D. Santos e R. Aguiar (editores) Impactos e Medidas de Adaptação às Alterações Climáticas no Arquipélago da Madeira. Projecto CLIMAAT II,

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1 D. Santos e R. Aguiar (editores) Impactos e Medidas de Adaptação às Alterações Climáticas no Arquipélago da Madeira Projecto CLIMAAT II, Direcção Regional do Ambiente da Madeira, Funchal, 26. 1

2 As alterações climáticas, apesar de serem por natureza um fenómeno à escala global, também merecem uma atenção particular ao nível local e regional. Ao nível local, sobretudo em regiões insulares de reduzidas dimensões como é o caso do arquipélago da Madeira, os impactes directos e indirectos das alterações climáticas podem determinar significativas perdas ao nível dos recursos naturais, com consequentes incidências sobre a qualidade de vida das pessoas. O Governo Regional da Madeira e em particular no âmbito de actuação da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais tem vindo a desenvolver um conjunto de acções com vista a optimizar a gestão dos recursos ambientais deste arquipélago bem como a minimizar e prevenir impactes negativos expectáveis. Acções como a retirada do gado desordenado das nossas serras, o investimento significativo nos sistemas de gestão da água, em todo o seu ciclo, incluindo o tratamento de águas residuais, o esforço consistente e contínuo da reflorestação e alargamento das áreas de distribuição dos ecossistemas naturais, ou a aquisição de terrenos florestais com vista à consolidação do Tampão verde, são exemplos claros da acção governativa ambiental que assegurará segurança, disponibilidade de água e a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais aumentando a sua capacidade adaptativa e resiliência. A par destas acções, o conhecimento acurado das próprias tendências e determinantes das alterações climáticas numa escala adaptada à nossa dimensão é certamente um instrumento técnico de sustentação das prioridades a tomar quanto à adaptação e minimização relativamente a esses mesmos cenários. Este projecto é, por isso uma contribuição decisiva para, de uma forma consistente podermos enfrentar, aqui nesta região ultraperiférica, um problema global. Cumpre-me dar os parabéns a todas as equipas pluridisciplinares que realizaram os trabalhos técnicos que agora dão forma a este relatório bem como aos demais parceiros insulares deste projecto desenvolvido no âmbito da iniciativa comunitária INTEREGIIIB. Manuel António Rodrigues Correia Secretário Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais 2

3 De entre os factores ambientais que determinam a vida, os meios de subsistência e a segurança de pessoas e bens em territórios insulares, o clima, quer entendido como um recurso, quer como factor limitante, assume papel relevante. De facto, os territórios insulares atlânticos são, normalmente, pequenas regiões acidentadas onde as condições de habitabilidade e desenvolvimento dependem de aspectos muito particulares e de um correcto e minucioso aproveitamento dos recursos naturais disponíveis. Delimitadas por fronteiras físicas drásticas que dificultam ou impedem a troca de recursos e meios de subsistência com outras regiões, as ilhas estão dramaticamente dependentes de um conjunto de recursos, não só os de natureza vital como a água e os alimentos, mas também todos aqueles que suportam a sua economia (energia, transportes, agricultura, pescas, turismo, etc.), bem como aqueles que determinam a sua segurança e salubridade. Todos estes factores estão, de forma altamente significativa, dependentes das condições climáticas. Torna-se, assim, evidente a necessidade de adequação das escalas de abordagem às questões climáticas mais consentânea com as características específicas e necessidades das regiões insulares atlânticas. Daí a pertinência deste estudo, considerando-o como mais uma acção de gestão ambiental sustentada no conhecimento e modelação das variáveis em jogo. A tomada de decisão, em gestão ambiental não pode basear-se num exercício de percepção, antes requerendo conhecimento sólido e cientificamente estruturado, o que reconhecemos neste trabalho desenvolvido por investigadores de mérito reconhecido internacionalmente neste domínio. Este estudo constitui, pela sua essência, uma ferramenta primordial de análise dos vários descritores integrantes de um desenvolvimento sustentável, associando os cenários climáticos futuros aos impactos e medidas de adaptação em sectores vitais para a sócio economia de uma região insular atlântica, consagrando as linhas de orientação estratégica definidas no Plano Regional de Política e Ambiente e a política de desenvolvimento sustentável da Região Autónoma da Madeira. António Domingos Abreu Director Regional do Ambiente 3

4 Estudo Detalhado Sobre o Clima do Arquipélago da Madeira, Produção de Cartografia Climática, Construção de Cenários Climáticos Futuros e Realização de Estudos de Impacte e Medidas de Adaptação às Alterações Climáticas em Vários Sectores de Actividade. In: Projecto CLIMAAT II Clima e Meteorologia dos Arquipélagos Atlânticos II Programa de Iniciativa Comunitária INTERREG III B, Espaço Açores Madeira - Canárias Financiamento Governo Regional da Madeira Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais-DRAmb Projecto co-financiado pela Iniciativa Comunitária INTERREG IIIB Epaço Açores, Madeira e Canárias Codigo 3/MAC/2.3/A5 Execução ICAT - Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Ligação institucional Henrique Santos Rodrigues Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais - DRAmb Madalena Coutinho e Sara Freitas ICAT- Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da FCUL Coordenação Científica e Edição Filipe Duarte Santos Instituto D. Luiz SIM e Fac. de Ciências da Universidade de Lisboa Ricardo Aguiar Instituto D. Luiz SIM Equipas e Autores do Relatório Final Ver elencos em cada capítulo. Adaptação e textos adicionais para esta publicação Ricardo Aguiar Instituto D. Luiz SIM Nota dos Editores A presente publicação foi elaborada com base no Relatório Final do Estudo, pelos Editores, com objectivos e um limite de extensão que naturalmente condicionou os conteúdos e o estilo, tal como mencionado na nota introdutória. Em particular chama-se a atenção do leitor de que as adaptações de textos do Relatório Final são da responsabilidade dos Editores. Também se realça que, por restrições de espaço, na maior parte dos casos as Figuras e Quadros só se referem ao período e/ou ao cenário do IPCC designado por A2. Contudo os trabalhos efectuados também incluiram no mesmo detalhe o cenário B2, assim como o período de meados do século, 24-69, situações com um aquecimento global algo mais moderado que em A2. O Relatório Final do Estudo é a publicação de cariz científico que deve ser sempre consultada para aprofundar as questões tratadas nesta publicação. Lisboa, 4 de Setembro de 26 4

