AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO OPERACIONAL DA GARRA TRAÇADORA 1 INTRODUÇÃO
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- Maria de Begonha Madureira
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1 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO OPERACIONAL DA GARRA TRAÇADORA Guilherme Inoue Nascimento 1,Ricardo Hideaki Miyajima 2 Rodrigo Petrongari Tonin 2, Gilberto Pereira 3, Paulo Torres Fenner 4 1 Mestrando UNESP-FCA-Botucatu guilinoue@hotmail.com 2 Doutorando UNESP-FCA-Botucatu 3 Mestrando UNESP-FCA-Botucatu 4 Prof. Dr. UNESP-FCA-Botucatu 1 INTRODUÇÃO O setor florestal vem se consolidando em um desenvolvimento crescente e competitivo, fortalecendo o investimento em conhecimento e novas tecnologias, com o intuito de promover condições inovadoras aos diferentes elos da cadeia produtiva, proporcionando, desta forma, inovação, qualidade, desenvolvimento e a otimização dos recursos empregados (SIMÕES et al., 2008). A introdução de máquinas para a realização de tarefas, que antes eram realizadas manualmente, desencadeou várias pesquisas voltadas à implantação do melhor sistema de colheita florestal (MACHADO, 2002). Com o aumento da demanda por madeira, as áreas com plantios aumentaram, necessitando, assim, a evolução e a busca de tecnologia para a silvicultura e, principalmente, na etapa de colheita e transporte florestal. Desta forma, surge a mecanização na colheita de madeira, com a utilização de máquinas modernas para a realização de etapas de corte, extração e traçamento das madeiras. Segundo Fenner (2002), o estudo de tempos e movimentos está ligado ao rendimento operacional das maquinas florestais onde o principal objetivo é medir o tempo total e os parciais para determinar tarefas e registrar os resultados observados no estudo de campo (rendimento) o estudo de tempo e movimento é utilizado no planejamento primário, controle e racionalização das operações podendo aumentar a produtividade e reduzir custos presentes e futuros de produção. Objetivou-se com este trabalho avaliar o rendimento operacional da máquina garra traçadora em sistema de colheita de árvores inteiras (full tree), em um plantio de Eucalyptus spp.
2 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Caracterização da área de estudo O estudo foi desenvolvido no mês de Setembro de 2016 em uma floresta homogênea de Eucalyptus spp. A floresta está localizada, no município de Itatinga SP. A área de estudo se encontra nas coordenadas geográficas: 23º de Latitude Sul e 48º de Longitude Oeste. O clima da região foi caracterizado como Cwa, de acordo com o sistema de Classificação climática de Köppen-Geiger, indicando um clima úmido, quente, com inverno seco. A temperatura média anual é de 22.6 C com altitude média é de 750 m. Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2006). O tipo de solo da área experimental foi classificado como LVA, Latossolo Vermelho Amarelo, Distrófico Psamítico, a moderado Álico com textura média. 2.2 Sistema de colheita de madeira O sistema de colheita de madeira utilizado pela empresa e durante a realização do estudo foi o sistema de árvores inteiras (full-tree). O traçamento da madeira foi realizado pela garra traçadora Figura 1 e foram executadas nesta operação as atividades de traçamento em feixes de 3.40 metros e acumulo na pilha. 2.3 Característica técnicas da garra traçadora Figura 1: Garra traçadora John Deere, modelo 200DLC
3 Tabela 1: Principais características técnicas da garra traçadora utilizada no estudo. MARCA JOHN DEERE Equipamento Maquina Base Modelo 200D LC Fabricação John Deere 6068H Potencia Nominal 119 kw (159 hp) a rpm Peso de Operação kg ( lb.) Rodado Esteira Cabeçote J de Souza Área da grua (m²) 0,58 Tanque de Combustível 400 L Reservatório Hidráulico 240 L Fonte: John Deere, (2014). 2.4 Ciclo da garra traçadora A garra traçadora realizou a operação de traçamento dos feixes de madeira, os quais se encontravam na margem da estrada já desgalhada. Carregamento de feixe (CF): tempo despendido para a formação do feixe. Inicia-se com o deslocamento da grua até os feixes de madeira até as mesmas serem colocadas na pilha (margem da estrada). Traçamento (T): tempo despendido para o traçamento do feixe. Inicia-se com o acionamento da serra. Arrumar pilha (AP): tempo despendido para a arrumação da madeira já traçada na pilha Inicia-se a partir do momento em que a grua é direcionada para a pilha. Arrumar travesseiro (AT) : tempo despendido para a formação dos travesseiros que serão utilizados pelas pilhas de madeira. Inicia-se com a movimentação da grua com uma ou duas toras em direção ao chão. Stop: Parada da máquina para qualquer tipo de manutenção, parada do operador (necessidade pessoal e fisiológicas). 2.5 Delineamento experimental A coleta de dados foi realizada por meio do estudo de tempos e movimentos, utilizando o método de tempo contínuo. Este método de cronometragem tem como característica a medição do tempo sem detenção do cronômetro, ou seja, de forma contínua.
