Portaria GM/MS n 2.914/2011: Padrão de qualidade da água para consumo humano e radioatividade

Transcrição

1 Portaria GM/MS n 2.914/2011: Padrão de qualidade da água para consumo humano e radioatividade Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde vigiagua@saude.gov.br Aristeu de Oliveira Júnior Rio de Janeiro - RJ, 14 de abril de 2014

2 Estrutura da Apresentação Aspectos legais e institucionais Legislação Brasileira Normas de Potabilidade no Brasil Definições importantes Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Processo de Revisão da Portaria GM/MS n 2.914/2011

3 ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS

4 Aspectos legais e institucionais Estabelece a competência do setor saúde no controle da qualidade da água para consumo humano Artigo 200 Inciso VI - Fiscalização e a inspeção em água para consumo humano Dec /77 CF/88 Estabelece o SUS Informação ao Consumidor Lei 8.080/90 Decreto Presidencial 5.440/2005 Padrão de Potabilidade e responsabilidade da vigilância e do controle Portaria GM/MS n 2.914/2011 (Portaria de Potabilidade)

5 Aspectos legais e institucionais Decreto nº /1977: Competência do Ministério da Saúde sobre normas e padrão de potabilidade da água para consumo humano. Art. 2º As normas e o padrão de potabilidade da água serão fixados em portaria do Ministério de Estado da Saúde, abrangendo: I Definições; III Amostragem; II Características de qualidade da água potável IV Método de análise de água Art. 9º O Ministério da Saúde, em articulação com outros órgãos e entidades estabelecerá, também, normas sanitárias sobre: II Serviços de abastecimento público de água III Instalações prediais de água IV Controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento

6 Aspectos legais e institucionais Constituição Federal / 1988 Art Compete ao Sistema Único de Saúde, além de outras atribuições: IV participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico. VI fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano.

7 Aspectos legais e institucionais Lei n 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde): Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; Art.6º EstãoincluídasaindanocampodeatuaçãodoSUS: VIII a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano;

8 Aspectos legais e institucionais Decreto Presidencial n 5.440/2005: Estabelece mecanismos e instrumentos de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano, conforme os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Art. 3 o A informação prestada ao consumidor sobre a qualidade e características físicas, químicas e microbiológicas da água para consumo humano deverá atender ao seguinte: I - ser verdadeira e comprovável; II - ser precisa, clara, correta, ostensiva e de fácil compreensão, especialmente quanto aos aspectos que impliquem situações de perda da potabilidade, de risco à saúde ou aproveitamento condicional da água; e III - ter caráter educativo, promover o consumo sustentável da água e proporcionar o entendimento da relação entre a sua qualidade e a saúde da população.

9 Dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade

10 Legislação da Potabilidade no Brasil 2011: Portaria : Portaria : Portaria : Portaria : Portaria : Decreto Informação ao Consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano SP: 1946, 1958

11 DEFINIÇÕES (Portaria GM/MS n 2.914/2011)

12 Definições Água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação, produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem. Água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido na Portaria e que não ofereça riscos à saúde. Decreto 5.440/05 Água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativosatendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

13 Definições Padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido nesta Portaria. A potabilidade da água é aferida pelo atendimento, em simultâneo, aos valores máximos permitidos VMP (concentrações-limite) estabelecidos para cada parâmetro. A Portaria de Potabilidade estabelece um conjunto mínimo de parâmetros que visam, de forma praticável, garantir a saúde da população

14 Definições Uma água pode atender integralmente aos padrões de potabilidade para as substâncias listadas na norma legal vigente de um país e, mesmo assim, oferecer riscos à saúde de uma população específica, já que outras substâncias não listadas na portaria podem estar presente na água distribuída à população. (Umbuzeiro, G. A. Guia de potabilidade para substâncias química, 2012)

15 Definições Controle da qualidade da água para consumo humano: atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo SAA ou por SAC, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição. Vigilância da qualidade da água para consumo humano: ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento à Portaria de Potabilidade, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana.

16 Definições Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano AUTORIDADE DE SAÚDE PÚBLICA Ministério da Saúde Secretarias de Saúde RESPONSÁVEL PELO FORNECIMENTO COLETIVO DA ÁGUA Sistema de Abastecimento de Água (SAA) Solução Alternativa Coletiva (SAC)

17 Definições Sistema de Abastecimento de Água para Consumo Humano(SAA): instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição.

18 Definições Solução Alternativa Coletiva de Abastecimento de Água para Consumo Humano (SAC): modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem canalização e sem rede de distribuição.

19 Definições Solução Alternativa Individual de Abastecimento de Água para Consumo Humano (SAI): modalidade de abastecimento de água para consumo humano que atenda domicílios residenciais com uma única família, incluindo seus agregados familiares.

20 PORTARIA GM/MS n 2.914/2011 E RADIOATIVIDADE

21 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Art. 38 Os níveis de triagem que conferem potabilidade da água do ponto de vista radiológico são valores de concentração de atividade quenãoexcedem0,5bq/lparaatividadealfatotale1bq/lparabeta total. Parágrafo único. Caso os níveis de triagem citados neste artigo sejam superados, deve ser realizada análise específica para os radionuclídeos presentes e o resultado deve ser comparado com os níveis de referência do Anexo IX desta Portaria.

