Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

Transcrição

1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão 4º Juízo Cível Processo nº 4320/10.8TJVNF Insolvência de Green Camouflage, Lda V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 27 de Abril de 2011 Página 1

2 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) I Identificação do Devedor Green Camouflage, Lda, sociedade comercial por quotas, com sede na Rua de São Cristóvão, nº 41, na freguesia de Mouquim e concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC , tendo por objecto a confecção de outros artigos e acessórios de vestuário, dedicando se contudo à fabricação de meias e similares de malha A sociedade, que iniciou a sua actividade em 27 de Março de 2009, encontra se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº e teve ao longo dos tempos a seguinte estrutura societária: Desde a sua constituição até 02 de Fevereiro de 2010: Sócios Valor da Quota Tiago André da Costa Figueiredo 4.950,00 Domingos Figueiredo Faria 50,00 Total do Capital Social 5.000,00 Desde 2 de Fevereiro de 2010 até à presente data: Sócios Valor da Quota Jorge Miguel Faria de Castro 4.950,00 Micaela Cardoso Barbosa Castro 5.050,00 Total do Capital Social ,00 A gerência da sociedade insolvente esteve atribuída ao longo dos tempos da seguinte forma: Desde a sua constituição até 13 de Maio de 2009 a gerência esteve atribuída ao sócio Domingos Figueiredo Faria; Desde 13 de Maio até à presente data a gerência está atribuída à sócia Micaela Cardoso Barbosa Castro. É necessária a intervenção de um gerente para obrigar a sociedade. Código da certidão permanente: Página 1

3 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) A sociedade insolvente tem o seu estabelecimento Rua de Ançariz, nº 688, freguesia de Mouquim, concelho de Vila Nova de Famalicão. O local em causa é arrendado. A sociedade insolvente é a sucessora de uma outra sociedade, Fábrica de Peúgas MF, Unipessoal, Lda, que teve a sua sede social na Rua da Igreja, nº 261, freguesia do Mouquim, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC , e que também foi declarada em situação de insolvência 1 por sentença de 4 de Junho de Com efeito, esta sucessão concretiza se em Maio de 2009, altura em que a sociedade insolvente integra os trabalhadores da outra sociedade. O resultado da actividade da sociedade no exercício de 2009 é manifestamente bom, como evidenciam as demonstrações financeiras: Rubricas 2009 Volume de Negócios C.M.V.M.C Margem Bruta 45,65% F.S.E Custos com o Pessoal Total dos Proveitos e Ganhos Total dos Custos e Perdas Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultado Líquido Activo Imobilizado Amortizações Existências Dívidas de Terceiros Disponibilidades Acréscimos e diferimentos 557 Passivo Capital Próprio Capital Nº Médio de trabalhadores 32 1 Processo nº 1955/09.5TJVNF do 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. Página 2

4 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Para o exercício de 2010, e embora ainda não estejam encerradas as contas, a contabilidade evidencia os seguintes saldos: Compras: Euros , 67 Fornecimentos e Serviços Externos: Euros ,64 Gastos com Pessoal: Euros ,70 Vendas: Euros ,91 O bom resultado obtido pela sociedade no exercício de 2009 está mais relacionado com a aquisição de matérias primas a preços competitivos do que com eficiências ao nível produtivo ou com preços de venda elevados. Os problemas da sociedade insolvente têm início no exercício de 2010, com o aumento na dificuldade de cobrança junto dos seus clientes, o que conduz a problemas de liquidez. Estes problemas de liquidez conduziram a que a sociedade a partir de meados de 2009 deixasse de ter capacidade de honrar os seus compromissos, nomeadamente junto da Administração Fiscal. Paralelamente, a principal matéria prima utilizada pela sociedade insolvente o algodão atinge preços elevadíssimos, traduzindo a sua escassez no mercado internacional. Este facto acabou também por condicionar a sociedade, não só ao nível dos custos de produção, mas também pela dificuldade na obtenção da matéria prima. Para ultrapassar as dificuldades de cobrança junto dos seus clientes, a sociedade insolvente decide celebrar com a sociedade Peúgas Pinto Remígio Pereira Pinto & Filhos, Lda um contrato de prestação de serviços a feitio, para, por lado, tentar assegurar o recebimento do que produz e vende e, por outro lado, não ficar condicionada à variação do preço da matéria prima. Apesar das vantagens associadas a este contrato, o mesmo não assegura a utilização da totalidade da capacidade produtiva da sociedade insolvente, pelo que, a sociedade acabou numa situação de excesso de capacidade instalada, sobredimensionada para as actuais condições da procura. Assim, nesta situação, a sociedade insolvente não resolveu os seus problemas de liquidez, entrando em ruptura de tesouraria. A sociedade nesta altura emprega 25 colaboradores. Página 3

