EDITAL DE CONSULTA PÚBLICA 48/2014, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2014
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- Pedro Henrique Ribas Salazar
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1 EDITAL DE CONSULTA PÚBLICA 48/2014, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2014 Divulga proposta de ato normativo dispondo sobre auditoria cooperativa no segmento de cooperativas de crédito. A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil decidiu colocar em consulta pública minuta de resolução dispondo sobre auditoria cooperativa no segmento de cooperativas de crédito. 2. Atualmente, é permitido a Entidade de Auditoria Cooperativa (EAC) constituída por cooperativas centrais e/ou por suas confederações exercer a atividade de auditoria de demonstrações contábeis nas cooperativas singulares do sistema que integram e com as quais mantêm vínculo indireto, tal como é permitido às empresas de auditoria independente, conforme disposto no art. 27 da Resolução nº 3.859, de 27 de maio de O novo modelo busca ampliar o escopo de atividades da EAC ao permitir que realize serviço denominado auditoria cooperativa para aquele segmento específico. A medida deverá possibilitar maior especialização e integração das atividades de auditoria cooperativa com as atividades de supervisão desempenhadas pelo Banco Central do Brasil. 4. Espera-se ainda que essa medida promova a melhoria das informações acerca da situação econômico-financeira das cooperativas singulares de crédito, bem como de sua gestão e governança, possibilitando o adequado cumprimento das missões estatutárias do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), disciplinado pelas resoluções ns , de 30 de outubro de 2012, e 4.284, de 5 de novembro de A minuta está disponível no endereço do Banco Central do Brasil na internet, no sítio mediante acesso ao perfil geral "Legislação e normas", "Consultas Públicas", "Consultas ativas", e nas centrais de atendimento ao público, das 8h às 18h na representação de Brasília e das 9h às 16h nas demais representações do Banco Central do Brasil, nos seguintes endereços: SBS, Quadra 3, Bloco B, Edifício-Sede, Segundo Subsolo, em Brasília (DF); Boulevard Castilhos Franca, 708, Centro, em Belém (PA); Av. Álvares Cabral, 1.605, Santo Agostinho, em Belo Horizonte (MG); Av. Cândido de Abreu, 344, Centro Cívico, em Curitiba (PR); Av. Heráclito Graça, 273, Centro, em Fortaleza (CE); Rua 7 de setembro, 586, Centro, em Porto Alegre (RS); Rua da Aurora, 1.259, Santo Amaro, em Recife (PE); Av. Presidente Vargas, 730, Centro, no Rio de Janeiro (RJ); Av. Anita Garibaldi, 1.211, Ondina, em Salvador (BA); e
2 Av. Paulista, 1.804, Bela Vista, em São Paulo (SP). 6. Os interessados poderão encaminhar sugestões e comentários até 16 de fevereiro de 2015, por meio: I - II - III - do link contido no edital publicado no endereço eletrônico do Banco Central do Brasil; do denor@bcb.gov.br; ou de correspondência dirigida ao Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), SBS, Quadra 3, Bloco "B", 9º andar, Edifício-Sede, Brasília (DF), CEP Conforme o Comunicado nº 9.187, de 16 de janeiro de 2002, os comentários e sugestões enviados ficarão à disposição do público em geral na página do Banco Central do Brasil na internet. Luiz Edson Feltrim Diretor de Regulação, substituto Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania Anthero de Moraes Meirelles Diretor de Fiscalização Sidnei Corrêa Marques Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural Edital de Consulta Pública 48/2014 BCB, de 18 de novembro de 2014
3 RESOLUÇÃO Nº, DE DE NOVEMBRO DE 2014 Dispõe sobre a auditoria cooperativa no segmento de cooperativas de crédito. O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em de novembro de 2014, com base nos arts. 4º, inciso VIII, e 55 da referida Lei, e no art. 12 da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, R E S O L V E U : Art. 1º As cooperativas singulares de crédito, as cooperativas centrais de crédito e as confederações de crédito devem ser objeto de auditoria cooperativa, com periodicidade anual, a ser executada por Entidade de Auditoria Cooperativa (EAC) constituída como entidade cooperativa de terceiro nível, destinada exclusivamente à prestação de serviços de auditoria, integrada por centrais de crédito, confederações de crédito ou pela combinação de ambas. 