PROJETO DE DESIGN GRÁFICO AMBIENTAL PARA AMBIENTE HOSPITALAR

Transcrição

1 I Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG PROJETO DE DESIGN GRÁFICO AMBIENTAL PARA AMBIENTE HOSPITALAR BOLFE, Luana Borges 1 ; POZZA, G. L. 2 ; 1 Acadêmica do Curso de Design, com linha de formação em Design Gráfico, da Faculdade da Serra Gaúcha; 2 Professor Especialista da Faculdade da Serra Gaúcha. Graduado em Formação Específica em Fotografia pela Universidade de Caxias do Sul (2005) e Especialização em Imagem Publicitária pela PUC-RS (2008). Informações de Submissão Autor Correspondente Luana Borges Bolfe, Endereço: Rua Maria Pelini Rizzardi, Caxias do Sul - RS - CEP: Palavras-chave: Design gráfico ambiental. Ambiente hospitalar. Bem-estar RESUMO Este trabalho trata da busca de conhecimentos referentes à area do design gráfico ambiental para os ambientes das organizações hospitalares. Visando tornar o ambiente hospitalar mais agradável para os usuários dos serviços oferecidos pelos planos de saúde e na melhoria do bem-estar dos indivíduos inseridos no meio, foram levantadas infomações sobre oportunidades e formas de humanização do ambiente hospitalar. Também foi realizada coleta de dados através de pesquisa observacional, na organização hospitalar privada local denominada Hospital Saúde, onde os pontos observados eram o fluxo de circulação e mobilidade dentro do ambiente e também estudo e investigação do ambiente a receber o projeto.

2 INTRODUÇÃO Cada tipo de projeto de design gráfico ambiental tem características e objetivos diferentes. No projeto de sinalização, o alvo de concepção é a mensagem visual do local, geralmente criada para ambientes corporativos, hospitalares, governamentais, espaços comerciais (lojas, stands) e espaços culturais (teatros, museus, exposições, etc.). Segundo Wheeler (2012), diversos fatores como cores, texturas, proporções, luzes, sons, movimento, conforto, aromas e informações acessíveis complementam o projeto e controlam a percepção no ambiente. A Society for Environmental Graphic Design - SEGD (Sociedade de Design Gráfico Ambiental) afirma que dentro dos sistemas gráficos para ambientes, o processo de sinalização pode ser definido como o planejamento, projeto e especificação de elementos gráficos no ambiente construído ou natural. Estes elementos são utilizados para comunicar informações específicas em sistemas de identificação, informação, direção, interpretação, orientação, regulamentação e ambientação. Para a ADG Brasil (2000), o design de sinalização procura otimizar, e até viabilizar, a utilização e o funcionamento de espaços, sejam eles abertos ou construídos. Strunck (2007, p. 138), acredita que a "sinalização deve orientar o público, interno e externo, que utiliza determinado espaço. Com isso, facilitar o fluxo das pessoas e transmitir uma sensação de segurança, além de economizar seu tempo". Já para Munari (2006), um sistema de sinalização é uma forma de comunicação visual intencional, pois utiliza códigos, sinais, cores, formas e imagens para transmitir uma determinada informação que precisa ser entendida pelos usuários. Para Costa (2008), a necessidade da señalética se criou como consequência do crescimento e diversificação dos serviços e aumento da mobilidade social e as dificuldades dos usuários, como a quantidade de novas situações a que o mesmo teve acesso, seu desconhecimento de áreas e as dúvidas de como agir em determinados ambientes. Costa (2008) ainda cita como características e vantagens do sistema de señalética a regulamentação e facilidade de acesso aos serviços que o sistema oferece aos indivíduos, as opções de ações e adaptação do sistema de acordo com as necessidades de cada situação, o fornecimento de características de identidade e diferenciação ao entorno, o reforço da marca e a derivação ou desdobramento em sistemas de identidade visual. Tendo em vista os itens citados por Costa, não é errado afirmar que um sistema de sinalização eficaz não é apenas uma medida estética, e sim, algo fundamental.

3 METODOLOGIA O método projetual de Costa (2008), utilizado neste estudo foi selecionado através da importância teórica e referênciação da bibliografia para a área do design gráfico ambiental. Costa (2008) divide em sete as etapas do processo metodológico de criação de programas de sinalização: contato com o cliente, levantamento de informações, organização, desenho gráfico, realização, supervisão e controle experimental. Após realizada a primeira etapa, foi dado início ao levantamento de informações. O mesmo foi feito através de pesquisa de caráter observacional, realizada durante um período de 5 dias, sendo divididos em: 2 dias para coleta de informações sobre fluxo e movimentação de pessoas, 2 dias para o desenho da planta e mapeamento de padrões de tráfego e 1 dia para a identificação de pontos de visibilidade crítica e suficiente, coleta de imagens da sinalização já existente e busca de referências de sinalizações utilizadas em outros ambientes hospitalares. Ainda colhendo conteúdo para a complementação da etapa de levantemento de informações, foram pesquisadas as normas reguladoras que deveriam guiar o projeto. As mesmas são: ABNT NBR 9077:2001 Saídas de emergência em edifícios Procedimento, ABNT NBR 14100: Proteção contra incêndio Símbolos gráficos para projetos, ABNT NBR 10898:1999 Sistema de iluminação de emergência, ABNT NBR 7195: Cores para segurança Procedimento, ABNT NBR 9050:2004 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, ABNT NBR e 2:2004 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico, e a ABNT NBR 15599:2008 Acessibilidade Comunicação na prestação de serviços. O principal objetivo deste trabalho é o desenvolvimento, conceituação e concepção de um projeto de design gráfico ambiental para organizações hospitalares, voltado ao público usuário deste tipo de ambiente, com foco na simplificação de orientação e localização dentro do espaço e na melhoria do bem-estar e dos indivíduos inseridos no ambiente de uma organização de saúde local. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Quando se dá início a um projeto de design gráfico ambiental, é importante identificar as pessoas que se beneficiarão do mesmo. A identificação dos grupos se dá através dos questionamentos: através de

