2. Evolução legislativa no âmbito da relação jurídica de emprego público: contratualização

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "2. Evolução legislativa no âmbito da relação jurídica de emprego público: contratualização"

Transcrição

1 Direitos adquiridos na relação laboral pública e privada 1. Reforma do Código do Trabalho A recente reforma do Código do Trabalho resultante da Lei n.º 23/2012, de 25 de Junho, a pretexto da necessidade de contribuir para a modernização do mercado de trabalho e das relações laborais e para o aumento da produtividade e competitividade da economia nacional, introduziu significativas alterações em matéria de organização do tempo de trabalho, bem como quanto ao regime de férias, faltas, feriados e trabalho suplementar, e ainda no tocante ao despedimento por extinção do posto de trabalho e despedimento por inadaptação, que são em si susceptíveis de afectar os direitos e legítimas expectativas dos trabalhadores, no âmbito de um movimento mais alargado de agravamento da posição jurídica do trabalhador que vem já do Código de Trabalho de 2003 e da revisão de Cabe referir a este título o seguinte conjunto de medidas: (a) possibilidade de flexibilização do horário de trabalho através da criação do banco de horas individual por acordo entre o trabalhador e o empregador (presumindo-se a aceitação do trabalhador em caso de não oposição à proposta formulada pela entidade empregadora), bem como através da criação do banco de horas grupal por decisão do empregador, caso uma maioria de 60% ou 75% de trabalhadores aceite a proposta do empregador ou esteja abrangida por banco de horas previsto em instrumento de regulamentação colectiva (artigos 208º-A e 208º-B); (b) a nível da retribuição do trabalho suplementar, a eliminação do descanso compensatório remunerado (através da revogação dos n.ºs 1 e 2 do artigo 229º e n.ºs 2 e 3 do artigo 230º) e a redução para metade dos valores pagos a título de acréscimo de retribuição (artigos 268º, n.º 1, e 269º, n.º 2); (c) a eliminação de quatro feriados (artigo 234º), bem como a alteração do regime de contabilização dos dias de férias quando os dias de descanso do trabalhador coincidam com dias úteis (artigo 238º, n.º 2), a eliminação da majoração até 3 dias de férias em caso de inexistência ou número reduzido de faltas justificadas (artigo 238º, n.º 3) e a admissibilidade do encerramento da empresa para férias em caso de dia que esteja entre um feriado que ocorra à terça-feira ou à quinta-feira e um dia de descanso semanal (artigo 242º, n.º 2, alínea b)); (d) no âmbito do regime de faltas ao trabalho, a alteração dos efeitos da falta injustificada, considerando-se que, em caso de falta injustificada num ou em meio período normal de trabalho diário imediatamente anterior ou posterior a dia ou meio dia de descanso ou feriado, o período de ausência a considerar para efeitos da perda de retribuição passe a corresponder à totalidade desse período (artigo 256º, n.º 3); (e) alteração do regime de cessação do contrato de trabalho por motivos objectivos mediante o enfraquecimento das garantias do trabalhador: no caso do despedimento por extinção do posto de trabalho, cabe ao empregador a responsabilidade da definição do critério para a determinação do trabalhador atingido pela extinção do posto de trabalho, ficando apenas obrigado a adoptar um critério relevante e não discriminatório - que substitui os parâmetros que se encontravam anteriormente legalmente definidos (artigo 368º, n.º 2); o despedimento por inadaptação passará a ser permitido, nas situações que não tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho, quando tenha havido modificação substancial da prestação realizada pelo trabalhador de que resulte redução continuada da produtividade ou da qualidade, avarias repetidas nos meios afectos ao posto de trabalho ou risco para a segurança e saúde de outros trabalhadores ou terceiros (artigo 375º, n.º 2, alínea a). 2. Evolução legislativa no âmbito da relação jurídica de emprego público: contratualização 1

2 Por sua vez, a nota mais característica da evolução legislativa no âmbito da relação jurídica de emprego público traduziu-se na chamada laboralização da função pública, concretizada especialmente através do diploma que estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e remunerações (Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro), e pelo qual a modalidade de constituição da relação de emprego por nomeação passou a revestir um carácter excepcional (artigo 10º), com o consequente alargamento do campo de aplicação do contrato de trabalho, que passa a constituir a modalidade comum da constituição da relação de emprego público (artigo 20º). O Contrato de Trabalho em Funções Públicas (CTFP), regulado na Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro, embora tenha um regime decalcado do Código de Trabalho, é expressamente qualificado como uma relação de trabalho subordinado de natureza administrativa (artigo 9º, n.º 3, da Lei n.º 12-A/2008), e não deixa de constituir uma relação laboral específica que é apenas aplicável no âmbito da Administração Pública ( 1 ). Assim se compreende que o pessoal contratado seja recrutado através de procedimento concursal (artigo 50º da Lei n.º 12-A/2008), se encontre sujeito a um estatuto disciplinar próprio (artigos 1º, n.º 1, do ED e 88º da Lei n.º 59/2008) ( 2 ), e ainda a um sistema de incompatibilidades (artigo 26º da Lei n.º 12-A/2008), e que a competência para a apreciação dos litígios emergentes do contrato se encontre atribuída aos tribunais administrativos (artigos 83º, n.º 1, da Lei n.º 12-A/2008 e 4º, n.º 3, alínea d), do ETAF, na redacção introduzida pela Lei n.º 59/2008) ( 3 ). Não era esse o regime vigente. No quadro da reestruturação efectuada em 1989, por contraposição à nomeação e ao contrato administrativo de provimento, que implicavam a sujeição do trabalhador ao regime jurídico da função pública, o contrato de trabalho, enquanto modalidade de constituição de relação de emprego público, regia-se pelo Código do Trabalho, não conferia ao trabalhador a qualidade de funcionário ou agente administrativo, e tinha um carácter residual, destinado à satisfação de necessidades transitórias dos serviços de duração determinada (artigos 3º, 4º, n.º 1, 14º, 15º e 18º do DL n.º 427/89, de 7 de Dezembro). O Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas representa ainda uma significativa alteração relativamente à Lei n.º 23/2004, de 22 de Junho, que aprovou o regime jurídico do contrato individual de trabalho na Administração Pública, permitindo a utilização generalizada do contrato de trabalho por tempo indeterminado para actividades que não impliquem o exercício de poderes de autoridade ou funções de soberania (artigo 1º, n.º 4). Tratava-se, nesse caso, ainda assim, de uma relação laboral de natureza específica, e que apenas passou a constituir uma modalidade de constituição de relação de emprego público alternativa à nomeação ou ao contrato administrativo de provimento ( 4 ). Isto é, para a generalidade das actividades materiais e técnicas da Administração (que não envolvessem poderes de autoridade ou de soberania), a entidade pública poderia recorrer indiferentemente ao contrato de trabalho ou à nomeação ou ao contrato de provimento, desde que se verificassem os requisitos da lei geral. É importante reter, no entanto, que o contrato de trabalho na Administração Pública (fosse o contrato a termo certo a que se referia o DL n.º 427/89, fosse o contrato de trabalho 1 ) ALDA MARTINS, A laboralização da função pública e o direito constitucional à segurança no emprego, Julgar, n.º 7, 2009, pág ) O ED, aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de Setembro, é aplicável a todos os trabalhadores que exercem funções públicas independentemente da modalidade da relação jurídica de emprego ao abrigo da qual exercem as respectivas funções, e por isso se designa como Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funções Públicas (artigo 1º, n.º 1). 3 ) Que prescreve: «Ficam igualmente excluídas do âmbito da jurisdição administrativa e fiscal: d) A apreciação de litígios emergentes de contratos individuais de trabalho, ainda que uma das partes seja uma pessoa colectiva de direito público, com excepção dos litígios emergentes de contratos de trabalho em funções públicas». 4 ) ANA FERNANDES NEVES, Contrato de trabalho na Administração Pública, in «Estudos em homenagem ao Professor Doutor Marcello Caetano», vol. I, Lisboa, 2006, págs ; VERA LÚCIA SANTOS ANTUNES, O Contrato de Trabalho em Funções Públicas, Coimbra, 2010, pág