5 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) A contabilidade da sociedade insolvente está processada até ao final do exercício de 2010, tendo sido cumpridas todas as obrigações declarativas daí decorrentes. Ainda não foi feito o encerramento das contas relativas ao exercício de 2010, faltando concluir a conciliação de algumas contas, nomeadamente as de classe 1 (Disponibilidades) e 2 (Terceiros). Este facto impede me de, nesta altura, fazer um juízo sobre o estado da contabilidade, nomeadamente sobre se esta reflecte uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Foi manifestado pela sociedade insolvente a intenção de ser apresentado aos credores um plano de insolvência que preveja a manutenção da actividade, adequando a sua estrutura produtiva às actuais condições da procura bem como um plano de pagamento adequado aos resultados que espera obter no futuro. É minha opinião que a elaboração deste plano de insolvência pode ser uma solução de compromisso interessante para os credores e o devedor, já que, por um lado, em sede de liquidação é expectável que aqueles nada venham a receber (estimase que o património da sociedade tenha um valor de mercado inferior a Euros 5.000,00 2 ) e, por outro lado, mantendo se a sociedade insolvente em actividade esta terá condições para libertar meios para colocar ao serviço da sua dívida. Assim, entendo que os credores devem: a. Determinar a manutenção da actividade do estabelecimento do devedor e, consequentemente determinar a suspensão da liquidação e partilha da massa insolvente, 2 As instalações ocupadas pelo estabelecimento da sociedade insolvente são arrendadas, com uma renda mensal de Euros 1.000,00. Os equipamentos produtivos utilizados pela sociedade insolvente são também alugados, mediante um aluguer mensal de Euros 1.000,00. Ambos os contratos foram celebrados com a sociedade FAT Empreendimentos Imobiliários, Lda, com o NIPC , com sede na Avenida D. Afonso III, nº 721, Brufe, em Vila Nova de Famalicão Página 4

6 Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) b. Cometer ao devedor a administração do estabelecimento compreendido na massa insolvente, c. Cometer ao administrador da insolvência o encargo de elaborar o plano de insolvência, d. Fixar o valor da remuneração ao administrador da insolvência pela elaboração do plano de insolvência. V Remuneração estimada pela elaboração do plano de insolvência (artigo 23º do Estatuto do Administrador da Insolvência e alínea d) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Pela elaboração do plano de insolvência, proponho auferir a remuneração de Euros 5.000,00, a ser suportada pelo devedor. Castelões, 27 de Abril de 2011 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 5

7 Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)

