Informativo mensal nº 1. Setembro/2013

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1 Informativo mensal nº 1 Setembro/2013 ÁFRICA ATENTADOS TERRORISTAS PROTAGONIZADOS PELA MILÍCIA FUNDAMENTALISTA AL-SHABAAB Durante o mês de setembro, ao menos quatro ataques terroristas foram atribuídos à milícia fundamentalista islâmica Al Shabaab que defende a retirada das tropas quenianas na Somália, onde se encontram desde No dia 3, o grupo assumiu a autoria de um atentado contra o comboio do presidente da Somália que viajava rumo a Merca. No dia 07, um ataque suicida em um restaurante popular de Mogadíscio (capital da Somália) resultou em 15 mortes e as suspeitas recaíram sobre os radicais do grupo islâmico. Também na capital da Somália, um mercado popular sofreu um ataque de granadas que deixou vários feridos. O mercado de Bakara se transformou em um alvo habitual dos grupos radicais que atuam na capital somali justamente por ser um local extremamente movimentado. No sábado, dia 21, em um atentado que atraiu a atenção de todos os países para o Quênia, o Al-Shabaab atacou um shopping de luxo em Nairóbi vitimando aproximadamente 68 pessoas, deixando 175 feridos, além de manter inúmeros reféns. No domingo, as forças quenianas apoiadas pelo exército israelense enfrentaram o grupo islamista, com o intuito de libertar as pessoas presas e liberar o local atacado.

2 ATAQUES TERRORISTAS DE AUTORIA DO GRUPO ISLAMISTA BOKO HARAM No início do mês de setembro, dois ataques atribuídos aos membros do grupo islamista Boko Haram vitimaram cerca de 40 pessoas no estado de Borno, nordeste da Nigéria. Homens armados invadiram um povoado e, mesmo enfrentando repressão por parte da população, não foram detidos e assassinaram dezenas de pessoas que não possuíam armas sofisticadas para enfrentá-los. Já no meio do mês, o grupo islâmico foi responsável por realizar uma emboscada, na mesma região, que culminou na morte de aproximadamente 142 pessoas. Segundo testemunhas, os membros do Boko Haram vestiram-se de militares, pararam o tráfego em uma estrada, arrastaram pessoas para fora de seus veículos e as assassinaram brutalmente. MILÍCIAS ISLAMITAS SUSPEITAS PELA REALIZAÇÃO DE ATAQUE NA LÍBIA Em 11 de setembro, uma viatura explodiu diante do edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Bengasi. A violenta explosão não acarretou em mortes, mas danificou também o edifício do Banco Central líbio. A ação se deu exatamente um ano após o atentado que vitimou o embaixador norte-americano na mesma cidade, quando um carro explodiu frente ao edifício do consulado dos Estados Unidos. As suspeitas do ataque residem sobre as milícias islamitas que continuam a disseminar a violência no país, dois anos após a queda do ex-dirigente líbio Muammar Khadafi. ORIENTE MÉDIO SUSPOSTO USO DE ARMAS QUÍMICAS NA REGIÃO DA SÍRIA Durante o mês de setembro, a discussão sobre o uso do gás sarin na Síria foi bastante conflituoso. Inspetores da ONU foram mais de uma vez ao país para investigar sobre supostos ataques químicos ocorridos em agosto na cidade de Damasco. O relatório divulgado no dia 16 de setembro confirmou a utilização do gás, porém não afirmou quem foram os responsáveis pela utilização do agente químico. Os Estados Unidos acusam o governo sírio de ter sido o responsável pelo ataque e ameaçaram liderar uma

3 intervenção militar no país. O presidente da Síria, Bashar al-assad, admitiu que o país possui armas químicas, mas culpou os rebeldes pelo ataque, e, em 21 de setembro, enviou à Organização para a Proibição de Armas Químicas os dados referentes a dimensão e localização das mesmas. Iniciou-se uma discussão e negociação internacional para achar um meio diplomático para o conflito, contudo, para a Síria, os países do Ocidente impedem uma solução diplomática da questão uma vez que tentam impor certas condições para o processo de paz ao apoiar os rebeldes. Assim, a partir de uma proposta russa de entrega e destruição dos armamentos químicos sírios, o ditador Bashar al-assad alegou não estar entregando as armas químicas por conta da ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos, mas sim por ter aceitado a proposta russa, que se opõe a um ataque militar. Bashar al-assad afirmou estar comprometido com um plano para destruir as armas químicas do país, mas afirmou que o processo durará no mínimo um ano e custará cerca de US$ 1 bilhão, pois o método de destruição de armas químicas tem muitas complicações técnicas. REAÇÃO DOS PAÍSES VÍZINHOS AO CONFLITO NA SÍRIA Em consequência dos ocorridos na Síria durante o mês de setembro, os países vizinhos em todo o Oriente Médio reagiram de diferentes maneiras. O Líbano e o Iraque receiam enfrentar uma batalha entre os grupos pró e contra o presidente sírio, Bashar al-assad, em seus territórios. A Turquia, que é o país vizinho mais contrário ao regime sírio, teme que a derrota de Bashar al-assad conduza a uma revolta separatista dos curdos no país. Dessa forma, em 19 de setembro, a Turquia fechou uma de suas fronteiras com a Síria, alegando questão de segurança, após o conflito entre um grupo rebelde ligado à Al- Qaeda e unidades do Exército Sírio Livre. A Turquia afirmou, ainda, permitir a entrada de refugiados sírios em seu território, entretanto, quando há conflitos nas proximidades, as passagens da Capital são fechadas. A Jordânia não se opôs à intervenção militar americana. O Irã, por sua vez, criticou a posição dos EUA em direção ao uso de força militar como resposta às atividades nucleares do país. O presidente do Irã, Hasan Rowhani, acusou o Ocidente de alimentar a violência no Oriente Médio, visando fortalecer Israel e enfraquecer a aliança entre a Síria e o grupo libanês Hezbollah contra o domínio da região por Israel e potências do Ocidente. Contudo, entre os dias 23 e 24

