O DIREITO DE ADESÃO AOS PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL POR PARTE DOS REFUGIADOS RESIDENTES NO BRASIL.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O DIREITO DE ADESÃO AOS PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL POR PARTE DOS REFUGIADOS RESIDENTES NO BRASIL."

Transcrição

1 O DIREITO DE ADESÃO AOS PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL POR PARTE DOS REFUGIADOS RESIDENTES NO BRASIL. Carolina Scherer Procuradora Federal Procuradora-Chefe junto ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA. O presente artigo tem como propósito discorrer sobre a possibilidade jurídica de amparo aos refugiados residentes no país pelo governo brasileiro, através da concessão de benefícios e da sua inserção em programas sociais, em face da precária situação sócio-econômica dos mesmos. O reconhecimento da condição de refugiado apenas permite a sua permanência legal no país, não lhe garantindo condições de subsistência. A maioria dos que procuram refúgio no Brasil tem um perfil de baixa escolaridade que, somado à questão da língua, gera uma situação de dificuldades para a inserção no mercado de trabalho e na própria vida social. Este assunto merece uma análise mais profunda, em razão da difícil situação em que se encontram os refugiados no Brasil, sendo que a melhora da situação destas pessoas demonstra-se plenamente necessária e, como se verificará ao longo deste estudo, juridicamente possível. A questão primordial a ser discutida trata da possibilidade legal dos refugiados serem inseridos nos programas sociais de âmbito federal, como, por exemplo, o Programa Bolsa Família, bem como usufruírem dos benefícios assistenciais existentes, entre eles o Benefício de Prestação Continuada BPC, em face da condição jurídica a qual estão submetidos. Primeiramente, cabe ressaltar que o Brasil tem demonstrado muita preocupação com a questão dos direitos humanos, tendo sido parte dos principais instrumentos jurídicos internacionais de proteção dos direitos humanos, participando ativamente de foros internacionais, entre eles a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, no qual é um dos membros do Comitê Executivo. Além disso, a Constituição Federal de 1988 elencou a prevalência dos direitos humanos como um dos princípios que devem reger as relações internacionais da República Federativa do Brasil, assim como a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade (artigo 4º, incisos II e IX). A Carta Magna, também, atribuiu status constitucional aos direitos e garantias contidos nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, que não tenham sido incluídos no artigo 5º da Constituição, conforme parágrafos 2º e 3º, do referido artigo. Ainda em âmbito constitucional, há a previsão de ser o Brasil um Estado Democrático de Direito, que tem como fundamento a cidadania e a dignidade da pessoa humana (artigo 1º, incisos II e III), sendo um de seus objetivos fundamentais o de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (artigo 3º, inciso IV). Em nível infraconstitucional, especificamente em relação aos refugiados, foi promulgada, através do Decreto nº , de 28 de janeiro, de 1961, a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, concluída em Genebra, em 28 de julho de A Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, definiu mecanismos para a implementação do Estatuto. A Lei nº 9.474, de 1997, definiu no artigo 1º como sendo refugiado todo indivíduo que:

2 I devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. Conforme o artigo 3º da mencionada Lei, excluem-se da condição de refugiado os indivíduos que: I já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismos ou instituição das Nações Unidas que não o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados ACNUR; II sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações relacionados com a condição de nacional brasileiro; III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participação de atos terroristas ou tráfico de drogas; IV sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. O Capítulo II, da Lei supracitada, trata da Condição Jurídica de Refugiado, estabelecendo, no artigo 5º, que o refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil. Tendo status jurídico de estrangeiro, cabe demonstrar os direitos a serem usufruídos e os deveres a que devem se submeter. O artigo 5º da Constituição Federal, de 1988, determina: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] (grifo nosso) A melhor doutrina tem entendido com relação aos direitos fundamentais dos estrangeiros que: E, ainda: A declaração de direitos fundamentais da Constituição abrange diversos direitos que radicam diretamente no princípio da dignidade do homem princípio que o art. 1º, III, da Constituição Federal toma como estruturante do Estado democrático brasileiro. O respeito devido à dignidade de todos os homens não se excepciona pelo fator meramente circunstancial da nacionalidade. Há, portanto, direitos que se asseguram a todos, independentemente da nacionalidade do indivíduo, porquanto são considerados emanações necessárias do princípio da dignidade da pessoa humana. 1 A qualquer estrangeiro encontrável em seu território mesmo que na mais fugaz das situações, na zona de trânsito de um aeroporto deve o Estado proporcionar a garantia de certos direitos elementares da pessoa humana: a vida, a integridade física, a prerrogativa eventual de peticionar administrativamente ou requerer em juízo, o tratamento isonômico em relação a pessoas de idêntico estatuto. É possível afirmar, à luz de um quadro comparativo, que na maioria dos países a lei costuma reconhecer 1 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 3. ed. Saraiva, 2007.

