Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 4ª RF

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1 Fl. 9 Fls Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 4ª RF Solução de Consulta nº 4 - Data 18 de junho de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Código da NCM (TEC/TIPI): Mercadoria: Aparelho multifuncional, próprio para ser usado em veículos automotores, denominado comercialmente Central Multimídia Automotiva, com tela de cristal líquido sensível ao toque (LCD touchscreen) de alta definição 800 x 400, contendo, em um mesmo corpo, um receptor de radiodifusão (AM/FM), um reprodutor de áudio em arquivo mp3, um reprodutor de vídeo em arquivo mp4, um álbum de fotos, um aparelho para transmissão de voz (bluetooth) com transferência da agenda telefônica, função A2DP, um receptor de televisão digital, sistema de navegação por posicionamento global por satélite (GPS), um relógio com calendário, conectividade com entrada de Ipod e compatibilidade para entrada de sensor de estacionamento e câmara de ré. O aparelho é acompanhado de controle remoto, microfone, cabos de conexão, antena para captação de sinal GPS, antena para captação de tv e manual de instrução. Dispositivos Legais: RGI 1 (texto da posição 85.28), RGI 3 c) e RGI 6 (textos da subposição e da subposição ), da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução CAMEX n o 94, de 8 de dezembro de 2011, e alterações posteriores, e da Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto n o 7.660, de 23 de dezembro de 2011, e alterações posteriores, tendo por base os subsídios fornecidos para a interpretação da seção XVI e da posição pelas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), aprovadas pelo Decreto n o 435, de 27 de janeiro de 1992 (versão atual aprovada, por força da delegação de competência outorgada pelo art. 1 o da Portaria MF n o 91, de 24 de fevereiro de 1994, pela Instrução Normativa (IN) RFB n o 807, de 11 de janeiro de 2008, atualizada pela IN RFB n o 1.072, de 30 de setembro de 2010, e pela IN RFB n o 1.260, de 20 de março de

2 Fl. 10 Fls. 52 Relatório SUPRIMIDO Fundamentos 8. Os processos administrativos de consulta sobre classificação de mercadorias são disciplinados segundo o disposto na Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (IN RFB) n o 740, de 2 de maio de 2007, com aplicação das Regras Gerais Interpretativas para o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (RGI-SH), constantes do Anexo à Convenção Internacional de mesmo nome, aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo n o 71, de 11 de outubro de 1988, e promulgada pelo Decreto n o , de 23 de dezembro de 1988, com posteriores alterações aprovadas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil, por força da competência que lhe foi delegada pelo art. 2 o do Decreto n o 766, de 3 de março de 1993, bem assim das Regras Gerais Complementares (RGC) à Nomenclatura Comum do Mercosul, constante da Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados e da Tarifa Externa Comum (NCM/TEC/TIPI). 9. A classificação fiscal de mercadorias deve, igualmente, seguir as orientações e esclarecimentos fornecidos pelas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (NESH), internalizadas no Brasil pelo Decreto n o 435, de 27 de janeiro de A versão atual das NESH foi aprovada pela IN RFB n o 807, de 11 de janeiro de 2008, atualizada pelas IN RFB n o 1.072, de 30 de setembro de 2010 e n o 1.260, de 20 de março de 2012, por força da delegação de competência outorgada pelo art. 1 o da Portaria MF n o 91, de 24 de fevereiro de As NESH são elemento subsidiário fundamental e indispensável para interpretação da Nomenclatura do SH e consequente correta classificação fiscal de uma determinada mercadoria. 10. Conforme referido no parágrafo anterior, as NESH, mesmo constituindo elemento subsidiário fundamental para a classificação fiscal de mercadorias, não possuem força legal nesse sentido, fazendo-se sempre necessário o recurso às RGI-SH e, quando cabível, às RGC da NCM, para atribuição do código correto de um produto específico. 11. A RGI 1 determina que a classificação de mercadorias é feita pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo, só se fazendo recurso às demais RGI quando não for possível o enquadramento por aplicação dessa RGI, bem como nos casos de produtos com características específicas. Por seu lado, a RGI 6 aplica às subposições as mesmas Regras utilizadas em nível de posição, enquanto que as RGC são utilizadas no nível da NCM. A análise e aplicação das Regras de classificação e os subsídios fornecidos pelas NESH irão, desse modo, definir o código correto para classificação das mercadorias. Citada a legislação pertinente, passa-se à análise da classificação da mercadoria consultada. 12. Trata-se aqui de classificar um aparelho denominado Central Multimídia Automotiva, próprio para ser instalado em painéis frontais de veículos automóveis específicos. De acordo com o descrito pela empresa consulente, complementado pelas informações posteriormente fornecidas (ver parágrafos 2 e 5, acima) o produto sob consulta efetua várias funções, especificadas em diferentes posições da NCM e resumidas no quadro abaixo: 2

