COLEP PORTUGAL, S.A. Relatório e Contas Consolidadas 31 de dezembro de 2012
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1 COLEP PORTUGAL, S.A. Relatório e Contas Consolidadas 31 de dezembro de 2012 Colep Portugal, S.A. Apartado Vale de Cambra Portugal TEL FAX Sede Social: Vila Chã, Vale de Cambra Capital Social Eur Matric C.R.C. Vale de Cambra/ N.I.P.C
2 ÍNDICE RELATÓRIO DE GESTÃO 2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 5 ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 11 CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS 51 RELATÓRIO DO CONSELHO FISCAL 54 1
3 RELATÓRIO DE GESTÃO
4 COLEP PORTUGAL, S.A. RELATÓRIO DE GESTÃO EXERCÍCIO 2012 Senhores Acionistas: No ano 2012, a empresa teve um desempenho sólido, refletido no progresso alcançado na maioria das suas áreas de negócio. O volume de negócios consolidado aumentou 6,2%, passando de 511 milhões em 2011 para 543 milhões em 2012, dos quais menos de 6% são referentes a vendas efetuadas em Portugal. O volume de negócios das operações na Europa aumentou de 367 milhões em 2011 para 378 milhões em A empresa tem sido capaz de reforçar a sua posição na maioria dos segmentos em que atua, nomeadamente embalagens em folha-de-flandres na Península Ibérica. Na verdade, apesar das dificuldades decorrentes do ambiente económico e financeiro desfavorável em Espanha e Portugal, a empresa tem sido capaz de aumentar a sua atividade e a sua quota de mercado. Na Europa, nos segmentos de contract manufacturing e contract packing, a empresa tem vindo a consolidar sua posição como líder de mercado no enchimento de aerossóis e, ao mesmo tempo, crescer significativamente no enchimento de produtos que não o aerossol. A empresa adaptou a sua organização da unidade de negócios de Health Care, tendo progredido significativamente no estabelecimento das condições requeridas para operar nesta área de negócio, visando torna-la num importante polo de desenvolvimento no futuro. O volume de negócios das operações no Brasil, nas quais a Colep tem uma parceria com a ZM Participação, S.A., aumentou 22,8%, passando de R$ 337 milhões em 2011 para R$ 415 milhões em Este crescimento foi conseguido principalmente na mais importante das empresas brasileiras Provider - que atua na área de contract manufacturing, de produtos de cuidados pessoais em embalagens que não o aerossol. Com esta joint venture no Brasil, a Colep tem condições para oferecer aos seus clientes uma vasta gama de produtos nos segmentos de cuidados pessoais e higiene doméstica numa nova geografia de grande crescimento, alargando assim os serviços prestados às grandes marcas multinacionais. As sinergias entre as operações da Europa e do Brasil são também bastante óbvias, permitindo uma relação reforçada com os players mais importantes em ambas as geografias. Embora a construção de uma fábrica de enchimento de aerossóis, em Itatiba, São Paulo, tenha sido concluída no final de 2011, a Colep Provider Aerossol, S.A. (CPA), empresa recém-constituída, só iniciou a atividade em julho de 2012, devido à longa espera para ter as licenças de funcionamento emitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Acreditamos que CPA terá um impacto muito importante na indústria de aerossol brasileira, uma vez que até agora o mercado tem vindo a ser abastecido a partir da Argentina, devido à ausência de fábricas no Brasil que cumpram as normas internacionais. Este impacto foi já observado com a concretização de encomendas, por alguns dos mais importantes clientes locais e multinacionais, para enchimento de aerossóis na CPA. É convicção da Administração de que o negócio da empresa é sólido, tanto na Europa como no Brasil, e a empresa está em excelente posição para servir os seus clientes e assim beneficiar de sua preferência. A empresa está igualmente bem posicionada para crescer, nomeadamente via expansão para novas geografias onde a procura dos seus produtos e serviços estão a crescer rapidamente. 3