3 aos estrangeiros, mesmo quando temporários, o gozo dos direitos civis[...] 2. A inserção dos refugiados nos programas sociais do governo federal vai ao encontro dos princípios existentes na Lei Orgânica da Assistência Social Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, previstos no artigo 4º, entre eles: [...] II universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; [...] IV igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais [...] Referida Lei não faz nenhum tipo de diferenciação em relação à nacionalidade dos destinatários da assistência social, nem poderia ser diferente, tendo em vista os dispositivos constitucionais já citados. Ademais, no artigo 203 da Constituição Federal, de 1988, que trata da Assistência Social, não consta nenhuma referência à nacionalidade dos beneficiários, havendo, ao contrário, a previsão de que a assistência social deve ser prestada a todos os necessitados. Se os programas sociais do governo federal fossem destinados apenas aos brasileiros, estaria havendo uma afronta à Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, que em seu artigo 23, acerca da Assistência Pública, dispõe: Art. 23 Os Estados Contratantes darão aos refugiados que residam regularmente no seu território o mesmo tratamento em matéria de assistência e de socorros públicos que é dado aos seus nacionais. Assim, conclui-se que os refugiados devem ter acesso aos programas sociais desenvolvidos pelo governo federal, mas não se pode perder de vista a necessidade do cumprimento das exigências legais para a inserção em tais programas, do preenchimento de todos os requisitos exigidos e do porte dos documentos necessários. Além disso, para permanecerem nos programas deverão cumprir com as chamadas condicionalidades, quando exigidas. Apenas para citar um exemplo, o Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Ao entrar no Programa Bolsa Família, as famílias assumem compromissos sociais nas áreas de saúde e educação, cujo objetivo é ampliar o acesso dos cidadãos aos seus direitos sociais básicos. Assim as famílias deverão, no âmbito da saúde: levar as crianças até sete anos para vacinação e manter atualizado o calendário de vacinação; levar as crianças para pesar, medir e ser examinadas, conforme calendário do Ministério da Saúde, entre outras exigências; e, no âmbito da educação: deverão matricular as crianças e adolescentes na escola; garantir a freqüência mínima de 85% das aulas de cada mês, além de outros deveres. Assim, em que pese os refugiados terem direito a participar dos programas sociais do governo, a eles devem ser proporcionados, também, o acesso à saúde e à educação, para que possam cumprir com as chamadas condicionalidades e continuar usufruindo do benefício. Quanto ao recebimento do Benefício de Prestação Continuada - BPC, da mesma forma, demonstra-se juridicamente possível. Poder-se-ia argumentar no sentido da impossibilidade da concessão do supracitado Benefício aos refugiados, pois o Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007, que 2 REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Saraiva, p. 262.

4 regulamenta o BPC, trata apenas do brasileiro naturalizado (artigo 7º), acabando por excluir o estrangeiro, pois não prevê procedimentos para esses. Não compactuamos com tal entendimento, pois entendemos que a possibilidade de gozo do Benefício de Prestação Continuada BPC por aqueles que detêm a condição jurídica de refugiado, não deve ser verificada em face da omissão da legislação reguladora do referido programa 3 em relação a estas pessoas, mas sim em face dos princípios constitucionais e da Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. Poder-se-ia, ainda, afirmar que há um conflito normativo entre o art. 7º do Decreto nº 6.214, de 2007, e o artigo 23 da Convenção de 1951, Relativa ao Estatuto dos Refugiados 4. Para aclarar o eventual conflito suscitado, cabe transcrever os dispositivos supracitados, in verbis: Art. 7º do Decreto nº , de 2007: O brasileiro naturalizado, domiciliado no Brasil, idoso ou com deficiência, observados os critérios estabelecidos neste Regulamento, que não perceba qualquer outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, nacional ou estrangeiro, salvo o da assistência médica, é também beneficiário do Benefício de Prestação Continuada. Art. 23 da Convenção de 1951, Relativas ao Estatuto dos Refugiados: Os Estados Membros darão aos refugiados que residam regularmente no seu território o mesmo tratamento em matéria de assistência e de socorros públicos que é dado aos seus nacionais. Inicialmente, cabe ressaltar que a previsão contida no art. 7º do Decreto nº , de 2007, é desnecessária e inócua, tendo em vista o contido no 2º do art. 12 da Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, em que: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Como a concessão de benefício assistencial não se enquadra nas exceções 5 previstas na Constituição Federal, de 1988, não se pode diferenciar o tratamento dado aos nacionais e aos naturalizados nessa questão, razão pela qual a previsão contida no art. 7º do Decreto supracitado não apresenta valor significativo, senão o de aclarar aquilo que a própria Constituição Federal, de 1988, já determina. O que se pretende deixar claro é que a disposição contida no art. 7º do Decreto nº 6.214, de 2007, não precisava existir. Por outro lado, não há, e nem poderia haver previsão legislativa expressa, tanto na Lei nº 8.742, de 1993 LOAS, quanto no Decreto que regulamenta o BPC, tratando da impossibilidade dos estrangeiros residentes no país e, conseqüentemente, dos refugiados, serem titulares do Benefício de Prestação Continuada. Ademais, o fato da LOAS e do Decreto referido não tratarem do estrangeiro expressamente, não conduz à conclusão de que estes não podem ser titulares do benefício em tela. Portanto, não há conflito entre o Decreto nº 6.214, de 2007, e a Convenção de 1951, Relativa ao Estatuto dos Refugiados, uma vez que aquele não exclui os estrangeiros residentes no país, bem como os refugiados, das suas previsões. Ainda que se concluísse pela ocorrência de conflito entre o Decreto e a Convenção mencionados, esta última prevaleceria. 3 Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 11, de 07 de julho de 1960; Promulgada pelo Decreto nº , de 28 de janeiro de A diferenciação poderá ser feita somente nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição, quais sejam: art. 5º, LI; art. 12, 3º, art. 12, 4º, I; art. 89, VII e art. 222.

