B. Para a área modelada, foi construído um modelo digital a três dimensões da zona, incluindo a orografia, definida a partir das linhas de nível, a planimetria e altimetria relativa aos edifícios e outros obstáculos relevantes, e a localização e caracterização das fontes de ruído principais (eixos rodoviários). Os ficheiros com a informação relativa à orografia e à planimetria dos edifícios e dos principais eixos de comunicação foram fornecidos pela VASCO DA CUNHA, no formato adequado. Quanto à altimetria dos edifícios, os ficheiros tiveram que ser construídos durante o presente trabalho. Com base na informação disponibilizada e complementada com a informação recolhida durante as campanhas de medição, foram elaborados dois mapas: um para o período diurno e outro para o nocturno. Os cálculos foram efectuados, sobre um modelo obtido a partir de uma carta à escala 1/5.000, com uma malha de 2m x 2m. Os resultados da modelação referem-se aos níveis sonoros equivalentes a uma altura de 3m acima do solo. A escolha da altura de cálculo foi feita de forma a se poder comparar, directamente, os valores obtidos pelo modelo com os registos efectuados. Esta opção está de acordo com o nº 1 do Anexo I (L 189/18) da Directiva 2002/49/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Junho de 2002, o qual prevê que utilizem alturas entre 1,5m e 4m. Recentemente na divulgação do projecto-piloto de demonstração de mapas de ruído escalas municipal e urbana divulgado em Junho pelo Instituto do Ambiente, na modelação dos mapas, então apresentados, foi utilizada uma altura de cálculo de 1,5m, reforçando assim a opção tomada. Nas modelações efectuadas foram utilizados os métodos recomendados na Directiva 2002/49, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente. Assim foi utilizado: - para o RUÍDO DO TRÁFEGO RODOVIÁRIO: O método de cálculo francês «NMPB- Routes-96 (SETRA-CERTU--LCPC-CSTB», publicado no «Arrete du 5 mai 1995 relatif

10 au bruit des infrastructures routières, Journal Officiel du 10 mai 1995, article 6» e na norma francesa «XPS ». No que se refere aos dados de entrada relativos à emissão, estes documentos remetem para o «Guide du bruit dês transports terrestres, fascicule prévision dês niveaux sonores, CETUR 1980». Tratando-se de um modelo recomendado e devidamente testado, utilizaram-se como dados de entrada as distribuíções e os fluxos de tráfego apresentados nas Tabela 1 e Tabela 2. Os valores obtidos para a diferença entre o nível sonoro simulado e medido, relativamente aos pontos junto das fontes 1, 3 e 5, mostram uma boa adaptação do modelo.

11 3. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS Os mapas obtidos são apresentados com a distribuição das zonas isofónicas, para classes com uma amplitude de 5 db(a), que cobrem a globalidade da área de estudo, estando a mesma de acordo com a NP1730. A referenciação das vias de tráfego modeladas, é apresentada no Mapa de Rede Viária Modelada. Nota: com base nos níveis sonoros obtidos é possível efectuar a classificação acústica da zona tendo apenas em conta o critério do nível sonoro, não respeitando a utilização actual ou prevista em termos de utilização do solo e do ordenamento. Esta classificação é da responsabilidade da entidade competente, a Câmara Municipal.

12 4. CONCLUSÕES No presente relatório apresentaram-se os resultados obtidos no âmbito do contrato celebrado entre a VASCO DA CUNHA e a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial. Estão concluídas as cartas de ruído do Plano de Urbanização da UP2 do Alto do Poço e Alvor, à escala 1/5000, modeladas para o conjunto das fontes consideradas. Estas cartas são apresentadas de forma pormenorizada, modelados com uma malha de cálculo de 2m x 2m e a uma altura do solo de 3 m. A afinação das cartas de ruído foi feita a partir dos resultados obtidos em campanhas de monitorização do nível de pressão sonora em 3 localizações distintas, e com base na monitorização dos fluxos de tráfego existentes nas vias consideradas. Em cada uma das localizações, o nível de pressão sonora foi monitorizado em contínuo durante um período mínimo de sete dias, incluindo dois dias do fim-de-semana. Nas adjacências com as áreas circundantes, o modelo de cálculo não tem em conta as fontes sonoras, nem a topografia contígua, admitindo-se por isso alguma imprecisão dos resultados nas áreas próximas das adjacências. Da análise global dos resultados obtidos pela modelação, e dos valores medidos, pode-se concluir que, na generalidade, nas áreas próximas das vias de tráfego, principalmente nas vias que conduzem aos aglomerados e às áreas residenciais, os níveis sonoros existentes são condicionados pela circulação automóvel. Os mapas referentes ao Plano de Urbanização apresentados, não integram a influência da sazonalidade específica da componente de ruído da zona, a qual é fortemente condicionada pela sua ocupação e pelo período do ano, uma vez que os resultados agora obtidos se reportam à situação existente na altura de recolha dos dados e que serviram de base à construção do modelo. Este facto é, na sua generalidade, condicionado pelos prazos que normalmente são impostos para a realização e apresentação destes mapas. Estes, devendo ser representativos de um nível equivalente de ruído de longa duração (considere-se um ano médio), ter-se-á que admitir que os níveis sonoros agora apresentados tenham fortes desvios, quando comparados com os níveis sonoros que se registam noutras épocas do ano.

13 REFERÊNCIAS Regulamento Geral sobre o Ruído, Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro, Colecção Regulamentos, Porto Editora, Porto, 2002 Elaboração de mapas de ruído Princípios orientadores, Instituto do Ambiente e Direcção do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, Outubro de 2001 Directrizes para a Elaboração de Campanhas de Monitorização de Ruído de Infra-Estruturas Rodoviárias e Ferroviárias, Instituto do Ambiente, Fevereiro de 2003 Projecto-piloto de demonstração de mapas de ruído escalas municipal e urbana, Instituto do Ambiente, Maio de EAL-R2 Expression of the Uncertainty of Measurement in Calibration, European cooperation for Accreditation, April EA-4/16 EA guidelines on the expression of uncertainty in quantitative testing, European co-operation for Accreditation, December 2003.