FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA
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- Isaac Custódio Ávila
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1 FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO Belém-PA 2013
2 FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA TECNÓLOGO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS A INPORTÂNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado as Faculdades Integradas Ipiranga como requisito obrigatório para obtenção de graduação no curso de Tecnólogo em Estética e Cosmética, na tipologia Monografia. Orientador: Profª. Tatiane Almeida de Freitas Lopes Belém-PA 2013
3 DILMA DE SOUZA DOS NAVEGANTES KÁTIA REGINA LEAL CORRÊA MARIA DO CARMO SILVA DOS SANTOS A INFLUÊNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado as Faculdades Integradas Ipiranga como requisito obrigatório para obtenção de graduação no curso de Tecnólogo em Estética e Cosmética, na tipologia Monografia. Data: / / Dilma de Souza dos Navegantes: Nota Kátia Regina Leal Corrêa: Nota Maria do Carmo Silva dos Santos: Nota Banca Examinadora: Orientadora: Profª. Me Tatiane Almeida de Freitas Avaliador: Avaliador: Belém-PA 2013
4 Eu, Dilma, Dedico a meu marido Sergio Souza, amado, amigo e companheiro de todas as horas. Seu apoio e companheirismo constantes foram fundamentais nesta jornada. Eu, Katia, Dedico a minha mãe Lisete, meu porto seguro e fiel amiga de todas as horas. Quem sempre me deu toda força, apoio e incentivo em todos os sentidos. Eu, Maria do Carmo, Dedico este trabalho a pessoa mais importante da minha vida: minha querida mãe Maria Astrid, aquém amo e reconheço que sem o seu apoio eu não teria chegado até aqui. Obrigada por toda a dedicação e apoio proporcionado, devemos tudo isso a vocês!
5 AGRADECIMENTOS A Deus nosso supremo Criador e Senhor, por estar sempre presente nos iluminando, possibilitando que tudo se cumprisse de acordo com o planejado. A Ele toda a glória sempre! Aos nossos orientadores Prof. Luis Augusto Ruffeil e a Profª. Tatiane Almeida de Freitas, pela seriedade e alto astral com que conduziram o processo apesar das dificuldades. Obrigado pelo conhecimento compartilhado. A Profª. Izabel Corcovil pelo apoio fundamental em meio as dúvidas, que nos serviu de suporte durante esta jornada, ajudando-nos a levar esse trabalho à frente. Obrigada pela atenção dispensada. Aos amigos e colegas de sala, que de alguma forma ajudaram e vivenciaram o andamento desse trabalho, com os quais vivemos momentos especiais durante o curso. Foram três anos formidáveis que serão inesquecíveis! Eu, Dilma, agradeço a toda minha família, em especial a meu marido Sergio e minha irmã Diana, que acreditaram no meu trabalho e me ajudaram no que foi possível. Obrigada pelo apreço, estímulo e apoio em todos os momentos. Eu, Katia, agradeço, especialmente a meu esposo Antônio, a meus filhos Jorge e Kamila, pela paciência e compreensão nos momentos em que estive ausente, e pelo apoio nas dificuldades. Meu muito brigado a todos amigos e familiares que contribuíram direta ou indiretamente para que este sonho se tornasse realidade. Eu, Maria do Carmo, agradeço em especial a minha família, amigos e as minhas abnegadas irmãs em Cristo do Círculo de Oração que nunca deixaram de interceder por mim. Obrigada pelo incentivo, ajuda e orações dedicados. Por fim, agradecemos a todos que direta ou indiretamente colaboraram e por falha nossa não foram mencionados, nosso muito obrigado.