5 Com relação ao status normativo assumido por uma Convenção Internacional cabe tecer algumas considerações, sendo que, ao final, concluir-se-á pela sua prevalência sobre os demais atos normativos infraconstitucionais, quando a mesma versar sobre direitos humanos. Conforme ensina Pedro Lenza 6 : O processo de incorporação no ordenamento jurídico interno dos tratados internacionais passa por quatro fases distintas, a saber: a) celebração do tratado internacional (negociação, conclusão e assinatura) pelo Órgão do Poder Executivo (ou posterior adesão [terceira etapa], art. 84, VIII Presidente da República); b) aprovação (referendo ou ratificação lato sensu), pelo Parlamento, do tratado, acordo ou ato internacional, por intermédio de decreto legislativo, resolvendo-o definitivamente (Congresso Nacional, art. 49, I); c) troca ou depósito dos instrumentos de ratificação (ou adesão caso não tenha tido prévia celebração) pelo Órgão do Poder Executivo em âmbito internacional; d) promulgação por decreto presidencial, seguida da publicação do texto em português no Diário Oficial. Neste momento, o tratado, acordo ou ato internacional adquire executoriedade no plano do direito positivo interno, guardando estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias. Apesar de nossa opinião pessoal diferente, a maior parte da doutrina e pacificamente os tribunais (salvo alguns juízes do 1º TACSP), inclusive, de forma majoritária, o STF, entendiam que os tratados internacionais de qualquer natureza, mesmo sobre direitos humanos, ingressam no ordenamento interno com o caráter de norma infraconstitucional, guardando estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias editadas pelo Estado brasileiro (RTJ 83/809 e Informativo STF n. 73 DJ ), podendo, por conseguinte, ser revogados (ab-rogação ou derrogação) por uma norma posterior e ser questionada a sua Constitucionalidade perante os tribunais, de forma concentrada e difusa. Esse tema, porém, assumiu novo contorno a partir da Reforma do Judiciário (EC n. 45/2004) que acrescentou um 3º ao art. 5º da Constituição, nos seguintes termos: os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. A partir desta inovação constitucional, há que se distinguir os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos dos tratados e convenções internacionais de outra natureza. Feita a discriminação, apresenta-se o seguinte quadro: a) tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, desde que aprovados por 3/5 dos votos de seus membros, em cada Casa do Congresso Nacional e em dois turnos de votação (conforme. art. 60, 2º, e art. 5º, 3º): equiparam-se às emendas constitucionais; b) tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pela regra anterior à Reforma que não forem confirmados pelo quorum qualificado: de acordo com a jurisprudência até então predominante do STF7, guardam relação de paridade normativa com as leis ordinárias, podendo ser objeto de controle de constitucionalidade. Porém, no bojo do RE nº /SP, percebe-se que o posicionamento do STF está se modificando. O Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes proferiu seu voto no sentido de que os tratados e convenções internacionais acerca de direitos humanos subscritos pelo Brasil possuem status normativo supralegal, o que torna inaplicável a legislação infraconstitucional com eles conflitantes, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação, ou seja, estão abaixo da Constituição, mas 6 ANDRADE, Joaquim Alves de. Direito Constitucional Esquematizado. 8. ed. Método. São Paulo, p Neste sentido: RTJ 149/479; RTJ 136/230; RTJ 135/111; RTJ 121/270; RTJ 84/724; RTJ 82/129; RT 739/290; RT 733/254; RT 727/102; RT 724/330, HC n ; HC n ; HC n , ainda Informativo do STF n. 48 e o precedente da ADIn DF, Rel. Min. Celso de Mello (RTJ 174/ , Rel. Min. Celso de Mello.)

6 acima da legislação infraconstitucional. Já o Min. Celso de Mello, em seu voto, diverge apenas para considerar outro grau hierárquico aos tratados, mas com efeitos práticos semelhantes, pois entende que os mesmos teriam hierarquia constitucional. c) tratados e convenções internacionais de outra natureza: possuem força de lei ordinária. Necessário o detalhamento da situação explicitada na alínea b supra, uma vez que a Convenção de 1951, Relativa ao Estatuto dos Refugiados, enquadra-se nessa situação, qual seja: a de convenção internacional sobre direitos humanos aprovada pela regra anterior à Reforma. Mesmo com a posição até então adotada pelo STF, no sentido de atribuir natureza de lei ordinária às convenções internacionais aprovadas segundo as regras anteriores à Emenda n. 45/2004, muitos constitucionalistas já defendiam a tese de que, mesmo nesses casos, elas assumiriam caráter de norma constitucional. 8 Conforme já mencionado, o STF está consolidando uma nova posição acerca do assunto, conforme decisões já proferidas no Habeas Corpus nº /SP. Em face dos votos já emitidos (oito Ministros já se pronunciaram), percebe-se que os tratados internacionais sobre direitos humanos assumirão estatura, no mínimo, de norma supralegal. Mesmo que perdure a divergência quanto ao grau hierárquico dos tratados e convenções internacionais (natureza supralegal ou constitucional), conforme acima relatado, parece que a paridade dos mesmos com a legislação ordinária será descartada, alterando-se a posição até então firmada pelo Supremo. Como decorrência desta nova interpretação, a conseqüência para o caso específico dos refugiados é a de que os mesmos têm direito ao gozo de benefícios sociais concedidos pelo governo brasileiro, através dos programas sociais criados. A Convenção de 1951, Relativa ao Estatuto dos Refugiados, quando ratificada 9 pelo Congresso Nacional, no ano de 1960, através do Decreto-Legislativo nº 11, segundo a posição até então adotada, assume natureza de legislação ordinária 10, sendo que, segundo o novo entendimento a ser firmado pelo Supremo Tribunal Federal, assume, no mínimo 11, estatura de norma supralegal, estando acima da legislação interna naquilo que com ela conflitar, o que sobreleva a aplicação da Convenção Relativa aos Refugiados ao caso em tela, em detrimento de toda a legislação infraconstitucional em vigor no país. Ante todo o exposto, deve prevalecer, no presente caso, a Convenção de 1951, Relativa aos Refugiados, em face de sua natureza normativa especial. Assim, àqueles que adquirem a condição de refugiados pode-se conceder o Benefício de Prestação Continuada, em face dos motivos acima analisados, quais sejam: a) a não vedação pela legislação brasileira atinente ao BPC de gozo pelos estrangeiros residentes no país e, conseqüentemente, pelos refugiados que, ao assumir tal condição, passam a ser considerados estrangeiros; e b) em razão da previsão encontrada no art. 23 da Convenção de 1951, Relativa aos Refugiados, cuja natureza normativa atribuída à mesma é especial e sobrepõe-se à legislação interna, conforme amplamente explanado acima. Não se pode perder de vista, entretanto, a necessidade de cumprimento de todos os requisitos exigidos pela legislação pertinente ao Benefício de Prestação Continuada BPC, para que os refugiados possam ser contemplados Entre eles podemos citar: Pedro Lenza; Flávia Piovesan e José Carlos Francisco. O termo ratificação é usado de forma genérica e quer dizer aprovação pelo Parlamento por intermédio de decreto-legislativo, resolvendo-o definitivamente (Congresso Nacional, art. 49, I, da CF, de 1988). Não podendo um Decreto conflitar com a legislação ordinária. Ressalte-se que o Ministro Celso de Mello firmou entendimento que esse tipo de tratado possui hierarquia constitucional.

