Oficina de astronomia: pibidianos despertando nos alunos o interesse pelo conhecimento científico

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1 CCNEXT - Revista de Extensão, Santa Maria v.3 - n.ed. Especial XII EIE- Encontro sobre Investigação na Escola, 2016, p Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas - UFSM IISSN on-line: Oficina de astronomia: pibidianos despertando nos alunos o interesse pelo conhecimento científico Elise Cândida Dente, Ana Paula Dick, Adriana Vanessa Fell Mallmann, Marceli Brummelhaus, Nara Regina Scheibler e Andréia Spessatto De Maman elisedente@universo.univates.br; apdick@univates.br; vanessamallmann@universo.univates.br; marceli051291@hotmail.com; nararegina200383@gmail.com; andreiah2o@univates.br Resumo Este trabalho relata uma experiência vivenciada pelas bolsistas do PIBID 1, por meio de uma oficina sobre astronomia, na qual foram utilizados materiais concretos para problematizar o tema. O objetivo da atividade foi instigar os alunos a observarem os fenômenos astronômicos do dia-a-dia associando-os a experimentação realizada, bem como refletir sobre a dimensão do Universo, fazendo-os pensar sobre qual nosso lugar diante desta vastidão. A oficina despertou o interesse dos alunos que participaram ativamente, questionando e contribuindo com seus conhecimentos, possibilitando assim a construção do saber na escola. Para as pibidianas foi uma experiência gratificante, pois possibilitou aplicar o que aprendemos na graduação e nos planejamentos em conjunto, além de proporcionar a reflexão sobre nossa prática docente. Palavras chave: PIBID, Astronomia, Oficina.

2 CCNEXT v.3 Ed. Especial- XII EIE- Encontro sobre Investigação na Escola, 2016, p Contexto do relato Este relato traz uma prática realizada no PIBID Programa de Iniciação a Docência, subprojeto Ciências Exatas, do Centro Universitário UNIVATES aplicada em uma escola parceira, localizada no Vale do Taquari, com uma turma de 2º ano do Ensino Médio noturno, num total de 29 alunos, com duração de 90 minutos. A atividade desenvolvida envolveu tópicos a cerca do tema Astronomia. Foram abordados os movimentos da Terra, estação do ano, fases da Lua e escala dos planetas do Sistema Solar. A atividade teve como objetivo instigar os alunos a observarem os fenômenos astronômicos do dia-adia associando-os a experimentação realizada, bem como refletir sobre a dimensão do Universo, pensando qual nosso espaço diante desta vastidão, o quão pequeno somos e o quanto ainda temos para aprender e pesquisar sobre o espaço. Segundo PCN + (2007) nosso desafio é, portanto, buscar meios para concretizar esses novos horizontes, especialmente dentro da realidade escolar hoje existente no país. Neste sentido utilizamos as práticas citadas neste trabalho, a partir de algo concreto e conhecido, a fim de permitir aos alunos estabelecer relações e a abstração em astronomia. 2. Detalhamento das atividades Iniciamos a oficina pelos seguintes questionamentos orais: Como você descreve os movimentos de rotação e translação da Terra? Por que ocorrem os dias e as noites? E as estações do ano? É possível ver a lua somente à noite? Por que Plutão deixou de ser planeta? Quantas estrelas possuem o nosso sistema solar? Após o momento de questionamentos e instigação passamos para as atividades práticas. Para discussão das estações do ano, colocamos uma lâmpada no centro da sala para representar o Sol. A Terra foi representada por bolas de isopor de 15 cm de diâmetro que foram atravessadas por um palito de churrasco, que simboliza o eixo de rotação da Terra. Então fixamos quatro representações da Terra em bases de papelão deixando o eixo terrestre inclinado 23,5. Com o material pronto, solicitamos a ajuda de quatro alunos para posicionar o sistema terrestre em torno do Sol, como imaginavam que a Terra estivesse posicionada quando ocorrem os solstícios de inverno e verão e os equinócios de outono e primavera. Passamos a questionar os educando sobre as características das estações: duração do dia e noite, posição do Sol no céu, entre outros. Instigamos os alunos a analisar se as representações estavam dispostas corretamente, tentando evidenciar características, em relação à iluminação solar do planeta Terra e a inclinação do eixo terrestre. Visto que no inverno temos dias curtos e noites longas, ao contrário do verão e durante outono e primavera a iluminação terrestre é semelhante, porém vale ressaltar o movimento de translação e eixo inclinado sempre no mesmo sentido. discutidas. Posteriormente passamos a fazer o posicionamento de forma coerente, ou seja, o sol no centro e em seu entorno, no sentido da translação, as estações, o verão, o outono, o inverno e a primavera, mostrando assim que elas não ocorrem devido ao afastamento e aproximação da Terra do Sol, como muitos responderam no questionamento inicial, pois sua órbita tem excentricidade quase zero, percebendo realmente a existência das estações e de que forma as características discutidas se evidenciam. Falamos sobre cada estação durante a