6 Muito mais que uma simples massagem, a drenagem linfática manual é reconhecida cientificamente como uma prática complementar benéfica, sendo muito apreciada no campo estético. Entre as muitas terapias manuais, à drenagem linfática ocupa posição de destaque no mundo todo, justamente pelos benefícios que pode proporcionar à pessoa que se submete a tal procedimento. Ary Elwing e Orlando Sanches
7 RESUMO A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de massagem que tem por objetivo drenar os líquidos orgânicos excedentes acumulados no interstício, devolvendo o equilíbrio hidrostático do organismo. Este método foi desenvolvido por Emil Vodder e sua esposa Estrid e publicado durante um Congresso em Paris em1936, a partir daí muitas pesquisas foram realizadas comprovando cientificamente sua eficácia, hoje a DLM é reconhecida no mundo inteiro como terapia complementar no tratamento de patologias edematosas. Pode ser utilizada tanto por Fisioterapeutas no tratamento de patologias, como por Esteticistas em tratamentos faciais, corporais e em pré e pós-cirúrgicos de cirurgias plásticas incluindo a Lipoaspiração. A utilização deste método, no pós-operatório de Lipoaspiração possibilita a obtenção de bons resultados, trazendo benefícios tanto estéticos quanto clínicos como a redução do edema. Este trabalho teve como objetivo principal, explicar a importância de se utilizar a Drenagem Linfática Manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração, como recurso terapêutico principal ou complementar na prevenção e/ou minimização das intercorrências provenientes de traumas pós-cirúrgicos. Nesse aspecto enfatizamos ainda a importância da atuação conjunta do profissional tecnólogo em estética com o cirurgião plástico para uma evolução satisfatória da cirurgia. Para fundamentar este trabalho utilizamos uma pesquisa bibliográfica de natureza descritiva, tendo como objeto de estudo literaturas diversas, artigos científicos e sites. Com esta pesquisa, constatamos que a DLM, é uma terapia eficiente não apenas para redução de edemas provenientes de pós-cirúrgicos, mas também se mostra muito eficaz no tratamento de várias patologias geradas por distúrbios de Sistema Linfático. Portanto, é uma terapia que não oferece risco algum a quem recebe, desde que seja respeitado suas contra-indicações e que seja aplicada de forma correta. Palavras-chaves: Drenagem Linfática. Sistema Linfático. Lipoaspiração. Pós-operatório de Lipoaspiração.
8 ABSTRACT Manual lymphatic drainage (MLD) is a massage technique that aims to drain the accumulated surpluses in the interstitial fluids, returning the hydrostatic equilibrium of the organism. This method was developed by Emil Vodder and his wife Estrid and published during a Congress in Paris em1936, thereafter many searches were performed scientifically proving its effectiveness, today the DLM is recognized worldwide as a complementary therapy in the treatment of o edematous diseases. Can be used by physiotherapists in the treatment of pathologies, such as Beauticians in facials, body treatments and in pre-and post-surgery of plastic surgery including liposuction. Using this method, post-operative Liposuction makes it possible to obtain good results, bringing benefits to both aesthetic as such as reducing the clinical edema. This work had as main objective, explain the importance of using the Manual lymphatic drainage in the immediate postoperative period of liposuction, as main or complementary therapeutic resource in preventing and/or minimising complications from post-surgical trauma. In this regard, we emphasize the importance of joint actions of the professional technologist in aesthetics with a plastic surgeon for a satisfactory evolution of surgery. In support of this work, we use a bibliographic search of descriptive nature, having as object of study several literatures, scientific articles and websites. With this research, please contact that DLM is an efficient therapy not only for reducing swelling from surgery patients, but also very effective in the treatment of various pathologies generated by Lymphatic System Disorders. Therefore, it is a therapy, which does not risk who receive, provided that it is respected its contraindications and it is applied correctly. Keywords: lymphatic drainage. Lymphatic System. Liposuction. Post-op liposuction.
