Manual de Gerenciamento de Liquidez CHARLES RIVER ADMINISTRADORA DE RECURSOS FINANCEIROS LTDA. ( Sociedade ) Versão Dezembro/2015
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- Anderson Cesário Brezinski
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1 Manual de Gerenciamento de Liquidez CHARLES RIVER ADMINISTRADORA DE RECURSOS FINANCEIROS LTDA. ( Sociedade ) Versão Dezembro/2015 A Sociedade é uma gestora de recursos independente, especializada e focada na gestão de fundos de investimentos em ações no Brasil, com horizonte de longo prazo e metodologia centrada na análise fundamentalista das companhias-alvo. Introdução Risco de Liquidez é a possibilidade do fundo de investimento não ser capaz de honrar eficientemente suas obrigações esperadas e inesperadas, correntes e futuras, inclusive as decorrentes de vinculação de garantias, bem como de não conseguir negociar a preço de mercado uma posição devido ao seu tamanho elevado em relação ao volume normalmente transacionado ou em razão de alguma descontinuidade no mercado. Deste modo, o presente Manual de Gerenciamento de Liquidez tem como objetivo estipular as políticas de gestão e controle de liquidez dos fundos geridos pela Sociedade, vislumbrando a preservação da capacidade de gestão em situações atípicas como períodos de baixa liquidez ou eventuais resgastes sofridos pelos fundos. Este Manual abrange todos os fundos de investimento constituídos sob a forma de condomínio aberto para os quais os cotistas podem solicitar o resgate de cotas a qualquer momento. Excetuamse deste Manual os fundos exclusivos e/ou restritos eventualmente geridos pela Sociedade. Monitoramento e Responsabilidade O monitoramento da liquidez dos fundos geridos pela Sociedade é realizado semanalmente com base nas informações disponibilizadas no BDI (Boletim Diário de Informações) divulgadas pela BM&F Bovespa no fechamento de cada pregão. Na medida em que o BDI é uma fonte externa independente resta assegurado o devido tratamento equitativo entre os investidores dos fundos sob gestão da Sociedade. O Diretor de Compliance e Risco da Sociedade, Raul Ricardo Paciello, é o responsável pela execução, qualidade do processo e metodologia adotada para fins de gerenciamento dos riscos de liquidez aos quais as carteiras sob gestão encontram-se expostas. Critérios considerados para o controle de liquidez São considerados os seguintes critérios para elaboração da metodologia de controle de liquidez dos fundos: 1
2 1. Aspectos históricos de liquidez dos ativos que compõem a carteira do fundo; 2. Regra de cotização para resgates; 3. Perfil e nível de concentração passiva do fundo. Política de controle do Risco de Liquidez A política de controle do risco de liquidez foi elaborada em torno dos ativos de renda variável que representam, pelo menos, 67% dos ativos integrantes das carteiras dos fundos geridos pela Sociedade. Abaixo o conjunto de regras que define a política de controle do risco de liquidez: 1. Definiu-se um percentual de 50% do patrimônio do fundo como parâmetro de liquidez. Este percentual é aplicado ao volume financeiro do fundo de maneira a resultar no volume a ser liquidado. 2. Paralelamente, calcula-se a média do volume negociado nos últimos 42 dias de negociação de cada ativo. Restou estabelecido como parâmetro a possibilidade de negociar até 1/3 (um terço) do volume de um ativo, de maneira a reduzir o impacto causado no preço do mesmo. Multiplica-se a média do volume pelo limitador de 1/3 para encontrar o volume teórico que poderá ser negociado de cada ativo. 3. O volume a ser liquidado é dividido (regra 1) pelo volume teórico de negociação somado dos ativos (regra 2) para encontrar o número de pregões necessários para liquidar 50% do fundo. 