5 Introdução As alterações climáticas de origem antropogénica provocadas pelas emissões para a atmosfera de gases com efeito de estufa irão acentuar-se ao longo do século XXI. Estas alterações do clima não são homogéneas e têm impactos distintos em diferentes regiões, as quais também apresentam diferentes graus de vulnerabilidade. Ilhas tal como a Madeira e Porto Santo são especialmente vulneráveis às alterações climáticas, na medida em que dependem de recursos naturais particularmente sensíveis à mudança do clima - como por exemplo, os recursos hídricos, as zonas costeiras, os recursos energéticos renováveis e a biodiversidade e porque as possíveis medidas de adaptação estão em geral condicionadas por fortes limitações de natureza geográfica. Neste contexto a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais do Governo Regional da Madeira, através da DRAmb, entendeu promover com o Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (ICAT) um estudo integrado e multisectorial sobre impactos e opções de adaptação às alterações climáticas na Região Autónoma da Madeira, inserido numa série de estudos sobre o clima e a meteorologia nos Arquipélagos Atlânticos da Macaronésia. O ICAT formou uma equipa multidisciplinar de várias origens, que trabalhou dados observados e cenários climáticos e se debruçou sobre dezenas de aspectos sectoriais, providenciando uma primeira perspectiva, mas muito variada e em numerosos aspectos já bastante detalhada, sobre os efeitos e tendências que se vão fazer notar progressivamente durante o século XXI. Este Estudo deu origem a um Relatório Final, que deve ser consultado por quem queira conhecer em detalhe o estado-da-arte, os autores consultados e as fontes de informação, as estatísticas e dados de base climáticas e sectoriais, os resultados científicos obtidos, os pressupostos admitidos, as metodologias usadas, e as áreas onde se identificaram necessidades de melhores dados e mais estudos para atingir uma caracterização ainda mais completa e complexa dos impactos e possíveis adaptações às alterações climáticas na Região Autónoma da Madeira. A presente publicação extrai desse Relatório, bastante extenso, as questões e resultados principais, sendo muito mais breve no discurso técnico, em benefício da ênfase nos pontos de situação e avaliações de impactos e adaptações. Deseja-se assim comunicar de uma forma mais acessível aos decisores e público em geral os resultados obtidos para a Região Autónoma da Madeira acerca das alterações climáticas assunto cada vez com mais visibilidade e prioridade nas preocupações dos cidadãos e das empresas, e maior importância nas políticas públicas. Filipe Duarte Santos Ricardo Aguiar Editores 5

6 Índice Metodologia 8 O Clima Observado 12 Informação Climática no Arquipélago da Madeira 13 Climatologia Tendências Climáticas 18 Temperatura 18 Precipitação 19 Indicadores Climáticos de Temperatura 21 Insolação, Nebulosidade e Humidade Relativa 22 Cenários Climáticos 24 Modelos de Circulação Global e Cenários de Emissões 24 Cenários Climáticos de Controlo 26 Modelo HadCM3 26 Modelo CIELO 26 Cenários Climáticos Futuros 27 Modelo HadCM3 28 Modelo CIELO 29 Outros Modelos de Circulação Global 31 Ajustes e Complementos aos Cenários para Estudos Sectoriais 32 Recursos Hídricos 34 Balanço Hidrológico 35 Cenários Climáticos 39 Disponibilidades de Água 4 Piezometria 42 Qualidade da Água Subterrânea 45 Necessidades de Água 47 Abastecimento urbano 47 Rega e Pecuária 48 Indústria 48 Produção de energia 48 Risco de Cheias 49 Florestas 52 Risco Meteorológico de Incêndio Florestal 54 Ocupação Potencial da Vegetação Florestal 55 Produtividade Primária Potencial 57 Impactos Directos 57 Impactos Indirectos 58 Agricultura 6 Cartografia da Ocupação do Solo 61 Necessidades de Rega 62 Banana 62 Vinha 62 Batata 66 6

7 Biodiversidade 69 Efeitos das Alterações Climáticas na Biodiversidade 7 Efeitos Observados das Alterações Climáticas 71 Impactos nos Sítios de Importância Comunitária 72 Laurissilva 73 Maciço Montanhoso Central-Oriental 74 Impactos em Habitats 74 Energia 78 Oferta de Energia 8 Desempenho de Máquinas Térmicas 8 Subida do nível do mar 8 Fenómenos Meteorológicos Extremos 81 Recursos Energéticos Renováveis 81 Transmissão de Energia 83 Procura de Energia 83 Águas Quentes 83 Climatização de veículos 83 Climatização de edifícios 84 Saúde Humana 87 Mortalidade Associada ao Calor 88 Doenças Associadas à Qualidade do Ar 89 Doenças Transmitidas por Vectores 9 Agentes de doença transmitidos por mosquitos 9 Dengue 9 Febre-amarela 91 Malária 92 Febre do Nilo Ocidental 92 Agentes de doença transmitidos por flebótomos 93 Leishmaniose 93 Agentes de doença transmitidos por carraças 94 Doença de Lyme 94 Anaplasmose 95 Febre escaro-nodular 95 Agentes de doenças transmitidos por pulgas 96 Tifo Murino 96 Doenças transmitidas por roedores 96 Leptospirose 97 Turismo 99 Caracterização do Sector Turístico 1 Clima, Alterações Climáticas e Turismo 11 Conforto Térmico Exterior 12 Risco de Transmissão de Doenças Infecciosas Transmitidas por Vectores 16 Risco de Ocorrência de Desastres Naturais 16 Efeitos dos Esforços da Mitigação das Alterações Climáticas 17 Medidas de Adaptação às Alterações Climáticas 18 7