5 Comentários às contas Como referido acima, o volume de negócios consolidado em 2012 foi de 543 milhões. Os Meios Libertos de Exploração (EBITDA) e o Resultado Liquido foram 33 milhões e 6 milhões, respetivamente. O esforço encetado pela empresa para diminuir a divida permitiu a redução da divida bancária liquida de 120 milhões em 2011 para 103 milhões em Durante o ano os investimentos nas operações Europeias e Brasileiras totalizaram 13,6 milhões. Uma parte significativa do investimento total foi destinada a aumento da produtividade e flexibilidade, sem descurar o esforço de investimento, que vem sendo feito ao longo dos últimos anos, destinado à garantia da qualidade, segurança e proteção ambiental. Financiamento Durante o segundo semestre de 2012, foi iniciado o processo de negociação das estruturas de financiamento não correntes, cujo vencimento ocorre em À data da preparação deste relatório a empresa tem já garantida a contratação de novas linhas no montante de 52 milhões de Euros, com maturidade de 3 anos. Considerando os contratos existentes, com maturidades ente 2014 e 2016, bem como os compromissos firmes assumidos pelas instituições financeiras, a Colep dispõe de linhas com maturidade superior a um ano no montante de 120 milhões. Assim, o financiamento das necessidades correntes da empresa, bem como do plano de crescimento, está garantido por empréstimos bancários de médio e longo prazo e pela própria capacidade de libertação de meios. O Conselho de Administração irá propor o pagamento de um dividendo no valor de 10 milhões, referente ao exercício de 2012, o qual terá que ser aprovado na assembleia geral de aprovação de contas. Nota final A Administração gostaria de expressar os seus agradecimentos a todos os stakeholders da empresa pelo seu apoio ao longo do ano, especialmente aos nossos colaboradores pela dedicação e empenho, e aos nossos clientes por continuarem a preferir os nossos serviços. Também aos nossos Parceiros Financeiros queremos manifestar o nosso reconhecimento pelo suporte continuado. Vale de Cambra, 13 de março 2013 O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos Richard Zakaib Vítor Manuel Pereira Neves 4
6 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS
7 COLEP PORTUGAL, S.A. DEMONSTRAÇÕES DAS POSIÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Montantes expressos em Euro) ATIVOS NÃO CORRENTES: ATIVO Notas Ativos fixos tangíveis Diferenças de consolidação Ativos intangíveis Investimentos em empresas participadas Ativos por impostos diferidos Outros ativos não correntes Total de ativos não correntes ATIVOS CORRENTES: Inventários Clientes Estado e outros entes públicos Outras dívidas de terceiros Outros ativos correntes Caixa e equivalentes de caixa Total de ativos correntes ATIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA TOTAL DO ATIVO CAPITAL PRÓPRIO: CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital social Prestações suplementares Reservas legais Reservas de reavaliação Reservas de conversão e de cobertura 18 ( ) ( ) Outras reservas Resultados transitados Resultado líquido do exercício Total capital próprio atribuído Acionistas Empresa-mãe Interesses que não controlam TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO PASSIVO: PASSIVO NÃO CORRENTE: Empréstimos bancários Credores por locações financeiras Outros empréstimos Responsabilidades por pensões Outros credores não correntes Outros passivos não correntes Passivos por impostos diferidos Provisões Total de passivos não correntes PASSIVO CORRENTE: Empréstimos bancários Credores por locações financeiras Fornecedores Outras dívidas a terceiros Estado e outros entes públicos Outros passivos correntes Total de passivos correntes TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO O anexo faz parte integrante destas demonstrações financeiras. O Técnico Oficial de Contas: Vânia Patrícia Pinto Trindade O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos, Richard Zakaib, Vítor Manuel Pereira Neves
8 Rendimentos operacionais: COLEP PORTUGAL, S.A. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS POR NATUREZAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Montantes expressos em Euro) Notas Vendas Prestações de serviços Outros rendimentos operacionais Total de rendimentos operacionais Gastos operacionais: Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas Variação da produção 36 ( ) Fornecimentos e serviços externos Gastos com o pessoal Amortizações e depreciações 9 e Provisões e perdas por imparidade 28 ( ) ( ) Outros gastos operacionais Total de gastos operacionais Resultados operacionais Gastos e perdas financeiras Rendimentos financeiros Resultados relativos a empresas participadas Resultado antes de impostos Imposto sobre o rendimento Resultado do exercício de operações em continuação Perdas obtidas em operações em descontinuação Imposto sobre o rendimento de operações em descontinuação Resultado líquido consolidado do exercício Atribuível a: Acionistas da Empresa-Mãe Interesses que não controlam ( ) (14.125) Resultados por ação: Incluindo operações em descontinuação Básico 44 0,07 0,05 Diluído 44 0,07 0,05 Excluindo operações em descontinuação Básico 44 0,07 0,08 Diluído 44 0,07 0,08 O anexo faz parte integrante destas demonstrações financeiras. O Técnico Oficial de Contas: Vânia Patrícia Pinto Trindade O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos, Richard Zakaib, Vítor Manuel Pereira Neves
