Capítulo 4 Tiristores
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- Mariana Marinho
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1 Capítulo 4 Introdução Chaves de estado sólido (semicondutor) Chaves biestáveis (condução e bloqueio de corrente) A primeira análise da topologia do circuito de conversão de energia deve ser feita considerando o tiristor como chave ideal Em seguida devem ser consideradas as caraterísticas reais do disposivo e sua interação com o restante do circuito. 1
2 Características dos tiristores Fig. 4.1 Possui quatro camadas (PNPN) e três junções (PN) Terminais: Anodo (A), Catodo (K) e Gatilho (G) Para v AK > 0, J 1 e J 3 diretamente polarizadas e J 2 reversamente palarizada Bloqueio direto. Existe uma corrente de fuga (corrente do estado desligado) Para maiores valores de v AK, J 2 pode sofrer rupturaporavalanche Tensão de ruptura direta, V BO. Haverá corrente no sentido direto (estado ligado). Características dos tiristores Fig. 4.2 G aberto Em condução, haverá uma pequena queda de tensão direta (aprox. 1V). Em condução, i T será limitada pela impedância externa. Ao iniciar a condução, i T deve ficar acima do valor da corrente de travamento (latching current I L ) para o tiristor permanecer conduzindo. 2
3 Características dos tiristores G aberto Em condução, não haverá controle sobre o dispositivo. Reduzida camada de depleção em J 2. e a i T cair abaixo da corrente de manutenção (holding current -I H ), restabele-se a camanda de depleção em J 2 Tiristor volta a bloquear a corrente. Tem-se I H < I L. Características dos tiristores G Para v AK < 0, J 1 e J 3 reversamente polarizadas e J 2 diretamente palarizada Bloqueio reverso. Existe uma corrente de fuga (corrente reversa). Normalmente v AK < V BO e dispara-se o tiristor por uma tensão V GK > 0. Retirado o sinal de gatilho, o tiristor permanece conduzindo com i T > I H. Uma realimentação positiva mantém o estado (chave de retenção ou travamento) 3
4 Modelo do tiristor usando dois transistores BJT I α I + I C E CBO I α I + I C1 1 A CBO1 I α I + I C 2 2 K CBO2 mas, I K I A + I G Fig. 4.3 I I + I α I + I + α I + I I A C1 C 2 1 A CBO1 2 K CBO 2 A α I + I + I 1 ( α + α ) 2 G CBO1 CBO2 1 2 I α I + I + I 2 G CBO1 CBO2 A 1 ( α1 + α 2 ) Modelo do tiristor usando dois transistores BJT Fig Variação típica do ganho de corrente com a corrente de emissor Efeito regenerativo: α 1 varia com I A I E e α 2 varia com I K I A + I G e I G aumenta I A aumenta α 1 e α 2 aumentam (α 1 + α 2 ) se aproxima da unidade I A aumenta. e I G for retirado, I A ainda permanecerá alto. Basta um pequeno I G para disparar o tiristor. 4
5 Modelo do tiristor usando dois transistores BJT Uma tensão v AK com alta taxa de crescimento pode causar disparo do tiristor Maior i j2 maior I CBO1 e I CBO2 (α 1 + α 2 ) mais próximo da unidade. Modelo com as capacitâncias parasitas das junções Fig. 4.5 d( q ) d dc dv i ( C, V ) V + C dt dt dt dt j 2 j2 j2. j 2 j2 j2 j2 j2 Formas de disparo: Disparo de um tiristor Térmica Aumento de portadores gerados termicamente maior corrente de fuga (α 1 + α 2 ) mais próximo da unidade. Tipo de disparo a ser evitado Luz e luz incidir sobre as junções, portadores minoritários serão gerados, podendo disparar o tiristor. Existem tiristores que operam dessa forma. Tensão elevada ou sobretensão No caso de v AK > V BO. dv/dt elevado Conforme visto no slide anterior. Deve-se evitar essa situação. (dv/dt) MAX é uma especificação do tiristor. Corrente de gatilho v GK > 0 surgimento de I G I A (α 2 I G +I CBO1 +I CBO2 )/[1- (α 1 + α 2 )] Ocorre o efeito regenerativo. Maior corrente de gatilho Tensão de bloqueio direta menor (fig. 4.6). 5
6 Disparo de um tiristor Fig. 4.6 Disparo de um tiristor Fig. 4.7 Características de disparo: t d : tempo de atraso (delay time) de 0.1I G a 0.1I T t r : tempo de subida (rise time) de 0.1I T a 0.9I T t ON : tempo de disparo (turn-on-time) de 0.1I G a 0.9I T t ON t d + t r 6