1º As atividades de auditoria cooperativa de que trata o caput somente poderão ser executadas por EACs cujos estatutos e regimentos internos prevejam: I - critérios de governança que resguardem e garantam a independência das equipes de auditoria; II - substituição periódica do responsável técnico e dos demais membros da equipe envolvida na auditoria de cada cooperativa, após a emissão de relatórios relativos a, no máximo, cinco exercícios sociais completos; e III - critérios específicos de competência técnica e reputação ilibada para o exercício dos cargos de diretores e responsável técnico. 2º Verificada, a qualquer tempo, pelo Banco Central do Brasil, a existência de situação que possa afetar a independência das equipes de auditoria, as instituições mencionadas no caput devem providenciar sua regularização, que poderá implicar a substituição da EAC. 3º Constatada, pelo Banco Central do Brasil, a inobservância dos requisitos estabelecidos no 1º, os serviços de auditoria cooperativa serão considerados sem efeito para o atendimento às normas emanadas do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil. 4º O retorno de responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante, com função de gerência, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria de determinada cooperativa somente pode ser efetuado após decorridos três anos, contados da data de sua substituição. 5º O Banco Central do Brasil deve verificar, previamente e a qualquer tempo, o cumprimento dos requisitos técnicos, operacionais e de governança para a prestação da atividade de auditoria cooperativa, com o objetivo de garantir a qualidade dos serviços prestados.
4 Art. 2º A auditoria cooperativa consiste na avaliação da instituição objeto de auditoria em relação a: I - situação patrimonial, econômica, financeira e dos fluxos de caixa; II - adequação dos limites operacionais e dos requerimentos de capital; III - governança e controles internos; IV - gestão de riscos e de capital; V - prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo; VI - adequação e aderência das políticas institucionais; VII - atendimento aos dispositivos legais e regulamentares; cargos; e VIII - formação, capacitação e remuneração compatível com as atribuições e IX - observância das normas relativas ao crédito rural aplicáveis às instituições financeiras que operam no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). Parágrafo único. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar a elaboração, remessa e divulgação de relatórios sobre as avaliações de que trata o caput. Art. 3º A atividade de auditoria cooperativa deve possuir as seguintes características em relação à entidade auditada: do Brasil; I - frequência anual ou em período inferior, caso requisitado pelo Banco Central II - alcance de todas as entidades nas quais tenha participação direta ou indireta, além dos fundos exclusivos e dos fundos em que haja retenção substancial de riscos ou benefícios; e III - abrangência do escopo definida levando em consideração: a) a complexidade das operações e o porte da cooperativa; b) a avaliação preliminar de riscos; e c) os resultados de auditorias anteriormente realizadas. Art. 4º As EACs devem ser submetidas periodicamente à revisão externa de qualidade nos processos de auditoria cooperativa, executada, a critério do Banco Central do Brasil, por auditor independente ou por outra EAC, observado que a revisão será: I - custeada pela EAC revisada; e
5 II - efetuada a cada quatro anos ou em prazo menor, por determinação do Banco Central do Brasil. 1º O Banco Central do Brasil terá acesso aos relatórios, papéis de trabalho e demais documentos produzidos no processo de revisão periódica dos processos de auditoria da EAC. 2º O Banco Central do Brasil poderá efetuar trabalho de revisão citado no caput, devendo a EAC prestar, de forma tempestiva, todas as informações solicitadas. Art. 5º A EAC, na execução das atividades de auditoria cooperativa, deve assegurar ao Banco Central do Brasil integral e irrestrito acesso a todas as informações, mapas de consolidação, mapas de combinação, documentos, interpelações, questionamentos e verificações, inclusive por meio do fornecimento de cópia, necessários à adequada avaliação das operações ativas e passivas e dos riscos assumidos pelas entidades auditadas, independentemente