3 Fl. 11 Fls. 53 Função Transmissor/receptor bluetooth, com função A2DP Posição na NCM Reprodutor de áudio/cd/mp Reprodutor de vídeo/dvd mp Aparelho de radionavegação (GPS) Receptor de radiodifusão AM/FM Monitor para exibição de fotos (álbum de fotos) Aparelho receptor de televisão digital A classificação das máquinas e aparelhos com mais de uma função é realizada, em princípio, pela RGI/SH 1, por força do estipulado pela Nota 3 da Seção XVI, que dispõe que a classificação de máquinas e aparelhos com mais de uma função é realizada na posição que se refere à principal função desempenhada pelo aparelho. 14. As características da mercadoria analisada, bem como a sua efetiva utilização, não permitem determinar qual a função principal que ela exerce. Quando tal ocorre, as Nesh da Seção XVI esclarecem que: [...] Nos casos em que não é possível determinar a função principal e na ausência de disposições em contrário estipuladas no texto da Nota 3 da Seção XVI, aplicase a Regra Geral Interpretativa 3 c); [...] 15. A RGI/SH 3 c) determina que as mercadorias devem ser classificadas na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. 16. A empresa consulente, ao ser questionada por esta Diana04, atestou (ver fls. 50 dos autos) que o aparelho submetido à análise de sua classificação incorpora todas as funções descritas no Relatório, tanto as denominadas principais, quanto as denominadas secundárias, o que inclui a captação de sinais de televisão digital. Assim sendo, esta Solução de Consulta é para o aparelho multimídia que apresenta todas as facções relacionadas no quadro do parágrafo 12, não sendo possível, determinar, para efeitos de classificação fiscal, qual a sua função principal. 17. Conforme se atesta no quadro supra referido, dentre as posições susceptíveis de validamente serem levadas em consideração para classificação da mercadoria, ou seja, as posições 85.19, 85.21, 85.26, e 85.28, a posição 85.28, que inclui os monitores e os aparelhos de televisão, é a situada em último lugar na ordem numérica, sendo, por aplicação da RGI 3 c), a apropriada para classificar o produto em análise. 18. A posição está assim redigida: Monitores e projetores, que não incorporem aparelho receptor de televisão; aparelhos receptores de televisão, mesmo que incorporem um aparelho receptor de radiodifusão ou um aparelho de gravação ou de 3

4 Fl. 12 Fls. 54 reprodução de som ou de imagens. A posição compõe-se das seguintes subposições de primeiro nível: Monitores com tubo de raios catódicos, Outros monitores, Projetores e Aparelhos receptores de televisão, mesmo que incorporem um aparelho receptor de radiodifusão ou um aparelho de gravação ou de reprodução de som ou de imagens. 19. A RGC 6, referida no parágrafo 10 desta Solução de Consulta, determina que A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de subposição respectivas, bem como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Na acepção da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. Por força da RGI 6, portanto, a subposição de primeiro nível Aparelhos receptores de televisão, tem precedência, para a classificação do produto consultado, sobre a subposição Outros monitores. 20. Face ao acima exposto, a subposição de primeiro nível é a apropriada para classificar a mercadoria descrita na Ementa e no Relatório da presente Solução de Consulta. 21. A subposição de primeiro nível desdobra-se nas subposições de segundo nível Não concebidos para incorporar um dispositivo de visualização ou uma tela, de vídeo, Outros, a cores (policromo) e Outros, a preto e branco ou outros monocromos. Dentre essas subposições de segundo nível, a única pertinente para a classificação do produto em questão é a subposição , que não se desdobra no nível da NCM e constitui o código , o qual, por aplicação das RGI 1, 3 c) e 6), é o correto para o incluir. 22. Estes são os Fundamentos Legais. Conclusão 23 Ex positis, no uso da competência de que trata o inciso I, do 1 o, do art. 48 da Lei n o 9.430, de 27 de dezembro de 1996, delegada pela Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 4 a Região Fiscal através da Portaria SRRF/4 a RF n o 356, de , SOLUCIONO A CONSULTA, com base no Relatório e nos Fundamentos Legais, para classificar, de acordo com a RGI 1, RGI 3 c) e RGI 6, da NCM/TEC/TIPI, o produto descrito na Ementa desta Solução de Consulta como Aparelho multifuncional, próprio para ser usado em veículos automotores, denominado comercialmente Central Multimídia Automotiva, com tela de cristal líquido sensível ao toque (LCD touchscreen) de alta definição 800 x 400, contendo, em um mesmo corpo, um receptor de radiodifusão (AM/FM), um reprodutor de áudio em arquivo mp3, um reprodutor de vídeo em arquivo mp4, um álbum de fotos, um aparelho para transmissão de voz (bluetooth) com transferência da agenda telefônica, função A2DP, um receptor de televisão digital, sistema de navegação por posicionamento global por satélite (GPS), um relógio com calendário, conectividade com entrada de Ipod e compatibilidade para entrada de sensor de estacionamento e câmara de ré. O aparelho é acompanhado de controle remoto, microfone, cabos de conexão, antena para captação de sinal GPS, antena para captação de tv e manual de instrução, no código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante da Tarifa Externa Comum (TEC) e da Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (TIPI) em vigor. 4

5 Fl. 13 Fls. 55 Ordem de Intimação Da decisão proferida nesta Solução de Consulta não cabe recurso nem pedido de reconsideração, salvo recurso especial de divergência apresentado ao Sr. Coordenador-Geral de Administração Aduaneira, em face de prova inequívoca de divergência constatada em relação a outras soluções de consulta, proferidas para mercadoria idêntica a que ora se classifica, com base nos mesmos dispositivos legais. Providencie-se a publicação de extrato da Ementa da presente Solução de Consulta no Diário Oficial da União, conforme determina o art. 13 da Instrução Normativa RFB n o 740, de 2 de maio de À [SUPRIMIDO], para ciência da interessada, com a correspondente entrega de cópia desta Solução de Consulta e demais providências pertinentes. (assinado e datado digitalmente) Maria de Fátima Guimarães Falcão AFRFB Mat. n o Chefe da Diana04 Competência delegada pela Portaria SRRF/4ªRF n o 356, de

6 Fl. 14 Fls. 56 Relator:Álvaro Augusto de Vasconcelos Leite Ribeiro Cargo: AFRFB