PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE FORMAÇÃO DE CUIDADOR DE IDOSOS

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1 PROJETO PEDAGÓGICO CURSO DE FORMAÇÃO DE CUIDADOR DE IDOSOS Santo Antônio de Jesus - Bahia 2016

2 1. ADMINISTRAÇÃO DO PROJETO COORDENAÇÃO: Coordenadora: Poliana da Silva Pereira Telefone: (75) Supervisora do Curso: Andrea Barreto Borges Telefone: (75) andreabarreto@ifba.edu.br LOCAL DE REALIZAÇÃO/CAMPUS: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - campus de Santo Antônio de Jesus. Telefone +55(71) HOME-PAGE 2. DADOS GERAIS DO CURSO Nome do curso: Formação de Cuidador de Idosos Eixo tecnológico: Ambiente e Saúde Carga horária: 160 horas Escolaridade mínima: Ensino médio completo Classificação: Curso FIC Formação Inicial e Continuada Número de vagas: 25 vagas Frequência da oferta do curso: de acordo com a demanda Periodicidade das aulas: Cinco vezes por semana (durante dois meses) Modalidade da oferta: Presencial Turno: Matutino Investimento: O curso é totalmente gratuito. 2

3 3. JUSTIFICATIVA No Brasil, estima-se que existam, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos. Para 2050, estima-se que existirão cerca de 2 bilhões de pessoas com sessenta anos e mais no mundo todo, sendo a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE para o ano 2025 é que o Brasil tenha cerca de 32 milhões de idosos, deixando nosso país em sexto lugar no ranking de países com maior número de idosos no mundo (FIGUEIREDO; TONINI, 2012). Tendo em vista o aumento progressivo da população idosa, o resgate do papel dos cuidadores é uma questão a ser pensada. Entretanto, em razão da complexidade cada vez maior na organização das sociedades, enfatiza-se a necessidade de preparo e aprendizado específicos para exercer o papel de cuidador. O cuidador é aquela pessoa, da família ou não, que cuida da higiene, conforto e alimentação do idoso, observando possíveis alterações no estado geral, zelando pela integridade física do idoso, presta primeiros socorros e promove atividades de entretenimento. Atualmente, a profissão de cuidador de idoso é reconhecida e inserida na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego. Tamanha é a relevância deste profissional para o mercado de trabalho, que o Projeto de Lei 4702/2012, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de cuidador de pessoas idosas, aguarda o Parecer na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) para regulamentação da profissão. Conclui-se que o treinamento para o cuidador se faz necessário, face à situação de desamparo em que se encontram os idosos, e a necessidade de mercado em se obter profissionais capacitados para exercer a função, no sentido de facilitar o atendimento imediato as suas necessidades básicas quando doentes fragilizados, exercendo seu trabalho com ética e respeito a pessoa nesta fase da vida. 3

4 4. OBJETIVOS DO CURSO Objetivo Geral: Desenvolver as habilidades de cuidado com idoso, respeitando os aspectos físico, mental, social e legal e capacitar o estudante para o relacionamento humanizado com o idoso, seus familiares e equipe multiprofissional. Objetivos Específicos: A estrutura curricular dará base para: a) Abordar o papel do idoso na sociedade atual; b) Debater aspectos referentes aos direitos e deveres do familiar no cuidado do idoso, baseado na Constituição Federal e Estatuto do Idoso; c) Evidenciar necessidades especifica no atendimento e assistência ao idoso no tocante à higiene, alimentação e integridade física; d) Conhecer noções básicas para o atendimento de primeiros socorros; e) Promover atividades criativas visando o lazer e a qualidade de vida do idoso; f) Conhecer noções básicas pertinentes à legislação e ética relacionada a pessoas idosas; g) Promover reflexão sobre o processo de envelhecimento e os sentimentos decorrentes deste; h) Estimular a compreensão psicossocial relacionada ao cuidado de idosos. 5. PÚBLICO ALVO O curso de Formação em Cuidador de Idoso, na modalidade presencial, é destinado a pessoas maiores de 18 anos com o ensino fundamental II completo, que tenha interesse em atuar profissionalmente como Cuidador de Idoso. 4

5 6. MATRIZ CURRICULAR A matriz curricular do curso de formação em Cuidador de Idoso, na modalidade presencial, está organizada por componentes curriculares em regime modular, com uma carga horária total de 160 horas. Sabido que a hora/aula do curso é definida como tendo 50 min h/a (cinquenta minutos, hora/aula) de duração. Os componentes curriculares que compõem as matrizes são articulados, fundamentados numa perspectiva interdisciplinar e orientados pelo perfil profissional de conclusão, ensejando uma formação técnico-humanística. O quadro abaixo descreve a matriz curricular do curso e a seguir são apresentadas as ementas. Ordem Módulo Componentes Curriculares Carga Horária Total Teórico Prático Total 1. Introdução no processo do cuidar e cuidado 20h 20h 2. Envelhecimento Humano 20h 20h 3. Doenças no Envelhecimento 40h 40h 4. Cuidados assistenciais ao idoso 30h 15h 45h 5. Prevenção de acidentes e primeiros socorros na terceira idade 20h 15h 35h CARGA HORÁRIA TOTAL 130 h 30h 160 h 5