8 Metodologia A leitura desta secção sobre a abordagem utilizada nos estudos de impactos e adaptações às alterações climáticas não é indispensável, mas é vivamente aconselhada para que o leitor possa apreciar plenamente o alcance, resultados e conclusões obtidas. Tudo começa admitindo certos cenários de emissões de gases com efeito de estufa. Trata-se de cenários e não de projecções. É que a incerteza associada a projecções baseadas em dados históricos, cresce muito a partir de um horizonte tipicamente da ordem de 3 a 5 anos, retirando-lhes quase toda a utilidade; ora, o horizonte típico para os estudos de aquecimento global é muito maior, da ordem de 5 a 1 anos. Torna-se assim necessário considerar cenários, que são como histórias possíveis do futuro a nível global, internamente coerentes, e relativos em primeiro lugar a questões sócioeconómicas (demografia, urbanização, economia, estilo de governação, preocupações sociais e ambientais prevalecentes, etc.), mas também, por exemplo, a capacidade e disponibilidade de inovação tecnológica. No caso presente foram utilizados um conjunto de cenários de emissões desenvolvido sob os auspícios do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla inglesa) designados por Special Report on Emission Scenarios (SRES), dos quais há quatro famílias, designadas por A1, A2, B1 e B2 (ver Figura 1A), à partida igualmente prováveis, e todas admitindo uma continuação do desenvolvimento social e material a nível global. 1A Estes cenários incluem as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) a nível global, que produzem alterações climáticas e impactos muito variáveis a nível local, de acordo com o clima, a geografia, a biosfera, a sociedade humana instalada em cada território. É preciso realçar aqui que em todos os cenários do futuro existem alterações climáticas e os seus impactos associados. De facto, existe um equilíbrio dinâmico entre os vários reservatórios de carbono (depósitos geológicos, oceano profundo, oceano superficial, atmosfera, biosfera...) que assegura sempre um crescimento das concentrações de CO 2 durante muitos anos no futuro, qualquer que seja a severidade e rapidez de implementação das medidas de redução de emissões (mitigação), entretanto tomadas (note-se que os cenários SRES, embora não incluíam explicitamente mitigação das alterações climáticas, incluem-na já indirectamente, através da presença de desenvolvimentos sociais e tecnológicos). As emissões de GEE cenarizadas são introduzidas em modelos numéricos do sistema climático terrestre (ver Figura 1B), resultando daí por sua vez os respectivos cenários de mudança climática à escala 8

9 global. No caso presente foi usado o modelo de circulação global designado por HadCM3, do Hadley Centre for Climate Research (Reino Unido). No entanto a resolução espacial dos modelos do clima global é da ordem de centenas de km, inadequado para muitos estudos sectoriais de impacto, pelo que é necessário regionalizar os cenários climáticos, obtendo dados com resolução da ordem da dezena de km ou inferior. O caso da Região Autónoma da Madeira (RAM) é paradigmático: a célula do modelo climático global que lhe corresponde é puramente marítima, o modelo não vê as ilhas e portanto não representará bem fenómenos meteorológicos que a presença das próprias ilhas introduz, tais como nebulosidade e precipitação de origem orográfica, modificação da intensidade e turbulência do vento, amplitude térmica significativa, etc. É preciso pois usar modelos para representar o clima local a partir do clima global na zona (ver de novo a Figura 1B), calibrados e/ou validados com observações meteorológicas. Dos quatro cenários SRES, apenas puderam ser usados neste passo os cenários A2 e B2. Os períodos definidos para estudo foram um período de controlo, , um período representando meados do século XXI, , e um representando o final do século,

10 1B No passo seguinte os cenários meteorológicos regionalizados são introduzidos em modelos sectoriais, calibrados e/ou validados com os dados de base disponíveis (estatísticas, cartografias, etc.) A disponibilidade de modelos e de dados de base é na prática uma importante limitação ao tipo e variedade dos impactos que é possível analisar. Por isso mesmo o período de controlo em que foram fornecidos dados para os estudos sectoriais não foi o antes usado para os modelos regionais do clima, mas sim , para coincidir melhor com as disponibilidades de dados sectoriais detalhados. Comparando os resultados de um certo modelo sectorial, usando como dados de entrada os do período de controlo e os de um cenário futuro, obtém-se um impacto potencial da alteração do clima. Uma vez que nestes sucessivos passos se acumulam incertezas de cenarização, simplificações de modelação, erros e insuficiências em dados meteorológicos e sectoriais, poder-se-ia pensar que a incerteza associada às estimativas de impacto potencial seria enorme, e este tipo de estudos, pouco útil. No entanto, consistindo o impacto numa anomalia, i.e. uma diferença entre uma situação de controlo e um cenário futuro, há diversas oportunidades de cancelamentos de viés que reduzem a 1

11 incerteza. Assim costuma ser mais correcto expressar os impactos em termos relativos (em percentagem de alteração relativamente ao valor na situação de controlo) do que em termos absolutos. Uma vez obtidos os impactos potenciais, sejam eles considerados benéficos ou prejudiciais, há que considerar ainda circunstâncias que os podem amplificar, ou pelo contrário, mitigar. Trata-se em primeiro lugar do cruzamento entre impactos, seja no mesmo sector, seja em sectores diversos. Por exemplo, uma redução das disponibilidades hídricas pode ser amplificada pelo aumento das necessidades de rega na agricultura. Em segundo lugar, há que considerar as características dos próprios cenários sócio-económicos e tecnológicos: por exemplo, no caso anterior, a diminuição da população e do número de explorações agrícolas pode contrariar o aumento das necessidades em água. E finalmente, podem em muitas situações considerar-se estratégias e medidas de adaptação. Por exemplo, a adopção de tecnologias de rega sob pressão, em vez de rega por gravidade, pode reduzir as necessidades de água. Da consideração destes vários modificadores resultam então as estimativas finais de impactos. 11

12 O Clima Observado A compreensão do clima observado e das suas tendências recentes é essencial, até como contexto para a apreciação dos impactos climáticos e sectoriais. Um estudo detalhado foi feito, com vários aspectos inovadores. A principal indicação das observações climáticas históricas da Madeira e do Porto Santo é a seguinte: o clima médio teve um aquecimento progressivo ao longo do último século, em fase com o aquecimento global, mas a uma taxa francamente mais elevada. A isto corresponde um expressivo aumento do número de dias de Verão e de noites tropicais. Pelo contrário são pequenas as tendências da precipitação, da nebulosidade e da humidade relativa, embora com algumas alterações a nível sazonal. A insolação tem vindo a diminuir. A ilha da Madeira possui um relevo bastante acidentado (Figura 2), dominado por montanhas de altitude elevada, separadas por ravinas profundas. Os pontos mais altos da ilha, Pico Ruivo (1862 m) e Pico do Arieiro (1818 m), estão situados na parte Oriental das formações de maior altitude. Na parte Ocidental destas formações localiza-se o Planalto do Paúl que se eleva acima dos 14 m. A ilha de Porto Santo, a cerca de 4 km a Nordeste da Madeira, apresenta uma orografia mais suave, tendo o ponto mais alto pouco mais que 5 m de altitude. 2 Topografia da Madeira (à esq.) e Porto Santo (à dir.). Coordenadas UTM (m). O Arquipélago da Madeira situa-se na região subtropical, apresentando um clima ameno, tanto no Inverno como no Verão, excepto nas zonas mais elevadas onde se observam temperaturas mais baixas. O efeito moderador do mar faz-se sentir na reduzida amplitude térmica observada nas ilhas. Alguns sistemas depressionários que atravessam o Atlântico descem até à latitude da Madeira durante os meses de Inverno, observando-se a formação de depressões na vizinhança do arquipélago, dando por vezes origem a precipitação abundante. No Verão predominam ventos com rumo do quadrante Norte associados ao ramo Leste do anticiclone dos Açores. Na Madeira podem encontrar-se muitos microclimas que estão relacionados com o relevo complexo da ilha. As encostas apresentam frequentemente uma grande inclinação, o que origina uma alternância entre zonas de sombra e zonas com exposição solar elevada. A topografia com altitudes muito elevadas favorece a ocorrência de precipitação orográfica, tornando algumas zonas da ilha muito húmidas e permitindo a existência de recursos hídricos significativos. Em contraste, a ilha de Porto Santo, apesar 12

