A criação do Estado de Israel A QUESTÃO PALESTINA MAPA DA ONU DE 1947 A DETERMINAÇÃO DE Guerra de A Guerra do Suez(1956)

Transcrição

1 A criação do Estado de Israel A QUESTÃO PALESTINA Breve Histórico árabe-israelense para Ciclo-Gauss-2009 Após a Primeira Guerra Mundial, a Palestina, desmembrada do Império Turco-Otomano, encontrava-se sobre protetorado britânico. Os britânicos apoiaram migrações judaicas para a região, de acordo com a proposta do Sionismo, movimento nacionalista judaico criadopor TheodoreHertz, no final do século XIX, que pretendia restabelecer uma pátria para os judeus na Palestina. Nos anos 30, devido às perseguições anti-semitas na Europa, o movimento migratório cresceu. (Imagem: cartaz convocando colonos judeus a construirem a Palestina) A DETERMINAÇÃO DE 1947 Após a Segunda Guerra Mundial e a revelação do holocausto para o mundo, houve a necessidade de dar uma resposta positiva, da recém criada ONU ao povo judeu, além do crescimento do nacionalismo árabe que ameaçava o controle ocidental sobre o Oriente Médio, em tempos de Guerra Fria. Assim, uma determinação da ONU, apoiada especialmente pelos EUA, propôs uma divisão da região conforme o mapa a seguir. MAPA DA ONU DE 1947 Em BEGE: territórios Palestinos: incluindo a Faixa de Gaza (pequeno território ao sul na fronteira com o Egito) e o deserto de Neguev (anexo àfaixa de Gaza), a Cisjordânia (território no centro, em torno de Jerusalém (bolinha amarela). Jesusalém(em amarelo) seria administrada pelas Nações Unidas) Guerra de 1948 Os estados árabes vizinhos não aceitaram a proposta da ONU, basicamente por dois motivos: 1. muitos deles tinham interesses nos territórios em questão, como a Síria, o Egito, o Líbano e a Jordânia 2. Israel era visto como uma força pró-ocidental, mais uma intervenção dos EUA, britânicos e franceses contra a autonomia árabe Obs: essa região éestratégica, jáque ali se localiza, por exemplo, o Canal de Suez, por onde passa 50% do petróleo que abastece os países do ocidente. O resultado dessa recusa, foi a formação da Liga Árabe Unida, composta por vários países árabes, que atacaram Israel em Israel conseguiu sobreviver a essa primeira investida, com financeira e militar dos EUA. A Guerra do Suez(1956) Em 1956, o Egito, que estava sob influência soviética, foi atacado por tropas israelenses, britânicas e francesas. O objetivo era controlar a Península do Sinai, onde estáo Canal de Suez. Os soviéticos não protestaram contra a invasão, jáque, no mesmo período, estavam esmagando a resistência democrática na Hungria (pois é... Tempos de Guerra Fria!) O resultado desse conflito foi que as forças pró-ocidentais demonstraram ao Egito sua intenção de intervir na região diante de qualquer tentativa egípcia de impedir a navegação na região. Para os israelenses, valeu o controle sobre o deserto de Neguev(vide mapa anterior) e sua afirmação definitiva na navegação do Mar Vermelho, especialmente sobre o Porto de Ácaba.

2 A Resistência Palestina Criação da OLP Nesse mesmo período, surgiam os primeiros grupos de resistência palestina. O mais importante deles era o Fatah, dirigido por YasserArafat, que viria dar origem, em 1964, àolp (Organização Para Libertação da Palestina). O Fatahsurgiu como um grupo clandestino que realizava ações terroristas na região, apoiado pelos países árabes e pela URSS. Com a criação da OLP, o Fatahabandonou o terrorismo. Em 1974, foi reconhecido pelas Nações Unidas como legítimo representante do povo palestino. No Brasil, o escritório da OLP, em Brasília, passou a ter status de embaixada. Yasser Arafat A Guerra dos Seis Dias Em 1967, o Mossad, serviço secreto israelense, descobriu um movimentação de tropas da Liga Árabe Unida, para retomar territórios perdidos e definitivamente eliminar o Estado de Israel. Armados pela URSS, as forças árabes incluiammodernos MIG 21 e tanques de grande poder de fogo. Liderados pelos generais Moshe Daian, Ariel Sharon e Ytzak Rabin, as forças israelenses, contanto com arsenal norteamericano, francês e britânico, desferiu audacioso ataque surpresa que resultou em vitória rápida e arrasadora. Para se ter uma idéia, além do avanço territorial (ver mapa a seguir) os israelenses destruiram400 caças árabes contra apenas 20 dos seus. GoldaMeyer: Primeira- Ministra Israelense em 1967 O Avanço Territorial Importante: Na Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou a Península do Sinai, mantendo controle sobre o Suez; a Faixa de Gaza, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém) e as Colinas de Golã( território Sírio). As Colinas de Golãsão importantíssimas, tanto militar quanto economicamente. Lá, ficam as nascentes do Rio Jordão e éuma região que permite visibilidade sobre amplas porções do território sírio. (ver imagens a seguir) Postos de Vigilância israelenses em Golã GOLÃ Golã: um Jardim do Edem em meio ao deserto