3 mencionado na Lei n.º 23/2004) não deixava de constituir uma relação laboral de direito privado (por isso não conferia aos trabalhadores contratados a qualidade de funcionário ou agente administrativo), o que implicava que os litígios emergentes dessa relação devessem ser dirimidos pelos tribunais comuns, designadamente em matéria disciplinar (artigo 4º, n.º 3, alínea d), do ETAF, na sua redacção originária). O novo regime introduziu um novo paradigma: o contrato de pessoal é o regime-regra de constituição da relação de emprego público ( 5 ). A Lei deixou, por outro lado, de fazer qualquer referência expressa às noções de funcionário e agente administrativo, as quais se mantêm como meras categorias conceituais ( 6 ). 3. Constitucionalidade do novo regime de contratualização Uma primeira questão que pode colocar-se é a de saber se o novo regime de vinculação no exercício de funções públicas, com a generalização do contrato de trabalho como modalidade de constituição da relação de emprego público, que é aplicável às relações já constituídas, é susceptível de violar o princípio da reserva da função pública, o direito à segurança no emprego ou ainda o princípio da protecção da confiança. O Tribunal Constitucional deu já resposta a esta questão através do acórdão n.º 154/2010, em processo de fiscalização abstracta sucessiva em que estavam justamente em causa as disposições dos artigos 10º, 20º, 21º, n.º 1, e 88º, n.º 4, da Lei n.º 12-A/2008, que instituíram o regime-regra do contrato de trabalho na Administração Pública. Em primeiro lugar, aceitando embora que subiste um regime de função pública, fundado no princípio da prossecução do interesse público pela Administração (artigo 266., n. 1), o Tribunal entendeu que a alteração do regime de nomeação para um regime contratual não ofende, em si mesmo, a ideia de um estatuto específico da função pública, visto que nenhuma das regras e princípios que caracterizarem esse estatuto (o concurso no acesso e na carreira, direito de reclamação de ordens hierárquicas, garantias em processo disciplinar, responsabilidade civil por acções e omissões praticadas no exercício de funções, regime de acumulações e incompatibilidades) ( 7 ) é posto em causa pela mera alteração da modalidade de vínculo e todas eles são compatíveis com um regime jurídico de matriz contratual. O estatuto específico da função pública existe constitucionalmente, mas não é atingido apenas pelo facto de haver formas contratuais de recrutamento de trabalhadores da Administração Pública. Por outro lado, é necessário ter em conta que a segurança no emprego (artigos 53.º e 58.º da Constituição) não é um direito absoluto, mas antes, à semelhança de todos os outros direitos fundamentais, um direito que admite limites e restrições à luz de outros direitos e valores constitucionalmente protegidos (artigo 18.º, n.º 2, da Constituição). Não existe para quem acede à função pública uma garantia constitucional de exercer vitaliciamente as respectivas funções, pelo que o direito à segurança no emprego não impede que, havendo interesses com relevo constitucional que tal justifiquem, a relação jurídica de emprego na Administração Pública assuma uma certa precariedade, como sucede com a que se constitui por contrato pessoal. Nada obsta a que, no âmbito das relações de emprego público, a regra geral seja a da contratação e que a nomeação seja a excepção, especialmente justificada em razão da especificidade das funções públicas a exercer. 5 ) Tal não significava que, por força de legislação especial, se não mantivesse no âmbito da Administração Pública o regime do contrato individual de trabalho, regulado pelo CT, que constituía o regime aplicável ao pessoal das empresas públicas (artigo 16º, n.º 1, do DL n.º 558/99, de 17 de Dezembro), dos institutos públicos (artigo 34º, n.º 1, da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro) e das associações públicas profissionais (artigo 25º da Lei n.º 6/2008, de 13 de Fevereiro). Nesse sentido, o artigo 1º, n.º 3, da Lei n.º 23/2004, de 22 de Junho, excluía essas entidades do regime previsto nessa Lei. 6 ) Dentro do actual regime legal, a primeira deverá ser atribuída a quem obtenha uma nomeação definitiva; a segunda àqueles que devam ser objecto de nomeação transitória ou se encontrem vinculados por contrato de trabalho em funções públicas 7 ) Regime que decorre essencialmente do disposto nos artigos 47º, n.º 2, 269º e 271º da CRP. 3

4 No que se refere à aplicação da nova modalidade de vínculo aos trabalhadores anteriormente nomeados, a questão adquire relevância tão-somente na perspectiva do princípio da protecção da confiança, E, neste plano, cabe notar que, por um lado, a lei assegura, em relação a esses trabalhadores, um regime transitório específico, que inclui a manutenção de certos aspectos da regulamentação inerente à nomeação definitiva, mormente no tocante ao regime de cessação da relação jurídica de emprego (artigo 88º, n.º 4); e, por outro lado, por efeito do princípio da autorevisibilidade das leis, a situação estatutária do trabalhador com vínculo definitivo pode sofrer alterações que sejam ditadas pelo interesse público, pelo que não pode invocar-se um direito à imodificabilidade da posição jurídico-laboral do trabalhador ou à cristalização do regime no momento da constituição da relação jurídica de emprego, não podendo por isso sequer falar-se numa frustração de expectativas. 4. Regime dos trabalhadores nomeados: situação estatutária O novo regime de vínculos coloca, no entanto, uma outra ordem de questões. Os trabalhadores que exercem funções públicas, consoante a respectiva modalidade de constituição da relação jurídica de emprego, poderão encontrar-se agora sujeitos a um regime jurídico legalmente definido (que corresponde ao regime da função pública) ou a um regime definido por acordo de vontades entre a Administração e o particular outorgante. No primeiro caso, aplicável aos trabalhadores cujo vínculo é constituído por nomeação, a relação jurídica tem natureza estatutária; no segundo caso, aplicável aos trabalhadores contratados, a relação jurídica tem natureza contratual. No que se refere aos funcionários nomeados é ponto assente que eles se encontram numa situação jurídica objectiva, definida legal e regulamentarmente, e que pode ser modificada unilateralmente pelo Estado através de uma nova normação jurídica. O legislador dispõe de liberdade conformativa para adaptar o regime da função pública às necessidades de interesse público que em cada momento se façam sentir. Os funcionários não têm direitos adquiridos à manutenção da situação que detinham no momento em que ingressaram no serviço, mas meras expectativas jurídicas que apenas poderão ser tuteladas por via da aplicação do princípio da protecção da confiança, como uma das vertentes do princípio da segurança jurídica ( 8 ). O Tribunal Constitucional tem, no entanto, adoptado uma concepção muito restritiva deste princípio, considerando apenas como violadora do princípio da segurança, na vertente da protecção da confiança, «a normação que, por natureza, obvie de forma intolerável, arbitrária ou demasiado opressiva àqueles mínimos de certeza e segurança jurídica que as pessoas, a comunidade e o direito têm de respeitar, como dimensões essenciais do Estado de direito democrático» ( 9 ) ( 10 ). A questão consistirá em apurar se as novas normas vêm traduzir uma 8 ) Esta é a posição uniforme da jurisprudência administrativa (entre muitos, o acórdão do STA (Pleno) de 15 de Setembro de 2011, Processo n.º 375/09, que incidiu sobre o novo regime legal introduzido pela Lei n.º 12.A/2008, de 12 de Fevereiro). Na doutrina, por todos, PROSPER WEIL, O direito administrativo, Coimbra, 1977, págs No sentido de que a teoria dos direitos adquiridos não tem protecção constitucional autónoma e a sua modificação pelo legislador apenas é susceptível de ser tutelada através de princípios constitucionais, como a protecção da confiança e a proibição do retrocesso social, LINO RIBEIRO, A privatização das relações de trabalho na Administração Pública direitos adquiridos ou arbítrio legislativo?, Associação dos Magistrados da Jurisdição Administrativa e Fiscal de Portugal, Colóquios, 2010, pág ) Veja-se neste sentido, os acórdãos do TC n.º 4/2003, que se referia a normas que impunham a extinção, fusão e reestruturação de serviços e a reafectação de pessoal, com redução progressiva de vencimentos em caso de recusa injustificada de colocação, e n.º 12/2012, que se reportava a disposições legais que previam a suspensão do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira e o congelamento dos suplementos remuneratórios. 10 ) Referindo-se especificamente a situações de retrospectividade ou retroactividade inautêntica, o Tribunal Constitucional, no acórdão n.º 287/90 (cuja doutrina foi reiterada em inúmeros arestos posteriores), teve também já oportunidade de definir a ideia de arbitrariedade ou excessiva onerosidade, para efeito da tutela do princípio da segurança jurídica na vertente material da confiança, por referência a dois pressupostos essenciais: a) a afectação de expectativas, em sentido desfavorável, será inadmissível, quando constitua uma mutação da ordem jurídica com que, razoavelmente, os destinatários das normas dela constantes não possam contar; e ainda 4