9 COLEP PORTUGAL, S.A. DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL CONSOLIDADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Montantes expressos em Euro) Resultado líquido consolidado do período (antes de interesses que não controlam) Variação do justo valor dos instrumentos financeiros de cobertura Variação das reservas de reavaliação ( ) Variação das diferenças de conversão cambial e outras ( ) Outras variações no capital próprio (14.740) ( ) Rendimento reconhecido diretamente no capital próprio ( ) Total dos rendimentos e gastos reconhecidos no período (64.732) Atribuível a: Acionista da Empresa-Mãe Interesses que não controlam ( ) ( ) O Técnico Oficial de Contas: Vânia Patrícia Pinto Trindade O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos, Richard Zakaib, Vítor Manuel Pereira Neves
10 COLEP PORTUGAL, S.A. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA CONSOLIDADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Montantes expressos em Euro) ATIVIDADES OPERACIONAIS: Notas Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal Fluxos gerados pelas operações (Pagamento)/recebimento do imposto sobre o rendimento ( ) ( ) Outros recebimentos/(pagamentos) relativos à atividade operacional ( ) ( ) Fluxos das atividades operacionais (1) ATIVIDADES DE INVESTIMENTO: Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros Ativos fixos tangíveis Ativos fixos intangíveis Juros e ganhos similares Dividendos - - Empréstimos obtidos Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros - - Ativos fixos tangíveis Ativos intangíveis Empréstimos concedidos Outros Fluxos das atividades de investimento (2) ( ) ( ) ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Recebimentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Interesses que não controlam Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Amortizações de contratos de locação financeira Juros e gastos similares Dividendos Fluxos das atividades de financiamento (3) ( ) Variação de caixa e seus equivalentes (4) = (1) + (2) + (3) ( ) Variação do perímetro Caixa e seus equivalentes no início do período 17 ( ) ( ) Caixa e seus equivalentes no fim do período 17 ( ) ( ) As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras. O Técnico Oficial de Contas: Vânia Patrícia Pinto Trindade O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos, Richard Zakaib, Vítor Manuel Pereira Neves
11 COLEP PORTUGAL, S.A. DEMONSTRAÇÕES DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO CONSOLIDADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 E 2011 (Montantes expressos em Euro) Notas Capital social Prestações suplementares Legais Reavaliação Reservas Conversão e de cobertura Outras Resultados transitados Resultado líquido do exercício Interesses que não controlam Saldo em 1 de janeiro de ( ) Aplicação do resultado líquido de 2010: Transferência para reserva legal ( ) ( ) - - Aumento do capital social Variação reservas de conversão cambial ( ) ( ) ( ) Resultado líquido do exercício de (14.125) Outros ( ) ( ) ( ) Total Saldo em 31 de dezembro de ( ) Aplicação do resultado líquido de 2011: Transferência para reserva legal ( ) - - Aumento do capital social Fusão - - ( ) Variação reservas de conversão cambial ( ) Resultado líquido do exercício de ( ) Outros (14.740) Saldo em 31 de dezembro de ( ) O Técnico Oficial de Contas: Vânia Patrícia Pinto Trindade O anexo faz parte integrante destas demonstrações financeiras. O Conselho de Administração: José Henrique Pinto dos Santos, Richard Zakaib, Vítor Manuel Pereira Neves
12 ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS
13 COLEP PORTUGAL, S.A. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 (Montantes expressos em Euro) 1. NOTA INTRODUTÓRIA A Colep Portugal, S.A. ( Colep ou Empresa ) é uma sociedade anónima constituída em 6 de setembro de 1994, sendo a empresa-mãe de um universo de empresas conforme indicado na Nota 5 ( Grupo Colep ). O objeto social consiste essencialmente na produção e comércio de embalagens (metálicas e plásticos) e produtos afins, enchimentos e equipamentos industriais incluindo atividades auxiliares ou complementares que direta ou indiretamente se relacionem com a sua atividade principal e tem a sua sede em Vale de Cambra. As demonstrações financeiras anexas são apresentadas em Euros dado que esta é a divisa utilizada preferencialmente no ambiente económico em que o Grupo opera. As operações estrangeiras são incluídas nas demonstrações financeiras de acordo com a política descrita no ponto 2.2.d). 2. PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS As principais políticas contabilísticas adotadas na preparação das demonstrações financeiras consolidadas anexas são as seguintes: 2.1. Bases de apresentação As demonstrações financeiras consolidadas anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações e tomando essencialmente por base o custo histórico, a partir dos registos contabilísticos das empresas incluídas na consolidação (Nota 5), mantidos de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro emitidas pelo International Accounting Standards Board ( IASB ) e interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee ( IFRIC ) ou pelo anterior Standing Interpretations Committee ( SIC ) em vigor em 1 janeiro de 2012 tal como adotados pela União Europeia. Não existem IFRS, ou interpretações do IFRIC que sejam de aplicação efetiva nos exercícios iniciados em 1 de janeiro de 2012 que tenham um impacto significativo nas demonstrações financeiras do Grupo. De acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro, nestas demonstrações financeiras é apresentada e divulgada informação sobre os efeitos das unidades operacionais descontinuadas e das alienações de ativos não correntes detidos para venda (Nota 43). 12
14 2.2. Princípios de consolidação São os seguintes os métodos de consolidação adotados pelo Grupo: a) Investimentos financeiros em empresas do Grupo As participações financeiras em empresas nas quais o Grupo detenha direta ou indiretamente, mais de 50% dos direitos de voto em Assembleia Geral de Acionistas/Sócios e/ou detenha o poder de controlar as suas políticas financeiras e operacionais (definição de controlo utilizada pelo Grupo), foram incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas anexas pelo método integral. O capital próprio e o resultado líquido destas empresas correspondente à participação de terceiros nas mesmas, é apresentado separadamente na demonstração da posição financeira consolidado e na demonstração de resultados consolidada, respetivamente, na rubrica Interesses que não controlam. Os ativos e passivos de cada filial são identificados ao seu justo valor na data de aquisição. Qualquer excesso do custo de aquisição face ao justo valor dos ativos e passivos líquidos adquiridos é reconhecido como diferença de consolidação positiva (Notas 2.2 c) e 10)). Caso o diferencial entre o custo de aquisição e o justo valor dos ativos e passivos líquidos adquiridos seja negativo, o mesmo é reconhecido como um rendimento do exercício após reconhecimento do justo valor atribuído aos ativos e passivos adquiridos. Os interesses de acionistas minoritários são apresentados pela respetiva proporção do justo valor dos ativos e passivos identificados. Os resultados das filiais adquiridas ou vendidas durante o exercício estão incluídos nas demonstrações de resultados desde a data da sua aquisição ou até à data da sua venda. Sempre que necessário, são efetuados ajustamentos às demonstrações financeiras das filiais para adequar as suas políticas contabilísticas às usadas pelo Grupo. As transações, os saldos e os dividendos distribuídos entre empresas do Grupo são eliminados no processo de consolidação. Nas situações em que o Grupo detenha, em substância, o controlo de outras entidades criadas com um fim específico, ainda que não possua participações de capital diretamente nessas entidades as mesmas são consolidadas pelo método de consolidação integral. b) Investimentos financeiros em empresas associadas Os investimentos financeiros em empresas associadas (empresas onde o Grupo exerce uma influência significativa mas não detém nem o controlo nem o controlo conjunto das mesmas através da participação nas decisões financeira e operacional da Empresa - geralmente investimentos representando entre 20% a 50% do capital de uma empresa) são registados pelo método da equivalência patrimonial. Nos exercícios de 2012 e 2011 não existiam investimentos financeiros em empresas associadas. c) Diferenças de consolidação As diferenças entre o custo de aquisição dos investimentos em empresas do Grupo e o justo valor dos ativos e passivos identificáveis dessas empresas à data da sua aquisição, foram registadas na rubrica Diferenças de consolidação. Quando são apuradas diferenças negativas entre o custo de aquisição dos investimentos em empresas do Grupo e o montante atribuído ao justo valor dos ativos e passivos identificáveis 13