13 de afectada pelos mesmos sistemas meteorológicos, é muito mais seca, devido à sua altitude média mais baixa. Informação Climática do Arquipélago da Madeira O clima da Madeira e do Porto Santo foi descrito por diversos autores em vários estudos, incluindo o Plano Regional da Água da Madeira. É preciso notar que as características topográficas da ilha da Madeira dificultam a produção de cartografia climática representativa em escalas finas. Por um lado, o número de estações disponíveis em cada momento é relativamente modesto, quando comparado com os fortes gradientes climáticos observados: no máximo, 25 estações de medida de precipitação e 7 estações climatológicas. Muitas das estações foram encerradas durante as últimas décadas enquanto outras sofreram mudanças de posição. A localização das estações disponíveis na última década é bastante heterogénea, sendo as observações escassas em diversas zonas, nomeadamente na zona ocidental, em pontos a meia encosta e nas zonas dos vales interiores. Climatologia A climatologia da Madeira elaborada para o presente estudo é baseada na desenvolvida no Projecto SIAM II, com base em dados do Instituto de Meteorologia. Apresenta-se no entanto um conjunto mais alargado de variáveis, incluindo nomeadamente vento, insolação, nebulosidade e humidade, para além de temperatura e precipitação. A Figura 3 apresenta a distribuição das temperaturas média anual observada na ilha da Madeira na normal climática , interpolados num Sistema de Informação Geográfica (SIG). A temperatura média anual varia entre 8ºC nos picos mais elevados e 18-19ºC nas zonas costeiras. A região do Funchal, numa zona na vertente Sul a jusante dos ventos dominantes, é a mais quente da ilha. 3 Temperatura média, (dados IM). No Inverno (Dezembro, Janeiro, Fevereiro DJF) a média das temperaturas mínimas desce um pouco abaixo dos 4ºC nas regiões elevadas (ver Figura 4). Junto da costa, a temperatura mínima no Inverno foi ligeiramente superior a 13ºC. 4 Temperatura mínima de Inverno, (dados IM). 13

14 No Verão (Junho, Julho, Agosto JJA) observaram-se em média 16ºC de temperatura máxima nos picos mais elevados; a média das temperaturas máximas ultrapassou ligeiramente os 23ºC nas zonas costeiras (ver Figura 5). 5 Temperatura máxima de Verão, (dados IM). O ciclo anual da temperatura na normal , nas estações do Funchal e Porto Santo (Aeroporto), é apresentado com maior detalhe na Figura 6, onde estão representadas as temperaturas máximas (laranja) e mínimas (azul claro) médias mensais, para além das temperaturas máxima absoluta (vermelho) e mínima absoluta (azul escuro). Em ambas as estações, Agosto e Setembro são os meses mais quentes; a amplitude térmica é maior no Funchal que no Porto Santo. O Funchal regista temperaturas máximas mais elevadas que o Porto Santo e temperaturas mínimas mais baixas Tmax Tmin Tmaxabs Tminabs (a) Funchal Tmax Tmin Tmaxabs Tminabs (b) Porto Santo Temperatura (ºC) Temperatura (ºC) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 5 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Normal climática mensal das temperaturas. Note-se que o Funchal se situa na encosta a jusante da orografia da ilha, considerando que o escoamento à escala sinóptica é predominantemente de Norte, pelo que o seu clima é influenciado pelo efeito de Foehn. Este efeito não se verifica na estação de Porto Santo (Aeroporto). Os meses mais frios são Janeiro e Fevereiro em ambas as estações. A temperatura mais elevada registada no Funchal no período foi de 38,5ºC, enquanto no Porto Santo foi de 35,3ºC, ambas em Agosto. Em relação à temperatura mínima absoluta, o Funchal registou 6,4ºC e o Porto Santo 7,4ºC, ambas em Fevereiro. A temperatura média no Porto Santo é da ordem de 18,4ºC, ligeiramente mais baixa do que os 18,7ºC registados no Funchal. A média da precipitação acumulada anualmente na Madeira (Figura 7) atingiu um máximo próximo dos 34 mm nos picos mais elevados e foi mínima na zona do Funchal (menos de 6 mm). Observa-se na distribuição da precipitação anual uma assimetria Norte-Sul, com bastante mais precipitação, à mesma altitude na costa Norte. Esta assimetria não é tão acentuada no Inverno como no mapa anual, embora continue a ser uma das características significativas da distribuição espacial. Nas zonas mais altas, a precipitação acumulada de Inverno ultrapassou ligeiramente em média os 12 mm, enquanto nas regiões do Funchal e do vale do Machico foi cerca de 3 mm. Nos meses de Verão foram observados 14

15 cerca de 15 mm de precipitação nas zonas elevadas (mas não no Arieiro) e valores ligeiramente inferiores a 5 mm na costa Sul da ilha, sendo mais evidente a assimetria Norte-Sul na distribuição da precipitação nesta estação do ano. O facto de chover mais na parte Norte da Madeira durante o Verão está claramente associado ao rumo dominante do vento (Norte) nesta estação e ao facto de a precipitação ser essencialmente orográfica. Ano 7 Inverno Verão Precipitação anual, de Inverno e de Verão, Os números anuais de dias de Verão e de noites tropicais estão representados na Figura 8. São definidos como dias de Verão todos os dias que tenham temperaturas máximas superiores a 25ºC, e como noites tropicais todos os dias com temperatura mínima não inferior a 2ºC. Apenas na encosta a Norte dos picos do Arieiro e Ruivo não se observaram dias de Verão. Na costa Sul, por outro lado, registaram-se em média um pouco mais de 7 dias de Verão por ano no período climatológico considerado. As noites tropicais ocorreram igualmente em quase toda a ilha da Madeira, embora a área sem noites tropicais seja superior à que não teve dias de Verão e engloba mais zonas com altitudes elevadas na parte Leste da ilha. Algumas regiões costeiras a Leste registaram em média mais de 2 noites tropicais por ano, tendo a região de Santa Catarina ultrapassado o valor de 3 noites tropicais. 15