7 O BPC é um benefício da política de assistência social, não contributivo, previsto na Constituição Federal, de 1988, e regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social nº 8.742, de Referido Benefício tem como objetivo garantir um salário mínimo mensal às pessoas idosas e pessoas com deficiência, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. O público-alvo do mesmo são pessoas com deficiência, incapacitadas para o trabalho e para a vida independente e idosos com 65 anos ou mais. 12 Em ambos os casos, a renda familiar per capita dos beneficiários tem que ser inferior a ¼ do salário mínimo. Há que se ressaltar, ainda, a existência de previsão legal versando sobre a impossibilidade de acumulação do benefício com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistência médica. Por fim, visando facilitar a vida dos refugiados, os órgãos responsáveis devem empreender esforços para que os mesmos adquiram a naturalização brasileira, atendendo-se, assim, ao disposto no art. 34 da Convenção de 1951, Relativa aos Refugiados, que assim dispõe: Art. 34 Os Estados Membros facilitarão, na medida do possível, a assimilação e a naturalização dos refugiados. Esforçar-se-ão notadamente para acelerar o processo de naturalização e reduzir, na medida do possível, as taxas e despesas desse processo. Assim, conclui-se pela possibilidade dos refugiados serem beneficiários dos programas sociais do governo federal, bem como titulares do Benefício de Prestação Continuada - BPC, desde que cumpridos os requisitos legais. Referências ANDRADE, Joaquim Alves de. Direito Constitucional Esquematizado. 8. ed. Método. São Paulo, p MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 3. ed. Saraiva, REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Saraiva, p A Lei nº , de 1º de outubro de 2003 Estatuto do Idoso reduziu a idade de acesso das pessoas idosas de 67 para 65 anos.

ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E

ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E ARTIGO: TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS E O ORDENAMENTO INTERNO Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: este artigo visa observar a relação existente entre os tratados internacionais sobre

Leia mais

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS

TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Autora: Idinéia Perez Bonafina Escrito em maio/2015 TRATADOS INTERNACIONAIS E SUA INCORPORAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO 1. DIREITOS FUNDAMENTAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS Nas relações internacionais do

Leia mais

Comentário à Jurisprudência

Comentário à Jurisprudência Comentário à Jurisprudência OS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NA JURISPRUDÊNCIA DO STF APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 CÁSSIO HENRIQUE AFONSO DA SILVA Oficial do Ministério Público 1. Introdução

Leia mais

VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO LUIZ FLÁVIO GOMES Professor Doutor em Direito penal pela Universidade de Madri, Mestre em Direito penal pela USP, Professor de Direito Penal na

Leia mais

VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO. Luiz Flávio Gomes

VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO. Luiz Flávio Gomes VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO Luiz Flávio Gomes VALOR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO Luiz Flávio Gomes Doutor em Direito penal pela Universidade Complutense

Leia mais

SEGURIDADE SOCIAL DIREITO PREVIDENCIÁRIO SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL. Prof. Eduardo Tanaka CONCEITUAÇÃO

SEGURIDADE SOCIAL DIREITO PREVIDENCIÁRIO SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL. Prof. Eduardo Tanaka CONCEITUAÇÃO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Prof. Eduardo Tanaka CONCEITUAÇÃO 1 2 Conceituação: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

Leia mais

a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1

a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1 a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência 2007 e o decreto n o 6.949, de 25 de agosto de 2009. 1 Depois de concluídas todas as etapas, podemos inferir que a Convenção sobre os Direitos

Leia mais

PROJETO DE LEI N 4.596/09

PROJETO DE LEI N 4.596/09 1 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL PROJETO DE LEI N 4.596/09 (Do Sr. Capitão Assumção) Altera os artigos 3 e 41 da Lei n 9.474, de 22 de julho de 1997, que "Define mecanismos para a

Leia mais

DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 Código Penal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte lei: CÓDIGO PENAL PARTE ESPECIAL

Leia mais

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO

Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO Disposições Preliminares do DIREITO DO IDOSO LESSA CURSOS PREPARATÓRIOS CAPÍTULO 1 O ESTATUTO DO IDOSO O Estatuto do Idoso - Lei 10.741/2003, é o diploma legal que tutela e protege, através de um conjunto

Leia mais

TURMA RECURSAL SUPLEMENTAR JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

TURMA RECURSAL SUPLEMENTAR JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ TURMA RECURSAL SUPLEMENTAR JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ Processo nº 2008.70.53.005050-0 Relatora: Juíza Federal Andréia Castro Dias Recorrente: Instituto Nacional do Seguro Social

Leia mais

CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS

CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS DA LEGALIDADE DO INTERCÂMBIO CULTURAL A legislação brasileira regulamentadora dos cursos de Pós-Graduação nas modalidades de Educação Presencial e Educação a Distância (EaD), para que seja aplicada no

Leia mais

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE

A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE A PROTEÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS DO IDOSO E A SUA DIGNIDADE Maíra Sgobbi de FARIA 1 Resumo: O respeito e a proteção que devem ser concedidos aos idosos sempre foram um dever da sociedade, uma vez que as

Leia mais

TRABALHO 1 COMENTÁRIOS A ACÓRDÃO(STF)

TRABALHO 1 COMENTÁRIOS A ACÓRDÃO(STF) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA MATRICULA:12/0138573 ALUNO:WILSON COELHO MENDES PROFESSOR:VALLISNEY OLIVEIRA TRABALHO 1 COMENTÁRIOS A ACÓRDÃO(STF) Teoria geral do Processo II Princípio:Juiz natural, com observações

Leia mais

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO

Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Vedação de transferência voluntária em ano eleitoral INTRODUÇÃO Como se sabe, a legislação vigente prevê uma série de limitações referentes à realização de despesas em ano eleitoral, as quais serão a seguir

Leia mais

DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL

DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL 1 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL Edson Ribeiro De acordo com a Convenção de Viena (1969), os tratados internacionais são acordos internacionais firmados entre Estados, na forma

Leia mais

Marco legal. da política indigenista brasileira

Marco legal. da política indigenista brasileira Marco legal da política indigenista brasileira A política indigenista no país tem como base a Constituição Federal de 1988, o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/1973) e instrumentos jurídicos internacionais,

Leia mais

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1891

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1891 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1891 Preâmbulo Nós, os representantes do povo brasileiro, reunidos em Congresso Constituinte, para organizar um regime livre e democrático, estabelecemos, decretamos e promulgamos

Leia mais

INSTRUÇÃO NORMATIVA N o 76, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1998.