5 afectação inadmissível ou excessivamente onerosa da convicção e expectativa dos funcionários por elas afectados, quer porque se não verificam quaisquer alterações objectivas das respectivas condições de trabalho, quer porque não ocorre qualquer situação de interesse geral, público ou social que se possa sobrepor à protecção da confiança, quer ainda porque as novas normas traduzem numa mutação na ordem jurídica com a qual se não poderia normal e razoavelmente contar. De que haja conhecimento, só em dois casos o TC, reportando-se a disposições legais que tinham determinado uma redução salarial de certas categorias de funcionários, considerou ocorrer a violação do princípio da protecção da confiança, mas apenas por não ter logrado descortinar, no diploma legislativo ou nos respectivos trabalhos preparatórios, os motivos ligados à prossecução do interesse publico (mormente de natureza económica ou financeira) que pudessem justificar a adopção da medida; o que inculca que a decisão seria diversa se a alteração legislativa, ainda que susceptível de afectar fundadas expectativas dos particulares, fosse claramente imposta pela necessidade de salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos (acórdãos n.ºs 303/90 e 141/02) ( 11 ). De resto, o Tribunal Constitucional, ainda que reconheça uma garantia de irredutibilidade dos salários no plano do direito infraconstitucional (tanto no Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas - artigo 89.º, alínea d) -, como no Código do Trabalho - artigo 129.º, n.º 1, alínea d)), tem já afirmado que inexiste qualquer regra, com valor constitucional, de directa proibição da diminuição das remunerações, e que essa garantia não é inferível do direito fundamental à retribuição (artigos 59º, n.º 1, alínea a), n.º 2, alínea a), e n.º 3), pelo que só através de parâmetros valorativos decorrentes de princípios constitucionais, em particular os da confiança e da igualdade, pode ser apreciada a conformidade constitucional das soluções normativas que envolvam uma redução de salários. Mesmo o recente acórdão n.º 353/12, que declarou a inconstitucionalidade das normas constantes dos artigos 21.º e 25.º da Lei do Orçamento do Estado para 2012, que previam a suspensão do pagamento dos subsídios de férias e de Natal relativamente a pensionistas e a pessoas que auferem remunerações de entidades públicas, não excluiu que o legislador, em excepcionais circunstâncias económico-financeiras, e como meio de rapidamente diminuir o défice público, possa recorrer a uma medida de redução dos rendimentos de trabalhadores da Administração Pública, ainda que essa medida se traduza num tratamento desigual, relativamente a quem aufere rendimentos provenientes do sector privado da economia, por considerar que há ainda aí uma justificação que afasta a eventual violação do princípio da igualdade na repartição dos encargos públicos ( 12 ). O que o Tribunal considerou, nessa decisão, é que os efeitos cumulativos e continuados dos sacrifícios impostos às pessoas com remunerações ou pensões do sector público, sem b) quando não for ditada pela necessidade de salvaguardar direitos ou interesses constitucionalmente protegidos que devam considerar-se prevalecentes (deve recorrer-se, aqui, ao princípio da proporcionalidade, explicitamente consagrado, a propósito dos direitos, liberdades e garantias, no n.º 2 do artigo 18.º da Constituição). Os dois critérios enunciados são, no fundo, reconduzíveis a quatro diferentes requisitos ou testes. Para que para haja lugar à tutela jurídico-constitucional da «confiança» é necessário, em primeiro lugar, que o Estado (mormente o legislador) tenha encetado comportamentos capazes de gerar nos privados «expectativas» de continuidade; depois, devem tais expectativas ser legítimas, justificadas e fundadas em boas razões; em terceiro lugar, devem os privados ter feito planos de vida tendo em conta a perspectiva de continuidade do «comportamento» estadual; por último, é ainda necessário que não ocorram razões de interesse público que justifiquem, em ponderação, a não continuidade do comportamento que gerou a situação de expectativa (neste sentido, o recente acórdão n.º 128/2009). 11 ) O acórdão n.º 303/90 incidia sobre vencimentos dos ex-regentes escolares e o acórdão n.º 141/2002 era referente à fixação de limites de vencimentos a funcionários em funções em órgãos de soberania, a membros dos gabinetes de órgãos de soberania, a funcionários dos grupos parlamentares e a funcionários das entidades e organismos que funcionam juntos dos órgãos de soberania. 12 ) Em sentido idêntico, o Acórdão n.º 396/11, que se pronunciou a redução salarial ocorrida no ano de 2011, determinada pelo artigo 19.º, da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro 5

6 equivalente para a generalidade dos outros cidadãos que auferem rendimentos provenientes de outras fontes, corresponde a uma diferença de tratamento que não encontra justificação bastante no objectivo da redução do défice público. E implica por isso uma violação do princípio da igualdade proporcional, assente na ideia de que a desigualdade justificada pela diferença de situações não está imune a um juízo de proporcionalidade e não pode revelar-se excessiva. 5. Regime dos trabalhadores contratados: situação contratual A questão coloca-se em termos diferentes no que se refere aos trabalhadores vinculados por contrato de trabalho em funções públicas. Isso porque quanto a eles, o legislador ao procurar aproveitar-se, para a generalidade das actividades desenvolvidas pela Administração, de um regime de vinculação mais flexível do que aquele que decorria do anterior regime-regra de nomeação e equiparável ao da relação laboral de direito privado - está simultaneamente a sujeitar a correspondente relação jurídica de emprego público aos mesmos condicionamentos que se encontram estabelecidos para o contrato individual de trabalho ( 13 ). Neste enquadramento, convirá, no entanto, também distinguir entre o estatuto legal e o estatuto contratual. O contrato de trabalho em funções públicas, à semelhança do que sucede com o contrato de trabalho de direito privado, tem o seu conteúdo definido em grande medida por normas imperativas, tal como constam do regime aprovado pela Lei n.º 59/2008, que consagram o estatuto legal do contrato. Este estatuto legal é constituído pelas normas legais que não podem ser preteridas por quaisquer outras disposições (de regulamentação colectiva ou de contrato individual), entendendo-se como tais as normas que estabelecem cláusulas fixas (que não podem ser substituídas) ou que impõem condições mínimas para a tutela da relação laboral (que apenas podem ser substituídas por outras disposições que prevejam um regime mais favorável), e ainda pelas normas dos instrumentos de regulamentação colectiva que não possam ser afastadas pelo contrato ( 14 ). Por sua vez, o estatuto contratual é constituído pelas cláusulas do contrato que se não considerem inválidas e não devam considerar-se substituídas ( 15 ) e pelas normas supletivas (que podem ser afastadas por uma fonte de valor hierárquico inferior ou por estipulação individual, desde que em sentido mais favorável ao trabalhador) ( 16 ), e ainda pelas normas dos instrumentos de regulamentação colectiva que, por se encontrarem apenas limitadas por normas imperativas mínimas, possam estabelecer condições mais favoráveis para os trabalhadores ( 17 ). Esta distinção decorre do artigo 4º do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas - que consagra o princípio do tratamento mais favorável -, que estipula que as normas do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas, podem ser afastadas por instrumento de regulamentação colectiva ou por contrato, quando qualquer destes estabeleça condições mais 13 ) Admitindo uma diferenciação no grau de protecção das posições jurídicas geradas pelos vínculos de nomeação e de contrato de trabalho, e uma maior estabilidade nos direitos emergentes do contrato, LINO RIBEIRO, ob. cit., págs ) BERNARDO XAVIER, A sobrevigência das convenções colectivas no caso de transmissões de empresas. O problema dos direitos adquiridos, Revista de Direito e de Estudos Sociais, Janeiro-Setembro, 1994, pág ) Como determina o artigo 82º, n.º 2, do RCTFP, as cláusulas do contrato que violem normas imperativas consideram-se substituídas por estas. 16 ) Note-se que o artigo 4º do RCTFP estipula uma significativa diferença de regime relativamente à correspondente disposição do CT. Enquanto que, segundo o artigo 3º, n.º 1, deste CT, as normas supletivas podem ser afastadas por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho em qualquer sentido, o artigo 4º, n.º 1, do RCTFP contempla o requisito do favor laboratoris, pelo que mesmo as normas supletivas apenas podem ser afastadas por IRCT se este estabelecer condições mais favoráveis. O que poderá explicar a diferente terminologia adoptada na epígrafe: enquanto o artigo 4º do RCTFP se refere ao «Princípio do tratamento mais favorável», o artigo 3º do CT reporta-se à «Regulação entre as fontes de direito», ainda que seja qualquer destes regimes que define o âmbito de protecção de direitos laborais que se encontrem previstos em estipulação individual ou em convenção colectiva de trabalho. 17 ) MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO, Direito do Trabalho, Parte I - Dogmática Geral, 2ª edição, Coimbra, pág. 270 Quanto à tipologia das normas laborais e a sua modificabilidade, BARROS MOURA, A convenção colectiva entre as fontes de direito do trabalho, Coimbra, 1984, págs. 147 e segs. 6

