OBRAS COMPLEMENTARES PARA RODOVIAS
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- Maria dos Santos Escobar Varejão
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES OBRAS COMPLEMENTARES PARA RODOVIAS CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: TT TRANSPORTES A PROFESSORES: Djalma Martins Pereira Eduardo Ratton Gilza Fernandes Blasi Wilson Küster Filho M OUTUBRO/2007
2 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 2 Sumário 1 CERCAS PORTEIRAS E MATA-BURROS DEFENSAS METÁLICAS BARREIRAS RÍGIDAS DE CONCRETO PROTEÇÃO VEGETAL LOMBADAS E SONORIZADORES ABRIGOS PARA PARADA DE ÔNIBUS MEIOS-FIOS OUTROS EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS BIBLIOGRAFIA... 14
3 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 3 1 CERCAS São dispositivos de delimitação e vedação da faixa de domínio das rodovias, constituídas por mourões de suporte, mourões esticadores, tramas e arame liso ou farpado, devendo ser implantadas ao longo de toda rodovia, exceto nos locais onde sua falta não comprometa seus objetivos tais como as travessias de grandes cursos d água, entroncamento de outras estradas e nos pontos onde for julgado desnecessário. Elementos constituintes das CERCAS: Mourões de suporte: são peças de madeira de lei ou eucalipto tratado ou concreto armado, retilíneas, de formato regular, destinados, tão somente, a sustentar e a manter suficientemente indeslocáveis as fiadas de arame. Têm dimensões aproximadas de 2,20m de altura e 0,10m de diâmetro ou lado da seção transversal quadrada ou triangular. Mourões esticadores: são peças de madeira de lei ou eucalipto tratado ou concreto armado destinados ao esticamento das fiadas de arame. São mais robustos que os de suporte. Têm dimensões aproximadas de 2,20m de altura e 0,15m de diâmetro ou lado da seção transversal quadrada ou triangular. Arame: podem ser utilizados arame farpado e arame liso. O arame farpado é formado por dois fios de aço zincado enrolados em hélice, provido de farpas do próprio fio espaçadas regularmente. O arame liso é obtido a partir do fio-máquina de aço carbono de seção ovalada, zincado. Espaçamento de 0,35m entre linhas a partir de 0,10m do topo (4 a 5 linhas de fios). Tramas e balancins: são peças de madeira ou de arame retorcido, destinadas a manutenção do espaçamento entre as fiadas de arame, no caso de cercas de arame liso. Grampos: semelhantes a um prego duplo, em forma de U, de aço zincado, destinados a fixação do arame ao mourão. Para a implantação das cercas, deve ser limpa um faixa de 2,00m no seu alinhamento para permitir o trabalho e dar condições para sua conservação bem como proteção contra fogo; os mourões devem ser cravados no terreno em posição vertical, espaçados entre si em 2,50m, e bem firmados de forma a resistir a pressão do arame que deve ser colocado e esticado da fiada superior para a inferior ( 4 ou 5 fiadas). 2 PORTEIRAS E MATA-BURROS Porteiras são dispositivos executados em locais definidos, junto as cercas de vedação da faixa de domínio, com a finalidade de garantir, convenientemente, o acesso das propriedades à faixa de domínio, garantindo maior segurança aos usuários da rodovia pois, quando fechadas, impedem a passagem de animais. Podem ser de madeira ou de ferro galvanizado. Mata-burros são dispositivos construídos junto as porteiras, que permitem o livre acesso de veículos das propriedades limitantes à rodovia mas impedem a passagem de animais. Constituído de longarinas de madeira regularmente afastadas umas das outras, apoiadas em transversinas, cobrindo a passagem por uma depressão do terreno.
