Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez
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- Felícia Frade Gonçalves
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1 Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez Fundos Administrados Outubro de 2016 Credit Suisse Hedging-Griffo Asset Management Partners Gestão de Recursos S.A. Credit Suisse Hedging-Griffo Wealth Management S.A. Credit Suisse Hedging-Griffo Corretora de Valores S.A. Credit Suisse Hedging-Griffo Serviços Internacionais S.A. Este material foi desenvolvido pela Credit Suisse Hedging-Griffo e não pode ser distribuído, copiado ou reproduzido, no todo ou em partes, sem a autorização expressa da CSHG.
2 Válido a partir de Área responsável Autor Contato Idioma original Escopo/destinatários 31/Outubro/2016 Controle de Risco Credit Suisse Hedging-Griffo Compliance Português Público em Geral Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 1
3 Sumário 1. Introdução 3 2. Critérios de cálculo da liquidez de ativos Renda Fixa Letras Financeiras (LF) Ativos de crédito privado Títulos Públicos Renda fixa em garantia Renda Variável Cenário normal Cenário estressado Opções Cenário normal Cenário estressado FX Foward Cenário normal Cenário estressado Cotas de Fundos Cenário normal Cenário estressado Swaps Cenário normal Cenário estressado Ativos considerados Ilíquidos 8 3. Critérios de mensuração do Passivo Cenário normal Cenário estressado Metodologia 9 4. Processo de controle de liquidez Coleta Modelagem Análise Ações Reporte e Relatórios 12 Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 2
4 1. Introdução O presente documento tem como objetivo definir as metodologias e as políticas de controle para o gerenciamento do risco de liquidez das carteiras dos fundos de Investimento administrados pela Credit Suisse Hedging-Griffo. Respeitando as diretrizes identificadas na Instrução CVM nº555/2014 e na Instrução CVM nº558/2015. O documento também está de acordo com a Deliberação nº 56 da Anbima, com base nas Diretrizes de Gerenciamento de Risco de Liquidez (versão Janeiro 2015). Define-se o risco de liquidez como A possibilidade do fundo não conseguir honrar eficientemente suas obrigações esperadas e inesperadas, correntes e futuras, inclusive aquelas decorrentes de vinculação de garantias, sem afetar suas operações diárias e sem incorrer em perdas significativas; e A possibilidade do fundo não conseguir negociar a preço de mercado uma posição, devido ao seu tamanho elevado em relação ao volume normalmente transacionado ou em razão de alguma descontinuidade no mercado. Definido o risco de liquidez, a CSHG desenvolveu um modelo para estimar este risco que será apresentado ao longo deste documento. O documento é revisado anualmente. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 3
5 2. Critérios de cálculo da liquidez de ativos Para o cálculo da liquidez dos ativos, o modelo trabalha com dois cenários, o cenário normal e o cenário estressado. Vale ressaltar que o cenário de estresse tem como objetivo reproduzir cenários críticos para as falta de liquidez dos ativos das carteiras dos fundos, e tem como base o artigo 91 da CVM 555, que explicita que o administrador deve submeter a carteira do fundo a testes de estresse periódicos com cenários que levem em consideração, no minimo, as movimentações do passivo, liquidez dos ativos, obrigações e a cotização do fundo 2.1. Renda Fixa Para o tratamento da liquidez, os ativos de renda fixa são separados em três grupos, letras financeiras, ativos de crédito privado e títulos públicos, que são apresentados abaixo Letras Financeiras (LF) Para a analisar a liquidez de LFs se faz um estudo do emissor, sendo esse classificado pelo tamanho da instituição como de maior e de menor liquidez O bancos de maiores liquidez são listados abaixo; os bancos não listados serão considerados como bancos de menor liquidez. Bancos de maior liquidez Bradesco Banco do Brasil Caixa Econômica Citibank Credit Suisse HSBC Itaú Santander Cenário normal A liquidez para a LF de banco de maior liquidez é de R$ 20 milhões por dia e R$ 2.5 milhões por dia para banco de menor liquidez Cenário estressado A liquidez estressada para a LF de banco de maior liquidez é de R$ 10 milhões por dia e R$ 1 milhão por dia para banco de menor liquidez Ativos de crédito privado Com exceção das Letras Financeiras e dos ativos de crédito privado com liquidez diária, a liquidez dos ativos