8 Insolvência de "Green Camouflage, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Mandatário Barcelgrafica Tipografia e Litografia, Lda Helena Castro, Dra. 1 Parque Industrial de S. Veríssimo, Lote 18, Lugar da Cachada , ,98 4,0% Serviços Rua Duque de Barcelos, 15 1º Esq Tamel S. Veríssimo BCL Barcelos NIF / NIPC: NIF: Caixa Económica Montepio Geral Teresa Taveira, Dra. 2 Rua Áurea, nº 219 a , ,12 35,6% Mútuos e desconto de letras Rua Júlio Dinis, 158/160, 7º Lisboa Porto NIF / NIPC: Cartonagem S. Braz, Lda Firmino Lopes Silva, Dr. 3 Lugar do Pinheiro 1.598, ,11 0,6% Fornecimentos Av. João Paulo II, nº Rio Covo Santa Eugénia BCl Barcelos NIF / NIPC: NIF: Elisabete Rodrigues Oliveira Elisabete Rocha, Dra. 4 Rua de Coura, , ,02 Remunerações Rua Adriano Pinto Basto, nº 212 1º Andar Sala Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Famalicão NIF / NIPC: NIF: FAT Empreendimentos Imobiliários, Lda Susana Braga, Dra. 5 Rua D. Afonso III, , , ,00 10,8% Serviços Rua Fernando Namora, Brufe Rio Tinto NIF / NIPC: NIF: Fazenda Nacional Magistrado do Ministério Público , , ,97 7,1% IVA, IRS, IRC e Coimas Palácio da Justiça Av. Eng. Pinheiro Braga, nº 1000, Gavião Vila Nova de Famalicão Fidetex Fiação Têxtil, Lda Ferreira Neves, Dr. 7 Lugar do Rosal , ,00 20,1% Fornecimentos Av. Marechal Humberto Delgado, 204 6º Sequeirô Vila Nova de Famalicão NIF / NIPC: NIF: João da Silva Atilano João da Silva Atilano 8 Rua do Telhelhe, nº , ,60 0,5% Serviços Rua do Telhelhe, nº Airó Airó NIF / NIPC: NIF: José Mariz Fabricação de Peúgas, Lda Sandra Costa Dias, Dra. 9 Lugar de Cima da Aldeia, Cx , ,88 5,0% Fornecimentos Av. João Paulo II Faria BCL Barcelos NIF / NIPC: NIF: Lyudmyia Rogozhknia Paulo Machado, Dr. 10 Avenida de Ançariz, nº , ,26 4,8% Remunerações Av. Narciso Ferreira, nº 50, Sala Mouquim VNF Vila Nova de Famalicão NIF / NIPC: NIF: Maria das Dores Gomes Silva Miguel Macedo Varela, Dr. 11 Rua de Cerite, nº , ,65 3,0% Remunerações Rua Adriano Pinto Basto, nº 177 1º Brufe Vila Nova de Famalicão NIF / NIPC: NIF: Marta Sofia Carvalho Gomes Cândida M. Alves, Dra. 12 Rua de Reguengos, nº , ,88 Remunerações Av. Do Riopele, nº Gondifelos VNF Pousada de Saramagos NIF / NIPC: Optimus Comunicações, S.A. Armando Rodolfo Silva, Dr. 13 Lugar do Espido, Via Norte 3.297, ,82 1,2% Serviços Av. Senhora da Hora, Maia Senhora da Hora NIF / NIPC: NIF: Strong Regent Limited Magda de Vasconcelos Viegas, Dra. 14 Flat H 8 F, Block 2, Golden Dragon Industrial Ctr , ,76 4,0% Fornecimentos Av. Dr. Anunes Guimarães, Tai Lin Pai Rd Kwai Chung NT Hong Kong Porto NIF: Susana Cristina Silva Macedo Luísa Pinto Cardoso, Dra. 15 Urbanização Senhor da Cruz, 15 2º Dto , ,50 Remunerações Rua de Janes, 14, 2º Cambeses BCL Braga NIF / NIPC: NIF: Texplan, S.A Magda de Vasconcelos Viegas, Dra. Paratge Angelats S/N. CP 17172, Les Planes d'hostoles Av. Dr. Anunes Guimarães, , ,12 3,2% Fornecimentos Girona España Porto ES A NIF: Total , , , , ,40 100,0% O Administrador da Insolvência 27 de Abril de 2011 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1

9 Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)

10 Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: I Activos cuja propriedade pertence à sociedade insolvente: Verba nº 1: Viatura ligeira de mercadorias da marca Peugeot, modelo Partner, com 1997 cc de cilindrada, com matrícula SU de Dezembro de 2001 com o valor contabilístico de Euros 2.250,00 Verba nº 2: Máquina de fazer meias da marca Billi 5+1 com o nº com o valor contabilístico de Euros 400,00 Verba nº 3: Máquina de fazer meias da marca Billi 5+1 com o nº com o valor contabilístico de Euros 400,00 Verba nº 4: Máquina de fazer meias da marca Billi 5+1 com o nº com o valor contabilístico de Euros 400,00 Verba nº 5: Máquina de fazer meias da marca Billi 5+1 com o nº com o valor contabilístico de Euros 400,00 Verba nº 6: Máquina de fazer meias da marca Billi 5+1 com o nº com o valor contabilístico de Euros 400,00 Castelões, 27 de Abril de 2011 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 1 de 1