7 favoráveis para o trabalhador, mas apenas quando «daquelas normas não resultar o contrário» (isto é, em caso de não oposição das normas de grau superior). Pode deste modo concluir-se que o princípio favor laboratoris opera no âmbito do estatuto contratual, e, portanto, apenas em relação ao conteúdo da relação laboral que se não encontre fixado de modo indisponível nas normas legais ou colectivas. Por outro lado, nesse artigo 4º, tal como sucede com a correspondente norma do CT (artigo 3º, n.º 4), não há qualquer referência ao carácter mais favorável do regime legal anterior, pelo que não é possível considerar salvaguardados direitos laborais que, ainda que de natureza mais favorável, tenham sido instituídos por normas imperativas anteriores ( 18 ). O que significa que têm aqui aplicação os princípios gerais em matéria de aplicação das leis no tempo que resultam do artigo 12º do Código Civil, pelo qual a lei nova, quando dispuser sobre o conteúdo de certas relações jurídicas, aplica-se às próprias relações já constituídas ( 19 ). A regra é a de que as novas condições laborais estabelecidas na lei são de aplicação imediata, abrangendo os contratos de trabalho anteriormente celebrados, com salvaguarda do princípio do tratamento mais favorável para o trabalhador, tal como surge enunciado naquele artigo 4º ( 20 ). 6. A questão da manutenção dos direitos adquiridos É à luz destas ordens de considerações que é possível enquadrar o princípio da manutenção dos direitos adquiridos. O RCTFP apenas faz referência expressa à regra da irredutibilidade dos direitos adquiridos no âmbito da contratação colectiva, em especial no domínio da sucessão de convenções colectivas de trabalho, caso em que não é possível a redução de direitos decorrentes de uma convenção anterior se a nova convenção não tiver um carácter globalmente mais favorável (artigo 367º, n.º 3, do RCTFP, à semelhança do estabelecido na correspondente norma do artigo 503º, n.º 3, do CT) ( 21 ). Fora deste campo específico de aplicação e, portanto, na relação entre as fontes laborais o contrato de trabalho - o princípio da irredutibilidade dos direitos adquiridos terá de ser considerado em função das regras gerais que conformam o favor laboratoris. O princípio tem aplicação sobretudo para ressalvar os contratos individuais de novas leis ou de novas convenções colectivas de trabalho e para ressalvar as convenções colectivas de trabalho de novas leis, mas desde que esses direitos possam considerar-se como integrando o estatuto contratual do trabalhador e, como tal, não possam tal ser inutilizados pela nova regulamentação legal ou colectiva ( 22 ). Nesse sentido, os direitos adquiridos não podem ser entendidos como correspondendo a apropriação pelo estatuto individual do trabalhador das vantagens da antiga lei ou da antiga convenção colectiva de trabalho, não podendo falar-se em direitos adquiridos quando o que está em causa é a mera expectativa de manutenção da anterior regulamentação mais favorável ( 23 ). Como vimos, apenas no quadro da sucessão de convenções colectivas é que subsiste um afloramento da manutenção dos direitos adquiridos, no ponto em que se estabelece que a mera sucessão de convenções colectivas não pode ser invocada para diminuir o nível de protecção 18 ) MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO, ob. cit, pág ) MENEZES CORDEIRO, Instrumentos de Regulamentação Colectiva, in «Estudos em memória do Professor Doutor João de Castro Mendes, Lisboa, pág ) BERNARDO XAVIER, Manual de Direito do Trabalho, Verbo, pág ) MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO, ob. cit., pág Defendendo que a norma deve ser entendida como uma regra interpretativa, PEDRO ROMANO MARTINEZ, Direito do Trabalho, 5ª ed., Coimbra, págs ) BERNARDO XAVIER, Curso de Direito do Trabalho, I, 3ª edição, Verbo, pág. 647; A sobrevigência das convenções colectivas no caso das transmissões de empresas, citado, pág ) BERNARDO XAVIER, Curso de Direito do Trabalho, citado, pág

8 global dos trabalhadores ( 24 ). No mais, apenas poderão subsistir direitos laborais que não tenham sido postergados pela nova lei ou pela nova convenção, à luz dos critérios que regem a regulação entre fontes de direito laboral. Esses direitos não podem, no entanto, ser caracterizados como direitos adquiridos, visto que a sua manutenção na esfera jurídica do trabalhador não se deve à intocabilidade desses direitos, mas ao jogo interpretativo decorrente das disposições conjugadas das normas legais, das normas colectivas e das cláusulas do contrato. Naturalmente que o conceito de direitos adquiridos, com o sentido que lhe é aqui atribuído, configurando-se como uma projecção do favor laboratoris na sucessão das fontes laborais ( 25 ), não se confunde com os direitos subjectivos (os direitos já consolidados no domínio do regime anterior ou já formados na esfera jurídica do titular, mas ainda não efectivados), nem com as meras expectativas jurídicas, isto é, com as situações de vantagem decorrentes da antiga lei ou do antigo instrumento colectivo do trabalho e cujos efeitos ainda se não produziram ( 26 ). Os direitos subjectivos estão protegidos pelo princípio da não retroactividade da lei nova; as expectativas jurídicas apenas poderão ser tuteladas pelo princípio da protecção da confiança, quando a previsibilidade da sua manutenção se fundamente em valores reconhecidos no sistema e não apenas na inércia ou na manutenção do status quo (acórdão do TC n.º 786/96). 7. Equiparação dos trabalhadores da Administração Pública com vínculo contratual aos trabalhadores do sector privado em regime de contrato individual de trabalho Todas estas considerações são aplicáveis à relação laboral de direito privado. O RCTFP caracteriza-se por uma significativa aproximação ao CT, no que se refere à sistemática e ao conteúdo dispositivo das suas normas. A proposta de lei n.º 81/XII (em discussão na especialidade) 27 pretende estender ao RCTFP a generalidade das medidas inovadoras introduzidas no CT pela Lei n.º 23/2012, uniformizando o regime legal, designadamente em matéria de flexibilização do horário de trabalho, remuneração do trabalho extraordinário, eliminação do descanso compensatório, redução do número de feriados e efeitos das faltas injustificadas. Por outro lado, os trabalhadores da Administração Pública em regime de contrato de trabalho em funções públicas encontram-se em situação equiparável aos trabalhadores do sector privado com contrato individual de trabalho regulado pelo CT. Em qualquer dos casos a manutenção de direitos laborais depende da natureza da norma que serve de ponto de partida. Para a caracterização da norma imperativa, que impede o reconhecimento de direitos laborais, o ponto fulcral é que a norma vise regular o estatuto profissional da generalidade dos indivíduos ligados por um contrato de trabalho ( 28 ), e simultaneamente não conceda a possibilidade de a convenção colectiva ou o contrato estipularem um regime diverso. Assim, por exemplo - reportando-nos ao novo regime constante da proposta de lei n.º 81/XII, no tocante ao contrato de trabalho em funções públicas -, a alteração aos limites da duração do trabalho em regime de adaptabilidade individual (artigo 127º-A) ou de banco de horas individual (artigo 127º-C), bem como a eliminação do descanso compensatório por trabalho extraordinário 24 ) Idem, pág ) MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO, ob. cit., pág ) MENEZES CORDEIRO, Instrumentos de regulamentação Colectiva, citado, pág. 470; MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO, ob. cit., pág ) Publicado no Diário da Assembleia da República, II série A, n.º 205/XII/1, de 5 de Julho de ) BERNARDO XAVIER, A sobrevigência das convenções colectivas no caso das transmissões de empresas, citado, pág

9 (resultante da revogação do artigo 163º, n.ºs 1 e 2) e as novas regras instituídas em matéria de feriados ou faltas injustificadas (artigos 8º-A e 192º, n.º 3), têm carácter imperativo, prevalecendo sobre quaisquer outras disposições do contrato do trabalho ou de anterior IRCT. O que não sucede nas situações em que o novo regime legal não impede que o IRCT possa estipular um critério diverso, como se verifica em relação à prestação de trabalho extraordinário, cujos montantes remuneratórios podem ser fixados em IRCT (artigo 212º, n.º 4), bem como no que se refere ao trabalho prestado em regime de adaptabilidade grupal ou de banco de horas grupal, que se não aplicam aos trabalhadores abrangidos por IRCT que disponha de modo contrário (artigos 127º-B, n.º 4, e 127º-E, n.º 3). O mesmo princípio tem aplicação em relação às alterações introduzidas pela revisão do CT, ainda que não haja uma inteira correspondência quanto à caracterização das normas inovadoras como imperativas ou meramente supletivas ( 29 ). E ainda que o âmbito do princípio do tratamento mais favorável não seja inteiramente coincidente no RCTFP e no CT (neste, as normas supletivas podem ser afastadas pelo IRCT em qualquer sentido, salvo quanto às matérias elencadas no n.º 3 do artigo 3º). 8. Princípio da proibição do retrocesso social Neste contexto, poderia ter ainda cabimento a invocação do princípio da proibição do retrocesso social, tendo em consideração que direitos sociais dos trabalhadores com consagração constitucional, como a segurança no emprego (artigo 53º da CRP), o direito à retribuição do trabalho, o direito à organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, o direito ao repouso e os lazeres e à fixação dos limites da duração do trabalho (artigo 59º, n.º 1, alíneas a), b) e d), e n.º 2, alínea b), da CRP), tiveram nos regimes legais precedentes um grau de concretização mais intenso. A este propósito, a jurisprudência do TC e a generalidade da doutrina não deixam de sublinhar a necessidade de harmonizar a estabilidade da concretização legislativa já alcançada no domínio dos direitos sociais com a liberdade de conformação do legislador. E fora os casos em que a Constituição contenha uma ordem de legislar suficientemente precisa e concreta, de tal modo que a margem de liberdade do legislador para retroceder no grau de protecção já atingido é necessariamente mínima (acórdão n.º 34/84), a proibição do retrocesso social apenas pode funcionar em casos-limite, e, em especial, quando a alteração redutora do conteúdo do direito social se faça com violação do princípio da igualdade ou do princípio da protecção da confiança ou, então, quando se atinja o núcleo essencial do direito em causa (acórdão n.º 509/02). Numa formulação mais restritiva, no acórdão do TC nº 101/92 entendeu-se que só ocorreria retrocesso social constitucionalmente proibido quando fossem diminuídos ou afectados «direitos adquiridos em termos de se gerar violação do princípio da protecção da confiança e da segurança dos cidadãos no âmbito económico, social e cultural», apontando para situações em tenha havido uma prévia subjectivação desses mesmos direitos. O Tribunal partiu aí, no entanto, de um conceito de direitos adquiridos que não corresponde àquele que é tradicionalmente adoptado no domínio do direito laboral. Não estamos aqui a falar de direitos subjectivos já incorporados na esfera jurídica dos titulares, mas de posições jurídicas que se encontram consignadas no contrato de trabalho ou na convenção 29 ) Poderão interpretar-se como imperativas as novas disposições relativas ao banco de horas individual e banco de horas grupal (artigos 208º-A e 208º-B), feriados (artigo 234º), eliminação do descanso compensatório por trabalho suplementar (revogação dos n.ºs 1 e 2 do artigo 229º), faltas injustificadas (artigo 256º, n.º 3), e eliminação da majoração de dias de férias (artigo 238, n.º 3). A redução do acréscimo de retribuição por trabalho suplementar, tal como sucede no âmbito do RCTFP, pode ser afastada por IRCT (artigo 268º, n.º 3). 9