15 dessas empresas à data da sua aquisição, as mesmas são registadas diretamente na demonstração dos resultados. As diferenças entre o custo de aquisição dos investimentos em filiais sedeadas no estrangeiro e o justo valor dos ativos e passivos identificáveis dessas filiais à data da sua aquisição, encontram-se registadas na moeda de reporte dessas filiais, sendo convertidas para a moeda de reporte do Grupo (Euro) à taxa de câmbio em vigor na data da demonstração da posição financeira. As diferenças cambiais geradas nessa conversão são registadas na rubrica do capital próprio Reservas de conversão. O valor das diferenças de consolidação não é amortizado, sendo testado, pelo menos anualmente, para verificar se existem perdas de imparidade. Qualquer perda de imparidade é registada imediatamente na demonstração de resultados do exercício na rubrica Outros gastos operacionais e não sendo posteriormente revertida. As diferenças de consolidação originadas nas aquisições anteriores à data de transição para IFRS (1 de janeiro de 2004) foram mantidas pelos valores apresentados de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal reexpressos na moeda da subsidiária retrospetivamente conforme política adotada. As diferenças cambiais geradas neste processo de conversão foram registadas diretamente em resultados transitados de acordo com o exposto no IFRS 1. d) Conversão de demonstrações financeiras de entidades estrangeiras Os ativos e passivos das demonstrações financeiras de entidades estrangeiras são convertidos para Euro utilizando as taxas de câmbio à data da demonstração da posição financeira e os gastos e rendimentos bem como os fluxos de caixa são convertidos para Euro utilizando a taxa de câmbio média verificada no exercício. A diferença cambial resultante gerada após 1 de janeiro de 2004, é registada no capital próprio na rubrica de Reservas de conversão. As diferenças cambiais geradas até 1 de janeiro de 2004 (data de transição para IFRS) encontram-se registadas em resultados transitados. O valor das diferenças de consolidação e ajustamentos de justo valor resultantes da aquisição de entidades estrangeiras são tratados como ativos e passivos dessa entidade e transpostos para Euro de acordo com a taxa de câmbio da demonstração da posição financeira Ativos fixos tangíveis a) Imóveis para uso próprio Os imóveis (terrenos e edifícios) para uso próprio são registados por uma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer subsequente depreciação acumulada e/ou perdas de imparidade acumuladas. As revalorizações são feitas periodicamente, por avaliadores imobiliários independentes, de forma a que o montante revalorizado não difira materialmente do justo valor do respetivo imóvel. Os ajustamentos resultantes das revalorizações efetuadas aos bens capitalizados são registados por contrapartida de capital próprio. Quando um ativo fixo tangível, que foi alvo de uma revalorização positiva em exercícios subsequentes, se encontra sujeito a uma revalorização negativa, o ajustamento é registado por contrapartida de capital próprio até ao montante correspondente ao acréscimo no capital próprio resultante das revalorizações anteriores deduzido da quantia realizada através das amortizações, sendo o seu excedente registado como gasto do exercício por contrapartida de resultado líquido do período. 14
16 Foram registados os respetivos passivos por imposto diferido em resultado do incremento da reserva de reavaliação, os quais têm vindo a ser atualizados em cada ano essencialmente em resultado da alteração do coeficiente de desvalorização da moeda. Nestas avaliações, considerou-se essencialmente o Método do Custo de Reposição Amortizado para imóveis de uso específico associados a instalações fabris. As depreciações são imputadas numa base sistemática durante a vida útil estimada dos edifícios (entre 10 e 40 anos), enquanto os terrenos não são depreciáveis. b) Outros ativos fixos tangíveis Os outros ativos fixos tangíveis adquiridos até 1 de janeiro de 2004 (data de transição para IFRS) encontram-se registadas de acordo com a nova base de custo (deemed cost), o qual corresponde ao custo de aquisição ou ao custo de aquisição reavaliado de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal até aquela data, deduzido das depreciações acumuladas e de perdas de imparidade. Os ativos adquiridos após aquela data encontram-se registadas ao custo de aquisição, deduzido das depreciações acumuladas e de perdas de imparidade. As depreciações são