16 Dias de Verão 8 Noites tropicais Número anual de dias de Verão e noites tropicais, A assimetria Norte-Sul do número anual de dias com precipitação (precipitação superior a,1 mm/dia) é bem visível na Figura 9. Com efeito, na região do Funchal e noutros pontos da costa Sul ocorreram cerca de 8 dias com precipitação por ano, enquanto na costa Norte se observaram mais de 12 dias/ano. Por outro lado, nas zonas mais elevadas da ilha registaram-se mais de 18 dias/ano com precipitação, dos quais pelo menos 6 são dias chuvosos (superior a 1mm/dia). O número mínimo de dias chuvosos (2) ocorreu na costa Sul. Dias com precipitação 9 Dias chuvosos Número anual de dias com precipitação (prec>,1 mm) e dias chuvosos (prec>1 mm), O ciclo anual da precipitação para as estações do Funchal e Porto Santo é apresentado na Figura 1. Nesta figura estão representados igualmente o número médio de dias por ano com precipitação superior a 1 mm (dias com precipitação significativa) e superior a 1 mm (dias com precipitação 16

17 elevada). A precipitação anual média na estação do Funchal totalizou 643 mm e em Porto Santo 384 mm. O Funchal é mais chuvoso do que o Porto Santo em todos os meses do ano excepto em Julho e Agosto, os meses mais secos do ano. Novembro a Janeiro são os meses mais chuvosos do ano. No Funchal observaram-se ligeiramente menos dias com precipitação acima de 1 mm (61) do que em Porto Santo (65), mas o Funchal tem mais do dobro de dias com precipitação intensa (2) do que Porto Santo (9). 1 Precipitação (mm) Prec > 1mm (Funchal) Prec > 1mm (Funchal) Prec > 1mm (Porto Santo) Prec > 1mm (Porto Santo) Prec Funchal Prec Porto Santo Nº dias 2 2 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Normal climática mensal ( ) da precipitação e do número de dias com precipitação > 1mm e precipitação > 1 mm para o Funchal e Porto Santo. A velocidade média do vento distribuída por octantes (rumo) e a respectiva frequência estão representadas na Figura 11. Os ventos de Nordeste e de Sudoeste são os mais frequentes no Funchal, embora os ventos de maior intensidade sejam os de Este e Oeste. No Funchal observa-se uma dispersão razoável pelos 8 octantes. Mas no Porto Santo os ventos do quadrante Norte são fortemente dominantes (64%), com a direcção Norte a contribuir com 37% das ocorrências: o vento no Porto Santo é aproximadamente representativo do vento sobre o mar, ou seja, do vento à escala sinóptica que incide sobre a orografia da Madeira. Por outro lado, quando o vento no Porto Santo é do quadrante Norte, o Funchal encontra-se muitas vezes na esteira da ilha. Consequentemente, o escoamento atmosférico no Funchal é afectado por movimentos de recirculação horizontal do ar, o que explica a diversidade de direcções do vento nesta zona. A velocidade média do vento no Porto Santo é bastante maior do que no Funchal, devido ao escoamento ser menos afectado por efeitos topográficos e de superfície. Os ventos do quadrante Oeste, bem como ventos das direcções Norte e Sul são os ventos mais intensos sobre o Porto Santo, com intensidades médias próximas dos 2 km/h. Os ventos do quadrante Sul são no entanto bastante pouco frequentes no Porto Santo. Note-se ainda que no Funchal 11% das situações observadas foram de calma (ventos fracos) e no Porto Santo 5%. 11 Funchal Porto Santo Normal climática ( ) da velocidade (km/h) e direcção do vento (frequência em %). 17

18 O ciclo anual da insolação está representado na Figura 12. A insolação mensal média tem uma distribuição bimodal ao longo do ano, tanto no Funchal como no Porto Santo, com máximos em Maio e Agosto. De Abril a Outubro o Funchal regista menos horas de sol do que o Porto Santo, situação que é invertida nos restantes meses do ano (Novembro a Março). Os meses com maiores valores de insolação no Funchal são Agosto (24 h) e Julho (228 h); Dezembro é naturalmente o mês com menos horas de sol (14 h). No Porto Santo, Agosto (245 h) e Maio (233 h) são os meses com maior insolação. As razões pelas quais Junho tem valores mais baixos do que os meses adjacentes carece ainda de investigação. Anualmente o Porto Santo totaliza mais horas de sol (2241 h) do que o Funchal (2165 h), provavelmente devido a ter uma orografia de menor altitude que não influencia tão fortemente a ocorrência de nebulosidade Funchal Porto Santo Insolação (horas) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Normal climática mensal da insolação (Funchal e Porto Santo). Tendências Climáticas Temperatura A temperatura média global à superfície aumentou aproximadamente,6ºc desde o fim do séc. XIX até ao fim do séc. XX, tendo sido identificados neste intervalo de tempo dois períodos de aquecimento, entre e desde Cerca de dois terços do aumento verificado no séc. XX (,4ºC) ocorreram desde a década de 197. As temperaturas mínimas, em particular, sofreram um aumento significativo, atribuido a uma redução da ocorrência de temperaturas extremamente baixas. No Hemisfério Norte a tendência da temperatura média foi de,25ºc/década desde Em Portugal Continental observou-se que, no que se refere à temperatura média do continente, os 6 anos mais quentes do período ocorreram nos últimos 12 anos do séc. XX, sendo 1997 o ano mais quente. A temperatura média acompanhou o comportamento global, registando dois períodos de aquecimento significativo, intercalados por um período de arrefecimento moderado. Nos últimos 27 anos a temperatura máxima apresentou uma tendência positiva (+,47ºC/década) ligeiramente inferior à da temperatura mínima (+,48ºC/década). As séries das temperaturas máximas e mínimas observadas no Funchal e Porto Santo são apresentadas na Figura 13, juntamente com os melhores ajustes lineares. Estes foram obtidos com os anos de mudança da tendência global (1945 e 1975). Para a temperatura máxima no Funchal são observadas tendências positivas em todos os períodos, em especial no último período que apresenta um aquecimento de +,51ºC/década. A temperatura mínima no Funchal apresenta um comportamento mais irregular. A partir de 1975 a tendência é muito significativa (+,72ºC/década), implicando uma diminuição da amplitude térmica diária. 18