INSTRUÇÃO NORMATIVA N o 76, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1998. INSTRUÇÃO NORMATIVA N o 76, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1998. Dispõe sobre o arquivamento de atos de empresas mercantis ou de cooperativas em que participem estrangeiros residentes e domiciliados no Brasil, pessoas

Leia mais

A OIT é uma organização internacional constituída para a melhoria das condições de trabalho, promoção da justiça social e dos direitos humanos

A OIT é uma organização internacional constituída para a melhoria das condições de trabalho, promoção da justiça social e dos direitos humanos A OIT é uma organização internacional constituída para a melhoria das condições de trabalho, promoção da justiça social e dos direitos humanos Organização Internacional composta por 186 Estados membros

Leia mais

EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SOCIAIS NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO.

EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SOCIAIS NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO. 1 EVOLUÇÃO DA APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SOCIAIS NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO. Clarissa Felipe Cid 1 Sumário:1. Introdução. 2. A distinção entre direitos humanos e fundamentais. 3. Como são aplicadas

Leia mais

COMANDO DA AERONÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA SUBDIVISÃO DE ADMISSÃO E DE SELEÇÃO

COMANDO DA AERONÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA SUBDIVISÃO DE ADMISSÃO E DE SELEÇÃO Questão : 54 76 93 A questão 54 do código 91, que corresponde à questão 76 do código 93 e à questão 93 do código 95 Nº de Inscrição: 5060070 Reengenharia significa fazer uma nova engenharia da estrutura

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 62 - Data 30 de dezembro de 2013 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF RENDIMENTOS DO TRABALHO

Leia mais

DESPACHO CFM n.º 435/2013

DESPACHO CFM n.º 435/2013 DESPACHO CFM n.º 435/2013 Expediente CFM n. 7835/2013 Relatório. Trata-se de e-mail recebido em 25/08/2013, no qual a Sra. R. P. N. M. informa ao CFM que após a aprovação da Lei do Ato Médico, com seus

Leia mais

PROJETO DE LEI N O, DE 2006. (Do Sr. Ivo José) O Congresso Nacional decreta:

PROJETO DE LEI N O, DE 2006. (Do Sr. Ivo José) O Congresso Nacional decreta: PROJETO DE LEI N O, DE 2006 (Do Sr. Ivo José) Regulamenta o inciso LI do Art. 5º da Constituição Federal. O Congresso Nacional decreta: Art. 1 o Esta lei regulamenta o inciso LI do Art. 5º da Constituição

Leia mais

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS PROJETO DE LEI N o 844, DE 2011 Dá nova redação aos art. 33, 34 e 35 da Lei nº 9.474, de 1997, que Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados

Leia mais

XI CONGRESSO ESTADUAL DE MAGISTRADOS Montevideo Uruguai Setembro/2015

XI CONGRESSO ESTADUAL DE MAGISTRADOS Montevideo Uruguai Setembro/2015 XI CONGRESSO ESTADUAL DE MAGISTRADOS Montevideo Uruguai Setembro/2015 PROPONENTE: Marlene Marlei de Souza, 1º Juizado da 4ª Vara Cível do Foro Central TESE 1: O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE NO ORDENAMENTO

Leia mais

O ÂMBITO DE PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO: uma análise do artigo 1.166 do Código Civil de 2002

O ÂMBITO DE PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO: uma análise do artigo 1.166 do Código Civil de 2002 1 O ÂMBITO DE PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO: uma análise do artigo 1.166 do Código Civil de 2002 Camila Gonçalves Teixeira da Costa 1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo

Leia mais

DIREITO FUNDAMENTAL À ACESSIBILIDADE NO BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA SOBRE O TEMA

DIREITO FUNDAMENTAL À ACESSIBILIDADE NO BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA SOBRE O TEMA DIREITO FUNDAMENTAL À ACESSIBILIDADE NO BRASIL: UMA REVISÃO NARRATIVA SOBRE O TEMA Autoria: Tâmara Mirely Silveira Silva Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) (FACISA) Daniel Ferreira de Lima (orientador)

Leia mais

Quanto ao órgão controlador

Quanto ao órgão controlador Prof. Ms. Cristian Wittmann Aborda os instrumentos jurídicos de fiscalização sobre a atuação dos Agentes públicos; Órgãos públicos; Entidades integradas na Administração Pública; Tem como objetivos fundamentais

Leia mais

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE

DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE Convenção da Organização dos Estados Americanos 08/10/2001 - Decreto 3956 promulga a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência

Leia mais

PARECER REEXAMINADO (*) (*) Reexaminado pelo Parecer CNE/CES nº 204/2008 (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 19/11/2008

PARECER REEXAMINADO (*) (*) Reexaminado pelo Parecer CNE/CES nº 204/2008 (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 19/11/2008 PARECER REEXAMINADO (*) (*) Reexaminado pelo Parecer CNE/CES nº 204/2008 (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 19/11/2008 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº 21.624/2015

PROJETO DE LEI Nº 21.624/2015 PROJETO DE LEI Nº 21.624/2015 Institui o Projeto Estadual de Auxílio Permanência aos estudantes em condições de vulnerabilidade socioeconômica das Universidades Públicas Estaduais da Bahia e dá outras

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE OUTUBRO DE 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

Leia mais

CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE PROVA DE JUIZ DO TRABALHO

CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE PROVA DE JUIZ DO TRABALHO QUESTÕES DE PROVA DE JUIZ DO TRABALHO CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE PROVA DE JUIZ DO TRABALHO 11 1.1. COMENTÁRIOS INICIAIS DO CAPÍTULO ANÁLISE DA DISCIPLINA NAS PRO- VAS DE JUIZ DO TRABALHO A disciplina de Direito

Leia mais

Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP

Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP Organizações Não Governamentais Internacionais A tradição Internacional das Organizações da Sociedade Civil remonta