22 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade ANEXO IX Tabela de padrão de radioatividade da água para consumo humano Parâmetro (1) Unidade VMP Rádio-226 Bq/L 1 Rádio-228 Bq/L 0,1 NOTA: (1) Sob solicitação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, outros radionuclídeos devem ser investigados.

23 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Fonte: Determinação de Atividades Alfa e Beta Total em Água para Consumo Humano por LSC. Raquel M. Mingote; Heliana F. Costa; Giullia Vavassori.

24 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Art. 37. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco à saúde e cianotoxinas, expressos nos Anexos VII e VIII e demais disposições desta Portaria. Urânio-238

25 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Guidelines for drinking-water quality - 4th ed. World Health Organization The health risks associated with the presence of naturally occurring radionuclides in drinking-water should also be taken into consideration, although the contribution of drinking-water to total exposure to radionuclides is very small under normal circumstances. Formal guideline values are not set for individual radionuclides in drinkingwater. Rather, the approach used is based on screening drinking-water for gross alpha and gross beta radiation activity. Although finding levels of activity above screening values does not indicate any immediate risk to health, it should trigger further investigation to determine the radionuclides responsible and the possible risks, taking local circumstances into account.

26 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Encontrar níveis de atividade radiológica acima dos valores de rastreamento não indica qualquer risco imediato para a saúde, devese desencadear uma investigação mais aprofundada para determinar os radionuclídeos responsáveis e os possíveis riscos, tendo em conta as circunstâncias locais.

27 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Art : Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expresso nos Anexos VII, VIII, IX e X, eventuais ocorrências de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água e não de forma pontual. Art : Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expressos nos Anexos VII, VIII, IX e X desta Portaria, a detecção de eventuais ocorrências de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água.

28 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Art. 41. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema e solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano devem elaborar e submeter para análise da autoridade municipal de saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema e solução, respeitando os planos mínimos de amostragem expressos nos AnexosXI,XII,XIIIeXIV. Os Plano de Amostragemdo Controleda Qualidade da Água para Consumo Humano devem ser submetidos à análise do setor saúde.

29 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade ANEXO XII Tabela de número mínimo de amostras e frequência para o controleda qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial.

30 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade ANEXO XII NOTAS: (3) A definição da periodicidade de amostragem para o quesito de radioatividade será definido após o inventário inicial, realizado semestralmente no período de 2 anos, respeitando a sazonalidade pluviométrica. (4) Para agrotóxicos, observar o disposto no parágrafo 5º do artigo 41. (5) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.

31 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade A Portaria 2.914/11 não detalha planos de amostragem a serem seguidos pelos responsáveis pela vigilância da qualidade da água para consumo humano, ficando a cargo da autoridade de saúde pública, no exercício das atividades de vigilância implementar um plano próprio de amostragem, de acordo com as diretrizes específicas elaboradas no âmbito do Sistema Único de Saúde A Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da qualidade da água para Consumo Humano estabelece 1 (uma) amostra semestral, independentemente da população total do município para demais parâmetros

32 Portaria GM/MS n 2.914/2011 e radioatividade Dependendo da capacidade instalada do município, pode-se pensar na inclusão de demais parâmetros, também de interesse imediato de saúde, como a radioatividade, de acordo com a necessidade e realidade local. A Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador um Laboratório de Referência Nacional (LRN) está estruturando um laboratório para análise de substâncias radioativas(em fase de implementação). O Instituto Evandro Chagas -IEC (Pará) está se preparando para realizar análises de radioatividade, para tanto já adquiriu os equipamentos os quais estão em fase de instalação e capacitação técnica.

33 PROCESSO DE REVISÃO DA PORTARIA GM/MS n 2.914/2011

34 Processo de Revisão da Portaria GM/MS nº 2.914/2011 Art. 48. O MS promoverá, por intermédio da SVS/MS, a revisão desta Portaria no prazo de 5 (cinco) anos ou a qualquer tempo. Considerando a necessidade de alterar a Portaria de Potabilidade, o Ministério da Saúde vai revisar a Portaria GM/MS n 2.914/2011 em 2014.

35 Processo de Revisão da Portaria GM/MS nº 2.914/2011 Recebimento de contribuições fundamentadas pelo site: O PRAZO PARA RECEBIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES ENCERRA-SE NO DIA 31 DE MAIO DE 2014 Todas as sugestões recebidas serão avaliadas e justificadas sobre a sua inclusão, inclusão com adaptação do texto ou rejeição. Etapas seguintes: Avaliação das contribuições Aprovação pelas instâncias de gestão do SUS Consulta pública Publicação da nova Portaria

36

37

38 Obrigado! Aristeu de Oliveira Júnior Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano Vigiagua CGVAM/DSAST/SVS/MS Tel.: (61) / Fax: (61) aristeu.junior@saude.gov.br vigiagua@saude.gov.br Quino, Mafalda.

39