9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA REVISÃO DA LITERATURA PELE Camadas da pele Funções da Pele Importância da pele na avaliação estética ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO BREVE HITÓRICO SISTEMA CIRCULATÓRIO SISTEMA LINFÁTICO COMPONENTES PRINCIPAIS DO SISTEMA LINFÁTICO Canais pré-linfáticos Capilares linfáticos Vasos ou coletores linfáticos Gânglios, nódulos linfáticos ou Linfonodo A linfa PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO ALTERAÇÕES NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA LINFÁTICO Edemas Classificação Edemas originados de transtornos circulatórios Edemas originados por falhas linfáticas LIPOASPIRAÇÃO HISTÓRICO DEFINIÇÕES CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO A CIRURGIA INTERCORRÊNCIAS E COMPLICAÇÕS DO PÓS-OPERATÓRIO DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL (DLM) HISTÓRICO DEFINIÇÃO PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS... 37
10 7.3.1 Método Vodder Método Leduc Método Godoy MANOBRAS EFEITOS DA DLM NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS CONTRA-INDICAÇÕES PAPEL DO ESTETICISTA NAS INTERCORRENCIAS DE PÓS-LIPOASPIRAÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 52
11 10 INTRODUÇÃO Responsável pela drenagem do líquido intersticial, transporte de lipídios e pela produção de anticorpos que facilitam a resposta imune, o Sistema linfático exerce um papel preponderante e indispensável na manutenção da saúde de nosso organismo. Sua fisiologia está diretamente relacionado ao sistema circulatório auxiliando no bom funcionamento deste, a principal diferença entre estes sistemas é a ausência de um órgão bombeador central. No sistema circulatório o coração é o órgão bombeador, já no sistema linfático esta importante função é transferida a válvulas denominadas de Linfângions. Estas válvulas são controladas pelo sistema autônomo e tem por finalidade impedir o refluxo da linfa permitindo assim que esta siga somente em sentido unidirecional. Como já citamos, a drenagem de líquidos é uma das funções do sistema linfático ela ocorre naturalmente pois trata-se de uma função fisiológica do nosso organismo. Contudo, devido a diversos fatores internos ou externos esta função pode ser comprometida e em alguns casos até interrompida, resultando na retenção de líquidos pelo organismo que pode ser de forma localizada ou generalizada. Neste contexto surge a Drenagem Linfática Manual (DLM) que nos últimos anos teve sua importância reconhecida por toda comunidade científica a nível mundial. Criada por Emil Voldder e sua esposa Estrid Voldder em 1936, a DLM é uma técnica que tem como objetivo a estimulação das funções do sistema linfático, ela hoje está sendo uma das principais recomendações médicas nos períodos de pré e pós-operatório de cirurgias plásticas. As intervenções cirúrgicas são cada dia mais frequentes, conquistando mais adeptos em ambos os sexos nos diversos seguimentos sociais. Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE no período de , o mercado de cirurgias plásticas no Brasil está em grande desenvolvimento, do o total de cirurgias realizadas por profissionais associados a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nesse período, 69% das cirurgias realizadas foram estéticas e apenas 31% reparadoras. Ainda segundo a pesquisa 12% corresponde a lipoaspiração isolada e 17% a lipo associada a outras cirurgias, ocupando o segundo lugar do total de procedimento perdendo apenas pra Mamoplastia (IBOPE, 2009). De olho nesse mercado em grande expansão, o presente trabalho, através de uma revisão bibliográfica, de natureza descritiva pretende apresentar a Drenagem Linfática Manual como um importante recurso terapêutico no pós-operatório de lipoaspiração, ressaltando o papel do profissional da estética neste processo.
12 11 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Com a finalidade de reduzir o tempo de repouso, acelerar a recuperação do paciente e o desaparecimento dos edemas gerados pelo trauma cirúrgico, minimizando com isso, os incômodos por ele causados. O presente trabalho teve como objetivo principal, explicar a importância de utilizar a Drenagem Linfática Manual como recurso terapêutico imediato no pós-operatório de lipoaspiração. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Descrever a anatomia e fisiologia o Sistema Linfático. - Explicar as técnicas de Drenagem Linfática Manual mais utilizadas. - Analisar a importância da atuação conjunta do profissional tecnólogo em estética com o cirurgião plástico em todo o processo que envolve a cirurgia.
13 12 3 METODOLOGIA Para o cumprimento do objetivo proposto foi realizado uma Pesquisa Bibliográfica de natureza básica, abordagem qualitativa e objetivo exploratório. Tendo como objeto de estudo livros e artigos científicos gratuitos, que tratassem da temática em questão, publicados no período de 1986 a 2013, além de pesquisa em sites e bibliotecas de instituições públicas e privadas de ensino superior. As palavras-chaves utilizadas para pesquisa foram: Drenagem Linfática, Sistema Linfático, Lipoaspiração, pós-operatório de Lipoaspiração. Os textos que contribuíram para construção deste trabalho foram analisados a fim de obter informações consistentes à respeito da Drenagem Linfática Manual e sua aplicação no pós-operatório imediato de lipoaspiração, ressaltando sua eficácia e o papel do Esteticista na promoção resultados satisfatórios neste processo.