Leia mais

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador GIM ARGELLO

PARECER Nº, DE 2011. RELATOR: Senador GIM ARGELLO PARECER Nº, DE 2011 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS, sobre o Projeto de Lei do Senado nº 641, de 2007, que "acrescenta artigo à Lei nº 10.820, de 17 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a autorização

Leia mais

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS RESOLUÇÃO N 137, DE 21 DE JANEIRO DE 2010. Dispõe sobre os parâmetros para a criação e o funcionamento dos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais

Leia mais

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010

Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 Licitações de Agências de Publicidade Lei nº 12.232/2010 * Rodrigo Corrêa da Costa Oliveira 1. INTRODUÇÃO A contratação de Agências de Propaganda pela Administração Pública sempre se pautou pela Lei Geral

Leia mais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ESTADO DE DIREITO DO AMBIENTE 1. Domingos Benedetti Rodrigues 2.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ESTADO DE DIREITO DO AMBIENTE 1. Domingos Benedetti Rodrigues 2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ESTADO DE DIREITO DO AMBIENTE 1 Domingos Benedetti Rodrigues 2. 1 O presente trabalho é resultado dos estudos relacionados à construção da minha Tese do Doutorado em Educação nas

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Prisão Civil do depositário infiel: é possível no Brasil? Bruno Haddad Galvão Como citar este artigo: GALVÃO, Bruno Haddad. Prisão Civil do depositário infiel: é possível no Brasil?

Leia mais

Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais - FENAJ. P A R E C E R

Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais - FENAJ. P A R E C E R Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais - FENAJ. Assessoria Jurídica P A R E C E R Diploma em curso superior. Condição para o registro profissional. Legalidade. Encontra-se em vigor, porque foi

Leia mais

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 4.481, DE 2012 VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ROBERTO SANTIAGO

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 4.481, DE 2012 VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ROBERTO SANTIAGO COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 4.481, DE 2012 Dispõe sobre o exercício domiciliar de profissão liberal (home office). Autor: SENADO FEDERAL Relatora: Deputada

Leia mais

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS

Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS Tema DC - 01 INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL RECORDANDO CONCEITOS 1 1. CONCEITO BÁSICO DE DIREITO Somente podemos compreender o Direito, em função da sociedade. Se fosse possível ao indivíduo

Leia mais

IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN

IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN IMPOSTO DE RENDA E O ARTIGO 43 DO CTN IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, Professor Emérito das Universidades Mackenzie, Paulista e Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Presidente do Conselho de Estudos

Leia mais

PARECER Nº, DE 2013. RELATOR: Senador ROBERTO REQUIÃO I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE 2013. RELATOR: Senador ROBERTO REQUIÃO I RELATÓRIO PARECER Nº, DE 2013 Da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº 41, de 2013 (nº 564, de 2012, na origem), da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa

Leia mais

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL Fernando Souza OLIVEIRA 1 Pedro Anderson da SILVA 2 RESUMO Princípio do Desenvolvimento Sustentável como um direito e garantia fundamental,

Leia mais

PROJETO DE LEI N O, DE 2004

PROJETO DE LEI N O, DE 2004 PROJETO DE LEI N O, DE 2004 (Do Sr. Wladimir Costa) Dispõe sobre o atendimento educacional especializado em classes hospitalares e por meio de atendimento pedagógico domiciliar. O Congresso Nacional decreta:

Leia mais

MENSAGEM N o 355, DE 2004

MENSAGEM N o 355, DE 2004 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 355, DE 2004 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

Direito Constitucional. Professor Marcelo Miranda professormiranda@live.com facebook.com/professormarcelomiranda

Direito Constitucional. Professor Marcelo Miranda professormiranda@live.com facebook.com/professormarcelomiranda Direito Constitucional Professor Marcelo Miranda professormiranda@live.com facebook.com/professormarcelomiranda Nacionalidade é vínculo que liga um indivíduo a determinado Estado soberano. Natureza jurídica

Leia mais

Nota Técnica nº 446/2010/COGES/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Averbação de tempo de serviço. Referência: Processo Administrativo nº 10176.

Nota Técnica nº 446/2010/COGES/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Averbação de tempo de serviço. Referência: Processo Administrativo nº 10176. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas Nota

Leia mais

Conferência Internacional do Trabalho Convenção 159

Conferência Internacional do Trabalho Convenção 159 Conferência Internacional do Trabalho Convenção 159 Convenção sobre Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes. A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho: Convocada em

Leia mais

Projeto de Lei nº 7.093, de 2014

Projeto de Lei nº 7.093, de 2014 COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO Projeto de Lei nº 7.093, de 2014 Acresce dispositivo à Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Autor: Deputado Irajá Abreu Relator: Deputado Paulo Foletto I - Relatório

Leia mais

ASPECTOS DA DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E POR INTERESSE SOCIAL.

ASPECTOS DA DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E POR INTERESSE SOCIAL. ASPECTOS DA DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA E POR INTERESSE SOCIAL. Por Osvaldo Feitosa de Lima, Advogado e mail: drfeitosalima@hotmail.com Em razão do princípio da supremacia do interesse

Leia mais

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO Fábio Tadeu Ramos Fernandes ftramos@almeidalaw.com.br Ana Cândida Piccino Sgavioli acsgavioli@almeidalaw.com.br I INTRODUÇÃO Desde a década de

Leia mais

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos Número do Processo: 35183.001237/2015-86 Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL CURITIBA-CÂNDIDO

Leia mais

Legislador VII - Etapas da Tramitação de um Projeto de Lei

Legislador VII - Etapas da Tramitação de um Projeto de Lei Legislador VII - Etapas da Tramitação de um Projeto de Lei Processo Legislativo é o procedimento a ser observado para a formação das Leis, estabelecido por disposições constitucionais e pelos regimentos

Leia mais

SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE

SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE CONSIDERAÇÕES INICIAIS A presente Súmula de Recomendações aos Relatores da CE tem por objetivo definir parâmetros de referência às decisões da Comissão,

Leia mais

Constituição Federal - CF - 1988 Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação

Constituição Federal - CF - 1988 Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação Constituição Federal - CF - 1988 Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

Leia mais

RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06

RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06 RESOLUÇÃO NORMATIVA 003/06 Dispõe sobre a criação do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições legais e constitucionais; Considerando que