7 Disparo de um tiristor Aspectos de projeto: 1. inal de gatilho deve ser retirado após disparo (sinal contínuo causaria perda desnecessária de energia) 2. Com tiristor reversamente polarizado (v AK < 0), não aplicar pulso de gatilho (causaria aumento da corrente de fuga) 3. Largura (t G ) do pulso i G deve ser maior que o tempo necessário para i T assumir um valor acima de I H. Normalmente t G > t ON. Proteção contra di/dt A condução de corrente deve se espalhar uniformemente sobre as superfícies das junções. e di/dt for muito alta, podem surgir pontos quentes (hot spots) com alta densidade de corrente (temperatura excessiva). Um indutor série (L s ) pode limitar a taxa di/dt (ver fig. 4.8). O problema ocorre no momento em que D m ainda conduz e o tiristor T 1 é disparado. Fig. 4.8 di dt V L s 7
8 Proteção contra dv/dt Assumindo que T 1 não esteja conduzindo, raciocine em termos de sua capacitância parasita (fig. 4.5). Utiliza-se o circuito snubber. Desprezando a resistência da carga Assuma que aqui existe alguma carga Aproximação: dv dt R s 0.632V 0.632V τ R C V I TD s s Máxima corrente de descarga do capacitor sobre T 1 Reavaliando: dv dt R AK t 0 V I TD V τ V R C Proteção contra dv/dt τ Fig. 4.9 nubber Carga Com duas constantes de tempo Carregamento : R C Descarregamento :( R + R ) C Circuito com a carga. A carga efetiva é um circuito RLC 8
9 Proteção contra dv/dt Ex. 4.2 i(t) V 200V e R 5Ω (indutâncias desprezíveis) f 2kHz Deseja-se dv/dt 100V/µs e I TD limitado a 100A Calcular: a) R e C b) Perdas no snubber c) Potência de R Carga + v T (t) - nubber 1ª ordem a) V i( t) e R + R t / τ ( R + R) comτ ( R dvt ( t) RV t / τ e p/ t > 0 2 dt C + R) C e t > 0 dvt ( t) dt t 0+ C v ( t) V T RV RV e R + R 2-6 ( R + R) 10 s 100V t / τ p/ t > 0 R V 200V 2Ω I 100A TD C 0,204µF τ 1, 4µ s Proteção contra dv/dt b) Perdas no snubber Energia armazenada no snubber 1 E CV 2 2 f 2 khz T 500µs τ << T E 2 P 0,5C V f 8, 16W T c) Potência dissipada em R Assumindo toda a energia armazenada em C dissipada em R P R 8, 16W 9
10 Desligamento do tiristor As técnicas de desligamento (não natural) baseiam-se em forçar a corrente no tiristor a cair abaixo da corrente de manutenção por tempo suficiente para recombinar os portadores em excesso nas 4 regiões. Como J1 e J3 estão diretamente polarizadas as características de desligamento são semelhantes às do diodo Tempo de recuperação reversa (t rr ) e corrente de recuperação reversa máxima (I RR ). I RR e t rr podem ser calculadas da mesma forma como foram calculadas no caso de diodos comuns. A junção J2 precisa de um tempo t rc para recombinar seus portadores em excesso. Quanto maior a tensão reversa aplicada menor será esse tempo. Para bloquear o Tiristor uma tensão reversa deve ser aplicada. Tempo de desligamento: t q t rr + t rc Desligamento do tiristor Comutação natural, devido à rede (AC). t t t rc t 10
11 Desligamento do tiristor Comutação forçada, excitação DC. Estudo futuro Tipos de tiristores Os tipos de tiristores estão associados às características de disparo, ao controle de di/dt, ao tempo de disparo e ao tempo de desligamento. Alguns tipos: Tiristor de controle de fase (CRs), Tiristor de deligamento por gatilho (GTOs), bidirecionais (TRIACs), controlados por MO (MCTs), etc. 11
12 Tipos de tiristores - CR Fig Tiristor (moderno) com amplificação de gatilho. Alto dv/dt (1000V/µs) Alto di/dt (500A/µs) implifica o projeto dos circuitos de proteção Tipos de tiristores - GTO GTO (Gate-turn-off) Tiristor de desligamento pelo gatilho A A G K G K Disparo (v GK > 0) pulso positivo de corrente (I G > 0) relação i A /i G para disparo alta (várias centenas) Desligamento (v GK < 0) pulso negativo de corrente (I G < 0) relação i A / i G baixa para deligamento Parâmetro importante (I TGQ ): máxima corrente em estado de condução que pode ser bloqueada pelo controle do gatilho. 12
13 Tipos de tiristores - TRIAC TRIAC : Dois CRs conectados em anti-paralelo, com conexão de gatilho comum. em A e K, mas com MT1 e MT2 e V MT2 > V MT1 disparo com V GMT1 > 0 e se V MT1 > V MT2 disparo com V GMT1 < 0 Opera nos quadrantes I e III Normalmente utilizados em conversores CA-CA MCT MO Controlled Thyristor (Tiristor controlador por transistor MOFET) A tensão de referência é a do nó A (anodo) (P-MCT) Tensão V GA negativa PMO conduz (NMO no corte), disparando o Tiristor. Tensão V GA positiva NMO conduz (PMO no corte), curtocircuita v BE do bjt pnp, i A tende a circular pelo NMO, i C (i B ) do bjt pnp (npn) tendem a cair MCT bloqueia a corrente i A. Tipos de tiristores - MCT 13
14 Operação de tiristores em série Fig.22 Operação de tiristores em paralelo 14
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