Coordenação-Geral de Tributação

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1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº Data 03 de maio de 2017 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Código NCM: Mercadoria: Transponder (TAG) de identificação veicular através de leitura de radiofrequência (chip de RFID), composto de uma placa de circuito impresso com antena, alimentado por uma bateria de lítio de 3 Volts, operando em uma frequência de 915 Mhz, com capacidade de armazenamento de 1024 bits; encapsulado em uma caixa de plástico medindo 87,4 mm X 48,0 mm X 19,1 mm, utilizado em atividades como identificação de frota, gestão de trânsito, fiscalização, controle de acesso e pedágio eletrônico, também denominado de PIVE - Placa de Identificação Veicular Eletrônica. Dispositivos Legais:: RGI 1 (texto da posição 85.23, RGI 6 (textos da subposição de 1º nível e texto da subposição de 2º nível ) e RGC 1 (texto do item ) da NCM constante da TEC, aprovada pela Resolução Camex nº 125, de 15 de dezembro de 2016, e da Tipi, aprovada pelo Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016; e em subsídios extraídos das Nesh, aprovadas pelo Decreto nº 435, de 27 de janeiro de 1992, e atualizadas pela IN RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008, e alterações posteriores. Relatório [Informação sigilosa] Fundamentos Identificação da mercadoria 1

2 Fls A mercadoria é um transponder (TAG) de identificação veicular através de leitura de radiofrequência (chip de RFID), composto de uma placa de circuito impresso com antena, alimentado por uma bateria de lítio de 3 volts, operando em uma frequência de 915 Mhz, com capacidade de armazenamento de 1024 bits; encapsulado em uma caixa de plástico medindo 87,4 mm X 48,0 mm X 19,1 mm, utilizado em atividades como identificação de frota, gestão de trânsito, fiscalização, controle de acesso e pedágio eletrônico, também denominado de PIVE - Placa de Identificação Veicular Eletrônica. 3. Identificação por radiofrequência (RFID) 1 é um termo genérico para tecnologias que usam ondas de rádio para identificar automaticamente pessoas ou objetos. Existem vários métodos de identificação, mas o mais comum é armazenar um número serial que identifica uma pessoa ou objeto e, talvez, outras informações, em um microchip que está ligado a uma antena (o chip e a antena juntos são chamados de um Transponder RFID ou uma TAG RFID). A antena permite que o chip transmita a informação de identificação a um leitor. O leitor converte as ondas de rádio refletidas da TAG RFID em informações digitais para depois serem repassadas a computadores que podem fazer uso delas. 4. Um sistema de RFID é basicamente composto por dois componentes 2 : um Transponder (TAG) - que se situa no objeto a ser identificado e um Leitor - que, dependendo da tecnologia usada, pode ser um dispositivo de captura de dados ou de captura/transmissão de dados. 5. Os Transponders (TAG) estão disponíveis em diversos formatos (pastilhas, argolas, cartões, etc), tamanhos e materiais utilizados para o seu encapsulamento que podem ser o plástico, vidro, epóxi, etc. Existem duas categorias de Transponders 3 : Ativos são alimentados por uma bateria interna e tipicamente permitem processos de escrita e leitura; e Passivos operam sem bateria, sendo que sua alimentação é fornecida pelo próprio leitor através das ondas eletromagnéticas. O transponder sob consulta é classificado como ativo visto que é alimentado por uma bateria de lítio de 3 volts. Classificação da mercadoria 6. A classificação fiscal de mercadorias fundamenta-se nas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) da Convenção Internacional sobre o Sistema 1 Disponível em < Acesso em 05 jun Disponível em < Acesso em 05 jun Disponível em < Acesso em 05 jun

3 Fls. 3 Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, nas Regras Gerais Complementares do Mercosul (RGC), nos pareceres de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e nos ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (Nesh). 7. A RGI 1 dispõe que: Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: Texto da posição 85.43: Máquinas e aparelhos elétricos com função própria, não especificados nem compreendidos noutras posições do presente Capítulo. Nesh da posição 85.43: A presente posição compreende, desde que não tenham sido excluídos pelas Notas da Seção ou do presente Capítulo, o conjunto das máquinas e aparelhos elétricos não especificados nem compreendidos em outras posições do Capítulo, nem englobados mais especificamente em quaisquer outras posições de outro Capítulo (especialmente os Capítulos 84ou 90). Considerações gerais do Capítulo 85: O presente Capítulo compreende: [...] 5) Os suportes preparados para gravação de som ou para gravações de outros fenômenos (incluídos os suportes para gravação videofônica à exceçãodos filmes fotográficos ou cinematográficos que se classificam no Capítulo 37) (posição 85.23). 8. As considerações gerais do Capítulo 85 explicam que os suportes preparados para gravações de dados devem ser classificados na posição 85.23, logo, a posição 85.43, pretendida pela consulente, é incabível, pois para ser classificada nesta posição o transponder sob consulta não poderia estar compreendido em nenhuma outra posição deste Capítulo. Texto da posição 85.23: Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo 37. Nesh da posição 85.23: 3