4 quem este projeto será disponibilizado ao público-alvo?(cliente) e para quem será criado este projeto?(público-alvo). Neste caso, o público-alvo foi definido como sendo os beneficiários de planos de saúde, e o cliente, uma organização de saúde privada local. Depois de definidos os tipos de usuários do projeto, partiu-se para o estudo e pesquisa do tipo de configuração que o projeto deverá ter, baseado nas análises do perfil do público-alvo. A configuração corresponde aos elementos necessários para a concepção de um projeto de design gráfico ambiental e da percepção dos usuários em relação ao projeto, isto é, como os mesmos entendem, interagem e reagem aos objetos e informações dadas. A forma como o usuário deverá ver, ler, entender, interpretar e absorver a informação e onde ele irá encontrar a mesma é o foco da abordagem. Basicamente, este elementos são: cores, formas, texturas, tipografia. Cada um destes elementos será trabalhado de forma que contribua de forma positiva para o ambiente hospitalar. A escolha da cor para os ambientes das organizações hospitalares deve ser baseada em características das mesmas que causem as sensações desejadas nos usuários que estão inseridos no ambiente hospitalar. Assim como a cor, os outros elementos devem ser escolhidos de forma que as sensações causadas nos usuários sejam positivas. Após a conclusão da etapa de escolhas dos elementos de configuração formal do projeto, é importante que sejam avaliada as questões referentes à estrutura e funções do objeto. O objeto deve servir como facilitador para orientação no ambiente, contribuindo para o deslocamento e noção de localização do usuário dentro do mesmo, assim como ser ergonomicamente correto, baseando-se em parâmetros prédefinidos em normas reguladoras. A estrutura do objeto deve ser de fácil manutenção e limpeza, levando em consideração que o ambiente hospitalar preza pela boa higiene e bem-estar das pessoas inseridas no mesmo. Alguns materiais como aço inox polido ou escovado e a chapa galvanizada, que não reagem quimicamente ao contato com produtos de limpeza, e possuem boa fixação, grande durabilidade e maior resistência, são alternativas de materiais a serem trabalhados para este projeto. A última etapa a ser realizada é a de informações referentes às etapas de produção que um projeto passa até materializar-se e assim, poder interagir com o público. Informações sobre materiais, processos, tecnologias recentes, e como esse material é utilizado e descartado pós utilização, são alguns pontos de abordagem. Como citado anteriormente, a escolha dos materiais para a produção dos objetos de u projeto de design gráfico ambiental para ambiente hospitalar é um ponto importante a ser analisado, visto que não deve provocar reação química em contato com produtos de limpeza, deve ser de fácil manutenção, e de alta resistência.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As vantagens de um sistema de sinalização, área de design gráfico ambiental, vão além do seu objetivo principal, que é informar, orientar, e garantir a segurança das pessoas que circulam dentro de um local. Um sistema de sinalização bem projetado fortalece a marca da empresa e proporciona às pessoas confiança no local, reforçando ainda mais a imagem da empresa. Saber onde estar e conseguir localizar-se proporciona sentimento de bem-estar no ambiente. E é esse o objetivo principal deste trabalho, garantir aos usuários e clientes de um hospital privado local, maior segurança de localização e o sentimento de bem-estar, mesmo que dentro de um hospital. Os dados da pesquisa apontaram um ambiente favorável para um projeto de sinalização, visto que a circulação de pessoas durante o dia é intensa, e a grande maioria dos que circulam acabam por solicitar informações de orientação aos funcionários. O hospital já possui alguns sinais, porém os mesmos apresentam problemas como a localização em locais de visibilidade crítica, o desgaste de alguns sinais em função do tempo e material de pouca resistência e a inexistência de padrão como por exemplo, nos sinais de identificação de portas. Esses fatores favorecem para que seja projetado um sistema de sinalização para o cliente, oferecendo e facilitando aos usuários durante sua orientação e localização dentro do ambiente e ao mesmo tempo, reforçando a identidade visual do hospital. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADG Brasil. ABC da ADG: glossário de termos e verbetes utilizados em design gráfico. São Paulo, SP: ADG, COSTA, Joan. Señalética Corporativa. Barcelona: Enciclopedia del Deseño, MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual. Lisboa, PT: Edições 70, SEGD - Society for Environmental Graphic Design Disponível em : < > Acesso em 20/06/2013 às 21:26. STRUNCK, Gilberto Luiz Teixeira Leite. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso: um guia sobre o marketing das marcas e como representar graficamente seus valores. Rio de Janeiro, RJ: Rio Books, 2007.

6 WHEELER, Alina. Design de identidade da marca: guia essencial para toda a equipe de gestão de marcas. Porto Alegre, RS: Bookman, 2012.