19 Já no Porto Santo os comportamentos das temperaturas mínima e máxima foram quase paralelos. No entanto, no período desde 1975 a temperatura máxima aumentou a uma taxa de +,54ºC/década, enquanto a temperatura mínima cresceu a uma taxa mais baixa de +,35ºC/década, o que implicou um aumento da amplitude térmica durante o último período. 13 Temp. mínima ( ºC) Funchal +.15ºC/dec +.4ºC/dec +.51ºC/dec +.4ºC/dec ºC/dec -.35ºC/dec 1975 a Temp. máxima ( ºC) Temp. mínima ( ºC) Porto Santo ºC/dec ºC/dec ºC/dec +.35ºC/dec b Temp. máxima ( ºC) Ano Ano Evolução temporal das médias das temperaturas máximas (curvas de cima) e mínimas (curvas de baixo) anuais no Funchal e Porto Santo. Tendências em ºC por década. Pôde concluir-se que as temperaturas na Madeira e no Porto Santo têm vindo a aumentar desde 1976 em fase com o comportamento das temperaturas no continente português e a nível global. As tendências positivas da temperatura no Funchal desde 1976 têm valores mais elevados do que na média das temperaturas em Portugal continental e nos Açores, encontrando-se entre as mais elevadas das estações analisadas em todo o território de Portugal. Conclui-se ainda que no último período de aumento de temperatura a Madeira aqueceu substancialmente mais do que o Hemisfério Norte. Precipitação Na Figura 14 apresentam-se as séries sazonais da precipitação acumulada no Funchal de 191 a 2 e no Porto Santo de 194 a 2. Estas séries não parecem apresentar uma tendência significativa de longo prazo, distribuindo-se em torno do valor médio em Contudo, análises estatísticas permitem concluir que existe estrutura na variação interdecadal da precipitação, com períodos de menor intensidade de precipitação média e/ou de menor variabilidade interanual, especialmente no que se refere à precipitação de Inverno. 14 Funchal Porto Santo DJF mm SON mm 2 mm 4 2 JJA Precipitação sazonal no Funchal e em Porto Santo. As rectas a tracejado indicam a precipitação média no período DJF=Dezembro, Janeiro, Fevereiro; SON=Setembro, Outubro, Novembro; MAM=Março, Abril, Maio; JJA=Junho, Julho, Agosto. A oscilação do Atlântico Norte, designada por NAO (North Atlantic Oscillation), constitui um dos modos principais de variabilidade lenta da atmosfera que afecta o clima de Portugal. Este índice representa a diferença da pressão ao nível do mar entre os Açores, Lisboa ou Gibraltar e a Islândia. As observações MAM 1 mm 19

20 de precipitação em Portugal continental indicam que a valores baixos do índice NAO estão associadas quantidades de precipitação acima da média, enquanto valores elevados deste índice correspondem a quantidades de precipitação abaixo da média. Na Figura 15 apresenta-se a evolução do índice NAO (Lisboa) e da precipitação acumulada no Inverno alargado (DJFM Dezembro a Março) desde 1941 até 2. Tal como se observou nos Açores e no continente, parece existir uma correlação negativa significativa entre a precipitação observada na Madeira e no Porto Santo e o índice NAO. 15 NAO DJFM (a) Funchal R=-.65 NAODJFM precdjfm precipitação DJFM (mm) NAO DJFM (b) Porto Santo R=-.58 NAODJFM precdjfm precipitação DJFM (mm) Índice NAO e precipitação acumulada de Inverno. R: Coeficiente de correlação entre as séries Na Figura 16 estão representadas as diferenças entre as precipitações médias mensais no período e no período , para o Funchal e para o Porto Santo. A maior anomalia positiva da precipitação observa-se no mês de Dezembro Funchal PSanto 2 1 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez -1-2 Anomalia da precipitação mensal no Funchal e em Porto Santo (entre 1971/2 e 1941/7). mm A Figura 17 apresenta os valores médios da precipitação anual e sazonal, e os respectivos desvios padrão. A variação da precipitação acumulada entre os anos e não parece ser muito importante. Apesar disso, é curioso observar que no Funchal a precipitação anual e sazonal aumentou no último período, enquanto a precipitação no Porto Santo diminuiu ligeiramente. Na Primavera o desvio padrão no Funchal em é muito superior ao desvio padrão nos anos Tal deve-se essencialmente ao facto de nos últimos anos se terem observado no Funchal, Primaveras mais chuvosas, com precipitação acumulada superior a 25 mm, o que não aconteceu no período , ver Figura 18. No Outono, ocorreram igualmente precipitações acumuladas elevadas (superiores a 4 mm) no período , ao contrário do período anterior que teve Outonos menos chuvosos. Uma característica a salientar ainda na distribuição por classes da precipitação sazonal do Funchal é o aumento significativo do número de Verões sem chuva. 2

21 Funchal 17 precipitação (mm) 6 a média anual d. padrão anual precipitação (mm) 25 b média inverno primavera verão outono precipitação (mm) c desvio padrão inverno primavera verão outono precipitação (mm) média anual d. padrão anual a precipitação (mm) 16 b média inverno primavera verão outono precipitação (mm) desvio padrão inverno primavera verão Porto Santo c outono (a) Média e desvio padrão da precipitação anual; (b) Média sazonal da precipitação; (c) Desvio padrão sazonal da precipitação nos períodos e frequência Inverno < 1 < 2 < 3 < 4 < 5 < 6 < 7 > 7 frequência Primavera < 1 < 15 < 2 < 25 < 3 < 35 < 4 frequência Verão frequência Outono. = < 1 < 2 < 3 < 4 < 5 < 6 < 7 classes de precipitação. < 1 < 15 < 2 < 25 < 3 < 35 < 4 < 4 classes de precipitação Histogramas de precipitação sazonal no Funchal. Classes de precipitação em mm. Na distribuição da precipitação por classes no Porto Santo, o único facto relevante é a existência de Outonos com precipitações acumuladas superiores a 35 mm no período e um número significativamente mais elevado de Verões com precipitação compreendida entre 1 e 2 mm durante os anos Indicadores Climáticos de Temperatura Na Figura 19 apresenta-se a evolução do número de noites tropicais e de dias de Verão. As noites tropicais do Funchal decrescem muito ligeiramente (-2,9 dias/década) até 1975, altura em que começam a aumentar a uma taxa elevada de +18,7 dias/década. Por outro lado, os dias de Verão no Funchal decrescem a uma taxa de 4,2 dias/década até 1975, a que se segue um aumento a uma taxa, notável, de +23,2 dias/década. No Porto Santo as noites tropicais decrescem a uma taxa de 3,4 dias/década até 1975, passando a aumentar a uma taxa de +11,4 dias/década a partir de 1975, 21