4 Fls. 4 A presente posição abrange diferentes tipos de suportes, mesmo gravados, para a gravação de som ou para gravações análogas (por exemplo, dados numéricos, textos, imagens, vídeo ou outros dados gráficos, programas). Estes suportes podem, em geral, ser inseridos e retirados de um aparelho de gravação ou de leitura e ser transferidos de um destes aparelhos para outro. Os suportes desta posição podem ser gravados, não gravados, ou conter informações prégravadas, podendo receber mais informações gravadas. A presente posição compreende os suportes apresentados em formas intermédias (por exemplo, matrizes, gravações originais, matrizes de prensagem) destinados a ser utilizados na produção em série de suportes gravados acabados. Contudo, a presente posição não inclui os dispositivos que sirvam para gravar os dados ou os recuperar do suporte. A presente posição compreende, por exemplo: [...] C.- OS SUPORTES SEMICONDUTORES Os produtos deste grupo contêm um ou mais circuitos integrados eletrônicos. 9. Assim, o produto sob análise, tratando-se de um suporte para gravação dos dados do veículo que se queira identificar, composto de um circuito integrado (chip de RFID), com capacidade de armazenamento de 1024 bits, inclui-se na posição 85.23, nos termos do texto da referida posição e com subsídio das Nesh. 10. Por sua vez, a RGI 6 determina que: A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de subposição respectivas, bem como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Na acepção da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. A posição está desdobrada em: Discos, fitas, dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores, "cartões inteligentes" e outros suportes para gravação de som ou para gravações semelhantes, mesmo gravados, incluindo as matrizes e moldes galvânicos para fabricação de discos, exceto os produtos do Capítulo Suportes magnéticos: Suportes ópticos: Suportes de semicondutor: Outros 11. O transponder (tag) em estudo é um suporte de semicondutor, portanto, encontra-se compreendido na subposição de 1º nível , pelo texto da referida subposição. A subposição de 1º nível está desdobrada em: 4

5 Fls Suportes de semicondutor: Dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores "Cartões inteligentes" Outros Nota 5 do Capítulo 85: 5.- Na acepção da posição 85.23: a) Entende-se por dispositivos de armazenamento de dados, não volátil, à base de semicondutores (por exemplo, cartões de memória flash ou cartões de memória eletrônica flash ), os dispositivos de armazenamento que tenham um plugue de conexão, que comportem no mesmo invólucro uma ou mais memórias flash (por exemplo, flash E 2 PROM ) na forma de circuitos integrados, montados numa placa de circuitos impressos. Podem comportar um controlador que se apresenta com a forma de circuito integrado e elementos discretos passivos, tais como os condensadores e as resistências. b) Entende-se por cartões inteligentes os cartões que comportem, embebidos na massa, um ou mais circuitos integrados eletrônicos (um microprocessador, uma memória de acesso aleatório (RAM) ou uma memória somente de leitura (ROM)), em forma de chips. Estes cartões podem apresentar-se munidos de contatos, de uma tarja (pista) magnética ou de uma antena embebida, mas que não contenham outros elementos de circuito ativos ou passivos. Nesh da posição 85.23: C.- OS SUPORTES SEMICONDUTORES Os produtos deste grupo contêm um ou mais circuitos integrados eletrônicos. Assim, este grupo compreende: 1) Dispositivo de armazenamento não volátil de dados, à base de semicondutores, para a gravação de dados provenientes de uma fonte externa. (Ver a Nota 5 a) do presente Capítulo). Estes dispositivos (conhecidos igualmente pelo nome de cartões de memória flash ou cartões de memória eletrônica flash ) são utilizados para a gravação de dados provenientes de uma fonte externa ou para a transmissão de dados a uma fonte externa, tal como sistemas de navegação e de localização por satélite, terminais de recolha de dados, scanners portáteis, material elétrico de monitoração médica, aparelhos de gravação de áudio, receptores pessoais de mensagens, telefones celulares, câmeras fotográficas digitais e máquinas automáticas para processamento de dados. De uma maneira geral, os dados podem ser armazenados no dispositivo e lidos logo que este esteja ligado ao mencionado aparelho, ou podem também ser transferidos para ou de uma máquina automática para processamento de dados. Estes suportes utilizam exclusivamente a eletricidade fornecida pelos aparelhos aos quais são conectados e não precisam de qualquer pilha. Estes dispositivos de armazenamento não volátil de dados compreendem, num mesmo invólucro, uma ou mais memórias flash ( FLASH E 2 PROM/EEPROM ) que se apresentam na forma de circuitos integrados montados numa placa de circuito impresso e incorporam um conector para ligação ao aparelho hospedeiro. Podem conter condensadores, resistências e um microcontrolador que se apresenta na forma de um circuito integrado. Como exemplos de dispositivos de armazenamento não volátil de dados, podem citar-se as memórias flash USB. 2) Os cartões inteligentes (smart cards) (ver a Nota 5 b) do presente Capítulo), que contêm, embebidos na massa, um ou mais circuitos integrados eletrônicos 5