4 Para a análise do rendimento foi utilizado a Equação 1 a seguir: Segundo Simões (2010), o rendimento é uma relação entre o volume de madeira produzido pela máquina em metros cúbicos por hora efetiva de trabalho. R= V/He (1) Em que: R- Rendimento (m³/h) V- Volume em metros cúbicos de madeira (m³). He- Hora efetiva de trabalho (Horas). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Rendimento e tempo efetivo de operação da garra traçadora Foram cronometrados 50 ciclos operacionais para as atividades parciais executadas pela garra traçadora em campo, a contagem de árvore foi contabilizada por meio dos ciclos das atividades parciais da operação, segue abaixo os tempos em segundos e minutos das atividades parciais cronometradas conforme a Tabela 2. Já o cálculo do volume foi feito por meio da soma do nº de árvores total multiplicado pelo volume individual da árvore, obtido através do inventário pré corte realizado pela empresa e dados do rendimento operacional Tabela3. Tabela 2: Tempos médios em segundos e minutos das atividades parciais. Atividades do ciclo Tempo médio Tempo médio Segundos Minutos Carregamento feixe 50 0,83 Traçamento 60 1 Arrumar pilha 75 1,25 Arrumar travesseiro 40 0,67 Deslocamento 5 0,083 Stop 175 2,92 Resultados 405 6,75
5 Atividades Parciais (%) Produtividade Tempo Efetivo total ciclo (Min) 170 Tempo Efetivo total ciclo (Hora) 2,83 Nº total árv 1189 Vol Total (m³) 237,8 Rendimento (m³/h) 83,91 Tabela 3: Tempo efetivo total e redimento operacional. Os tempos correspondentes (percentual) para cada atividade parcial são apresentados de acordo com a Figura ,88% 14,81% 18,52% 12,35% 43,21% 1,23% Figura 2: Percentual das atividades parciais Segundo Freitas (2005), Minette (2008), Lopes et al. (2008), Fernandes et al. (2009) verificaram que para a Garra traçadora o corte das toras (traçamento) e o deslocamento vazio foram as operações que mais consumiram tempo. Já para Fiedler et al. (2008), o tempo de pegada e tempo de traçamento foram as atividades que mais consumiram tempo. Para o presente trabalho as atividades que mais consumiram tempo foram: Arrumar pilha, traçamento, carregamento feixe. Algumas atividades que ocorrem com uma menor frequência como arrumar travesseiro, nota-se que consomem tempos próximos as atividades anteriores. O tempo de deslocamento demandou o menor tempo pelo fato de o equipamento não apresentar movimentação constante e trabalhar na maior parte do tempo estacionado. Percebe-se que stop (paradas), teve um valor alto isto se deu por motivos de manutenção na corrente e super aquecimento do motor sendo assim paradas forçadas obrigatórias, aumentando o tempo do ciclo de atividades.
6 Os valores de rendimentos são expressos em (m³/h), o resultado do presente estudo foi de 83,91 (m³/h), comparando este resultado com os encontrados por outros autores segundo Fernades et al. (2009), analisando um sistema de colheita, para a garra traçadora submetida a diferentes produtividades do talhão encontrou um valor de 50,05 a 76,57 m³.h-1 em um terreno plano a suave ondulado. Lopes et al. (2008) avaliando uma garra traçadora em uma floresta de Eucalyptus, em um terreno plano a suave ondulado constataram um rendimento de 50,05; 65,16 e 78,57 m³.h-1 para diferentes produtividade dos talhões. 4 CONCLUSÕES Pode se concluir por meio do estudo realizado com a garra traçadora, uma produtividade de 83,91 (m³/h), sendo similar a de outros trabalhos realizados com mesmo maquinário. As atividades que demandaram os maiores tempos foram arrumar pilha, seguida do traçamento e Stop por motivos de manutenção e necessidades fisiológicas do operador. 5 REFERÊNCIAS FENNER, P. T. Métodos de cronometragem e a obtenção de rendimentos para as atividades de colheita de madeira. Botucatu: UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas, p. Notas de aula da Disciplina Exploração Florestal. MACHADO, C.C. Colheita florestal. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. SIMÕES, D. Avaliação econômica de dois sistemas de colheita florestal mecanizada de eucalipto p. Dissertação (Mestrado em Agronomia Energia na Agricultura) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, 2008., D. ESPERANCINI, M.S.T. Avaliação técnica e econômica da colheita de florestas de eucalipto com harvester. Scientia Forestalis. Piracicaba, v.38, n.88, p , 2010.
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