6 7. EMENTÁRIO Módulo 1: Introdução no processo do cuidar e cuidado Carga horária: 20 h Ementa: Fenômeno de envelhecimento no mundo; O cuidado e autocuidado; Ética no cuidar; O cuidador e seus direitos e deveres para com a família, idoso e outros profissionais; cuidando do cuidador; Legislação e direitos da pessoa idosa. Bibliografia: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Série A. normas e manuais técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, D.F., 2008 BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção básica 19. processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP Módulo 2: Envelhecimento Humano Carga horária: 20 h Ementa: Conceito de envelhecimento humano; Modificações físico-biológicas no corpo humano em processo de envelhecimento; Promoção da saúde do idoso; Envelhecer ativo : práticas recreativas. Bibliografia: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção básica 19. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Série A. normas e manuais técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, D.F., 2008 processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP PEDROLO, E. Cuidador de idoso. PRONATEC. Instituto Federal do Paraná

7 Módulo 3: Doenças no Envelhecimento Carga horária: 40 h Ementa: Doenças crônico-degenerativas mais comuns na velhice e suas possíveis complicações e sequelas; Demência e depressão; Graus de dependência funcional; assistência ao idoso em uso de medicamentos; assistência ao idoso portador de ferida crônica. Bibliografia: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção básica 19. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Série A. normas e manuais técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, D.F., 2008 processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP PEDROLO, E. Cuidador de idoso. PRONATEC. Instituto Federal do Paraná SECRETARIA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA Saúde do Adulto. Série Manuais de Enfermagem 2. ed. Prefeitura Municipal de São Paulo, SP, 2012 Módulo 4: Cuidados assistenciais ao idoso Carga horária: Teórico: 30 h Prático: 15 h Ementa: Higiene corporal; Cuidados com a boca; Vestuário; Alimentação por sonda (enteral); acomodando o idoso na cama; Mudança de decúbito e prevenção de úlceras de pressão; Transferência; Cuidados com sonda vesical e uripen; auxiliando o intestino a funcionar; Cuidados com o idoso ostomizado; Exercícios respiratórios. Bibliografia: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção básica 19. processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP PEDROLO, E. Cuidador de idoso. PRONATEC. Instituto Federal do Paraná SOUZA, V. H. S. de; MOZACHI, N. O hospital. Manual do ambiente hospitalar. 3ᵃ ed, Curitiba: Os Autores, 2009 SECRETARIA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA Saúde do Adulto. Série Manuais de Enfermagem 2. ed. Prefeitura Municipal de São Paulo, SP,

8 Módulo 5: Prevenção de acidentes e primeiros socorros na terceira idade Carga horária: Teórico: 20 h Prático: 15 h Ementa: Adaptação Ambiental e riscos de acidentes no domicílio; Maus tratos; Prevenção de quedas; Emergências comuns (engasgos, quedas, convulsões, vômito, diarreia, desidratação, hipoglicemias, desmaio, sangramentos, confusão mental); Suporte básico de vida direcionado ao idoso; reconhecendo o fim; Como proceder em caso de óbito. Bibliografia: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE; DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA Caderno de atenção básica 19. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Série A. normas e manuais técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, D.F., 2008 processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP PEDROLO, E. Cuidador de idoso. PRONATEC. Instituto Federal do Paraná INSTITUTO AVM. Suporte básico de vida e socorros de emergencia. Wpós, Brasilia, DF, PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS Envolvem as atividades didático-pedagógicas, com vistas a promover o desenvolvimento dos conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas a determinadas bases tecnológicas, científicas e instrumentais. Tendo-se como foco principal a aprendizagem dos discentes, serão adotados tantos quantos instrumentos e técnicas forem necessários. Neste contexto, encontra-se abaixo uma síntese do conjunto de princípios pedagógicos que podem ser adotados no decorrer do curso: Envolver os alunos na avaliação de seu processo educativo visando uma tomada de consciência sobre o que sabem e o que precisam e/ou desejam aprender; 8