14 13 4 REVISÃO DA LITERATURA 4.1 PELE A Pele é o elemento fundamental na constituição do sistema tegumentar, e no que se refere a procedimentos estéticos trata-se do principal meio de contato do terapeuta com o cliente para da avaliação, uso de equipamentos sendo imprescindível para permeação de ativos cosméticos. Sendo dotada de uma estrutura extremamente complexa é fundamental que o profissional esteticista compreenda a fisiologia e anatomia pele procurando desenvolver ações que promovam o bom desempenho de suas funções. Segundo Thibodeau e Patton (2002), o Sistema Tegumentar compõe-se da pele e seus anexos, que são: glândulas sudoríparas e sebáceas, folículo piloso e unhas. Além disso, estão inseridos na pele, numerosos órgãos dos sentidos, microscópicos e altamente especializados. Pereira et al. (2013) afirmam que a pele consiste em um verdadeiro invólucro que reveste toda superfície do corpo, abrange uma área de 2m 2 que reveste todo o organismo, seu prolongamento é interrompido apenas nos orifícios onde estende-se através da mucosa, sua espessura dependendo da localização pode variar entre 1 a 4 milímetros, representando cerca de 15% do total de peso corporal. O peso da pele em um adulto é de 9 quilos ou mais, o que a torna o maior e mais pesado órgão do corpo humano, sua principal função é proteção e adaptá-lo ao meio ambiente (THIBODEAU e PATTON, 2002). Segundo Montagu (1988), como uma roupagem contínua e flexível a pele envolvenos por completo sendo o mais sensível de nossos órgãos, o primeiro meio de comunicação e um eficiente protetor. De acordo com o autor, a pele, mais especificamente a epiderme, cada vez mais vem sendo confirmada por numerosas pesquisas independentes que tem função imunológica, sendo reconhecido que a estimulação tátil tem efeitos profundos sobre o organismo, tanto campo fisiológicos quanto no comportamental. Portanto, conhecer as características anatômicas e fisiológicas deste importante sistema torna-se extremamente necessário para o sucesso de quase todos procedimentos estéticos, já que a maioria deles exigem um contato direto com a pele, que começa com a avaliação onde é feito a anamnese e segue até a conclusão da terapia proposta. Nos próximos tópicos deste capitulo estaremos conhecendo melhor a estrutura e a fisiologia deste importante órgão do sistema tegumentar, procurando enfatizar sua relação com o sistema linfático, já que boa parte da rede de capilares linfáticos encontram-se na pele.
15 Camadas da pele Sendo um elemento fundamental na constituição do sistema tegumentar a pele ou membrana cutânea é um órgão que apresenta-se em forma de folheto dividido em três camadas distintas de tecidos diferentes denominadas de epiderme, derme e a hipoderme, conforme mostra (Figura 1) a seguir (THIBODEAU e PATTON, 2002). FIGURA 1. Camadas da pele FONTE: Epiderme Sendo a camada mais superficial, permite contato com o meio externo sendo a principal barreira de defesa dos órgãos internos. Com uma espessura de 0,06 a 0,6 mm, constituída de um epitélio multiestratificado composto por células Malpighi (germinativas) e o estrato córneo (PEREIRA et al., 2013). É a camada que pode ser vista e tocada, não possui vasos sanguíneos e apresenta pouca quantidade de terminações nervosas, nela acontece todo processo de renovação celular (ATKINSON, 2000). Derme É a camada intermediária, apresenta-se como uma estrutura resistente e elástica, é constituída por fibras de colágeno, elatina e reticulínicas. Representa a segunda linha de defesa contra traumatismos, contém os anexos cutâneos, glândulas, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas, tendo como principal função dar sustentação e nutrição à epiderme e seus anexos, além de auxiliar parcialmente na termoregulação (PEREIRA et al., 2013). Com uma espessura de 1 a 4 mm, está subdividida em: derme papilar, mais superficial e fina, e em derme reticular, mais profunda (PALERMO et al., 2012).