22 enquanto os dias de Verão crescem em todo o período considerado a uma taxa praticamente uniforme, que é de +11,4 dias/década a partir de O aumento destes dois indicadores observados nas últimas três décadas é muito mais acentuado no Funchal do que no Porto Santo. 19 Nº dias Funchal Noites tropicais (Tmin>2 o C) dias/dec dias/dec 2 Dias de Verão (Tmax>25 o C) -4.2 dias/dec dias/dec Ano a 1 8 Nº noites Nº dias Noites tropicais (Tmin>2 o C) -3.4 dias/dec dias/dec dias/dec Dias de Verão (Tmax>25 o C) dias/dec Ano Porto Santo b Nº noites Evolução do número anual de noites tropicais e do número de dias de Verão. Insolação, Nebulosidade e Humidade Relativa Séries da insolação anual, da nebulosidade e da humidade relativa média anual às 9 horas são apresentadas na Figura 2 para o Funchal, Porto Santo e Arieiro, entre 195 e A insolação anual nas três estações consideradas sofre um decréscimo acentuado durante os anos da década de 196, igualmente observado em diversas estações de Portugal continental. 2 Insolação (horas) Funchal Arieiro Porto Santo Nebulosidade (décimos) 6 4 Humidade Relativa (%) Evolução da insolação (diária), e da nebulosidade e humidade relativa (às 9 horas) nas estações do Funchal, Arieiro e Porto Santo. Apesar da existência de bastantes falhas nas séries utilizadas, verifica-se uma boa correlação entre as três séries de insolação, mas não no caso das de nebulosidade e humidade relativa. No Funchal e no Porto Santo observa-se uma diminuição lenta e progressiva da nebulosidade durante todo o período, enquanto no Arieiro, a tendência da nebulosidade é praticamente nula. Deve notar-se que no Porto 22

23 Santo a nebulosidade tem valores significativamente mais elevados do que nas outras duas estações da ilha da Madeira. No que se refere à humidade relativa, o sinal é muito irregular, especialmente na estação do Arieiro. No Funchal observa-se um ligeiro acréscimo de humidade relativa a partir da década de 197. O Arquipélago da Madeira apresenta grandes gradientes climáticos que resultam em larga medida de efeitos orográficos e em menor grau de efeitos sinópticos. Daqui resultam dificuldades na obtenção da cartografia das variáveis climáticas, que pode tornar-se excessivamente dependentes dos métodos de interpolação. Recomendase pois a utilização de técnicas de interpolação com sentido físico, devidamente validadas com séries de observações. As séries históricas de observações climáticas da Madeira e do Porto Santo indicam importantes tendências do clima médio, no sentido de um aquecimento progressivo ao longo do último século, em fase com o aquecimento global mas a uma taxa francamente mais elevada. As séries históricas de precipitação caracterizam o clima da Madeira como sendo de forte variabilidade interanual, com anos secos a sucederem a anos húmidos, como é típico do clima Mediterrânico. No clima actual a disponibilidade média de água é relativamente elevada na Ilha da Madeira, mas é fortemente dependente da precipitação em altitude nos anos húmidos. No Porto Santo, pelo contrário, existe uma escassez crónica de água. Estas características tornam o Arquipélago vulnerável a alterações do regime de precipitação. Equipa e Autores no Relatório Final Maria Antónia Valente Pedro M. A. Miranda Fátima Coelho António Tomé Eduardo Brito de Azevedo Instituto D. Luiz CGUL Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Instituto D. Luiz CGUL Instituto de Meteorologia Universidade da Beira Interior e Instituto D. Luiz - CGUL Universidade dos Açores Agradecimentos Instituto de Meteorologia (cedência de dados meteorológicos). Álvaro Silva e Sofia Moita (IM, apoio na cartografia da Madeira em SIG e orografia de Porto Santo). 23

24 Cenários Climáticos Uma análise dos resultados de diversos modelos climáticos do Globo numa gama de quatro cenários do IPCC para o aquecimento global, revela para a zona da Região Autónoma da Madeira uma inequívoca subida da temperatura média, na gama 1,4 ºC a 3,7 ºC até ao fim do Século XXI. Para a evolução da precipitação existe bastante mais incerteza, mas a maioria dos modelos considerados projectam reduções significativas de precipitação que podem ir até 35% abaixo da precipitação actual no fim do século; mas alguns modelos projectam a manutenção, ou mesmo um pequeno aumento, dos níveis actuais de precipitação anual. A evolução do clima da Ilha da Madeira foi também estudada em maior detalhe para dois dos cenários do IPCC (A2 e B2), com base em simulações do modelo global HadCM3 (com origem no Reino Unido) e na cartografia climática desenvolvida no Projecto. Para a temperatura média obteve-se uma subida clara mas inferior à esperada para Portugal Continental, certamente em virtude do carácter marcadamente marítimo do clima na RAM. Em todo o caso, até ao fim do século espera-se um aquecimento entre 2 ºC a 3 ºC. Estes cenários mostram ainda reduções significativas de precipitação no período de Outono, Inverno e Primavera, só marginalmente compensadas por incrementos no Verão, ocorrendo as maiores perdas nas terras altas. Para a região no seu conjunto, as perdas anuais no final do século são da ordem de um terço da precipitação actual. Os estudos de impactos e adaptações sectoriais requerem cenários climáticos regionalizados para a RAM. Estes cenários foram obtidos usando como dados de entrada os cenários produzidos pelo modelo de circulação global (GCM) designado por HadCM3. Foram utilizadas simulações de controlo e dois cenários de variação da concentração de gases com efeito de estufa actualmente disponíveis baseados nos cenários de emissões SRES recomendados pelo IPCC. Os cenários usados foram A2 e B2; os valores diários para A1 e B1 não se encontram disponíveis. Os períodos definidos para estudo foram um período de controlo, , um de meados do século XXI, , e um do final do século, O modelo CIELO foi usado para obter os cenários climáticos regionalizados de temperatura e precipitação, e projectar as alterações climáticas para a Madeira em elevada resolução espacial. Incluiu-se também no estudo uma análise à escala sinóptica para a região da Madeira, directamente produzida por diversos GCMs, elaborada com dados do HadCM3 e com outros GCMs cujos dados mensais estão disponíveis através do Centro de Distribuição de Dados do IPCC. Modelos de Circulação Global e Cenários de Emissões Para simular cenários de mudança climática à escala global utilizam-se modelos numéricos de circulação global acoplados (atmosfera-oceano). Estes modelos são elaborados a partir de sistemas de equações diferenciais que representam processos físicos na atmosfera e nos oceanos, tendo em conta interacções com os sub-sistemas climáticos da litosfera, biosfera e criosfera. As equações são discretizadas no espaço e no tempo, em redes que cobrem todo o globo, com resoluções horizontais da 24