9 Propor, negociar, planejar e desenvolver projetos envolvendo os alunos e a equipe docente, visando não apenas simular o ambiente profissional, mas também desenvolver habilidades para trabalho em equipe, onde os resultados dependem do comprometimento e dedicação de todos e os erros são transformados em oportunidades ricas de aprendizagem; Contextualizar os conhecimentos, valorizando as experiências dos alunos e seus conhecimentos prévios, sem perder de vista a (re) construção dos saberes; Problematizar o conhecimento, sem esquecer de considerar os diferentes ritmos de aprendizagens e a subjetividade do aluno, incentivando-o a pesquisar em diferentes fontes; Respeitar a cultura específica dos discentes, referente a seu p e r t e n c i m e n t o social, étnico-racial, de gênero, etário, religioso e de origem (urbano ou rural); Adotar diferentes estratégias didático-metodológicas (seminários, debates, atividades em grupo, atividades individuais, projetos de trabalho, grupos de estudos, estudos dirigidos, atividades práticas e outras) como atividades avaliativas; Adotar atitude interdisciplinar e transdisciplinar nas práticas educativas, isto é, assumir que qualquer aprendizado, assim como qualquer atividade, envolve a mobilização de competências e habilidades referidas a mais de uma disciplina, exigindo, assim, trabalho integrado dos professores, uma vez que cada um é responsável pela formação integral do aluno; Utilizar recursos tecnológicos adequados ao público envolvido para subsidiar as atividades pedagógicas; Adotar técnicas flexíveis de planejamento, prevendo mudanças e rearranjos futuros, em função da melhoria no processo de aprendizagem. Nota-se uma variedade de técnicas, instrumentos e métodos de ensino a nossa disposição. Esse ecletismo é resultado das diversas teorias pedagógicas adotadas ao longo dos tempos. Diante dessa diversidade, os docentes deverão privilegiar metodologias de ensino que reconheçam o professor como mediador do processo de ensino. 9

10 Salienta-se a necessidade dos docentes estarem permanentemente atentos ao comportamento; concentração; atenção; participação e expressões faciais dos alunos, uma vez que estes são excelentes parâmetros do processo educacional. 9. PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem ultrapassa a perspectiva da mera aplicação de provas e testes para assumir uma prática diagnóstica e processual com ênfase nos aspectos qualitativos. Para tanto, a avaliação deve se centrar tanto no processo como no produto. Quando realizada durante o processo ela tem por objetivo informar ao professor e ao aluno os avanços, as dificuldades e possibilitar a ambos a reflexão sobre a eficiência do processo educativo, possibilitando os ajustes necessários para o alcance dos melhores resultados. Durante o processo educativo é conveniente que o professor esteja atento à participação efetiva do aluno através da observação da assiduidade, pontualidade, envolvimento nos trabalhos e discussões. No produto, várias formas de avaliação poderão se somar, tais como trabalhos individuais e/ou em grupo; testes escritos e/ou orais; demonstração de técnicas em laboratório; apresentação de trabalhos; seminários; auto-avaliação, entre outros. Todos estes instrumentos são bons indicadores da aquisição de conhecimentos e do desenvolvimento de habilidades e competências. Ressalta-se a importância de se expor e discutir os mesmos com os alunos no início de cada módulo No desenvolvimento deste curso, a avaliação do desempenho escolar será feita por componente curricular, considerando aspectos de assiduidade e aproveitamento. A assiduidade diz respeito à frequência diária às aulas teóricas, práticas e aos trabalhos escolares. A mesma será registrada diariamente pelo professor, no Diário de Classe, por meio de chamada ou lista de presença. O aproveitamento será avaliado através de acompanhamento contínuo e processual do estudante, com vista aos resultados alcançados por ele nas atividades avaliativas. A avaliação docente será feita, pelos alunos, por meio do preenchimento de formulário próprio ao final de cada módulo e auto-avaliação. 10

11 10. APROVAÇÃO/CERTIFICAÇÃO O aluno será considerado apto a qualificação e certificação desde que tenha um aproveitamento mínimo nos módulos de 60% e frequência maior ou igual a 70% (setenta e por cento). Também deverá apresentar e ser aprovado em Trabalho de Conclusão de Curso TCC. 11. CERTIFICAÇÃO Após a conclusão do curso o estudante receberá o certificado de CUIDADOR (A) DE IDOSOS em nível médio, carga horária de 160 horas. 12. BIBLIOGRAFIA BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE; DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA Caderno de atenção básica 19. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia prático do cuidador. Série A. normas e manuais técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, D.F., 2008 processo de envelhecimento. 2ᵃ ed. revisada e atualizada Ed. Yendis. São Caetano do Sul, SP INSTITUTO AVM. Suporte básico de vida e socorros de emergencia. Wpós, Brasilia, DF, PEDROLO, E. Cuidador de idoso. PRONATEC. Instituto Federal do Paraná SECRETARIA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA Saúde do Adulto. Série Manuais de Enfermagem 2. ed. Prefeitura Municipal de São Paulo, SP, 2012 SOUZA, V. H. S. de; MOZACHI, N. O hospital. Manual do ambiente hospitalar. 3ᵃ ed, Curitiba: Os Autores,