6 Fls. 6 (microprocessador, memória de acesso aleatório (RAM) ou memória apenas de leitura (ROM)) na forma de microplaquetas (chips). Os cartões inteligentes podem conter contactos, uma pista magnética ou uma antena incorporada, mas não contêm nenhum outro elemento de circuito, ativo ou passivo. Estes cartões inteligentes (smart cards) compreendem igualmente os artigos conhecidos pelo nome de cartões e etiquetas de acionamento por aproximação desde que preencham as condições referidas na Nota 5 b) do presente Capítulo. Os cartões e etiquetas de acionamento por aproximação são constituídos por um circuito integrado de memória apenas de leitura (ROM) ligado a uma antena impressa. Funcionam pela criação de um campo de interferência (cuja natureza é determinada por um código contido na memória apenas de leitura (ROM)) ao nível da antena a fim de modificar um sinal emitido pelo leitor e reenviado a este. Este tipo de cartão ou etiqueta não transmite dados. 12. O produto sob consulta é um dispositivo de armazenamento de dados à base de semicondutores, mas não incorpora um conector para ligação ao aparelho hospedeiro, sendo sua leitura feita por ondas eletromagnéticas refletidas pela antena do transponder e convertida em informações digitais pelo leitor. E, ainda, é alimentado por uma bateria de lítio, desta forma, por não atender o disposto na Nota 5 a) do Capitulo 85, não classifica-se na subposição de 2º nível , conforme explicam as Nesh. 13. O transponder (TAG) em análise é uma etiqueta de acionamento por aproximação, considerando que o mesmo responde ao sinal emitido pelo leitor toda vez que entra no campo de incidência deste. Porém, não é considerado um "cartão inteligente" para fins de classificação na subposição , pois não atende os requisitos da Nota 5 b) do Capítulo 85, visto que apresenta outros elementos de circuito, como por exemplo, resistor e capacitor. 14. Destarte, a mercadoria em estudo classifica-se na subposição de 2º nível residual , pela aplicação da RGI 6. A subposição de 2º nível está desdobrada em: Outros Cartões e etiquetas de acionamento por aproximação Outros 15. O transponder (TAG) sob consulta é uma etiqueta de acionamento por aproximação, logo, enquadra-se literalmente no item , pela aplicação da RGC 1. Conclusão 6

7 Fls Com base nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado RGI 1 (texto da posição 85.23) e RGI 6 (textos da subposição de 1º nível e da subposição de 2º nível ) e na Regra Geral Complementar da Nomenclatura Comum do Mercosul RGC 1 (texto do item ) constantes da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 125, de 15 de dezembro de 2016, e da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016; e em subsídio extraído das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (Nesh), aprovadas pelo Decreto nº 435, de 27 de janeiro de 1992, e atualizadas pela Instrução Normativa (IN) RFB nº 807, de 11 de janeiro de 2008, e alterações posteriores, a mercadoria "transponder (TAG) de identificação veicular através de leitura de radiofrequência (chip de RFID), composto de uma placa de circuito impresso com antena, alimentado por uma bateria de lítio de 3 Volts, operando em uma frequência de 915 Mhz, com capacidade de armazenamento de 1024 bits; encapsulado em uma caixa de plástico medindo 87,4 mm X 48,0 mm X 19,1 mm, utilizado em atividades como identificação de frota, gestão de trânsito, fiscalização, controle de acesso e pedágio eletrônico, também denominado de PIVE - Placa de Identificação Veicular Eletrônica" classifica-se no código NCM Ordem de Intimação Aprovada a Solução de Consulta pela 3ª Turma constituída pela Portaria RFB nº 1.092, de 30 de maio de 2014, à sessão de 18/06/2015. Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 28 da Instrução Normativa RFB nº 1.464, de 8 de maio de Remeta-se o presente processo à DRF/Varginha para ciência da interessada e demais providências. Alexandre Lourenço Gorgatti Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil Membro da 3ª Turma Rute Medeiros Moraes de Palma Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil Membro da 3ª Turma Marcos de Medeiros Gonçalves Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil Relator Danielle Carvalho de Lacerda Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil Presidente da 3 a Turma 7