25 ordem de centenas de km, e são integradas com passos de tempo de cerca de 3 minutos. Os processos físicos de escala menor do que o espaçamento das malhas têm que ser parametrizados. Os principais centros meteorológicos internacionais possuem GCMs que correm com o objectivo de estudar a mudança climática, fazendo simulações para várias dezenas, centenas e por vezes milhares de anos. Estas simulações excepcionalmente longas podem ser feitas porque as resoluções espacial e temporal são menores do que no caso dos modelos de previsão sinóptica. Os melhores GCMs são actualmente capazes de reproduzir satisfatoriamente os padrões de larga escala das distribuições sazonais de temperatura e pressão, bem como as tendências observadas à escala global do clima passado. Por exemplo, o modelo do Hadley Centre HadCM3 é capaz de reproduzir, de forma aproximada, as tendências da temperatura média global observadas desde 186. A concentração atmosférica de CO 2 aumentou de 28 ppmv para cerca de 375 ppmv, desde 175 até ao fim do séc. XX. Outros gases atmosféricos causadores do efeito de estufa têm igualmente aumentado significativamente nos últimos anos. Este rápido incremento, e a incerteza na sua evolução futura, motivaram o IPCC a conceber um conjunto de cenários de emissões, tendo como base pressupostos demográficos, económicos, tecnológicos e sociais. Estes cenários, designados por SRES (Special Report on Emission Scenarios), têm sido muito utilizados como forçamento de diversos GCMs, para obter cenários climáticos para o séc. XXI. Estes podem por sua vez ser utilizados como dados de entrada para estudos de impactos sectoriais, tal como foi o caso dos Projectos SIAM para Portugal continental. Existem quatro famílias de cenários SRES, A1, A2, B1, B2, sendo a família A1 subdividida em três grupos, A1FI, A1T e A1B. As concentrações de CO 2 nos diversos cenários SRES são apresentadas na Figura 21. Para o fim do século XXI, as concentrações projectadas variam entre 54 ppm (B1) e 97 ppm (A1FI), o que corresponde a aumentos entre 9% e 25% em relação aos valores de 175. No forçamento dos GCMs, desde 186 até 199 são usadas as concentrações de gases com efeito de estufa e aerossóis observadas neste período, incluindo os efeitos das emissões humanas e vulcânicas e as variações observadas na radiação solar. 21 Concentração CO 2 (ppmv) A1B A1T A1FI A2 B1 B Cenários SRES da concentração de CO 2 (A1B, A1T, A1FI, A2, B1 e B2). Existem sempre incertezas associadas aos cenários climáticos. Estas incertezas resultam quer se considerem vários cenários de emissões de gases com efeito de estufa, quer devido a diferenças nas formulações dos diversos GCMs. Acresce que alguns processos parametrizados são particularmente difíceis de representar e que a resolução espacial dos modelos não é suficiente para que a orografia, as linhas de costa, e os próprios sistemas meteorológicos, sejam representados com grande detalhe. 25

26 Cenários Climáticos de Controlo Modelo HadCM3 (clima global) O modelo HadCM3 usado no presente estudo tem uma resolução horizontal de 3,75º de longitude por 2,5º de longitude. Através do projecto LINK foram disponibilizados dados diários do HadCM3 para os cenários A2 e B2 entre 196 e 299. A Madeira não é representada na orografia do HadCM3, devido à sua pequena extensão. O elemento de malha do HadCM3 mais próximo da Madeira está centrado à longitude de 15,ºW e à latitude de 32,5ºN e é um ponto de mar no Oceano Atlântico, por isso a temperatura mínima e máxima diárias do HadCM3 na zona da Madeira são muito próximas. Também, a simulação de controlo do HadCM3 tem em geral menores valores de precipitação que as observações nas Ilhas, em particular na Madeira. Modelo CIELO (regionalização do clima) Procedeu-se depois à regionalização do cenário de controlo do HadCM3 ( ) para a região estudada. No caso da ilha da Madeira, todas as cartografias climáticas são fortemente dependentes do esquema de interpolação espacial e do modo como esse esquema incorpora o efeito orográfico. Um estudo feito para a ilha Terceira dos Açores mostra que é possível realizar uma regionalização do clima observado a partir de um modelo termodinâmico, produzindo resultados que são comparáveis aos produzidos por interpolação multivariada nos pontos de observação mas apresentam a vantagem de serem termodinamicamente consistentes. Desenvolveu-se e calibrou-se pois uma versão desse modelo, designado por CIELO, recentemente adaptada no âmbito do Projecto SIAM II, para produzir uma cartografia climática da ilha da Madeira, em alta resolução espacial, e dedicada à temperatura e precipitação, o par de parâmetros meteorológicos mais importante nos estudos sectoriais. Foi utilizada uma orografia com 1 m de resolução, suavizada. O modelo CIELO foi corrido em duas versões - mensal e diária - para obter os cenários climáticos de controlo e futuros. O Relatório final contém abundante documentação sobre este trabalho. Precipitação A precipitação acumulada no período regionalizada pelo CIELO é apresentada nas Figuras 22 e 23. A regionalização do controlo do HadCM3 tem uma faixa costeira mais larga com precipitação inferior a 4 mm do que indicam as observações, e valores anuais em média 12% inferiores aos observados, à excepção da zona do Paúl da Serra. O Relatório final descreve detalhadamente a calibração e validação do modelo CIELO. Em geral pode dizer-se que o resultado da regionalização da precipitação de controlo do HadCM3 é satisfatório, tendo em conta as dificuldades envolvidas no processo. 22 Precipitação acumulada anual no período de controlo regionalizada pelo CIELO forçado pelo HadCM3. 26

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