calculadas após os bens estarem em condições de serem utilizados e são imputadas numa base sistemática durante a sua vida útil que é determinada tendo em conta a utilização esperada do ativo pelo Grupo, do desgaste natural esperado e da sujeição a uma previsível obsolescência técnica. As taxas de depreciação utilizadas correspondem a períodos de vida útil estimada (em anos) que variam entre: Equipamento básico 1 a 20 Equipamento administrativo 1 a 10 Equipamento de transporte 1 a 14 Ferramentas e utensílios 2 a 16 Taras e vasilhames 3 a 10 Outros ativos fixos tangíveis 1 a 24 As despesas subsequentes de substituição de componentes de ativos fixos tangíveis incorridas pelo Grupo são adicionadas aos respetivos ativos fixos tangíveis, sendo o valor líquido das componentes substituídas desses ativos abatido e registado como um gasto na rubrica de Outros gastos operacionais. As despesas de conservação e reparação que não aumentem a vida útil, nem resultem em benfeitorias ou melhorias significativas nos elementos dos ativos fixos tangíveis, são registadas como gasto do exercício em que ocorrem. Os ativos fixos tangíveis em curso representam ativo ainda em fase de construção/instalação, encontrando-se registadas ao custo de aquisição deduzido de eventuais perdas de imparidade. Estes ativos fixos tangíveis são depreciados a partir do momento em que os ativos fixos tangíveis subjacentes estejam concluídos ou em estado de uso. As mais ou menos valias resultantes da venda do ativo fixo tangível são determinadas como a diferença entre o preço de venda e o valor líquido contabilístico na data de alienação, sendo registadas pelo valor líquido na demonstração de resultados, como Outros rendimentos operacionais ou Outros gastos operacionais. As perdas resultantes do abate do ativo fixo tangível são igualmente registadas pelo seu valor líquido na demonstração de resultados, como Outros gastos operacionais. 15
17 2.4. Ativos intangíveis Os ativos intangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Os ativos intangíveis só são reconhecidos se for provável que deles advenham benefícios económicos futuros para o Grupo, se o Grupo os puder controlar e se puder medir razoavelmente o seu valor. As despesas de investigação incorridas com novos conhecimentos técnicos são reconhecidas na demonstração de resultados quando incorridas. As despesas de desenvolvimento para as quais o Grupo demonstre capacidade para completar o seu desenvolvimento e iniciar a sua comercialização e/ou uso, e para as quais seja provável que o ativo criado irá gerar benefícios económicos futuros são capitalizadas. As despesas de desenvolvimento que não cumpram com estes critérios são registadas como gasto do exercício quando incorridas. Os gastos internos associados à manutenção e ao desenvolvimento de software são registados como gastos na demonstração de resultados quando incorridos, exceto na situação em que estes gastos estejam diretamente associados a projetos para os quais seja provável a geração de benefícios económicos futuros para o Grupo. Nestas situações estes gastos são capitalizados como ativos intangíveis. As amortizações são calculadas, após o início de utilização dos bens, pelo método das quotas constantes em conformidade com o período de vida útil estimado o qual corresponde genericamente ao período de três a quatro anos Ativos e passivos financeiros Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos na demonstração da posição financeira quando o Grupo se torna parte contratual do respetivo instrumento financeiro. a) Instrumentos financeiros i) Classificação de ativos financeiros O Grupo classifica os seus ativos financeiros nas seguintes categorias: - Ativos financeiros mensurados ao justo valor através dos resultados: geralmente enquadram-se nesta categoria apenas os derivados que não cumprem os requisitos definidos no IAS 39 para classificação como instrumentos de cobertura, como tal são classificados como ativos correntes. - Empréstimos e contas a receber: trata-se de ativos financeiros não derivados com pagamentos fixos ou determináveis e não negociados num mercado ativo. São classificados como ativos correntes, exceto se as suas maturidades excederem os doze meses após data da demonstração da posição financeira, situação na qual são classificados como ativos não correntes. O Grupo classifica nesta categoria as dívidas de clientes e as outras dívidas de terceiros (Nota 15), caixa e equivalentes de caixa (Nota 17) e os empréstimos concedidos a partes relacionadas incluídos na Nota Ativos financeiros disponíveis para venda: geralmente enquadram-se nesta categoria os investimentos financeiros em entidades nas quais o Grupo não detém controlo, nem influência significativa, e que não se enquadram como entidade conjuntamente controladas, sendo classificadas como ativos não correntes, exceto se o Grupo tiver 16