10 colectiva de trabalho e que, sendo mais favoráveis ao trabalhador, não são afectadas pela normação jurídica inovadora que não tenha um carácter imperativo. A questão da violação do princípio da proibição do retrocesso social apenas se coloca relativamente àquelas situações em que a nova lei vem dispor imperativamente em termos divergentes e menos favoráveis para os trabalhadores, passando a prevalecer sobre as disposições do contrato de trabalho ou do IRCT que se encontravam cobertas pelo anterior regime legal. Aqui estamos perante meras expectativas jurídicas. No plano da constitucionalidade, tudo está em saber se trata de expectativas de continuidade suficientemente fundadas que era suposto não serem modificadas pela legislação posterior, à luz de um princípio de segurança jurídica, ou cuja postergação não possa ser justificada com base em considerações de interesse geral, ou se elas representam já um grau de protecção a nível dos direitos sociais que não possa ser susceptível de retrocesso. 9. Conclusões a) A generalização do contrato de trabalho como modalidade de constituição da relação de emprego público não viola o princípio da reserva da função pública, o direito à segurança no emprego ou o princípio da protecção da confiança; b) Os trabalhadores da Administração Pública cujo vínculo seja estabelecido por nomeação encontram-se numa situação estatutária que pode ser modificada unilateralmente pelo Estado, e não podem invocar direitos adquiridos quanto à manutenção do estatuto jurídico anterior, mas meras expectativas jurídicas que apenas poderão ser tuteladas por aplicação do princípio da protecção da confiança; c) O estatuto dos trabalhadores da Administração Pública em regime de contrato de trabalho em funções públicas é equiparável à dos trabalhadores do sector privado em regime de contrato individual de trabalho, em especial no tocante à questão da manutenção de direitos adquiridos; d) As novas condições laborais estabelecidas na lei são de aplicação imediata, aplicandose aos contratos de trabalho anteriormente celebrados, com salvaguarda do princípio do tratamento mais favorável para o trabalhador, tal como está consignado no artigo 4º do RCTFP e no artigo 3º do CT; e) O princípio da manutenção dos direitos adquiridos é aplicável no quadro do estatuto contratual do trabalhador, e não no do chamado estatuto legal, e tem um campo de aplicação coincidente com o próprio princípio do tratamento mais favorável, subsistindo apenas os direitos contratuais que não possam ser postos em causa pela nova regulamentação legal imperativa; f) As meras expectativas jurídicas quanto à continuidade na manutenção do regime jurídico laboral apenas poderão ser tuteladas pelo princípio da protecção da confiança e pelo princípio da proibição do retrocesso social. 10

Alterações ao Código do Trabalho

Alterações ao Código do Trabalho São três as alterações: Lei nº 53/2011, de 14 de Outubro Primeira alteração, revogada (parcialmente) pela terceira alteração. Lei 3/2012, de 10 de Janeiro Segunda alteração, revogada (parcialmente) pela

Leia mais

Alterações ao Código do Trabalho A partir de 1 de Agosto de 2012

Alterações ao Código do Trabalho A partir de 1 de Agosto de 2012 Alterações ao Código do Trabalho A partir de 1 de Agosto de 2012 A Lei nº 23/2012, de 25 de Junho procede à terceira alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro. Principais

Leia mais

DIREITO LABORAL ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 602/2013 DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

DIREITO LABORAL ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 602/2013 DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DIREITO LABORAL ANÁLISE DO ACÓRDÃO Nº 602/2013 DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL O ACÓRDÃO Nº 602/2013 DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (TC), COM DATA DE 20 DE SETEMBRO RESPONDE A UM PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO ABSTRACTA

Leia mais

Trabalho suplementar e Banco de horas

Trabalho suplementar e Banco de horas Trabalho suplementar e Banco de horas INTRODUÇÃO Sem grandes considerações jurídicas acerca do Direito do Trabalho, é consabido que esta é uma área que se encontra muito próxima do indivíduo, desenvolvendo-se,

Leia mais

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL 1 SM/2012/20.DIR.0302 (CJ) INFORMAÇÃO N.º 13/2012 5 DE MARÇO Trabalho Extraordinário Médico. Redução de Custos. Despacho do Secretário de Estado da Saúde SUMÁRIO 1. Em ordem à prossecução, no corrente

Leia mais

Direito a férias (art.ºs 237º ss do Código de Trabalho)

Direito a férias (art.ºs 237º ss do Código de Trabalho) Direito a férias (art.ºs 237º ss do Código de Trabalho) Nos termos do Código de Trabalho ( CT ) em vigor, aprovado pela Lei nº 07/2009 de 12/02, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 23/2012, de

Leia mais

Só um ou, quando muito, dois membros do órgão de gestão ou administração da empresa local pode ser remunerado.

Só um ou, quando muito, dois membros do órgão de gestão ou administração da empresa local pode ser remunerado. 1 Só um ou, quando muito, dois membros do órgão de gestão ou administração da empresa local pode ser remunerado. Artigo 25.º, n.ºs 3 e 4 da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto O valor da remuneração do(s)

Leia mais

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS INFORMAÇÃO Carreiras Médicas e Contratação Colectiva Na sequência da entrada em vigor da nova legislação laboral da Administração Pública (Lei n.º 12 A/2008 e Lei n.º 59/2008),

Leia mais

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS Comissão Tripartida. Proposta de Nova FAQ Referente ao Regime do Descanso Compensatório por Trabalho Normal Prestado ao Domingo, Feriado e Dia de Descanso, Após a apresentação na Comissão Tripartida do

Leia mais

NOVAS REGRAS DO TRABALHO. Lisboa, 10 de Julho de 2012

NOVAS REGRAS DO TRABALHO. Lisboa, 10 de Julho de 2012 NOVAS REGRAS DO TRABALHO Lisboa, 10 de Julho de 2012 Lei 23/2012, de 15 de Junho (altera Código do Trabalho) (início vigência 1 de Agosto de 2012) OBRIGAÇÕES ADMINISTRATIVAS Isabel Valente Dias OBRIGAÇÕES

Leia mais

PARECER N.º 26/CITE/2007

PARECER N.º 26/CITE/2007 PARECER N.º 26/CITE/2007 Assunto: Direito ao gozo de férias após licença por maternidade Processo n.º 147 QX/2006 I OBJECTO 1.1. Em 20 de Novembro de 2006, a CITE recebeu da funcionária do, com a categoria

Leia mais

Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional R-1870/11 (A6)

Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional R-1870/11 (A6) Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional R-1870/11 (A6) O Provedor de Justiça, no uso da competência prevista no artigo 281.º, n.º 2, alínea d), da Constituição da República Portuguesa,

Leia mais

Convenção nº 146. Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos

Convenção nº 146. Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos Convenção nº 146 Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho: Convocada para Genebra pelo conselho administração da Repartição Internacional

Leia mais

APOSENTAÇÃO, FÉRIAS, FALTAS E LICENÇAS

APOSENTAÇÃO, FÉRIAS, FALTAS E LICENÇAS ADENDA AO APOSENTAÇÃO, FÉRIAS, FALTAS E LICENÇAS Páginas 19 O artigo 1.º foi revogado pela Lei n.º 60/2005, de 29 de Dezembro: São revogados o artigo 1.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei

Leia mais

sucessivamente plasmado no nº1 do artigo 20º do Decreto-Lei nº 409/89, de 18 de Novembro e no artigo 18º do Decreto-Lei nº 312/99, de 10 de Agosto

sucessivamente plasmado no nº1 do artigo 20º do Decreto-Lei nº 409/89, de 18 de Novembro e no artigo 18º do Decreto-Lei nº 312/99, de 10 de Agosto Tem a Administração Educativa recorrido, ora com carácter ocasional, ora com carácter regular, à contratação por oferta de escola de pessoal docente detentor de formação especializada para assegurar a

Leia mais

Artigo A. Valorizações remuneratórias

Artigo A. Valorizações remuneratórias Artigo A Valorizações remuneratórias 1 - No período de vigência da presente lei está vedada a prática de quaisquer actos que consubstanciem valorizações remuneratórias do seguinte pessoal: a) Trabalhadores

Leia mais

A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO?