de renda fixa é calculada conforme divulgado pela Anbima na Metodologia de Cálculo do Liquidez para Fundos com Investimentos em Ativos de Crédito Privado (versão Maio de 2015). Os ativos de renda fixa seguirão esse tratamento em todos os tipos de fundos, independente da concentração do patrimônio líquido em ativos de crédito privado. Para o cálculo de liquidez dos ativos deverão ser levados em consideração os prazos dos ativos, decompostos por fluxo de pagamento. Para fins de cálculo da liquidez da carteira dos fundos será considerado como prazo do ativo, a duration do mesmo; e em simulações de estresse de liquidez, Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 4
6 considera-se o prazo médio. Estes prazos deverão ser multiplicados pelo Fator de Liquidez 1 ( Fliq1 ) e pelo Fator de Liquidez 2 ( Fliq2 ), obtendo-se um fator redutor do prazo do título: Fliq1 = Fator de Liquidez 1, que incorpora a característica de liquidez do instrumento; e Fliq2 = Fator de Liquidez 2, que discrimina títulos com maior grau de negociabilidade (inicialmente debêntures), obtidos a partir dos principais indicadores de liquidez. Abaixo os percentuais que deverão ser utilizados para Fliq1 e Fliq2, que poderão ser alterados, pelo organismo da Associação responsável pela divulgação desta informação. Caso algum ativo não esteja listado, deverá ser adotado o percentual mais conservador (100%). Fliq1 = 0.5 Fliq1 = 0.75 CDB DEB DPGE LFS LFSN LFP LFF Fliq2 = 0.5 APAR16 BNDP36 CTEL11 RDVT11 SNTI23 TIET34 VALE19 VLIM11 Para ativos de crédito privado com liquidez diária, é considerado uma liquidez de 100% do valor no primeiro dia útil (D+0) Cenário normal Para obtenção do prazo final dos ativos ajustado pela liquidez, deve se multiplicar o duration do ativo pelo redutor do título. Sendo que : Para ativos Onshore Prazo ajustado = Duration x Fliq1 x Fliq2 Para ativos Offshore Prazo ajustado = Duration, se na base não possuir duration, se adota o prazo igual o vencimento Cenário estressado Para obtenção do prazo final estressado dos títulos ajustado pela liquidez, deve ser multiplicado o prazo médio do ativo pelo redutor do título. Sendo que : Para ativos Onshore Prazo ajustado = Prazo médio x Fliq1 x Fliq2 Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 5
7 Para ativos Offshore Prazo ajustado = Prazo médio, se na base não possuir prazo médio, se adota o prazo igual o vencimento Compromissadas com lastro em Crédito privado Para as operações compromissadas com lastro em crédito privado, a liquidez segue o modelo de crédito privado, que foi apresentado acima Títulos Públicos A metodologia adotada para o título publico é simular ao apresentado para ativos de crédito privado, sendo adotado o Fliq1 = 0, ou seja o ativo tem uma liquidez em D Compromissadas com lastro em Título público Para as operações compromissadas com lastro em títulos públicos, a liquidez segue o modelo do lastro, ou seja ocorre em D Renda fixa em garantia Para os ativos de renda fixa que estão depositados como garantia, a liquidez esperada para esse ativo é de 3 dias, ou seja, liquidez integral do ativo ocorre em D Renda Variável Para a renda variável, se consolida a posição do ativo na carteira para depois se analisar a liquidez do ativo. A liquidez das ações, é definida por um modelo interno que simula os preços da ação para 252 dias e combina com o volume estimado, resultando no valor da liquidez. O preço das ações são simulados por modelo de Monte Carlo com base em um movimento browniano geométrico. O modelo utiliza como base de informação o preço histórico divulgado pela Bloomberg. A simulação de Monte Carlo é feita para todas as ações em um um período de 252 dias. Para o volume de negociação, se adota 20% da média de volume diário dos últimos 21 pregões. De posse do volume e do preço da ações, se calcula a liquidez da renda variável para 252 dias. O modelo utiliza como base a equação do movimento Borwniano Geométrico mostrado abaixo. Sendo: S t= Preçodo ativo objeto Dt = variação do tempo σ =Volatilidade μ =Drift W t =Processo de wiener O modelo de liquidez para os Fundos Imobiliários que são negociados na bolsa segue o mesmo modelo de renda varável apresentado acima. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 6