18 intenção de proceder à sua venda até doze meses após a data da demonstração da posição financeira (Nota 6). ii) Reconhecimento e mensuração de ativos financeiros Todas as compras e vendas destes investimentos são reconhecidas à data da assinatura dos respetivos contratos de compra e venda, independentemente da data da liquidação financeira. Os investimentos são inicialmente reconhecidos pelo seu valor de aquisição, que é o valor pago na data de aquisição e que corresponde ao seu justo valor naquela data, acrescido das despesas com aquisição, exceto se se tratarem de ativos financeiros ao justo valor através de resultados, em que neste caso as despesas com aquisição são reconhecidas nos resultados. Após o reconhecimento inicial: - Os ativos financeiros mensurados ao justo valor através dos resultados são reavaliados pelos seus justos valores por referência ao seu valor de mercado à data da demonstração da posição financeira, sendo os ganhos ou as perdas resultantes da alteração do justo valor reconhecidas em resultados. - Os empréstimos e contas a receber são reconhecidos ao custo amortizado utilizando para o efeito o método da taxa de juro efetiva. - Os ativos financeiros disponíveis para venda são mensurados pelo seu custo, porque se tratam de investimentos não negociados num mercado ativo e em relação aos quais o justo valor não pode ser determinado com fiabilidade. iii) Compensação de ativos com passivos financeiros Ativos e passivos financeiros são apenas compensados quando existe um direito de cumprimento obrigatório para compensar as quantias reconhecidas e existe a intenção de realizar o ativo e satisfazer o passivo numa base líquida. iv) Imparidade de ativos financeiros Os ativos financeiros mensurados ao custo amortizado e os ativos financeiros disponíveis para venda são avaliados quanto à sua imparidade no final de cada exercício, e apenas é registada uma perda de imparidade quando há evidência objetiva da ocorrência de um ou mais eventos passados ocorridos após a data do reconhecimento inicial que impactam diretamente o recebimento dos cash-flows futuros. O montante da perda de imparidade é dado pela diferença entre o valor contabilístico e o valor presente dos cash-flows futuros estimados, sendo que o valor do investimento e os resultados são reduzidos por esse montante. b) Classificação de capital próprio ou passivo Os passivos financeiros e os instrumentos de capital próprio são classificados de acordo com a substância contratual independente da forma legal que assumam. Os instrumentos de capital próprios são contratos que evidenciam um interesse residual nos ativos do Grupo após dedução dos passivos. 17
19 c) Empréstimos Os empréstimos são registados no passivo de acordo com o seu custo amortizado. Eventuais despesas com a emissão desses empréstimos são registadas como uma dedução à dívida e reconhecidas, ao longo do período de vida desses empréstimos, de acordo com a taxa de juro efetiva. Os encargos financeiros calculados de acordo com a taxa de juro efetiva, incluindo prémios a pagar são contabilizados na demonstração de resultados de acordo com o princípio de especialização dos exercícios. Os empréstimos encontram-se divulgados nas Notas 19, 20, 21 e 23. d) Fornecedores e outras dívidas de terceiros Os fornecedores (Nota 25) referem-se a obrigações de pagamento resultantes da compra de bens ou serviços que são adquiridos durante o decurso normal das operações de negócio. As outras dívidas de terceiros referem-se aos empréstimos obtidos de partes relacionadas divulgados na Nota 32. Estes passivos são classificados como passivos correntes se o pagamento é devido até um ano, caso contrário são apresentados como passivos não correntes. As contas a pagar são reconhecidas inicialmente ao seu justo valor e subsequentemente mensuradas pelo custo amortizado utilizando o método da taxa de juro efetiva. e) Instrumentos financeiros derivados e contabilização de cobertura Os derivados são reconhecidos inicialmente ao seu justo valor e mensurados a justo valor nos períodos seguintes. O reconhecimento dos ganhos e perdas do justo valor depende de como o instrumento de cobertura é designado e da natureza do instrumento coberto. O justo valor dos derivados é determinado tendo por base técnicas de