3 730 Dente et al.: Oficina de astronomia: pibidianos despertando nos alunos o interesse pelo conhecimento científico mudança de posição, mostrando também o movimento de rotação da Terra movimentando o palito para a percepção do dia e noite. Atentando para o tempo de exposição ao Sol, ou seja, mais calor e menos calor. Na sequência realizamos uma breve análise sobre as fases da Lua. Uma das bolsistas se movimentou em torno da Terra, representando a Lua, demonstrando seus movimentos. Como a iluminação na face da Lua representa suas fases. Questionamos os alunos sobre a visualização da mesma durante o dia e o motivo da ocorrência deste fato. Os alunos citaram que é possível ver a lua durante o dia, mas não souberam explicar o motivo. Justificamos que a lua aparece no céu cinquenta minutos mais tarde a cada dia e o horário que ela está visível varia com suas fases. Para finalizarmos a atividade mostramos aos alunos o sistema solar comparado a algumas sementes, conforme a tabela que segue. Esta atividade permite aos alunos comparar o tamanho dos planetas e as distâncias entre eles, possibilitando uma aprendizagem mais significativa, melhor compreensão de dimensão e espaço, além de enfocar a tridimensionalidade, que é uma das dificuldades encontradas pelos professores em trabalhar astronomia (LEITE e HOSOUME, 2007) TERRA COMO UM GRÃO DE PIMENTA ESCALA: km / mm Diâmetro (aproximado) mm (aproximado) Representação Sol Bola Mercúrio ,8 Grão de gergelim Vênus Grão de pimenta Terra Grão de pimenta Marte Grão de coentro Júpiter Noz/pote da surpresa no Kinder Ovo Saturno Avelã/Noz Moscada Urano Amendoim Netuno Amendoim ÓRBITAS ESCALA km / mm Distância Km (aproximado) M (aproximado) Sol à Mercúrio Mercúrio à Vênus Vênus à Terra Terra à Marte Marte à Júpiter Júpiter à Saturno

4 CCNEXT v.3 Ed. Especial- XII EIE- Encontro sobre Investigação na Escola, 2016, p Saturno à Urano Urano à Netuno Total SISTEMA TERRA-LUA ESCALA km / mm Km Mm Diâmetro da Lua ,6 semente de papoula/semente de chia Distância Terra-Lua Fonte: A atividade culminou no pátio da escola onde com a utilização das sementes dispomos o sistema solar, com auxílio dos alunos. Cada um deles segurou uma das sementes e se posicionaram a distâncias de acordo com a tabela de escala. Durante este momento passamos junto com os discentes a refletir sobre a imensidão do Universo e qual realmente é nosso espaço e nossa importância diante de tudo isso. Fizemos ainda um questionamento, se sabiam o porquê do homem ter ido a Lua e não a Marte. Eles não souberam responder, mas deduziram pela escala apresentada, durante a prática. 3. Análise e discussão do relato Dinâmicas que envolvem astronomia em sua maioria despertam a curiosidade e o interesse por parte dos alunos, pois envolvem fenômenos do cotidiano e curiosidades sobre civilizações não conhecidas. Neste trabalho não foi diferente, percebemos o envolvimento e comprometimento dos participantes, pois realizaram vários questionamentos a cerca do tema, também respondendo as nossas perguntas. Durante o primeiro momento de instigação alguns se mostraram tímidos nas respostas, outros expunham suas ideias com convicção, mesmo havendo alguns equívocos conceituais, estes percebidos apenas oralmente. A segunda parte da atividade despertou a curiosidade. As sementes, seus tamanhos, as comparações deixaram os alunos mais próximos de uma realidade imensa que é nosso sistema solar. Durante o momento realizado no pátio emergirão questões relacionadas a outras civilizações no Universo e o quão pequenos somos diante de tudo isso. 4. Considerações finais Como bolsistas do PIBID, percebemos que estas atividades diferenciadas atraem o interesse e entusiasmo dos alunos auxiliando na motivação dos educandos. A experiência de estar em sala de aula, sempre acompanhados e orientados por docentes, nos proporciona segurança para executar nosso planejamento. Ao realizar atividades deste cunho estamos indo ao encontro da proposta dos PCNs que propõem um ensino voltado a questões do dia-a-dia do aluno e a um olhar físico para o mundo, desmistificando a ideia de que

5 732 Dente et al.: Oficina de astronomia: pibidianos despertando nos alunos o interesse pelo conhecimento científico física é difícil e tediosa. Assim atendendo os desejos dos envolvidos no processo educativo através de uma proposta pedagógica diferenciada. O interesse percebido nos faz ver que valeu a pena e nesta perspectiva pretendemos continuar o trabalho, propondo atividades de observação do céu escuro utilizando telescópios e lunetas. Partindo dos conhecimentos prévios sobre os objetos celestes, a fim de trazer e aprimorar o olhar para o céu. Referências BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Parte III Ciência da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ciência da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, LEITE, C. HOSOUME, Y. OS PROFESSORES DE CIÊNCIAS E SUAS FORMAS DE PENSAR A ASTRONOMIA. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia - RELEA, n. 4, p , Disponível em: Acesso: 27/06/2013 TERRA COMO UM GRÃO DE PIMENTA. Disponível em: Acesso em: 01/06/2013