8 Cenário normal Para o cenário normal, o modelo de Monte Carlo é feito com um drift neutro e a volatilidade histórica da ação calculada por EWMA com decay factor de Cenário estressado Para o cenário estressado, o modelo de Monte Carlo para a simulação do preço da ação é feito com um drift negativo e a volatilidade histórica da ação é majorada em 20% Opções Para as Opções, se consolida a posição do ativo na carteira, dividindo-os em 3 grupos, opção de ação, opção flexíviel e opção de futuro. O tratamento da liquidez dessas três classes de opções são semelhantes e apresentados abaixo Cenário normal A liquidez das opções para o cenário normal é definida como 80% do valor do mercado na data de referência (D+0), sendo estimado essa liquidez para D Cenário estressado Para o cenário estressado, se aplica uma penalidade adicional de 20% do valor de mercado das opções em relação ao cenário normal, com a liquidaçãoem D FX Foward Cenário normal A liquidez dos contratos de FX Foward para o cenário normal é definida como 80% do valor do mercado na data de referência (D+2) Cenário estressado Para o cenário estressado, se aplica uma penalidade adicional de 20% do valor de mercado dos contratos a termos em relação ao cenário normal, com a liquidação esperada para 2 dias úteis Cotas de Fundos Para o cálculo da liquidez das aplicações em cotas de fundos é considerado o prazo de pagamento dos resgates, previsto em seus respectivos regulamentos. Os prazos de carência para resgate de cotas, quando existentes, são considerados para fins de cálculo de liquidez Cenário normal Para o cenário normal, é considerado o valor integral do resgate de cotas Cenário estressado Para o cenário estressado, é considerado 80% do valor do resgate de cotas. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 7
9 2.6. Swaps Cenário normal A liquidez dos swaps para o cenário normal é definida como 80% do valor do mercado na data de referência (D+2) Cenário estressado Para o cenário estressado, se aplica uma penalidade adicional de 20% do valor de mercado dos swaps em relação ao cenário normal, com a liquidação esperada para 2 dias úteis Ativos considerados Ilíquidos Os ativos considerados iliquidos no modelo são: Fundos de Investimento em Participações FIPs. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDCs e Fundos de Investimento Imobiliários FIIs que não sejam negociados em bolsa. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 8
10 3. Critérios de mensuração do Passivo Para o cálculo da liquidez do passivo, o modelo trabalha com dois cenários, o cenário normal e o cenário estressado. Vale ressaltar que o cenário de estresse tem como objetivo reproduzir cenários críticos para as movimentações de passivo, e tem como base o artigo 91 da CVM 555, que explicita que o administrador deve submeter a carteira do fundo a testes de estresse periódicos com cenários que levem em consideração, no mínimo, as movimentações do passivo, liquidez dos ativos,obrigações e a cotização do fundo 3.1. Cenário normal Para o cenário normal a liquidez do passivo dos fundos de investimento considera: Operações previamente agendadas, porém não liquidadas; Prazo de resgate de cotas do fundo, previsto em regulamento; Histórico de resgates do fundo, por parte dos cotistas Com as informações citadas acima,o SRM consolida o total de resgates e aplicações agendados para o fundo, compondo assim uma curva de liquidez de passivo aplicando a saída e entrada de recursos ao longo do tempo Cenário estressado Metodologia Para adequarmos o modelo interno de monitoramento de risco em situação de estresse ao artigo 91 da Instrução CVM nº 555/2014, implementamos uma metodologia para o estresse do passivo em que leva em conta o número de cotistas e o histórico dos resgates para diferentes grupos de fundos usando critérios estatísticos consistentes e verificáveis. Nosso modelo é calibrado levando em conta o histórico e as características específicas dos fundos pelos quais a Credit-Suisse Hedging Griffo é administradora. Considerando que a maior parte dos fundos que administramos são da nossa plataforma de Private Banking (oferecidos a investidores qualificados ou professionais com baixíssima dispersão de propriedade das cotas), nossa metodologia dividi o universo de fundos em 3 grupos distintos, segundo o número de cotistas no passivo. A. Fundos com menos de 20 cotistas (Grupo 1) B. Fundos com um número entre 20 e 100 de cotistas (Grupo 2) C. Fundos com mais de 100 cotistas (mutual funds da nossa plataforma de fundos abertos) (Grupo 3) Para os fundos do Grupo 1 e Grupo 3 foi analisado a serie histórica dos fundos do CS nos últimos 5 anos, com isso, geramos histogramas de resgates (em termos percentuais) ao longo do tempo, e baseado nesse estudo, traçamos uma curva de estresse para os resgates com 95% de confiança. Como os fundos do Grupo 1 possuem uma quantidade reduzida de cotistas gerando uma concentração maior de recursos por cotistas que os demais grupos analisados,o modelo começa a contar a partir da data da liquidação, um mínimo de 5% de resgates para a curva projetada de estresse com intuito de ser mais conservador com esse segmento. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 9