4. Para que a regra de liquidez do fundo seja atendida, o número de dias de liquidação (regra 3) de um dado fundo não pode ser superior ao número de dias para cotização de resgates do mesmo. Em caso de desenquadramento da política ora estabelecida por período de 5 dias consecutivos (período de verificação de desenquadramento), o Gestor fica obrigado a enquadrar o fundo ao longo dos 5 dias úteis após o término do período de verificação de desenquadramento, salvo em situações especiais de iliquidez. Situações especiais de iliquidez das carteiras dos fundos caracterizam-se quando o volume negociado das ações que compõem a carteira cai em média 25% no último dia de pregão em relação à media dos últimos 42 dias. Nestas situações, o Diretor de Compliance e Risco da Sociedade poderá optar pela não adequação à Política de controle de Risco de Liquidez por um período máximo de 5 (cinco) dias úteis. Após esse período, caso o desenquadramento permaneça, o Diretor de Compliance e Risco pode adiar a readequação à presente política por períodos sucessivos de 5 (cinco) dias úteis até que a situação cesse ou caso haja necessidade de readequação devido a uma obrigação relevante (e.g. um resgate significativo). 2
3 A Sociedade manterá na carteira do fundo ativos de renda fixa com liquidez diária (títulos públicos ou CDBs de bancos de primeira linha) para cobrir despesas de curto prazo como taxa de administração, gestão e performance. Esse percentual pode aumentar até um limite de 33% para cobrir potenciais ajustes e obrigações esperados. Aspectos históricos de liquidez dos ativos que compõem a carteira do fundo De acordo com a regra 2 da política de controle do risco de liquidez apresentada acima, o período considerado para apurar a média do volume de negociação de cada ativo é de 42 dias de negociação. Perfil e nível de concentração passiva do fundo A Sociedade procura limitar o percentual de cada cotista ou grupo de cotistas no fundo para garantir uma dispersão saudável do passivo. Na medida em que a maioria do patrimônio sob gestão advém dos próprios sócios ou pessoas a estes ligadas, entende-se que, apesar da aparente pouca dispersão, o passivo do fundo é estável, focado no longo prazo e bastante adequado as regras atuais de cotização e liquidação do fundo, em especial considerando o histórico de resgate desde o início do funcionamento do fundo (incluído o período inicial como clube de investimento) até dezembro de 2014 correspondente à média mensal de 0,95% do patrimônio líquido médio. O controle e monitoramento do passivo, em última instância, terá relação direta com o parâmetro de liquidez estabelecido na Regra 1 da política de controle do risco de liquidez. Supervisão dinâmica da metodologia: Semanalmente é verificada a adequação à regra de política de liquidez que leva em consideração a movimentação histórica do passivo, liquidez dos ativos, obrigações e cotização do fundo. No que tange à adequação da política de liquidez, aplica-se o seguinte método: 1. Definiu-se um percentual de 50% do patrimônio do fundo como parâmetro de liquidez. Este percentual é aplicado ao volume financeiro do fundo de maneira a resultar no volume a ser liquidado. 2. Paralelamente, calcula-se a média do volume negociado nos últimos 42 dias de negociação de cada ativo. Restou estabelecido como parâmetro a possibilidade de negociar até 1/3 (um terço) do volume de um ativo, de maneira a reduzir o impacto causado no preço do mesmo. Multiplica-se a média do volume pelo limitador de 1/3 para encontrar o volume teórico que poderá ser negociado de cada ativo. 3. O volume a ser liquidado é dividido (regra 1) pelo volume teórico de negociação somado dos ativos (regra 2) para encontrar o número de pregões necessários para liquidar 50% do fundo. 3
4 4. Para que a regra de liquidez do fundo seja atendida, o número de dias de liquidação (regra 3) de um dado fundo não pode ser superior ao número de dias para cotização de resgates do mesmo. Em caso de desenquadramento da política ora estabelecida por período de 5 dias consecutivos (período de verificação de desenquadramento), o Gestor fica obrigado a enquadrar o fundo ao longo dos 5 dias úteis após o término do período de verificação de desenquadramento, salvo em situações especiais de iliquidez. Para investimentos em ações a regra de liquidez mínima está descrita na Política de controle do Risco de Liquidez. Para investimentos em renda fixa, a liquidez mínima é diária. Situações especiais de iliquidez das carteiras dos fundos caracterizam-se quando o volume negociado das ações que compõem a carteira cai em média 25% no último dia de pregão em relação à media dos últimos 42 dias. Nestas situações, o Diretor de Compliance e Risco da Sociedade poderá optar pela não adequação à Politica de controle de Risco de Liquidez por um período máximo de 5 (cinco) dias úteis. Após esse período, caso o desenquadramento permaneça, o Diretor de Compliance e Risco pode adiar a readequação à presente política por períodos sucessivos de 5 (cinco) dias úteis até que a situação cesse ou caso haja necessidade de readequação devido a uma obrigação relevante (e.g. um resgate significativo). Os testes de estresse, realizados semanalmente, simulam variações na liquidez dos ativos e buscam prever o comportamento destes frente a situações futuras adversas. De posse dos resultados destes testes o Comitê de Risco poderá se precaver contra essas situações. 