avaliação, que maximizam o uso de dados observáveis (nível 2). Na maioria dos casos a empresa designa os seus derivados como cobertura de cash-flow, uma vez que visa cobrir fundamentalmente flutuações na taxa de juro ou determinado risco associado a uma transação futura altamente provável (normalmente risco de flutuações de taxas de câmbio ou de cotações de matérias-primas inerente a contratos de compra já firmados). A empresa documenta na data da contratação a relação existente entre o instrumento de cobertura e o instrumento coberto, bem como documenta nessa data e nas datas seguintes a sua análise relativamente à eficácia da relação de cobertura. O justo valor dos derivados são divulgados nas Notas 15 e 22. Cobertura de cash-flow A parcela efetiva das alterações no justo valor dos derivados designados como cobertura de cash-flow é reconhecida no capital próprio divulgado na demonstração do rendimento integral. O ganho ou perda da parcela ineficaz é reconhecida imediatamente na demonstração dos resultados. Os montantes acumulados no capital próprio são reclassificados para resultados nos períodos em que o instrumento coberto afeta os resultados, ou seja, no caso concreto das estratégias de cobertura da Empresa, quando os juros de empréstimos são reconhecidos em resultados ou quando a matéria-prima é consumida, consoante o propósito da cobertura. 18
20 Cobertura do investimento líquido em reais O Grupo realiza cobertura do investimento líquido que tem no Brasil, através de um swap de taxa de câmbio. Os swaps são reconhecidos inicialmente ao seu justo valor e mensurados a justo valor nos períodos seguintes. Os ganhos e perdas do justo valor atribuíveis à parcela eficaz são reconhecidos no capital próprio, e os ganhos e as perdas atribuíveis à parcela ineficaz são reconhecidos na demonstração do rendimento integral na rubrica de variação das diferenças de conversão cambial e outras. Os ganhos e as perdas acumuladas no capital próprio só serão desreconhecidos para resultados quando o investimento no Brasil for parcialmente liquidado ou vendido. A empresa documenta na data da contratação a relação existente entre o instrumento de cobertura e o instrumento coberto, bem como documenta nessa data e nas datas seguintes à sua análise relativamente à eficácia da relação de cobertura. f) Caixa e equivalentes de caixa Os montantes incluídos na rubrica de Caixa e equivalentes de caixa correspondem aos valores de caixa, depósitos bancários, depósitos a prazo e outras aplicações de tesouraria, vencíveis a menos de três meses, e que possam ser imediatamente mobilizáveis com risco de alteração de valor insignificante. Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a rubrica de Caixa e equivalentes de caixa compreende também os descobertos bancários incluídos na rubrica de Empréstimos bancários, na demonstração da posição financeira Locações Os contratos de locação são classificados como: (i) locações financeiras se através deles forem transferidos substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse; e como (ii) locações operacionais se através deles não forem transferidos substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse. A classificação das locações em financeiras ou operacionais é feita em função da substância e não da forma do contrato. Os ativos fixos tangíveis adquiridos mediante contratos de locação financeira bem como as correspondentes responsabilidades são contabilizados pelo método financeiro. De acordo com este método, o gasto do ativo é registado no ativo fixo tangível, a correspondente responsabilidade é registada no passivo, os juros incluídos no valor das rendas e a amortização do ativo, são registados como gastos na demonstração dos resultados do exercício a que respeitam. Nas locações consideradas como operacionais, as rendas devidas são reconhecidas como gasto na demonstração de resultados numa base linear durante o período do contrato de locação Inventários As mercadorias e as matérias-primas, subsidiárias e de consumo encontram-se valorizadas ao custo médio de aquisição, que inclui o preço de fatura e todas as despesas até à sua entrada em armazém, o qual é inferior ao respetivo valor de mercado. Os produtos e trabalhos em curso, subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e produtos acabados e intermédios encontram-se valorizados ao custo de produção (inclui o gasto de matérias-primas incorporadas, mão-de-obra direta e os gastos gerais de fabrico), o qual é inferior ao respetivo valor realizável líquido. 19
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