11 Em virtude da concentração de fundos administrados pelo CSHG ser principalmente do Grupo 1 e do Grupo 3, a curva de estresse para o grupo 2 será construída com base nas outras 2 curvas dos demais grupos, utilizando ponderação através da dispersão de propriedade das cotas. Apesar de se ter uma curva de estresse bem definida para os 3 grupos, sempre se leva em consideração os resgates agendados previamente, fazendo sempre o caso mais conservador entre a curva projetada e os resgates agendados. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 10
12 4. Processo de controle de liquidez Para o tratamento do risco de liquidez, a área de SRM realiza um controle diário da liquidez dos fundos com os cenários de ativos e passivos apresentados anteriormente, sendo esse processo apresentado abaixo Coleta O processo de controle do risco de liquidez é realizado diariamente e se inicia com o recebimento da carteira dos fundos administrados da CSHG. Com a carteira consolidada dos fundos, a área de SRM aplica o modelo de liquidez desenvolvido internamente para todos os fundos Modelagem O modelo aplicado pela CSHG consiste em dois cenários para os ativos e passivos do fundo, um cenário normal e o cenário estressado. Simulado os cenários, se consolida os ativos e passivos. Após a consolidação, se desconta o valor margem de garantia, sendo esse coletado por intermédio do custodiante, resultando na quantificação do risco de liquidez Análise Após o cálculo de liquidez, a SRM analisa o output do modelo para se verificar se algum flag foi levantado. O flag para o modelo de risco de liquidez ocorre quando o modelo indica que um fundo não possui liquidez de ativos necessária para pagar pedidos de resgate dentro do prazo de resgates do referido fundo. Quando o flag é levantado para o fundo específico, a área de SRM gera um relatório para analisar a composição da carteira e os cenários Ações Após a análise de liquidez, se necessário, a área de Risco entra em contato com o gestor da carteira para discutir a situação e ações que aumentem a liquidez dos fundos em questão. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 11
13 5. Reporte e Relatórios Para uma análise mais detalhada da liquidez, um relatório é produzido contendo a posição consolidada do ativos e passivos do fundo, calculando a liquidez para os diversos vértices conforme mostrado abaixo Figura 1 Relatório resumo de liquidez Posição Líquida dos ativos do fundo em um cenário normal,são calculados para um período de 252 dias e no relatório são expostos os vertices 0, 1, 5, 21, 42, 63, 126 e 252 dias. Figura 2 Posição Liquida dos Ativos cenário normal. Posição Líquida dos ativos do fundo em um cenário estressado, são calculados para um período de 252 dias e no relatório são expostos os vertices 0, 1, 5, 21, 42, 63, 126 e 252 dias. Figura 3 Posição Liquida dos Ativos cenário estressado. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 12
14 A análise da liquidez consolidada do ativos e passivos do fundo para a situação estressada são calculados para um período de 252 dias e no relatório são expostos os vertices 0, 1, 5, 21, 42, 63, 126 e 252 dias. A liquidez é calculada por ativo. E o flag é utilizado pela área de SRM. Figura 4 Posição do Passivo. Modelagem do passivo do fundo para dois cenários, um com resgastes agendados e outro com o cenário estressado. Figura 5 Liquidez do passivo. Análise da liquidez consolidada em situação estressada e normal, para uma melhor visualização da liquidez do fundo. Figura 6 Liquidez do fundo consolidado cenário estressado. Após a análise de liquidez, se necessário, entra-se em contato com o gestor da carteira para discutir ações que aumentem a liquidez dos fundos em questão. Em casos de impasse o problema é escalado internamente. Política de Gerenciamento de Risco de Liquidez 13
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