16 15 A derme apresenta pequenas projeções, chamadas de papilas, que se estendem até a epiderme, estas possuem terminações nervosas e vasos sanguíneos e linfáticos que garantem o fluxo do sangue e da linfa nas células da camada superior (epiderme) (ATKINSON, 2000). Localizados na pele logo abaixo da epiderme mais precisamente na derme estão os capilares linfáticos iniciais, eles não possuem válvulas e são responsáveis pela drenagem de uma área de 3 a 4 cm de circunferência, chamada de área linfática, nos pés e na mãos essa área cai pra 1,5 a 2 cm de circunferência (TURK e CAHALIN, 2007). Os capilares iniciais são canais vasculares de fundo cego distribuídos por toda pele, epitélios e órgãos, tem por finalidade capitar o excesso de líquido intersticial e proteínas do plasma permitido que entrem no sistema linfático para serem devolvidos a circulação (PRENTICE, 2002). Hipoderme A última e mais profunda camada da pele consiste basicamente de tecido adiposo, septos fibrosos e vasos e nervos de maior volume, com espessura variável dependente do biótipo do indivíduo. Especificamente sua função está relacionada a reserva de nutrientes, conservação da temperatura corporal e proteção mecânica de traumatismo externos (PEREIRA et al., 2013). O tecido adiposo é um tecido conjuntivo frouxo, no qual as células de adipócitos são especializadas no armazenamento de triglicerídeos, sendo encontrado em todos os locais onde se encontra tecido conjuntivo areolar, à medida que que sua quantidade aumenta com o ganho de peso, novos vasos sanguíneos vão sendo formados, por isso uma pessoa obesa tem muito mais vasos sanguíneos que uma pessoa magra, este tipo de situação pode elevar a pressão sanguínea entre os vasos fazendo o coração trabalhar mais (TORTORA e DERRICKSON, 2012). Segundo Bartmann (2010), é na hipoderme que se depositam a maior parte das células adiposas, causando a tão temida gordura localizada, que em algumas regiões como, abaixo da cicatriz umbilical, culotes, interno de coxa e glúteo, são difíceis de eliminar com dietas e exercícios, restando somente as cirurgias plásticas como principal recurso. Como podemos observar a maior parte da rede de capilares que forma o sistema linfático encontra-se na pele, mais precisamente na derme. Por isso, as manobras da drenagem linfática manual devem ser lentas e com suave pressão, obedecendo sempre o sentido da circulação, já que o principal objetivo da terapia é somente estimular a circulação linfática, caso contrário o que ocorrerá é a ativação da circulação sanguínea ésta por sua vez anulará a ação drenante das manobras.
17 Funções da Pele A pele é o maior e mais importante órgão do sistema tegumentar, sua função principal é de proteger os tecido subjacente das invasões por bactéria e agentes químicos nocivos, também desempenha o papel de regulador da temperatura corporal e sintetiza agentes químicos importantes, sendo um sofisticado órgão dos sentidos, que permite ao corpo responder a vários estímulos, como: dor, pressão, tato e mudanças de temperatura (THIBODEAU e PATTON, 2002). Devido à sua estrutura complexa, a pele pode exercer diferentes funções tais como: manutenção da sua própria integridade e do organismo, proteção de agressões e agentes externos, controle da temperatura, barreira, absorção de luz solar, metabolismo de vitamina D. Além disso, consideramos que a aparência, o toque, a maciez, os odores, a coloração e a sensibilidade são funções estética e sensoriais importantes para saúde psicossocial do indivíduo (HARRIS, 2003) Importância da pele para uma avaliação estética Marino e Dambry, (2012), afirmam que o primeiro contato do cliente com o profissional se dá através da pele, sendo o toque manual um instrumento de ação terapêutica de suma importância. De acordo com os autores, a pele é o órgão fundamental para uma avaliação estética, fato que justifica-se quando por meio da apalpação podemos observar a presença de cicatrizes, miogeloses, fibroses e retrações miofásciais. Podem ainda ser observados desiquilíbrios de origem orgânica e as alterações inestéticas mais frequentes relacionadas a pele como: alteração na coloração, textura, temperatura, tônus, hidratação, elasticidade, dor, vascularização entre outros. As alterações citadas podem se causadas por diversos fatores dentre eles temos: maus hábitos alimentares, sedentarismo, vícios e até situações psicicocomportamentais como medo, raiva, stress etc. (MARINO e DAMBRY, 2012). Neste aspecto cabe ao esteticista através de uma boa anamnese identificar uma possível causa para as alterações do tipo inestéticas e dentro de seu campo de atuação propor um protocolo terapêutico que possa solucionar ou minimizar o problema. Caso identifique uma alteração patológica é seu dever orientar o cliente a procurar um médico, já que não cabe ao esteticista tratar alterações de ordem patológica. Nos capítulos seguintes, abordaremos assuntos específicos ao tema proposto, procurando nos ater com mais detalhes as questões anatômicas, fisiológicas e alterações do sistema linfático onde a drenagem linfática manual pode ser utilizada com sucesso, enfatizando sua eficiente aplicabilidade no pós-operatório de Lipoaspiração.