A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO? A PRIVATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIREITOS ADQUIRIDOS OU ARBÍTRIO LEGISLATIVO? Intervenção de Lino José Baptista Rodrigues Ribeiro Juiz Desembargador do Tribunal Central

Leia mais

Código do Trabalho Anotado

Código do Trabalho Anotado Código do Trabalho Anotado Revisto pelas LEI Nº 7/2009, DE 12 DE FEVEREIRO LEI Nº 105/2009, DE 14 DE SETEMBRO LEI Nº 53/2011, DE 14 DE OUTUBRO LEI Nº 23/2012, DE 25 DE JUNHO LEI Nº 47/2012, DE 29 DE AGOSTO

Leia mais

TRABALHO TEMPORÁRIO. Trabalho Temporário assenta numa relação triangular traduzida nos seguintes contratos:

TRABALHO TEMPORÁRIO. Trabalho Temporário assenta numa relação triangular traduzida nos seguintes contratos: TRABALHO TEMPORÁRIO O QUE DIZ A LEI OBSERVAÇÕES Trabalho Temporário assenta numa relação triangular traduzida nos seguintes contratos: Contrato de Trabalho Temporário Celebrados entre Ou uma empresa de

Leia mais

CIRCULAR N/REFª: 85/2015 DATA: 06/10/2015

CIRCULAR N/REFª: 85/2015 DATA: 06/10/2015 CIRCULAR N/REFª: 85/2015 DATA: 06/10/2015 Assunto: Regimes jurídicos do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT), do Mecanismo Equivalente (ME ) e do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT) Exmos.

Leia mais

RECOMENDAÇÃO N.º 6/ B / 2004 [art.º 20.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril]

RECOMENDAÇÃO N.º 6/ B / 2004 [art.º 20.º, n.º 1, alínea b), da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril] Número: 6/B/2004 Data: 25-03-2004 Entidade visada: Secretária de Estado da Administração Pública Assunto: Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública. Promoção a técnico superior de 1.ª classe. Processo:

Leia mais

15-02-12 - Vão mudar regras aplicáveis aos despedimentos

15-02-12 - Vão mudar regras aplicáveis aos despedimentos 15-02-12 - Vão mudar regras aplicáveis aos despedimentos Esperam-se para breve alterações ao regime de cessação do contrato de trabalho por motivos objetivos, por via da proposta de lei que aguarda aprovação

Leia mais

NOTA: ESTE DOCUMENTO DEVERÁ ESTAR EXPOSTO DE 15 DE ABRIL A 31 DE OUTUBRO

NOTA: ESTE DOCUMENTO DEVERÁ ESTAR EXPOSTO DE 15 DE ABRIL A 31 DE OUTUBRO Mapa de Férias O mapa de Férias tem que ser elaborado até ao dia 15 de Abril. O mapa de férias com a indicação do início e fim dos períodos de férias de cada trabalhador deve ser elaborado até ao dia 15

Leia mais

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO A disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO Lei n.º 71/98 de 3 de Novembro de 1998 Bases do enquadramento jurídico do voluntariado A Assembleia da República decreta, nos termos do artigo 161.º, alínea c), do

Leia mais

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE N.º 01/2008 Data: 2008/07/16 Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública Elaborada por: Núcleo de Apoio Jurídico e Contencioso e Unidade de Certificação SÍNTESE: A

Leia mais

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI N.º 2/XII/1.ª. Exposição de Motivos

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI N.º 2/XII/1.ª. Exposição de Motivos PROPOSTA DE LEI N.º 2/XII/1.ª Exposição de Motivos Em sede da Comissão Permanente de Concertação Social foi firmado, em 22 de Março de 2011, entre o Governo e a maioria dos Parceiros Sociais, o Acordo

Leia mais

PARECER N.º 38/CITE/2005

PARECER N.º 38/CITE/2005 PARECER N.º 38/CITE/2005 Assunto: Parecer nos termos do n.º 3 do artigo 133.º do Código do Trabalho e da alínea j) do n.º 1 do artigo 496.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Não renovação de contrato

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 162/XII/1.ª COMBATE O FALSO TRABALHO TEMPORÁRIO E PROTEGE OS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS

PROJETO DE LEI N.º 162/XII/1.ª COMBATE O FALSO TRABALHO TEMPORÁRIO E PROTEGE OS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 162/XII/1.ª COMBATE O FALSO TRABALHO TEMPORÁRIO E PROTEGE OS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS (TERCEIRA ALTERAÇÃO À LEI N.º /2009, DE 12 DE FEVEREIRO) Exposição de motivos

Leia mais

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 207/XII. Exposição de Motivos

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 207/XII. Exposição de Motivos Proposta de Lei n.º 207/XII Exposição de Motivos 1 - O Programa do XIX Governo Constitucional assenta num novo paradigma de políticas que através da adoção de um conjunto extenso de reformas estruturais,

Leia mais

Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda

Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda Colóquio anual sobre Direito do Trabalho Outubro/2009 Despedimento para a Reestruturação (da empresa) Intervenção em mesa redonda Quero começar por agradecer ao Supremo Tribunal de Justiça, por intermédio

Leia mais

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006 I - Introdução A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) tem recebido, com muita frequência, um grande número de pedido de acessos a dados pessoais de saúde de titulares

Leia mais

PARECER N.º 19/CITE/2006

PARECER N.º 19/CITE/2006 PARECER N.º 19/CITE/2006 Assunto: Parecer prévio nos termos do artigo 45.º do Código do Trabalho e dos artigos 79.º e 80.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Processo n.º 20 FH/2006 I OBJECTO 1.1. A CITE

Leia mais

O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA

O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA PARECER SOBRE O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA (Proposta de Regulamento sobre o Estatuto da AE e Proposta de Directiva que completa o estatuto da AE no que se refere ao papel dos

Leia mais

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO Agosto de 2012 Leis n. os 23/2012, de 25 de junho e 47/2012, de 29 de agosto TRABALHO DE MENORES Requisitos de admissão de menor a prestar trabalho no tocante

Leia mais

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa

As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa As decisões intermédias na jurisprudência constitucional portuguesa MARIA LÚCIA AMARAL * Introdução 1. Agradeço muito o convite que me foi feito para participar neste colóquio luso-italiano de direito

Leia mais

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE. Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho)

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE. Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho) ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho) Artigo 17.º (Trabalhador-estudante) O disposto nos artigos 81.º e 84.º do Código do Trabalho assim como

Leia mais

CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1

CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1 CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1 A atual conjuntura económica e financeira portuguesa, fortemente marcada pela contração da atividade

Leia mais

Processos apensos T-6/92 e T-52/92. Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias

Processos apensos T-6/92 e T-52/92. Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias Processos apensos T-6/92 e T-52/92 Andreas Hans Reinarz contra Comissão das Comunidades Europeias «Funcionários Acto que causa prejuízo Reembolso das despesas com auxiliares médicos e enfermagem Redução

Leia mais

FI CHA DOUTRINÁRIA. Diploma: Código do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis/Estatuto dos Benefícios Fiscais

FI CHA DOUTRINÁRIA. Diploma: Código do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis/Estatuto dos Benefícios Fiscais FI CHA DOUTRINÁRIA Diploma: Código do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis/Estatuto dos Benefícios Fiscais Artigo: Assunto: 49.º EBF Fundos de Investimento Imobiliário e Isenção de

Leia mais

Súmula das Alterações ao Código de Trabalho

Súmula das Alterações ao Código de Trabalho Súmula das Alterações ao Código de Trabalho Foi publicada a Lei 23/2012 a 25 de Junho, que procede à 3.ª alteração ao Código do Trabalho. As alterações efectuadas incidem fundamentalmente em 3 áreas: A)

Leia mais

T R I B U N A L C O N S T I T U C I O N A L

T R I B U N A L C O N S T I T U C I O N A L Acórdão n.º 413/2014 Processo n.º 14/2014 Relator: Conselheiro Carlos Fernandes Cadilha Na sua sessão plenária de 30 de maio de 2014, o Tribunal Constitucional apreciou três pedidos de fiscalização abstrata

Leia mais

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado Regulamento dos Estágios da Assembleia da República para Ingresso nas Carreiras Técnica Superior Parlamentar, Técnica Parlamentar, de Programador Parlamentar e de Operador de Sistemas Parlamentar Despacho

