11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

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1 CRESCIMENTO DA GLIRICÍDIA (Gliricidia sepium) E DO SOMBREIRO (Clitoria fairchildiana), EM FASE DE VIVEIRO, SOB INOCULAÇÃO COM FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E RIZÓBIOS ESPECÍFICOS Brena Caroline Silva Araujo 1 ; José Geraldo Donozetti dos Santos 2 ; 1 Aluno do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; brennacaroline1@hotmail.com PIBIC/UFT. 2 Orientador(a) do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; jgsanttos@uft.edu.br RESUMO: O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho, em fase de viveiro, do componente arbóreo em sistema agrissilvipastoril, quanto à inoculação com microrganismos simbiotróficos radiculares. Para tanto, fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) foram multiplicados em vasos cultivados com Brachiaria brizantha para serem inoculados em leguminosas arbóreas, no momento do semeio, as quais também receberam inóculo com os rizóbios específicos. Os vasos foram avaliados quanto ao número de esporos e taxa de colonização da braquiária, utilizado-se cerca de 5 cm 3 de solo e aproximadamente um grama de raízes frescas. Os FMAs multiplicaram bem em simbiose com a braquiária, no entanto apresentaram baixas densidades de esporos. Como a maioria dos esporos encontrados no início do estudo apresentavam característica de esporos imaturos, sugere-se que apesar do sucesso da multiplicação, esta estava em fase inicial. Tal multiplicação foi aumentando no decorrer do trabalho. A taxa de colonização micorrízica foi em torno de % tanto para a G. clarum quanto para a Gi. Margarita, também apresentando um elevado incremento posteriormente. Palavras-chave: simbiose; esporulação; colonização. INTRODUÇÃO Os benefícios das leguminosas arbóreas para a recuperação de áreas degradadas, têm sido evidenciado pelos estudos do grupo de pesquisa da Embrapa-agrobiologia/RJ (Macedo et al., 28), com destaque para o aumento dos estoques da MOS e ciclagem de nutrientes, além da simbiose com bactérias fixadoras de N atmosférico (BFNN). A associação com fungos micorrizicos arbusculares também tem ajudado no estabelecimento de plantas arbóreas em solos de condições desfavoráveis, tendo efeitos benéficos para o crescimento da planta.

2 A inoculação com microrganismos eficientes pode representar um passo fundamental para encurtar o tempo de estabelecimento das árvores nos sistemas agroflorestais, contribuindo, desta maneira, para melhorar a viabilidade da recuperação de áreas degradadas. O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho, em fase de viveiro, do componente arbóreo em sistema agrissilvipastoril, quanto à inoculação com microrganismos simbiotróficos radiculares, de modo a contribuir para ampliar a viabilidade de adoção deste sistema como estratégia para recuperar áreas de pastagens tropicais degradadas. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins Campus de Araguaína/EMVZ. Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), Glomus clarum e Gigaspora margarita, foram multiplicados em vasos cultivados com Brachiaria brizantha, adicionando-se, periodicamente uma solução nutritiva de Hoogland sem P (fósforo) e solução nutritiva completa. Foram estudadas duas leguminosas arbóreas, (Gliricidia sepium gliricídia e Clitoria fairchildiana - sombreiro,) inoculadas ou não (controle) no momento do semeio. Além da inoculação micorrízica, as leguminosas receberam também inóculo com os rizóbios específicos (meio turfoso). As plantas permaneceram em viveiro até o momento do transplantio para o campo. Os vasos foram avaliados em janeiro e agosto de 212, quanto ao número de esporos e taxa de colonização da braquiária, sendo utilizados cerca de 5 cm 3 de solo e aproximadamente um grama de raízes frescas, de acordo com metodologia descrita em Colozzi-filho e Balota (1994). Após a obtenção dos esporos, estes foram sobmetidos à limpeza em ultrasonificador, com dois ciclos de 15 segundos. A contagem dos esporos totais foi realizada em microscópio estereoscópico com aumento de até 4x. Já a porcentagem de colonização micorrízica foi determinada pelo método da placa quadriculada, em microscópio estereoscópico com aumento de até 4x (Giovanett & Mosse, 198) RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas avaliações, realizadas em janeiro e agosto de 212, verificou-se que os FMAs se multiplicaram após 12 meses de condução em simbiose com a braquiária. Na avaliação realizada em janeiro de 212, foi observada uma baixa densidade de esporos no solo dos vasos de multiplicação, principalmente para o Glomus clarum, cerca de 35 esporos 5 dm -3, enquanto para a Gigaspora margarita já havia razoável densidade de esporos, cerca de 11 esporos 5