18 17 5 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO 5.1 BREVE HITÓRICO Pesquisas sobre o sistema linfático são relativamente recentes, porém, estudos sobre sua anatomia e fisiologia datam desde a antiguidade. De acordo com, Elwing e Sanches (2010), Hipócrates já falava sobre o sangue branco ; Aristóteles, Herófilos e Erasistrato mencionam em seus escritos certas estruturas anatômicas, que geram um fluido incolor. E Herófilos cita ainda, vasos que chegam em uma espécie de glândulas não definidas. Por muitos séculos a Igreja Católica proibiu as dissecações em cadáveres humanos, até que no século XVII, retomaram-se os estudos daí por diante muitas descobertas foram realizadas (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005). Segundo Garcia (2010), durante o século XVII, foi atribuído a descrição do sistema linfático a Gaspar Asellius, professor de anatomia em Pávia entre 1581 e 1627 que estudou os vasos linfáticos intestinais de um cão. Ainda mesmo século, em 1651, Jean Pecquet descobriu em cadáver humano, a existência do conduto torácico que na porção distal possuía uma espécie de bolsa que denominou de Cisterna de Pecquet ou Quilo. Os primeiros a relacionar todos os descobrimentos surgidos e considerar o sistema linfático vascular como uma unidade funcional, definindo os gânglios linfáticos e a linfa, foram o sueco Olf Rudbech e o dinamarquês Thomas Bartholin (RIBEIRO, SOUZA, MAGALHÃES, 2005). Mas somente por volta de 1652 que Tthomas Bartholin, apresentou um trabalho a Universidade de Leyden (Holanda) em março do mesmo ano, onde informou a existência dos vasos linfáticos, sendo-lhe por isso, atribuído o descobrimento do sistema linfático como um novo sistema circulatório (ELWING e SANCHES, 2010). Os fisioterapeutas Emil Vodder e Leduc, fizeram de suas vidas um constante estudo sobre o sistema linfático, estes entre outros não citados, fizeram descobertas significativas que permitiram grandes avanços nas pesquisas relacionadas a drenagem linfática fisiológica e manual (GARCIA, 2010). Nos últimos anos, o estudo dos vasos sanguíneos, arteriais e venosos (Angiologia), através de técnicas modernas de investigação tem alcançado níveis amplos de conhecimento. Na Medicina, em geral, aborda-se a fisiologia do sistema linfático de maneira simples, ficando pouco conhecido em sua estrutura e funcionamento. Atualmente, com os modernos avanços tecnológicos permitiu-se ampliar e conhecer com mais profundidade este sistema. Estes avanços é de grande importância para comunidade científica, espacialmente
19 18 para profissionais como cirurgiões plásticos, dermatologistas e esteticistas, cujo conhecimento mais detalhado da anatomia e fisiologia deste sistema torna-se fundamental para obter bons resultados em seus tratamentos (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005). Nos tópicos seguintes faremos uma abordagem simplificada da anatomia e fisiologia do sistema circulatório sanguíneo, nos prendendo de forma mais detalhada ao sistema linfático, foco principal da drenagem linfática manual. São sistemas distintos entre si, contudo, estão diretamente ligados sendo impossível entender a circulação linfática sem compreender o que ocorre na circulação sanguínea. 5.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório sanguíneo está formado por um conjunto de canalização anexado ao coração que impulsiona o sangue por todo o corpo (RIBEIRO, SOUZA, MAGALHÃES, 2005). Este sistema consiste, do coração, que é a bomba muscular responsável por bombear o sangue através de um sistema fechado de artérias, veias e capilares para todo o corpo, afirmam Thibodeau e Patton, (2002) (Figura 2). A B FIGURA 2. Sistema circulatório sanguíneo e linfático. A: circulação sanguínea e linfática completa. B: microcirculação sanguínea e linfática em detalhe. FONTE: A: B: Subdivide-se em sistema arterial, venoso e linfático sendo os dois primeiros responsáveis pelo transporte de nutrientes para os tecidos e pela retirada dos resíduos metabólicos para eliminação. O sistema arterial através do capilar arterial conduz o sangue que sai do coração rico em O 2 e nutrientes para todo o corpo, com a finalidade de oxigenar e