Leia mais

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões O Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de Janeiro - que estabelece o regime jurídico da constituição

Leia mais

A NOVA REDUÇÃO DAS COMPENSAÇÕES ASSOCIADAS À CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO LEI N.º 69/2013, DE 30 DE AGOSTO

A NOVA REDUÇÃO DAS COMPENSAÇÕES ASSOCIADAS À CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO LEI N.º 69/2013, DE 30 DE AGOSTO 19 de setembro 2013 A NOVA REDUÇÃO DAS COMPENSAÇÕES ASSOCIADAS À CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO LEI N.º 69/2013, DE 30 DE AGOSTO 1. REGRAS GERAIS A Lei n.º 69/2013, de 30 de agosto, estabeleceu uma nova

Leia mais

Regulamento de Horário de Funcionamento e de Atendimento e Horário de Trabalho da Secretaria-Geral da Presidência da República

Regulamento de Horário de Funcionamento e de Atendimento e Horário de Trabalho da Secretaria-Geral da Presidência da República Regulamento de Horário de Funcionamento e de Atendimento e Horário de Trabalho da Secretaria-Geral da Presidência da República Considerando a necessidade de proporcionar aos Serviços da Secretaria-Geral,

Leia mais

AUDIÇÃO NA COMISSÃO PARLAMENTAR DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E PODER LOCAL. Projeto de Lei Nº 368/XII

AUDIÇÃO NA COMISSÃO PARLAMENTAR DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E PODER LOCAL. Projeto de Lei Nº 368/XII AUDIÇÃO NA COMISSÃO PARLAMENTAR DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E PODER LOCAL Projeto de Lei Nº 368/XII Protecção dos direitos individuais e comuns à água O projecto de Lei para Protecção dos direitos

Leia mais

DIREITOS FUNDAMENTAIS. Exame - 16.06.2015. Turma: Dia. Responda, sucintamente, às seguintes questões:

DIREITOS FUNDAMENTAIS. Exame - 16.06.2015. Turma: Dia. Responda, sucintamente, às seguintes questões: DIREITOS FUNDAMENTAIS Exame - 16.06.2015 Turma: Dia I Responda, sucintamente, às seguintes questões: 1. Explicite o sentido, mas também as consequências práticas, em termos de densidade do controlo judicial,

Leia mais

PARECER N.º 185/CITE/2013

PARECER N.º 185/CITE/2013 PARECER N.º 185/CITE/2013 I OBJETO A CITE recebeu um pedido de parecer sobre o assunto referido em epígrafe. A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) tem por missão prosseguir a igualdade

Leia mais

EX.MO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE PONTA DELGADA ACÇÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL. contra

EX.MO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE PONTA DELGADA ACÇÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL. contra EX.MO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO E FISCAL DE PONTA DELGADA SINDICATO DEMOCRÁTICO DOS PROFESSORES DOS AÇORES, Pessoa Colectiva n.º 512029261, com sede na Rua Arcanjo Lar, n.º 7,

Leia mais

Convenção n.º 87 CONVENÇÃO SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A PROTECÇÃO DO DIREITO SINDICAL

Convenção n.º 87 CONVENÇÃO SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A PROTECÇÃO DO DIREITO SINDICAL Convenção n.º 87 CONVENÇÃO SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A PROTECÇÃO DO DIREITO SINDICAL A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, convocada em S. Francisco pelo conselho de administração

Leia mais

Projecto de Lei n.º 408/ X

Projecto de Lei n.º 408/ X Grupo Parlamentar Projecto de Lei n.º 408/ X Consagra o processo eleitoral como regra para a nomeação do director-clínico e enfermeiro-director dos Hospitais do Sector Público Administrativo e dos Hospitais,

Leia mais

PARECER N.º 45/CITE/2011

PARECER N.º 45/CITE/2011 PARECER N.º 45/CITE/2011 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores

Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores I Traços gerais da figura do privilégio creditório (art.ºs 733.º a 753.º do Código Civil) 1. Espécies: em função da natureza

Leia mais

REGRAS PARA A CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR- ESTUDANTE. Artigo 1.º (Valorização pessoal e profissional)

REGRAS PARA A CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR- ESTUDANTE. Artigo 1.º (Valorização pessoal e profissional) REGRAS PARA A CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR- ESTUDANTE Artigo 1.º (Valorização pessoal e profissional) 1. A ERC compromete-se a criar as necessárias condições por forma a proporcionar iguais oportunidades

Leia mais

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE Data de emissão Janeiro 2005 Data de revisão Janeiro 2005 Autor GabIGT Acesso Público ÍNDICE Págs. 1. Quem é considerado trabalhador estudante? 3 2. Como se pode beneficiar

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 312/XI

PROJECTO DE LEI N.º 312/XI Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 312/XI DEFINE O DIREITO À ANTECIPAÇÃO DA APOSENTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO DA PENSÃO DE VELHICE A TRABALHADORES QUE TENHAM COMEÇADO A TRABALHAR ANTES DE COMPLETAREM 16 ANOS

Leia mais

Decreto-Lei n.º 167-E/2013, de 31 de dezembro

Decreto-Lei n.º 167-E/2013, de 31 de dezembro Decreto-Lei n.º 167-E/2013, de 31 de dezembro A necessidade de contenção da despesa pública no longo prazo com caráter de definitividade obriga à redução da despesa no setor da segurança social, o que

Leia mais

PARECER N.º 403/CITE/2015

PARECER N.º 403/CITE/2015 PARECER N.º 403/CITE/2015 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa do pedido de autorização de trabalho em regime de horário flexível de trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do

Leia mais

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 Projecto DECISÃO N. o / DO CONSELHO DE ASSOCIAÇÃO instituído pelo Acordo Euro-Mediterrânico que cria uma associação entre as Comunidades Europeias e

Leia mais

Orientação Normativa N.º 1/2004, de 20/02/2004 Módulo de Férias do Manual de Formação Técnica RH

Orientação Normativa N.º 1/2004, de 20/02/2004 Módulo de Férias do Manual de Formação Técnica RH ORIENTAÇÃO NORMATIVA N.º 2/2009 Data: 25 de Maio de 2009 RECURSOS HUMANOS Assunto: FÉRIAS Enquadramento Convencional e Legal: Acordo de Empresa Código do Trabalho Revogações: Orientação Normativa N.º 1/2004,

Leia mais

Decreto-Lei Nº 159/2005 de 20 de Setembro (GNR)

Decreto-Lei Nº 159/2005 de 20 de Setembro (GNR) Decreto-Lei Nº 159/2005 de 20 de Setembro (GNR) Pela Resolução do Conselho de Ministros Nº 110/2005, de 2 de Junho, determinou o Governo que se procedesse à revisão dos regimes especiais de reforma e aposentação,

Leia mais

Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração. SCTS/AR/005 Pr. N.º/ SMI, 09 de Janeiro de 2009

Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração. SCTS/AR/005 Pr. N.º/ SMI, 09 de Janeiro de 2009 Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração SCTS/AR/005 Pr. N.º/ SMI, 09 de Janeiro de 2009 ASSUNTO: Avaliação de Desempenho Pontuações atribuídas a funcionários integrados em carreiras que sejam

Leia mais

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS

ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Mantido pelo acórdão nº 34/10, de 17/12/10, proferido no recurso nº 14/10 Não transitado em julgado ACÓRDÃO Nº 22 /2010 8.JUN/1ª S/SS Processo nº 187/2010 I OS FACTOS 1. O Município de Gondomar remeteu,

Leia mais

Câmara Municipal de São Pedro do Sul

Câmara Municipal de São Pedro do Sul Regulamento A elaboração do presente regulamento resulta da necessidade de definir regras e harmonizar os procedimentos relacionados com a duração e organização do tempo de trabalho, conforme impõe o definido

Leia mais

Nota Informativa 2/2012 Maio 2012 DSAJAL/DAAL Setor Empresarial Local

Nota Informativa 2/2012 Maio 2012 DSAJAL/DAAL Setor Empresarial Local Nota Informativa 2/2012 Maio 2012 DSAJAL/DAAL Setor Empresarial Local Reduções remuneratórias I- Enquadramento ao Setor Empresarial Local O regime jurídico do setor empresarial local (SEL) 1 integra duas

Leia mais

P.º R. P. 301/04 DSJ-CT

P.º R. P. 301/04 DSJ-CT P.º R. P. 301/04 DSJ-CT - Registo de hipoteca legal por dívidas à Segurança Social sobre bens dos gerentes da sociedade devedora. Documentos instrutórios : certidão comprovativa da dívida e cópia autenticada

Leia mais

Índice Descrição Valor

Índice Descrição Valor 504448064 Índice Descrição Valor 1 Missão, Objectivos e Princípios Gerais de Actuação 11 Cumprir a missão e os objectivos que lhes tenham sido determinados de forma económica, financeira, social e ambientalmente

Leia mais

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS 13.1 - Aspectos preliminares As demonstrações financeiras consolidadas constituem um complemento e não um substituto das demonstrações financeiras individuais