3 A GUERRA DO YOM KIPPUR Em 1973, a Liga Árabe Unida desfechou novo ataque contra Israel, com o objetivo de retomar os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias. O nome Guerra do YomKippur se deve ao fato de ter acontecido justamente durante um dos mais importantes feriados judaicos, o Yom Kippur, ou Dia do Perdão. Acontece durante a passagem do ano judaico (que élunar e termine em outubro, no nosso calendário) Ajuda Internacional Bem armados pelos soviéticos, os árabes conseguiram sucesso inicial, empurrando as tropas israelenses no Sinai e forçando as fronteiras na Cisjordânia e em Golã. Porém, os EUA enviaram ajuda militar a Israel, que conseguiu, em poucas semanas, retomar todas as posições perdidas. Como consequênciada intervenção dos EUA, os países árabes da OPEP (Organização dos Pa~isesExportadores de Petróleo) determinaram uma drástica redução da oferta do produto, provocando uma imensa crise econômica internacional. Obs: para o Brasil, as consequenciastambém foram sérias, jáque com a crise, os juros dos empréstimos internacionais subiram muito, comprometendo o Milagre Brasileiro e aumentando assustadoramente nossa dívida externa e a inflação. PRESSÃO SOBRE OS EUA Os EUA, afetados pela crise internacional, agravada internamente pela opinião pública contrária àguerra do Vietnã, viveram dois momentos importantes 1. Retirada das tropas do Vietnã, iniciada ainda em 1973, no governo Nixon 2. Aproximação com os países árabes, através da Arábia Saudita, cuja dinastia no poder (dinastia Saud, daío nome Saudita) apoiaos EUA. 3. No governo seguinte, Jimmy Carter, consegui-se o primeiro acordo diplomático para a região (Acordo de CampDavid). ACORDO DE CAMP DAVID Pelo acordo, Israel (representado pelo então primeiroministro MenahemBegin) se comprometia a devolver ao Egito (representado pelo presidente AnuarSadat)a Península do Sinai (incluindo o Suez, éclaro). Em troca, o Egito reconheceria a existência e a soberania de Israel sobre seus territórios Obs: importante lembrar três coisas: facilitaram o acordo a convergência da pressão dos árabes contra os EUA, o fato do presidente Jimmy Carter ser do Partido Democrata (mais liberal), o fato de MenahemBeginser do Partido Trabalhista de Israel (mais liberal) e o fato do presidente Sadatser um moderado e ter retirado o Egito da influência soviética. Camp David, 1978 Sadat, Carter, Begin Assassinato de Sadat No início dos anos 80 o presidente Anuar Sadat, do Egito, foi assassinato por radicais islâmicos, por ter sido considerado um traidor da causa árabe. Funeral de Anuar Sadat

4 Enquanto Isso... Também no início dos anos 80, o exército israelense invadiu o Sul do Líbano, com apoio das Brigadas Cristãs Libanesas, para eliminar focos de terroristas palestinos ali escondidos. Essas investidas israelenses e a morte de palestinos refugiados no Líbano provocaram: Uma rebelião generalizada nos territórios palestinos ocupados (Gaza e Cisjordânia), chamadas de Intifadas (palavra que vem do árabe e significa rebelião) A formação de grupos radicais islâmicos, como o Hizbollah (pronuncia-se resbolá e significa Partido de Deus ), no Líbano, e o Hamas, nos territórios ocupados Intifada Xeque Yassin, criador do Hamas(assassinado por Israel em 2004) Novo Acordo O crescimento do radicalismo e dos ataques terroristas, especialmente patrocinados pelo Hamase a conjunção de líderes favoráveis a um acordo, como o democrata Bill Clinton, nos EUA, e YtzakRabin, do Partido Trabalhista, e de Arafat, pela OLP, permitiu um acordo que trouxe esperança a alguns, de solucionar as disputas territoriais entre Israel e os palestinos. O novo acordo compreendia a desocupação da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, por Israel, e a criação da ANP (Autoridade Nacional Palestina), nesses territórios, que seria o embrião do Estado palestino. ASSASSINATO DE RABIN Em 1995, YtzakRabin foi assassinado por um fundamentalista judeu, que o considerava um traidor, por pretender devolver os territórios. Éimportante lembrar que muitos israelenses haviam criado comunidades nos territórios ocupados, especialmente na Cisjordânia, e não queriam entregar suas propriedades aos palestinos Funeral de Rabin Nova Onda de Revoltas Em Israel, assumiu Benjamin Netaniahu, do Likudi, partido de direita. O acordo não foi cumprido e Israel passou a atacar novamente os grupos radicais palestinos. Netaniahu