20 19 nutrir os tecidos. O sistema venoso consiste em uma rede de capilar que recebe o sangue dos tecidos e conduz de volta ao coração e pulmão (ELWING e SANCHES, 2010). Nos vertebrados o sangue circula sempre no interior de vasos e tem várias funções, é um sistema vascular fechado onde em seu centro está o coração e em volta estão as veias e as artérias responsáveis pelo transporte do sangue no organismo. O coração realiza dois tipos de circulação, estas são conhecidas como grande e pequena circulação: na grande circulação o sangue sai do coração para os tecidos retornando ao coração, já na pequena o sangue que chega ao coração é enviado ao pulmão para ser oxigenado retornando ao coração para que este o bombeie novamente ao corpo (GARCIA, 2010). É na microcirculação onde tudo acontece, ela é formada por uma rede de capilares arteriais, venosos e linfáticos com cada possuindo uma função específica, ou seja, entrega de nutrientes às células e retirada de resíduos para eliminação (RIBEIRO, SOUZA e MAGALHÃES, 2005). 5.3 SISTEMA LINFÁTICO De acordo com Elwing e Sanches (2010), o Sistema Linfático é uma via acessória de circulação que está diretamente ligada ao Sistema Circulatório Sanguíneo, portanto, sem conhecer a Anatomia e a Fisiologia destes sistemas torna-se praticamente impossível entender a diferença entre o mecanismo de ação da drenagem linfática fisiologia e o da drenagem linfática manual ou mecânica. O Sistema Linfático anatomicamente é formado por: linfa, vias linfáticas (capilares linfáticos, vasos linfáticos, troncos linfáticos, ductos linfáticos) e os órgãos ou tecidos linfoides (tonsilas, linfonodos, baço e timo) (GARCIA, 2010) (Figura 3). FIGURA 3. Descreve a anatomia do Sistema linfático FONTE:
21 20 Os órgãos linfáticos abrigam células fagocíticas e linfócitos, as quais desempenham papel essencial no mecanismo defesa do organismo, os vasos linfáticos tem como função primordial transportar de volta para o sangue o liquido que escapou durante o processo circulatório sanguíneo (MARIEB e HOEHN, 2009). Este líquido, apesar de possuir a mesma composição, dependendo de sua localização recebe nomes distintos, ou seja, quando ainda encontra-se no interstício é chamado de liquido intersticial, depois de ser capitado pelos sistema linfático estando no interior dos vasos é chamado de linfa (APPLEGATE, 2012). Os sistemas circulatório e linfático, apesar de muito semelhantes anatomicamente a ausência de um órgão central bombeador como o coração torna-se a principal diferença entre eles, pois, no sistema circulatório cabe ao coração a responsabilidade de bombear o sangue a todo corpo, já no sistema linfático, a nobre função de bombear a linfa, permitindo que esta retorne novamente a circulação sanguínea cabe aos Linfângions (GUIRRO e GUIRRO 2004). Linfangions são válvulas de contração com mobilidade própria, que permitem a evacuação da linfa de forma ascendente para os ductos linfáticos ou torácico, estas válvulas configuram-se em uma verdadeira unidade motriz no processo fisiológico de drenagem linfática (GUIRRO e GUIRRO 2004). A (Figura 4) ilustra os vários linfangions que formam um capilar linfático. FIGURA 4. Linfângions FONTE: Formando uma rede de vasos que interligam os dois sistemas circulatório e linfático, os capilares sanguíneos são os mais numerosos e os menores do sistema sanguíneo, sendo responsáveis pela função mais específica deste, que é o intercambio dos elementos nutritivos com espaço intersticial e a capitação dos resíduos, mecanismo conhecido como Filtração e Absorção. O ponto onde o capilar arterial se converte em venoso permitindo com isso, o equilíbrio entre os processos de filtração e absorção é chamado de Iso- Ring, Anel Iso ou anel de isolamento (ELWING e SANCHES, 2010).
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