1. O primeiro teste (alerta nível 1) simula um cenário em que é negociado o correspondente a 20% do volume negociado das ações que compõem a carteira em relação à média dos últimos 42 dias. Caso o portfólio, na condição simulada, não se enquadre nas regras de liquidez previamente estabelecidas, o Comitê de Risco será notificado. 2. O segundo teste (alerta nível 2) simula um cenário em que é negociado o correspondente a 10% do volume negociado das ações que compõem a carteira em relação à média dos últimos 42 dias. Caso o portfólio, na condição simulada, não se enquadre nas regras de liquidez previamente estabelecidas, o Comitê de Risco apresentará propostas de medidas que aumentem a liquidez do fundo. O Diretor de Risco é responsável pela guarda dos documentos relacionados à análise e monitoramento da liquidez dos ativos que compõem as carteiras sob gestão, em especial aqueles contendo as justificativas sobre decisões de investimento/desinvestimento em função da liquidez de determinado ativo. Comunicação ao Administrador: 4
5 Em situações especiais de iliquidez, assim entendidas aquelas decorrentes de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últimos, o administrador fiduciário deverá ser imediatamente comunicado, sendo indicadas as providências a serem tomadas e o prazo para solução do desenquadramento identificado. Processo de Tomada de Decisão: O Diretor de Risco e Compliance é membro do Comitê de Gestão da Sociedade, possibilitando o monitoramento ex-ante de novas posições e permitindo uma preparação de medidas a serem tomadas caso o desenquandramento seja confirmado. O referido Comitê reúne-se semanalmente e conta ainda com a participação do Diretor de Gestão, cabendo ao referido profissional a responsabilidade pela tomada de decisão, a qual será subsidiada pelos materiais e informações fornecidas pelo Diretor de Risco e Compliance, sendo estes arquivados pelo Diretor de Risco e Compliance pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, em conjunto com as atas das reuniões do Comitê de Gestão justificando as tomadas de decisão, e disponibilizados à consulta pela ANBIMA sempre que solicitado. Na ocorrência de eventos que acarretem em situações extraordinárias para o mercado, o Comitê de Gestão poderá ser convocado por qualquer dos seus membros, sem que seja necessária a observância da periodicidade acima indicada. Revisão e Consolidação do Manual: O presente Manual será revisado e consolidado anualmente, ou períodos menores caso o Diretor de Risco e Compliance entenda necessário, considerando a evolução das circunstâncias de liquidez e volatilidade dos mercados em função de mudanças de conjuntura econômica, bem como a crescente sofisticação e diversificação dos ativos, de forma a garantir que esses reflitam a realidade de mercado. Sempre que alterado, uma nova versão desta Manual será enviada a todos os colaboradores da Sociedade, em especial aqueles com participação ativa na análise e seleção de ativos para fins de composição das carteiras sob gestão da Sociedade, sendo recolhido pelo Compliance Termo de Ciência assinado pelos colaboradores, através do qual estes se comprometem a observância das novas regras estabelecidas internamente para fins de gerenciamento de liquidez das carteiras. Registro ANBIMA: Compete ao Diretor de Risco e Compliance o registro na ANBIMA do presente Manual sempre em sua forma mais atualizada, respeitado o prazo de até 15 dias contados de sua alteração, com vistas a 5
6 atestar as práticas efetivamente utilizadas pela Sociedade para fins de gerenciamento da liquidez das carteiras sob gestão. 6
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