4 de setembro, Rowhani discutiu com potências Ocidentais a questão nuclear e afirmou que Teerã nunca construirá a bomba atômica. EGITO Desde julho, o exército e a polícia têm perseguido e prendido militantes radicais islâmicos. No início de setembro, duas explosões levaram à morte 11 soldados e outros 17 ficaram feridos em Rafah, na península do Sinai. Com isso, o Exército aumentou o nível de alerta e fechou as principais estradas da região, inclusive as fronteiras entre Egito e a faixa de Gaza para evitar a fuga de extremistas para a Palestina. Em 23 de setembro, o exército egípcio realizou uma operação de busca de elementos terroristas no distrito de Kerdassah, próximo ao Cairo. Houve confronto, acarretando na morte do vice-chefe de segurança de Gizé e a prisão de 48 pessoas. Já na noite de 25 de setembro, a polícia egípcia invadiu a sede do Jornal Liberdade e Justiça, pertencente à Irmandade Muçulmana. Depois da deposição de Mohamed Mursi da presidência, o jornal vem sendo perseguido, acusado de incitar a violência, uma vez que pretende reverter o que considera ter sido um golpe militar contra o governo anterior, eleito democraticamente. ÁSIA/LESTE EUROPEU A RÚSSIA NA QUESTÃO DA SÍRIA Durante o mês de setembro a Rússia foi muito influente e atuante na questão da crise na Síria. O presidente Vladimir Putin afirmou que apóia o regime de Bashar al-assad e que o ataque químico do dia 21 de agosto foi de autoria dos rebeldes. Também defendeu uma solução diplomática para a questão apesar de ter enviado diversos navios ao mar Mediterrâneo, próximo a costa síria. Serguei Lavrov, chanceler russo, chegou a propor que a Síria colocasse suas armas químicas sob controle internacional. Alguns dias depois da crise ser debatida na reunião do G-20, Assad aceitou um acordo onde a Síria deveria entregar um relatório com seu arsenal químico para esse ser destruído. Assim, a Rússia enviou militares para a destruição dessas armas, assim como outros países o fizeram. Apesar de estar ao lado do regime sírio, Putin declarou que se Assad não

5 cumprir a proposta há a possibilidade da Rússia retirar seu apoio à Síria. Nos últimos dias do mês, o ONU emitiu um relatório afirmando que, no dia 21 de agosto, o governo de Assad teria feito uso das armas químicas e não os rebeldes, e também emitiu uma resolução ancorada no Capítulo VII da Carta da ONU, onde abordava o que seria feito caso a Síria não cumprisse o acordo. A Rússia desaprovou ambos os documentos, afirmando que o primeiro não deu atenção suficiente às provas enviadas pela Síria e que o próprio governo russo enviaria novas provas que incriminariam os rebeldes e, no segundo, por permitir que o uso da força militar seja uma opção de retaliação caso Assad não cumpra o acordo. CONFLITO NAS FILIPINAS Nas Filipinas o grupo separatista Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) entrou em conflito com o exército filipino desde o dia 8 de setembro. O conflito teve início após o grupo declarar independência no sul do país no final de agosto por, segundo analistas, estar insatisfeito com o acordo de paz assinado na década de 1990 com o governo do país que não teria atingido seu objetivo. O conflito se alastrou por toda a cidade de Zamboaga e bairros foram tomados. Ocorreram tentativas de negociação com os rebeldes, mas o chefe destes, Absalmom Cerveza, declarou que não ocorrerá nenhum tipo de retirada, rendição ou negociação com o governo. A prefeitura da cidade chegou a declarar a evacuação noturna da região, toque de recolher e ainda suspensão das aulas e das atividades comercias. Nas semanas seguintes, centenas de civis foram feitos reféns ou ficaram feridos, aproximadamente 100 pessoas já morreram, e cerca de 60 mil pessoas já abandonaram suas casas com medo da violência. CORÉIA DO NORTE REABRE LINHA DE COMUNICAÇÃO MILITAR E COMPLEXO INDUSTRIAL No início do mês a Coréia do Norte, em conjunto com a Coréia do sul, acordaram em reabrir a linha de comunicação militar entre os dois países que foi fechada no início do ano. A linha é utilizada como trajeto dos sul-coreanos para o complexo industrial nortecoreano de Keasong. Após aproximadamente 10 dias, o complexo industrial, que é o único projeto entre os dois países, também foi reaberto. Depois da reinauguração,

6 centenas de caminhões carregados de matérias-primas e trabalhadores cruzavam a fronteira em direção ao complexo de Keasong.