de sua atividade operacional. Art. 6º O Banco Central do Brasil, em função de deficiências ou de falhas constatadas na prestação do serviço de auditoria cooperativa, sem prejuízo de outras medidas previstas na legislação e na regulamentação, pode exigir das cooperativas de crédito auditadas: I - prestação de informações e esclarecimentos adicionais; II - realização de exames complementares pela EAC; e III - revisão do trabalho executado pela EAC. 1º A revisão citada no inciso III pode ser efetuada, a critério exclusivo do Banco Central do Brasil, por outra EAC, por auditor independente ou por equipe especializada da cooperativa central de crédito ou da confederação. 2º Todos os custos relativos à exigência de que trata o caput devem ser suportados pela entidade auditada. Art. 7º A EAC, no processo de auditoria cooperativa, deve comunicar ao Banco Central do Brasil, às cooperativas centrais, às confederações, além dos conselhos fiscais e de administração das entidades auditadas, os fatos materialmente relevantes observados, tais como: I - irregularidades ou situações de exposição anormal a riscos; II - descumprimentos da regulamentação ou da legislação vigente; III - descumprimentos de regras do sistema cooperativo em que a cooperativa de crédito esteja filiada; e IV - outras situações ou deficiências que exponham a cooperativa de crédito a risco relevante.
6 Parágrafo único. A comunicação citada no caput deve ser efetuada no prazo máximo de trinta dias, contados da identificação do fato, devendo ser devidamente documentada, com sua guarda mantida pelo prazo de cinco anos. Art. 8º As atividades de auditoria cooperativa de que trata esta Resolução podem ser desempenhadas cumulativamente com a prestação de serviços de auditoria externa prevista no Capítulo VI da Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, desde que atendidos os requisitos estabelecidos no art. 1º desta Resolução. Art. 9º As atividades de auditoria cooperativa podem ser prestadas a entidades que apresentem vínculo societário com a EAC. Art. 10. A EAC deve remeter ao Banco Central do Brasil a programação anual detalhada das atividades de auditoria cooperativa que serão realizadas durante o ano seguinte e relatório das atividades realizadas no ano anterior. Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá requisitar à EAC avaliação de itens específicos em auditorias executadas em determinadas entidades, na profundidade e abrangência solicitada, desde que relacionados ao escopo previsto no art. 2º ou em regulação complementar. Art. 11. As cooperativas singulares de crédito, as cooperativas centrais de crédito, as confederações e as entidades nas quais elas tenham participação, incluindo os fundos de investimento, devem permitir às EACs acesso a todas as informações e documentos necessários para a adequada prestação do serviço de auditoria cooperativa. Parágrafo único. A EAC deve comunicar ao Banco Central do Brasil, à cooperativa central e à confederação as situações em que a entidade auditada apresente resistência ou dificuldade ao estabelecido no caput. Art. 12. Fica facultada a realização de inspeção periódica, pela cooperativa central de crédito, nas cooperativas singulares de crédito que contratarem EAC para exercer atividade de auditoria cooperativa, a partir da efetiva prestação de serviços pela entidade. Art. 13. As cooperativas de crédito devem cumprir os dispositivos desta Resolução segundo o seguinte cronograma: I - até 1º de janeiro de 2016, para as cooperativas de crédito que não são filiadas a cooperativas centrais de crédito; II - até 1º de janeiro de 2017, para as cooperativas de crédito integrantes de sistemas de dois níveis; III - até 1º de janeiro de 2018, para as cooperativas de crédito filiadas a sistemas de três níveis que não optarem pela apuração do montante dos ativos ponderados pelo risco na forma simplificada (RWA RPS ), na forma da Resolução nº 4.194, de 1º de março de 2013; e IV - até 1º de janeiro de 2020, para as demais cooperativas de crédito.
7 Art. 14. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as normas e a adotar as medidas julgadas necessárias à execução do disposto nesta Resolução. Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Alexandre Antonio Tombini Presidente do Banco Central do Brasil
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