5 Os Muros Além disso, Israel começou a construir muros para, segundo eles, proteger seus cidadãos dos ataques terroristas. Muro de Gaza MORTE DE ARAFAT Em 2004, depois de muitos meses cercado pelos israelenses, que não permitiam que ele saísse de Ramalah(Sede do governo da ANP na Cisjordânia), Arafat se encontrava desgastado, politicamente, por não ter o apoio dos radicais do Hamas, e doente. Israel sópermitiu que ele saísse de Ramalahpara a França para que fosse medicado. No mesmo ano, Arafat morreu, em Paris. Assumiu MohamadAbbas, um moderado, ligado ao Fatah, grupo que deu origem àolp, em 1964 A Desocupação Funeral de Arafat Com a ascensão de Abbas, moderado ligado ao Fatah, Israel vou a negociar, no governo Ariel Sharon, e desocupou os territórios, sob o compromisso da ANP (Autoridade Nacional Palestina), de acabar com os grupos terroristas. Mohamad Abbas Colono judeu chora ao Ser retirado de sua casa, na Cisjordânia, pelo exército israelense importante O acordo previa também que Israel passaria a ocupar somente 1/3 de Jerusalém e daria livre acesso aos muçulmanos na região da sagrada mesquita de Jerusalém, o Domo da Rocha A RUPTURA Os grupos radicais islâmicos, em especial o Hamas, não aceitam nenhum tipo de negociação com Israel e luta pela total eliminação desse estado, que eles não reconhecem. O acordo feito por Abbas, não foi aceito por eles, e, em 2006, Fatahe Hamasentraram em Guerra Civil. O resultado foi que o Fatah, passou a controlar somente a Cisjordânia, e o Hamascontrola a Faixa de Gaza.

6 Os Ataques Desde 2007, o Hamaspassou a atacar Israel, especialmente com foguetes, lançados sobre as cidades do Sul de Israel a partir da Faixa de Gaza. Retaliação Israelense Desde então, Israel vinha fazendo o que eles chamam de ataques cirúrgicos, como retaliação contra o Hamase outros grupos radicais. Israel matou diversos líderes terroristas, entre eles o criador do Hamas, o xeque Yassin(já mostrado, Mas a imagem táaí: A ATUA INVESTIDA ISRAELENSE A atual invasão israelense em Gaza se deve, portanto, segundo o governo israelense, a esses permanentes ataques. Israel ataca ao norte de Gaza, de onde são lançados os foguetes, e ao sul de Gaza, por onde entram armas contrabandeadas por túneis entre a Faixa de Gaza e o Egito. A invasão fez os ataques diminuírem, mas não os eliminou. Além disso, atingiram a população civil que, além de não ter como fugir, jáque Israel fechou as fronteiras, éusada como escudo pelos militantes do Hamas. HOJE, AGORA Acordos propostos pela França não vingaram, jáque Israel não aceita negociar com o Hamas e pede que o Egito seja o intermediário. Além disso, o atual governo norte-americano era francamente favorável àintervenção israelense, o que dificultava qualquer acordo. Ontem, dia 18 de janeiro, o Hamasanunciou uma trégua e Israel iniciou a retirada de parte de suas tropas. Fatos políticos importantes: O novo presidente dos EUA, através de sua secretária de estado, Hillary Clinton, prometeu a Israel apoio para eliminar a entrada de armas em Gaza através do Egito, o que facilitou a retirada israelense. Aconteceram eleições em Israel. Muitos acreditam que a invasão tinha motivos políticos, era uma satisfação do governo a parte da população (41%) israelense que cobrava uma solução para os ataques dos foguetes do Hamas.