Miguel Foguel (IPEA) Março 2016

Transcrição

1 Miguel Foguel (IPEA) Março 2016

2 SM pode afetar economia por vários canais: Mercado de Trabalho: impacto sobre emprego e renda Sistema de Previdência Programas de transferência (BPC, Abono, Seguro Desemprego) Inflação: via custos e demanda dos consumidores Déficit público A combinação desses efeitos influencia a distribuição de renda como um todo Apresentação: impacto sobre emprego e desigualdade

3 Ganhadores do SM no MT SM é efetivo no MT e houve crescimento da proporção de recebedores do SM tanto no setor formal quanto no informal 28% 26% 24% 22% 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 25,6% Proporção de trabalhadores com rendimento do trabalho principal igual ao salário mínimo - jornada de trabalho acima de 30 horas e faixa etária de 15 a 65 anos 17,3% 21,8% 17,8% 17,7% 25,8% 23,2% 23,8% 22,0% 21,5% 22,3% 21,0% 21,8% 19,2% 19,9% 19,1% 16,7% 16,8% 15,9% 15,8% 16,2% 16,9% 16,8% 14,7% 15,6% 15,0% 15,1% 8,9% 7,9% 7,8% 7,5% 7,8% 8,7% 13,2% 13,7% 9,6% 10,8% 11,9% SM é totalmente cumprido setor formal mas não no informal: a proporção de informais que recebe abaixo do mínimo é alta e cresceu até o final da década passada 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 21,2% 21,6% 21,9% 24,3% 23,6% Com carteira e militar/estatutário Sem carteira Proporção de trabalhadores com rendimento do trabalho principal inferior ao salário mínimo - jornada de trabalho acima de 30 horas e faixa etária de 15 a 65 anos 36,7% 35,5% 36,0% 33,6% 33,2% 33,5% 31,5% 30,0% 29,4% 30,2% 27,7% 29,0% 25,3% 0,8% 0,9% 0,7% 0,8% 0,5% 1,1% 1,0% 1,1% 0,6% 0,4% 0,4% 0,3% 0,4% 0,3% 0,7% 0,5% 0,6% 0,4% Com carteira e militar/estatutário Sem carteira

4 % de trabalhadores que ganham abaixo do mínimo Ganhadores Abaixo do SM no MT Relação positiva entre SM relativo e a proporção dos informais que ganham abaixo dele. 42% Proporção de trabalhadores informais que ganham abaixo do mínimo e razão salário mínimo/mediana: PNAD 1995 a % % 27% % % 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70% 75% Salário Minimo/Mediana do rendimento do trabalho principal

5 Impacto do SM no Emprego: Evidências País e Período Efeito e Grupo Fonte Estudos para o Brasil e outros países da AL captam efeitos ambíguos sobre o emprego. Em geral, o efeito é pequeno ou nulo (estatisticamente) e depende do grupo ou setor para o qual se estima o impacto Brasil: 2007,2008,2013, (Emprego) Corseuil e Foguel (2015) Brasil: (Emprego) Broecke e Vandeweyer (2015) Brasil: (modelo estrutural) Brasil: (Formal); + (Informal) - (Chefe da família); + (Dependentes) Brasil: (Formal e informal) Lemos (2002) Brasil: (Formal); + (Informal) Haanwinckel e Soares (2014) Neumark, Cunningham e Siga (2006) Foguel, Ramos e Carneiro (2001) Brasil: 1995, 1999 Costa Rica: Colômbia: (Formal); + (Informal) - (Tempo parcial); + (Tempo integral) - (Chefe da família); + (Dependentes) Carneiro e Corseuil (2001) Gindling e Terrel (2005) Arango e Pachon (2003) Colômbia: (Manufatura) Bell (1997) México: (Manufatura) Bell (1997) Fonte: Baseada em Cunningham (2007)

6 NOVO: Estimamos o impacto do mínimo sobre o emprego formal usando a RAIS e os episódios de aumento em (Maio) e (Janeiro) Modelo econométrico: y ijt = α + γt ijt 1 + x ijt 1 β + θ j + ε ijt onde: y ijt =1 se perde emprego até 2 meses após aumento SM T ijt 1 =1 se recebia entre antigo e novo SM antes do aumento e 0 se grupo de controle (3 grupos: 1,05 e 1,2NSM; 1,2 e 1,35NSM; 1,35 e 1,5NSM) x ijt 1 = covariáveis do trabalhador i na firma j θ j = efeito fixo da firma onde trabalhava

7 GRUPO DE CONTROLE 1 (1,05 e 1,2 salários mínimos) Grupo de tratamento *** *** *** *** *** *** ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Observações 2,125,269 2,811,615 5,616,515 5,331,068 6,560,532 6,037,727 R² Erro padrão entre parenteses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1 GRUPO DE CONTROLE 2 (1,2 e 1,35 salários mínimos) Grupo de tratamento *** *** *** *** *** *** ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Observações 2,173,221 2,886,484 5,253,675 5,019,345 6,487,880 5,778,402 R² Erro padrão entre parenteses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1 GRUPO DE CONTROLE 3 (1,35 e 1,5 salários mínimos) Grupo de tratamento *** *** *** *** *** *** ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Observações 2,241,146 2,801,790 5,117,995 4,843,711 5,986,132 5,374,186 R² Erro padrão entre parenteses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

8 SM pode afetar desigualdade via MT, Previdência e programas de transferência (BPC) Isso se dá basicamente pelas mudanças no valor do SM e das distribuições dos recebedores dele (por essas vias) dentro distribuição de renda Usamos método de decomposição para calcular essas contribuições entre períodos (Barros et al., 2006; Azevedo et al., 2012)

9 Distribuição dos Ganhadores do SM no MT e Previdência Recebedores do SM no MT estão concentrados abaixo da mediana da distribuição de renda domiciliar per capita (cerca de 70% em 2014) 25,0 (%) 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Distribuição das pessoas que recebem SM no mercado de trabalho, segundo o décimo da renda domiciliar per capita - Brasil Recebedores do SM na Previdência estão concentrados no quinto décimo da distribuição de renda domiciliar per capita (27% em 2014). 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 (%) Distribuição das pessoas que recebem SM na Previdência, segundo o décimo da renda domiciliar per capita - Brasil ,0 0,

10 Resultados da Decomposição Efeito do SM na redução do índice de Gini entre 1995 e 2014 foram: Canais: MT = 21,2% Previdência = 34,3% BPC = 8,8% Outros = 35,7% Dimensões: Valor do SM = 35,2% Distribuição do ganhadores do SM = 29,1% Decomposição do efeito do SM na Desigualdade de Renda: Efeito Gini Desvio padrão Gini (%) SM no MT SM na Previdência SM no BPC Outros Distribuição recebedores SM no MT Distribuição recebedores SM na Previdência Distribuição recebedores SM no BPC Mudança Total

11 Vimos: SM é efetivo mas não totalmente cumprido no MT no Brasil Não parece ter impacto negativo muito expressivo sobre o emprego Contribui para redução da desigualdade, principalmente pela via da Previdência Futuro: Mantida a política do SM, efeitos desconcentradores devem diminuir (inverter?) na recessão atual: demissões dos menos qualificados, aumento dos ganhadores abaixo do SM, aumento dos recebedores pela Previdência acima do 5º décimo, impactos crescentes sobre déficit público