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5 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 5 3 DEFENSAS METÁLICAS São dispositivos de proteção de trânsito, contínuos, constituídos por estruturas metálicas maleáveis ou semi-maleáveis, destinados a atenuar o choque de veículos desgovernados contra estruturas fixas ou evitar a sua saída da plataforma da rodovia, em locais que apresentem riscos aos veículos e seus ocupantes como curvas em aterros altos e transposição de canteiro central em caso de pista dupla. Elementos constituintes das DEFENSAS: Guia de deslizamento: é o componente da defensa composto por chapa metálica de perfil em w, destinado a receber o choque eventual do veículo e servir de guia para a sua trajetória após o choque, até sua parada ou recondução a pista. Poste de sustentação: é a peça metálica em perfil c ou de madeira com seção quadrada, fixada firmemente ao solo que passa a sustentar a guia e absorver parte da energia recebida em eventuais choques. Ancoragem: é o trecho inicial e final de uma defensa, quando esta mergulha no solo. As defensas devem apresentar uma estrutura deformável e de maleabilidade convenientes em caso de choque, uma vez que na impossibilidade de evitar o choque, os efeitos sejam menores com defensas do que sem elas. Podem ser simples, formadas por uma guia de deslizamento, ou duplas, formadas por duas guias (uma de cada lado do poste de sustentação). Ao enlaçar obstáculos fixos (pilares, postes) a defensa deverá estar afastada destes a distância necessária para atender à deflexão dinâmica associada ao tipo de defensa adotado e que lhe confere as características amortecedoras de choque. No caso de emprego em canteiro central, a máxima deflexão da defensa flexível não deve invadir a pista de rolamento oposta. As defensas são implantadas, de acordo com o projeto nos seguintes casos: Junto aos pórticos de sinalização, pilares, protuberâncias rochosas; Junto a cabeceiras de obras de arte; Acompanhando os acostamentos, nos aterros altos com taludes íngremes, em curva e em tangente; Nas curvas perigosas; redução de largura do acostamento; Como separação de corrente de tráfego de sentido opostos com alta densidade de tráfego; Margeando rios, lagos e vales; Em canteiros centrais estreitos;
6 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 6 A necessidade de defensa depende da: altura do aterro; declividade transversal do aterro; largura do acostamento; curvatura horizontal; declividade longitudinal do segmento; condições da rodovia; condições climáticas; experiências em acidentes; classe da rodovia; características do tráfego. 4 BARREIRAS RÍGIDAS DE CONCRETO São sistemas de proteção, rígidos e contínuos, com forma, resistência e dimensões capazes de fazer com que veículos eventualmente desgovernados sejam reconduzidos à pista, sem brusca redução de velocidade nem perda de direção, minimizando os danos ao veículo, seus ocupantes a ao próprio dispositivo. Assim, são empregadas em locais de riscos, podem ser dotadas de uma única superfície de deslizamento ou duas, respectivamente, barreiras simples ou duplas. Podem ser moldadas in loco ou prémoldadas. A Superfície de Deslizamento da barreira, destinada a receber os impactos dos veículos desgovernados, desacelerando-os e reconduzindo-os à pista, com dimensões de 80cm de altura, 60cm de base e 15cm de topo, é composta de três planos: Guia: primeiro plano de redirecionamento dos veículos. Trata-se de um trecho vertical, com altura nominal de 7,5cm, que em caso de pequenos impactos é suficiente para fazer com que os veículos retornem à pista. Tem também a finalidade de desacelerar os veículos, através do atrito com as rodas. Rampa: plano inclinado a 55º com a horizontal, com altura nominal de 25cm, que tem por finalidade diminuir a energia cinética dos veículos devido à elevação do seu centro de gravidade. Mureta: plano vertical com ângulo de 84º com a horizontal, e altura nominal de 47,5cm, que atua lateralmente sobre as rodas dos veículos, fazendo com que eles sejam
7 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 7 obrigados a retornar a pista. Trata-se do último e mais energético elemento de redirecionamento. O trecho terminal da barreira, situado nas extremidades (início e fim), com forma e dimensões tais que não se constituam em elemento agressivo aos veículos, deve ser feito em transição iniciando na ponta com 7,5cm (topo da guia) de altura e terminando com 80cm (altura total da mureta) com trecho de transição nunca inferior a 12,00m. A finalidade dessa transição (em forma de cunha) é eliminar o choque frontal do veículo desgovernado com a seção reta (normal) da barreira. Algumas vantagens na utilização de Barreira Rígida: ocupam pequeno espaço de pista; são antiofuscantes, tornando viagens noturnas muito mais seguras; devido a sua forma, permite que veículos desgovernados corrijam a sua trajetória e sejam redirecionados à pista; custo de manutenção praticamente nulo; permite a colocação de sinalização; impossibilita conversão de veículos em pontos não permitidos; impossibilita a travessia de pedestres em pontos não permitidos evitando os atropelamentos em trechos urbanos; segundo a Norma ABNT NBR-6974, é o dispositivo mais seguro dentre os existentes para o fim a que se destina.