Leia mais

REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO I INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO. Os Instrumentos de Regulamentação Colectiva podem ser:

REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO I INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO. Os Instrumentos de Regulamentação Colectiva podem ser: REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO O QUE DIZ A LEI OBSERVAÇÕES Tipos de IRCT I INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE TRABALHO Os Instrumentos de Regulamentação Colectiva podem ser: Art.º 2.º do

Leia mais

10 de Setembro 2013 Contencioso de Cobrança

10 de Setembro 2013 Contencioso de Cobrança DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITOS, JUROS REMUNERATÓRIOS, CAPITALIZAÇÃO DE JUROS E MORA DO DEVEDOR O Decreto-Lei n.º 58/2013, de 8 de Maio estabelece as novas normas aplicáveis à classificação e contagem dos prazos

Leia mais

DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DE POSTO DE TRABALHO

DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DE POSTO DE TRABALHO DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DE POSTO DE TRABALHO (Explicação do procedimento nos termos do Cód. Trabalho Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 23/2012, de 25 de junho)

Leia mais

Direito do Trabalho no Tempo

Direito do Trabalho no Tempo Direito do Trabalho no Tempo Mario Paiva DIREITO DO TRABALHO NO TEMPO Art. 2. A lei só dispõe para o futuro, não tem efeitos retroativos Código Civil Francês de 1804 A norma jurídica tem eficácia limitada

Leia mais

Aspetos legislativos, no domínio sócio-laboral

Aspetos legislativos, no domínio sócio-laboral Aspetos legislativos, no domínio sócio-laboral Lei n.º 53/2011, de 14 de outubro, que procede à segunda alteração ao Código do Trabalho, aprovado em anexo à Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, estabelecendo

Leia mais

EFA- TÉCNICO DE CONTABILIDADE UFCD 567 NOÇÕES DE FISCALIDADE

EFA- TÉCNICO DE CONTABILIDADE UFCD 567 NOÇÕES DE FISCALIDADE EFA- TÉCNICO DE CONTABILIDADE UFCD 567 NOÇÕES DE FISCALIDADE INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA LEI FISCAL Trabalho realizado: -Patrícia Alves; -Joaquim Mira; -Maria Antónia; -Ana Maltêz; 22 de Maio de 2014

Leia mais

Proposta de alteração do regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho Posição da CAP

Proposta de alteração do regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho Posição da CAP Proposta de alteração do regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho Posição da CAP Em Geral Na sequência da publicação do novo Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12

Leia mais

Programa de Formação para Profissionais

Programa de Formação para Profissionais Programa de Formação para Profissionais 1 O ACESSO À INFORMAÇÃO DE SAÚDE DIREITOS, PROCEDIMENTOS E GARANTIAS Sérgio Pratas smpratas@gmail.com Maio e Junho 2015 2 Programa: 1. O acesso à informação de saúde

Leia mais

CONTRATO CONSTITUTIVO DO FUNDO DE PENSÕES DOS ADMINISTRADORES E/OU DIRECTORES DA ROBBIALAC

CONTRATO CONSTITUTIVO DO FUNDO DE PENSÕES DOS ADMINISTRADORES E/OU DIRECTORES DA ROBBIALAC CONTRATO CONSTITUTIVO DO FUNDO DE PENSÕES DOS ADMINISTRADORES E/OU DIRECTORES DA ROBBIALAC CAPÍTULO I (DISPOSIÇÕES GERAIS) 1 A existência do Fundo de Pensões dos Administradores e/ou Directores da Robbialac

Leia mais

Projeto de Lei n.º 703/XII-4ª. Estabelece restrições à penhora e execução de hipoteca sobre a habitação. Exposição de motivos

Projeto de Lei n.º 703/XII-4ª. Estabelece restrições à penhora e execução de hipoteca sobre a habitação. Exposição de motivos PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar Projeto de Lei n.º 703/XII-4ª Estabelece restrições à penhora e execução de hipoteca sobre a habitação Exposição de motivos As dificuldades impostas às famílias

Leia mais

Decreto-Lei n.º 26/2012. de 6 de fevereiro

Decreto-Lei n.º 26/2012. de 6 de fevereiro Decreto-Lei n.º 26/2012 de 6 de fevereiro No âmbito do Compromisso Eficiência, o XIX Governo Constitucional determinou as linhas gerais do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC).

Leia mais

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL 1 INFORMAÇÃO N.º 12/2010 Medicina Geral e Familiar Clínica Geral HORÁRIO DE TRABALHO 1. O Acordo Colectivo da Carreira Especial Médica (ACCE) foi publicado, sob a designação de Acordo Colectivo de Trabalho

Leia mais

ESTATUTOS. Artigo 1.º Denominação e sede

ESTATUTOS. Artigo 1.º Denominação e sede ESTATUTOS Artigo 1.º Denominação e sede 1. A associação adopta a denominação CAAD Centro de Arbitragem Administrativa. 2. A associação tem a sua sede na Avenida Duque de Loulé, n.º 72 A, freguesia de Santo

Leia mais

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA DA AGMVM SOBRE A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO DE MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS 1. Introdução No presente documento procede-se à análise das respostas recebidas no

Leia mais

Caso Prático 2. O Ministro de Estado e das Finanças aprovou o seguinte despacho:

Caso Prático 2. O Ministro de Estado e das Finanças aprovou o seguinte despacho: Caso Prático 2 O Ministro de Estado e das Finanças aprovou o seguinte despacho: 1 O Instituto de Informática deve adquirir 200 servidores da marca ZXZ, por forma a garantir o correcto armazenamento do

Leia mais

Perspectiva Fiscal SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDA. de 2012. de 2012

Perspectiva Fiscal SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDA. de 2012. de 2012 Perspectiva Fiscal SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDA de de 2012 ÍNDICE SUJEIÇÃO CONCEITO DE REMUNERAÇÃO REMUNERAÇÃO ACESSÓRIA EXEMPLOS DE REMUNERAÇÕES SUJEITAS BREVE ANÁLISE DO CONCEITO DE REMUNERAÇÃO DO CÓDIGO

Leia mais

3 AGOSTO, 2012 Área de Prática de Direito Público & Ambiente

3 AGOSTO, 2012 Área de Prática de Direito Público & Ambiente SÉTIMA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS No passado dia 12 de Julho de 2012 foi publicado o Decreto-Lei n.º 149/2012, que altera o Código dos Contratos Públicos ( CCP ), ajustando-o ao disposto

Leia mais

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009)

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) LEGISLAÇÃO Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) ( DR N.º 21, Série I 30 Janeiro 2009 30 Janeiro 2009 ) Emissor: Ministério do Trabalho

Leia mais

Trabalho extraordinário em Portugal é já mais barato que trabalho realizado dentro do horário normal de trabalho

Trabalho extraordinário em Portugal é já mais barato que trabalho realizado dentro do horário normal de trabalho O AUMENTO DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO EM PORTUGAL: a remuneração por trabalho extraordinário é já inferior à remuneração de trabalho realizado durante o horário normal de trabalho, e os trabalhadores da

Leia mais

Lei nº 8/90 de 20 de Fevereiro. Bases da contabilidade pública

Lei nº 8/90 de 20 de Fevereiro. Bases da contabilidade pública Lei nº 8/90 de 20 de Fevereiro Bases da contabilidade pública A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º Objecto

Leia mais

Organização do Tempo de Trabalho

Organização do Tempo de Trabalho Organização do Tempo de Trabalho de PAULA CALDEIRA DUTSCHMANN de 2012 ÍNDICE BANCOS DE HORAS INTERRUPÇÃO DO FÉRIAS E PONTES FALTAS FERIADOS BANCO DE HORAS Criação do banco de horas individual, por acordo

Leia mais

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 Bureau Internacional do Trabalho 1 Ratificação Como são utilizadas as Normas Internacionais do Trabalho?

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 329/VIII

PROJECTO DE LEI N.º 329/VIII PROJECTO DE LEI N.º 329/VIII PROMOVE OS MILITARES DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS AO POSTO A QUE TERIAM ASCENDIDO SE TIVESSEM PERMANECIDO NA SITUAÇÃO DE SERVIÇO ACTIVO Exposição de motivos O Decreto-Lei

Leia mais

MEMORANDUM. No entanto, o exercício de funções pode ser acumulado com outras funções públicas ou com funções/atividades privadas.

MEMORANDUM. No entanto, o exercício de funções pode ser acumulado com outras funções públicas ou com funções/atividades privadas. Assunto: Acumulação de funções. MEMORANDUM Nos termos do artigo 26º do novo regime de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores da Administração Pública (LVCR) aprovado pela Lei n.º

Leia mais

NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO. Paula Caldeira Dutschmann Advogada

NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO. Paula Caldeira Dutschmann Advogada NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO Paula Caldeira Dutschmann Advogada NOÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO Aperfeiçoa-se a presunção da existência de subordinação jurídica e a

Leia mais