Leia mais

Kelly Neres da Silva 1

Kelly Neres da Silva 1 A DEFINIÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E O PAPEL DO DIREITO HUMANITÁRIO INTERNACIONAL PERANTE O DIREITO DE ASILO E A PROTEÇÃO AO REFUGIADO Kelly Neres da Silva 1 RESUMO: A proposta deste

Leia mais

Maurício Piragino /Xixo Escola de Governo de São Paulo. mauxixo.piragino@uol.com.br

Maurício Piragino /Xixo Escola de Governo de São Paulo. mauxixo.piragino@uol.com.br Democracia Participativa e Direta: conselhos temáticos e territoriais (Conselhos Participativos nas Subprefeituras); Iniciativa Popular, Plebiscitos e Referendo" Maurício Piragino /Xixo Escola de Governo

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PARECER PRÉVIO

CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PARECER PRÉVIO CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE PROCURADORIA PROC. Nº 3279/11 PLL Nº 160/11 PARECER PRÉVIO Trata-se de Projeto de Lei de iniciativa parlamentar que estabelece regras para o licenciamento urbanístico das

Leia mais

POR UNANIMIDADE 06 (seis) meses

POR UNANIMIDADE 06 (seis) meses ACLARAÇÃO DO LAUDO ARBITRAL DO TRIBUNAL ARBITRAL AD HOC DO MERCOSUL CONSTITUÍDO PARA DECIDIR A CONTROVÉRSIA ENTRE A REPÚBLICA DO PARAGUAI E A REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI SOBRE A APLICAÇÃO DO IMESI (IMPOSTO

Leia mais

Antonio Henrique Lindemberg. 1 - Assinale a assertiva correta:

Antonio Henrique Lindemberg. 1 - Assinale a assertiva correta: Antonio Henrique Lindemberg 1 - Assinale a assertiva correta: a. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, pode-se invocar validamente o princípio do direito adquirido em face das leis de ordem

Leia mais

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT A análise do quadro jurídico para a ratificação da Convenção 102 da OIT por Cabo Verde, inscreve-se no quadro geral da cooperação técnica prestada

Leia mais

MATRICULA CASOS ESPECIAIS

MATRICULA CASOS ESPECIAIS MATRICULA Atitude do registrador Constatada oficialmente a existência de uma rádio, revista ou qualquer outro meio de comunicação previsto na legislação, sem a competente matrícula no Registro Civil das

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO A C Ó R D Ã O (C S J T) BL/rk/BL CONSULTA. DECISÃO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO FAVORÁVEL AO DIREITO À PERCEPÇÃO DO ABONO DE PERMANÊNCIA POR SERVIDOR QUE FAZ JUS À APOSENTADORIA ESPECIAL.

Leia mais

Seguindo essas diretrizes, o doutrinador José Eduardo Sabo Paes conclui que o Terceiro Setor representa o

Seguindo essas diretrizes, o doutrinador José Eduardo Sabo Paes conclui que o Terceiro Setor representa o O Terceiro Setor Terceiro setor é a tradução de Third Sector, um vocábulo muito utilizado nos Estados Unidos da América para definir as diversas organizações sem vínculos diretos com o Primeiro Setor (Público,

Leia mais

MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG

MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG Regulamenta o processo de implementação e avaliação da flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnico-administrativos

Leia mais

Ilmos. Srs. VICAE VIÁRIO CONSTRUÇÕES, ARQUITETURA E EMPREEN-DIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. Av. Presidente Vargas nº 791 14401-110 - Franca - SP

Ilmos. Srs. VICAE VIÁRIO CONSTRUÇÕES, ARQUITETURA E EMPREEN-DIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. Av. Presidente Vargas nº 791 14401-110 - Franca - SP DEFINE A FUNÇÃO DOS CONSELHOS PROFISSIONAIS E A OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO NO CRECI DE JURÍDICA ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS Ilmos. Srs. VICAE VIÁRIO CONSTRUÇÕES, ARQUITETURA E EMPREEN-DIMENTOS IMOBILIÁRIOS

Leia mais

Divisão de Atos Internacionais

Divisão de Atos Internacionais Divisão de Atos Internacionais Âmbito de AplicaçãoConvenção Interamericana Sobre Obrigação Alimentar (Adotada no Plenário da Quarta Conferência Especializada Interamericana sobre Direito Internacional

Leia mais

- Jornada de trabalho máxima de trinta horas semanais, seis horas diárias, em turno de revezamento, atendendo à comunidade às 24 horas do dia...

- Jornada de trabalho máxima de trinta horas semanais, seis horas diárias, em turno de revezamento, atendendo à comunidade às 24 horas do dia... Parecer Coletivo Lei 14.691/15. Agentes Municipais de Fiscalização de Trânsito. Servidores Locais. Competência Constitucional do Município. Cláusula Pétrea da CF/88. Lei Estadual Inconstitucional. Interposição

Leia mais

Estado de Mato Grosso Prefeitura Municipal de Itanhangá CNPJ: 07.209.225/0001-00 - Gestão 2009/2012

Estado de Mato Grosso Prefeitura Municipal de Itanhangá CNPJ: 07.209.225/0001-00 - Gestão 2009/2012 LEI Nº 266/2011 Data: 14 de Dezembro de 2011 SÚMULA: Dispõe sobre a regulamentação e critérios para a concessão de benefícios eventuais de assistência social no âmbito do município. O Prefeito Municipal

Leia mais

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI LEI N.º 064/2013. Dispõe sobre a Reorganização do Fundo Municipal para os Direitos da Criança e do Adolescente-FMDCA de Aracati, e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI, no uso de suas

Leia mais

PONTO DOS CONCURSOS Orçamento nas Constiuições Federais

PONTO DOS CONCURSOS Orçamento nas Constiuições Federais Olá, concurseiro (a)! Tenho observado que algumas bancas cobram um conhecimento histórico do orçamento público nas constituições federais brasileiras. Para facilitar tua vida, organizei a linha do tempo

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 5.054 DE 2005 VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO REGIS DE OLIVEIRA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 5.054 DE 2005 VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO REGIS DE OLIVEIRA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 5.054 DE 2005 Torna obrigatório o exame de ordem para todos os que quiserem inscrever-se como advogado. Autor: Deputado Almir Moura Relator:

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

Moacir Ap. M. Pereira OAB SP 116.800

Moacir Ap. M. Pereira OAB SP 116.800 Bem vindos à Palestra Moacir Ap. M. Pereira OAB SP 116.800 Sócio-proprietário do escritório APARECIDO INÁCIO e PEREIRA Advogados Associados, com atuação voltada às áreas Trabalhista e Sindical, Professor

Leia mais

3. QUEM PODE PRESTAR O SERVIÇO DE RADCOM?

3. QUEM PODE PRESTAR O SERVIÇO DE RADCOM? 1. O QUE É RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA? A Radiodifusão Comunitária RadCom é o serviço de radiodifusão sonora, em frequência modulada (FM), operado em baixa potência (25 watts ERP) e que tem por finalidade

Leia mais

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador PAULO PAIM

PARECER Nº, DE 2010. RELATOR: Senador PAULO PAIM PARECER Nº, DE 2010 Da COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA, sobre a Sugestão nº 4, de 2009, a qual propõe a apresentação de projeto de lei que modifica a redação do único do art. 38

Leia mais

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. PROJETO DE LEI N o 6.219, DE 2009 I RELATÓRIO

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. PROJETO DE LEI N o 6.219, DE 2009 I RELATÓRIO COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA PROJETO DE LEI N o 6.219, DE 2009 Assegura aos portadores de diplomas de cursos a distância as mesmas prerrogativas legais, que portadores de diplomas de cursos presenciais.

Leia mais

Apoiando Entidades EXTRAÍDO

Apoiando Entidades EXTRAÍDO Apoiando Entidades EXTRAÍDO ANO CXLIII N.º 138 - BRASÍLIA - DF, 20 DE JULHO DE 2006. REPRODUZIDO DE CONFORMIDADE COM A PORTARIA 209 DE 10.09.2003/I.N. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA GABINETE DO MINISTRO PORTARIA

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO 827.424 ALAGOAS RELATOR RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. LUIZ FUX : CARLO COELHO TAGLIALEGNA E OUTRO(A/S) :MARCOS ANTÔNIO DE ABREU :UNIÃO :ADVOGADO-GERAL DA

Leia mais

COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS

COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA ASSUNTO COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS QUESTÃO A autarquia pretende que a CCDR LVT se pronuncie relativamente à possibilidade de existência

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A RESOLUÇÃO N o 1010/05

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A RESOLUÇÃO N o 1010/05 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A RESOLUÇÃO N o 1010/05 As perguntas abaixo foram compiladas após a série de treinamentos sobre a Resolução nº 1.010, de 2005, ministrados pelo Confea aos Creas durante o primeiro

Leia mais

Da gestão, da aplicação, do controle e da fiscalização dos Fundos... 5

Da gestão, da aplicação, do controle e da fiscalização dos Fundos... 5 Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania Sedpac 2015 Apresentação Criado pela Lei nº 21.144, de 14 de janeiro de 2014, o Fundo Estadual dos Direitos do Idoso tem o objetivo

Leia mais

JURISPRUDÊNCIA RESUMO: Palavras-Chave: Jurisprudência Direito - Decisões

JURISPRUDÊNCIA RESUMO: Palavras-Chave: Jurisprudência Direito - Decisões 1 JURISPRUDÊNCIA Maria Helena Domingues Carvalho, Aluna do 9º. Semestre do Curso de Direito do CEUNSP noturno. RESUMO: Este artigo trata da Jurisprudência, seu conceito e sua relevância no universo jurídico.

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça REVOGADO Revogado pela Resolução n. 3 de 21 de março de 2012 RESOLUÇÃO N. 17 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2011. Dispõe sobre o afastamento para estudo ou missão no exterior no âmbito do Superior Tribunal de Justiça.

Leia mais

SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC

SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL NÃO MAIS NECESSITA SER HOMOLOGADA PELO STJ APÓS NOVO CPC INTRODUÇÃO *Letícia Franco Maculan Assumpção **Isabela Franco Maculan Assumpção O Novo Código de Processo

Leia mais

Direito Previdenciário - Custeio

Direito Previdenciário - Custeio Direito Previdenciário - Custeio Aula 4 Contribuição dos Empregadores Sobre a Folha de Salários e Demais Rendimentos do Trabalho. Professor: Marta Gueller Coordenação: Dr. Wagner Ballera "CONTRIBUIÇÃO

Leia mais

referentes ao "Enquadramento de Despesas pelas Entidades

referentes ao Enquadramento de Despesas pelas Entidades Diretoria Jurídica Parecer: 495/14 Protocolo: 45.901/13 Ramo: Administrativo, Ambiental Assunto: Solicitação de parecer, elaborada pela Gerência Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade - Gemas, acerca

Leia mais

TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS.

TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS. TEXTO: SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS. O envelhecimento digno é considerado um Direito Humano a ser garantido e preservado pelo Estado e pela Sociedade. Assim, a consolidação desse direito requer

Leia mais

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL TÍTULO VI CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS. Seção I. DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 207 e 208)

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL TÍTULO VI CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS. Seção I. DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 207 e 208) CONSTITUIÇÃO ESTADUAL TÍTULO VI CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 207 e 208) Art. 207 - Lei complementar disporá sobre finanças públicas, observados os princípios estabelecidos

Leia mais

IUS RESUMOS. Impostos Municipais - IPTU. Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso

IUS RESUMOS. Impostos Municipais - IPTU. Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso Impostos Municipais - IPTU Organizado por: Elias Daniel Batista Cardoso SUMÁRIO I. IMPOSTOS MUNICIPAIS - IPTU... 3 1. Do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU.... 3 1.1 Características

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Atualizadas pela Lei Brasileira de Inclusão da PCD (Lei 13.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Atualizadas pela Lei Brasileira de Inclusão da PCD (Lei 13. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Atualizadas pela Lei Brasileira de Inclusão da PCD (Lei 13.146/2015) Sumário: I Direitos previstos na Constituição Federal II Direitos

Leia mais