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9 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 9 5 PROTEÇÃO VEGETAL Consiste no plantio de espécies vegetais diversas, com a finalidade de preservar áreas expostas do corpo estradal, faixa de domínio ou áreas de ocorrências de materiais explorados, dando-lhes condições de resistência à erosão e atenuando os efeitos de agressão ao meio ambiente. É empregada também como elemento paisagístico. Os tipos básicos de proteção vegetal comumente empregados são: Grama em leivas: processo de plantio se utiliza de blocos de grama, em casos de facilidade de aquisição e proximidade do canteiro de serviço; ideal para rápida cobertura de terrenos friáveis, não consolidados. Grama em mudas: em caso de terrenos planos ou de pouca declividade; espécies nativas e escolhidas; 100 mudas/m². Semeadura: em qualquer tipo de terreno, desde que devidamente preparado, podese realizar a semeadura de gramíneas ou leguminosas de comprovada aplicabilidade e alto poder germinativo através do processo de hidrosemeadura que consiste na aplicação de uma mistura controlada de sementes, adubos e substâncias adesivas em água, espargidas através de equipamentos apropriados e terreno pré-picoteado. Árvores e arbustos: preferência pelas espécies nativas da região, plantadas em mudas já desenvolvidas; cuidar com dimensões quando adultas. Erva-cidreira: planta com características ideais para delimitação do corpo estradal, capaz de constituir touceiras densas e compactas, de folhas estreitas e compridas; fácil manutenção, dispensando maiores cuidados, ajuda no combate a erosão. O terreno deve ser preparado com terra vegetal (material reservado quando da execução dos serviços de limpeza), adubos e corretivos quando necessários; também podese aplicar preventivos químicos e herbicidas não poluentes. 6 LOMBADAS E SONORIZADORES Lombadas são ondulações transversais à via constituídas por dispositivos físicos colocados acima do pavimento, com a finalidade de reduzir a velocidade dos veículos que passam pelo local a um nível satisfatório, aumentando a segurança de veículos e pedestres em trânsito. Suas dimensões são variáveis e de mesmo material do pavimento, com sinalização de advertência conveniente (quebra-molas). Sonorizadores ou bandas rugosas são dispositivos de controle de tráfego constituídos por pavimentos com superfície irregular, cuja função é induzir os condutores a reduzirem a velocidade e alertar, através de efeito sonoro-vibratório, sobre a existência de algum perigo ou obstáculo a frente. São executados em massa asfáltica (CBUQ) ou concreto; devem ser bem sinalizadas.
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11 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias 11 7 ABRIGOS PARA PARADA DE ÔNIBUS São dispositivos constituídos por placas pré-moldadas de concreto armado, dispostos ao longo da via, próximos a áreas povoadas, visando abrigar os usuários das intempéries no período de espera de transporte e, ao mesmo tempo, definido locais para embarque e desembarque de passageiros. 8 MEIOS-FIOS São dispositivos posicionados lateralmente ao pavimento, com o duplo objetivo de direcionar fisicamente o tráfego atuante e conduzir as águas precipitadas sobre a pista e passeios para bocas de lobo, caixas coletoras ou descidas d água em aterros. Podem ser moldados ïn loco ou pré-moldados em concreto, com formas e dimensões variáveis conforme as necessidades estudadas. 9 OUTROS EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS PASSA-GADO POSTOS DE POLICIAMENTO PRAÇAS DE PEDAGIAMENTO CENTROS DE CONTROLE OPERACIONAL PAISAGISMO REVESTIMENTO DE TALUDES Solo cimento e impermeabilizante betuminoso BARRIL D ÁGUA BARRAGENS DE CONTENÇÃO POSTOS DE PESAGEM ÁREAS DE LAZER MIRANTES
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14 DTT/UFPR Obras Complementares para Rodovias BIBLIOGRAFIA PEREIRA, D.M.; RATTON, E.; BLASI, G.F.; KUSTER FILHO, W. Obras Complementares, Diretório Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná, PEREIRA, D.M.; RATTON, E.; BLASI, G.F.; KUSTER FILHO, W. Obras Complementares, Diretório Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná, 2002.
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