3 ESPOROS POR 5ML DE SOLO dm -3 (Figura 1). Além da pouca produção de esporos estes se apresentaram, na maioria, com características morfológicas de esporo imaturo, conforme o confronto com imagens obtidas do banco de dados do INVAN ( (dados não apresentados). Isto sugere que apesar do sucesso da multiplicação, esta estava em fase inicial. A taxa de colonização micorrízica observada foi em torno de % tanto para a G. clarum quanto para a Gi. Margarita (Figura 2), valor considerado baixo (< 5%) (Moreira & Siqueira, 26). Na terceira avaliação, em agosto de 212 houve significativa melhora da multiplicação do Glomus clarum, sendo que para alguns dos vasos estes valores foram superiores a 15 esporos 5 dm -3 de solo inóculo. Enquanto a Gigaspora margarita manteve os padrões anteriores, no entanto, para ambas as espécies a morfologia é de esporos maduros (Figura 3). Para ambas as espécies, a taxa de colonização micorrízica apresentou elevado incremento, com valores próximos a 7% (Figura 4), sugerindo que as dificuldades iniciais para a multiplicação foram contornadas, obtendo-se sucesso na multiplicação em simbiose com hospedeiro. Nesta fase do estudo não será possível apresentar nenhuma conclusão, pois diante da impossibilidade de obter o inóculo dos fungos micorrízicos arbusculares, em tempo hábil, não foi possível avaliar o crescimento das leguminosas, em fase de viveiro, em função da inoculação com estes fungos e rizóbios específicos Figura 1. Densidade de esporos nos vasos de multiplicação, cultivados como Brachiaria decumbens por aproximadamente 5 meses e inoculados com (Glomus clarum) ou (Gigaspora margarita).

4 ESPOROS POR 5ML DE SOLO % RAIZES COLONIZADAS Figura 2. Colonização micorrízica da Brachiaria decumbens após inoculação com (Glomus clarum) ou (Gigaspora margarita) e conduzidos sob condições de casa de vegetação por 5 meses Figura 3. Densidade de esporos nos vasos de multiplicação, cultivados com Brachiaria decumbens por aproximadamente 12 meses e inoculados com (Glomus clarum) ou (Gigaspora margarita.)

5 % RAIZES COLONIZADAS Figura 4. Colonização micorrízica da Brachiaria decumbens após inoculação com (Glomus clarum) ou (Gigaspora margarita) e conduzidos sob condiçõs de casa de vegetação por 12 meses. LITERATURA CITADA COLOZZI-FILHO, A.; BALOTA, E.L.. Micorrizas Arbusculares. In. HUNGRI, M.; ARAUJO, R.S.. Manual de métodos empregados em estudos de microbiologia agrícola. Brasília: EMBRAPA-SPI, p , MACEDO, M.O.; RESENDE, A.S.; GARCIA, P.C.; BODDEY, R.M.; JANTALIA, C.P; URGUIAGA, S.; CAMPELLO, E.F.C.; FRANCO, A.A. Changes in soil C and N stocks and nutrient dynamics 13 years after recovery of degraded land using leguminous nitrogen-fixing trees. Forest Ecology and Management, v.255, p , 28. MOREIRA, F.M.S; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2º ed. atual. e ampl.-lavras: Editora-UFLA, 26, 729p.: il. AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT