USO DE LEGUMINOSAS NA RECUPERAÇÃO DE SOLOS SOB PASTAGENS DEGRADADAS, EM GURUPI-TO. Danilo Silva Machado¹; Saulo de Oliveira Lima²
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- Maria do Pilar Beltrão Palmeira
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1 USO DE LEGUMINOSAS NA RECUPERAÇÃO DE SOLOS SOB PASTAGENS DEGRADADAS, EM GURUPI-TO. Danilo Silva Machado¹; Saulo de Oliveira Lima² 1 Aluno do Curso de AGRONOMIA; Campus de GURUPI-TO; danilosilvamachado@hotmail.com; PIBIC/CNPq. 2 Orientador(a) do Curso de AGRONOMIA; Campus de GURUPI-TO; saulolima@uft.edu.br RESUMO A adubação verde vem crescendo cada vez mais, e tornando-se importante para o meio ambiente e para o solo, pois diminuímos a quantidade de adubos químicos utilizados e ainda restauramos as partes físicas do solo, com a utilização da adubação verde a partir de leguminosas com raiz pivotante e fixadoras de N. Utilizou-se 4 leguminosas no presente trabalho, crotalária, feijão de porco, feijão guandu, mucuna preta, onde observamos o desenvolvimento de cada em relação a recuperação de atributos físicos do solo, em parcelas de 5x4 m, com 16 parcelas em cada experimento, sendo um incorporado e o outro não incorporado. As leguminosas se destacaram mais no experimento não incorporado onde reduziram a densidade aparente e aumentaram a quantidade de macroporos, e também ajudaram na descompactação do solo com as analises de resistência a penetração, no experimento incorporado os resultados das leguminosas foram mascarados pela incorporação das mesmas junto ao solo, onde não foi obtido resultados nas analises. Palavras-chave: adubação verde; leguminosas; fixadoras;incorporado; não incorporado INTRODUÇÃO A utilização das leguminosas tem sido estudada em experimentos de recuperação de áreas degradadas em substrato completamente destituídos de matéria orgânica (AQUINO & ASSIS, 2005). As principais vantagens que a adubação verde oferece são: protege o solo das chuvas de alta intensidade; reduzindo ou mesmo controlando a erosão; mantém elevada a tava de infiltração de água no solo, o que evita o escoamento superficial; aumenta a capacidade de retenção de água no solo; mobiliza e recicla de forma eficaz os nutrientes; promove o aporte de nitrogênio através da fixação biológica pelas leguminosas; reduz a população de plantas daninhas. (CARVALHO & AMABILE, 2006). MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Tocantins em um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO cultivado com pastagens degradas no município de Gurupi. Foram instalados dois experimentos, que ficaram lado a lado, com os mesmos tratamentos, sendo que em um experimento as leguminosas, após a ceifa, foram incorporadas com grade aradora e no outro as leguminosas foram ceifadas e deixadas na superfície do solo.
2 Tratamentos: 4 espécies de leguminosas: crotalária (Crotalaria jucea); mucuna preta (Mucuna aterrima); feijão guandu (Cajanus cajans) e feijão-de-porco (Canavalia ensiformes); 3 profundidades de amostragem: 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. Determinações físicas das amostras de solo As determinações físicas das amostras de solo foram, realizadas no laboratório de Solos do Campus de Gurupi/UFT. Foram coletadas amostras indeformadas de solos com um amostrador Uhland, utilizando anéis volumétricos com 269,39 cm³ de volume, nas profundidades de 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. Segundo EMBRAPA (1997), foram analisadas densidade do solo (Ds), porosidade total (Pt), macroporosidade e microporosidade, e resistência a penetração. Os dados foram todos coletados até 30 cm de profundidade e analisados no SISVAR 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão os resultados da densidade aparente, macroporosidade, microporosidade e porosidade total do solo em três profundidades após a incorporação de leguminosas, não houve diferença estatística significativa (p<0,05) dos tratamentos. Tabela 1. Parâmetros físicos de um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO nas profundidades de 0-10, e 20-30cm, cultivado com leguminosas cortadas e incorporadas, em Gurupi-TO. INCORPORADO NÃO INCORPORADO Leguminosa Média Média Densidade Aparente (g cm -3 ) Densidade Aparente (g cm -3 ) Mucuna 1,46 a 1,43 ab 1,43 a 1,44 a 1,42 1,47 1,48 1,46 b Guandu 1,47 a 1,42 ab 1,42 a 1,44 a 1,29 1,30 1,33 1,31 a Crotalária 1,46 a 1,47 ab 1,39 a 1,44 a 1,26 1,35 1,25 1,29 a Feijão de porco 1,33 aa 1,52 bb 1,47 aab 1,44 a 1,41 1,49 1,46 1,45 b Testemunha 1,44 a 1,32 a 1,40 a 1,39 a 1,44 1,32 1,40 1,39 ab 1,43 a 1,43 a 1,42 a CV = 6,47% 1,36 a 1,39 a 1,38 a CV = 8,83% Leguminosa Média Média Macroporosidade (m³ m -3 ) Macroporosidade (m³ m -3 ) Mucuna 0,182 0,182 0, a 0,197 ab 0,198 ab 0,212 ab 0,202 b Guandu 0,136 0,169 0,196 0,167 a 0,259 b 0,254 b 0,303 b 0,272 c Crotalária 0,148 0,216 0,215 0,193 a 0,261 b 0,233 ab 0,292 b 0,262 bc Feijão de porco 0,205 0,176 0,181 0,187 a 0,263 b 0,222 ab 0,237 ab 0,240 bc Testemunha 0,133 0,132 0,144 0,136 a 0,133 a 0,132 a 0,144 a 0,136 a Média 0,161 a 0,175 a 0,189 a CV = 32,95% 0,222 a 0,208 a 0,237 a CV = 23,73% Leguminosa Média Média Microporosidade (m³ m - ³) Microporosidade (m³ m - ³) Mucuna 0,199 0,224 0,176 0,200 a 0,234 0,221 0, a Guandu 0,257 0,248 0,225 0,243 a 0,214 0,244 0,201 0,220 a Crotalária 0,238 0,194 0,185 0,206 a 0,208 AB 0,297 B 0,193 A 0,233 a Feijão de porco 0,195 0,202 0,215 0,204 a 0,177 0,197 0,194 0,189 a Testemunha 0,249 0,241 0,239 0,243 a 0,249 0,241 0,239 0,243 a Média 0,228 a 0,222 a 0,208 a CV = 22,64% 0,216 a 0,240 a 0,208 a CV = 27,05%
3 Leguminosa Média Média Porosidade Total (m³ m -3 ) Porosidade Total (m³ m -3 ) Mucuna 0,380 0,406 0,387 0,391 a 0,431 0,419 ab 0,424 0,425 ab Guandu 0,392 0,418 0,421 0,410 a 0,473 0,498 ab 0,503 0,491 b Crotalária 0,387 0,410 0,400 0,399 a 0,469 0,530 b 0,485 0,494 b Feijão de porco 0,400 0,379 0,397 0,392 a 0,440 0,419 ab 0,431 0,430 ab Testemunha 0,381 0,373 0,382 0,379 a 0,381 0,373 a 0,382 0,379 a 0,388 a 0,397 a 0,397 a CV = 8,25% 0,439 a 0,448 a 0,445 a CV = 15,32% Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. Não se observou diferença estatística significativa (p<0,05) em relação às espécies de leguminosas cultivadas e também nas profundidades amostradas, nos parâmetros: densidade aparente, macroporosidade, microporosidade e porosidade total do solo com a incorporação das leguminosas ao solo por ocasião do florescimento das mesmas (Tabela 1). Apenas na determinação da densidade aparente, o tratamento com a leguminosa feijão de porco, apresentou interação com as profundidades, onde na profundidade de 10-20cm houve uma maior (p<0,05) densidade aparente em relação às demais profundidades. E ainda em relação a densidade aparente, houve interação da profundidade em função da leguminosa, apenas a profundidade de 10-20cm ocorreu diferença entre as espécies, sendo o feijão de porco a que apresentou diferença significativa em relação às demais e a testemunha. Os resultados da densidade aparente, macroporosidade, microporosidade e porosidade total do solo em três profundidades, sem a incorporação de leguminosas, houve diferença estatística significativa (p<0,05) dos tratamentos (Tabela 1). Em relação a densidade aparente as leguminosas feijão guandu e crotalária, foram as que apresentaram as menores densidades (p<0,05), 1,31 e 1,29 g cm - ³, respectivamente, em relação às demais. Não houve diferença significativa nas profundidades amostradas. Ao observarmos a macroporosidade, no tratamento não incorporado, o feijão guandu e crotalária, novamente foram as que mais se destacaram, juntamente com o feijão de porco. Que apresentaram maiores valores (p<0,05) de macroporosidade, propiciando ao solo uma maior quantidade de poros, que irão auxiliar no escoamento da água pelo perfil do solo. Não houve diferença (p<0,05) em relação à profundidade de amostragem. Houve interação significativa apenas das profundidades de amostragem em relação às leguminosas e testemunha. Observa-se que nas profundidades 0-10, e 20-30cm os tratamentos com as leguminosas proporcionaram uma maior (p<0,05) macroporosidade do solo em relação à testemunha. Destaca-se que o feijão guandu e a crotalária se destacaram nas três profundidades.
4 11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas Na avaliação da porosidade total, as leguminosas que proporcionaram maiores valores deste atributo ao solo foram a crotalária e o feijão guandu, sendo esses valores significativos (p<0,05) em relação à testemunha. As leguminosas foram ceifadas e incorporadas no florescimento e foi realizada uma estimativa das produções de massa seca das mesmas que foram as seguintes: mucuna (7,2 t/ha); feijão guandú (5,3 t/ha); crotalária (10,4 t/ha); feijão de porco (3,9 t/ha). Sendo essas produções de massa seca dentro da média preconizada por Souza & Rezende, Na Figura 1a e 1b estão apresentados, respectivamente, os resultados da resistência mecânica à penetração de um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO, cultivado com quatro leguminosas (incorporadas) em comparação à testemunha, e cultivado com quatro leguminosas (não incorporadas) em comparação à testemunha. Resistência mecânica à penetração (MPa) 0,56 0,66 0,76 0,86 0,96 1,06 1,16 Resistência mecânica à penetração (MPa) 0,55 0,75 0,95 1,15 1,35 1,55 1, Test F. porco Crotalaria Mucuna Guandu Test F.porco Crotalaria Guandu Mucuna (a) Figura 1. Resistência mecânica à penetração de um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO após o cultivo, ceifa e incorporação de leguminosas (a) e após o cultivo, ceifa e não incorporação de leguminosas (b) (b) Na Figura 1a, nota-se que a resistência à penetração está menor que 2,0 MPa e que de acordo com USDA (1993) que considera o limite de 2 MPa como forte restrição ao crescimento radicular para muitas culturas anuais. Sendo um critério para restrição física ao crescimento radicular.
5 Observa-se que para todas as leguminosas a resistência a penetração foi de 0,58 MPa até a profundidade de cm, valor este considerado por USDA (1993) baixo. Mas isto ocorreu provavelmente pela incorporação das leguminosas após o florescimento destas com grade arradora. As leguminosas crotalária e mucuna a resistência foi de 0,58 MPa até uma profundidade de cm, as demais leguminosas variam a resistência a partir da profundidade de cm. Na profundidade de 15-20cm até a de 25-30cm, nos tratamentos crotalária e mucuna, houve um aumento da resistência a penetração, sendo que a crotalária foi a que obteve a maior resistência em maior profundidade comparada as demais leguminosas chegando a 1,16 MPa. Observa-se que a testemunha variou bastante e não obteve resultado superior às leguminosas, sendo que os dados da testemunha foram coletados antes da implantação do experimento, sem ter ocorrido nenhuma mecanização na área. Os teores de umidade no momento da avaliação foram 21,65%, 18,36%, 18,02%, respectivamente para as profundidades de 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. Observa-se que todas as leguminosas mantiveram uma resistência a penetração de 0,57 MPa, na profundidade de 5-10 cm (Figura 1b), valor considerado pela USDA (1993) baixo, após essa profundidade ocorreu variação de resistência a penetração entre elas, sendo que o feijão de porco manteve a resistência a penetração 0,57 MPa até uma profundidade de cm, e as demais leguminosas variaram a resistência a penetração até a profundidade de 15-20, essa variação de resistência a penetração pode ser por causa da não incorporação do experimento, e o efeito dos sistemas radiculares, onde as leguminosas foram ceifadas e deixadas sobre solo. Após a profundidade de 15-20, o tratamento com o feijão de porco obteve um grande aumento na resistência a penetração, comparado as demais leguminosas de 1,6 MPa, na profundidade de cm, e as outas leguminosas que variaram muito nas profundidades anteriores foram somente até 1,4 MPa. Os teores de umidade no momento da avaliação foram 21,82%, 18,56%, 18,44%, respectivamente para as profundidades de 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. LITERATURA CITADA CARVALHO, A. M; AMABILE, RF (Ed.). Cerrado: adubação verde. Planaltina-Df: Embrapa Cerrados, p. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise do solo. 2.ed. revista. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, p. SILVA, J.A.A.; DONADIO, L.C.; CARLOS, J.A.D. Adubação verde em citros. Boletim Citrícola, Jaboticabal, n.9, p.1-35, 1999.
6 USDA, Soil survey manual. Washington, DC, USA, Soil Survey Division Staff, p. (Handbook, 18). AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil"
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