Breves apontamentos sobre Contrato de Gestão: Definição:
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- Renato Paranhos
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1 Breves apontamentos sobre Contrato de Gestão: Definição: os contratos de gestão são instrumentos utilizados para estabelecer objetivos estratégicos, metas e prazos a serem cumpridos pelas instituições que celebram esse tipo de compromisso e tem como objetivo disponibilizar indicadores que se permitam avaliar o desempenho dessas instituições na execução dos compromissos pactuados de forma a descentralizar as atividades do Estado. será firmado entre a Administração Pública Direta e as autarquias, autarquias em regime especial (ANEEL), fundações, empresas públicas e as sociedades de economia mista, inclusive entidades da própria Administração Direta, bem como as Organizações Sociais. Legislação: Art. 37. Constituição Federal/1988 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre ser administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I o prazo de duração do contrato; II os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III a remuneração do pessoal. Lei nº 9427/ Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências. Art. 7 o A administração da ANEEL será objeto de contrato de gestão, negociado e celebrado entre a Diretoria e o Poder Executivo no prazo máximo de noventa dias após a nomeação do Diretor-Geral, devendo uma cópia do instrumento ser encaminhada para registro no Tribunal de Contas da União, onde servirá de peça de referência em auditoria operacional. 1 o O contrato de gestão será o instrumento de controle da atuação administrativa da autarquia e da avaliação do seu desempenho e elemento integrante da prestação de contas do Ministério de Minas e Energia e da ANEEL, a que se refere o art. 9 o da Lei n o 8.443, de 16 de julho de 1992, sendo sua inexistência considerada falta de natureza formal, de que trata o inciso II do art. 16 da mesma Lei.
2 Lei nº 8443/ Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dá outras providências. Art. 9 Integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a tomada de contas especial, dentre outros elementos estabelecidos no Regimento Interno, os seguintes: I - relatório de gestão;... Decreto nº 2335/ Constitui a Agência Nacional de Energia Elétrica, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras providências. Art. 20. A administração da ANEEL será objeto de contrato de gestão, negociado entre a Diretoria e o Ministro de Estado de Minas e Energia, ouvidos previamente os Ministros de Estado da Administração Federal e da Reforma do Estado, da Fazenda e do Planejamento e Orçamento. 1º O contrato de gestão, que deverá ser assinado dentro dos noventa dias seguintes à nomeação do Diretor-Geral, constituirá instrumento de controle da atuação administrativa da Autarquia e do seu desempenho, a ser feito por meio de avaliações periódicas, definidas no respectivo instrumento. 2º O contrato de gestão conterá, sem prejuízo de outras especificações, os seguintes elementos: a) objetivos e metas, com seus respectivos planos de ação, observada a missão e a visão de futuro da Autarquia, prazo de consecução e indicadores de desempenho; b) demonstrativo de compatibilidade dos planos de ação com o orçamento e com o cronograma de desembolso, por fonte; c) premissas que não possam ser afetadas pela gestão da Autarquia e que venham a comprometer, de forma significativa, o cumprimento dos objetivos e metas; d) responsabilidade dos signatários em relação ao atingimento dos objetivos e metas definidos, inclusive no provimento de meios necessários à consecução dos resultados propostos; e) critérios e parâmetros a serem considerados na avaliação do cumprimento do contrato de gestão; f) condições para sua revisão, renovação e rescisão; g) vigência. 3º O contrato de gestão fixará, sem prejuízo de outros, objetivos e metas relativos aos seguintes itens: a) regulação econômica do setor de energia elétrica; b) fiscalização e qualidade dos serviços de energia elétrica; c) efetividade no uso e na oferta de energia elétrica.
3 4º O contrato de gestão estabelecerá, em cláusula específica, o procedimento relativo à avaliação e prestação de contas anual da Diretoria da ANEEL. ANEEL: A Lei de Criação da ANEEL determina que a administração da Agência seja objeto de Contrato de Gestão. O contrato vigente foi celebrado em janeiro de 2017 e tem validade até 31 de dezembro de Fazem parte do instrumento, o Diretor-Geral, Romeu Rufino e os diretores André Pepitone, José Jurhosa, Reive Barros e Tiago de Barros. Os diretores da Agência possuem estabilidade, desfrutam de mandato conferido por lei, e somente podem ser desligados ao término do período de investidura, por condenação judicial ou após processo administrativo. De acordo com o Decreto 2335/1997, os dirigentes da Agência são responsáveis solidários pelo cumprimento do contrato de gestão. Caberá ao Tribunal de Contas da União (TCU) a fiscalização desses contratos. Pontos de atenção: Em junho de 2016 entrou em vigor a Lei /2016 Lei das Estatais, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O ordenamento estabelece uma série de mecanismos de transparência e governança a serem observados pelas estatais, como regras para divulgação de informações, práticas de gestão de risco, códigos de conduta, formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, constituição e funcionamento dos conselhos, assim como requisitos mínimos para nomeação de dirigentes. A Lei também prevê requisitos para a escolha dos administradores das estatais, dentre elas: (i) Tempo mínimo de experiência profissional; (ii) Formação acadêmica compatível; (iii) Não ser inelegível. Quanto ao tempo mínimo de experiência profissional, a pessoa escolhida deve preencher, alternativamente, um dos seguintes requisitos: (iv) 10 anos, no setor público ou privado, na área de atuação da EP ou da SEM ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção superior;
4 (v) (vi) (vii) (viii) (ix) 4 anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da EP ou da SEM, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da EP ou da SEM; 4 anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da EP ou SEM. A Lei das Estatais dispõe, ainda, que os requisitos de tempo de experiência profissional podem ser dispensados no caso de indicação de empregado que preencha os seguintes requisitos: (x) (xi) (xii) tenha ingressado na EP ou SEM por meio de concurso público; tenha mais de 10 anos de trabalho efetivo na EP ou SEM; ocupado cargo na gestão superior da EP ou SEM, comprovando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos. A Lei 13303, ademais, veda a indicação para o Conselho de Administração e para a diretoria: (xiii) (xiv) (xv) (xvi) (xvii) (xviii) de representante do órgão regulador ao qual a estatal está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de DAS na Administração, ainda que licenciados do cargo; de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo; de pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral; de pessoa que exerça cargo em organização sindical; de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa controladora da estatal ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior a 3 anos antes da data de nomeação; de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora da estatal ou com a própria empresa ou sociedade.
5 É importante frisar que esta Lei não abarca as Agências Reguladoras. O Projeto de Lei que dispõe sobre o assunto está em discussão na Câmara dos Deputados, conforme disposto. O PL 6621/2016, de autoria do Senador Eunicio de Oliveira, que dispõe sobre o estabelecimento do marco legal das Agências Reguladoras, já foi aprovado no Senado Federal e atualmente encontra-se na Câmara dos Deputados aguardando criação de uma Comissão Especial para analisar o tema. No final do ano passado, tiveram tentativas de instalar esta comissão, mas não foi possível. Ao que tudo indica, provavelmente deve ser instalar no primeiro semestre deste ano. O que diz o Projeto sobre: Autonomia das Agências: a natureza especial conferida às Agências Reguladoras é caracterizada pela ausência de tutela ou subordinação hierárquica por investidura a termo dos dirigentes e estabilidade durante os mandatos e autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira. Supressão do contrato de gestão: o parecer aprovado pela Comissão Especial de Desenvolvimento suprime a figura do contrato de gestão e desempenho ao qual seriam submetidas as agências reguladoras. Serão criados o Plano Estratégico, que terá duração de quatro anos e estabelecerá previsões sobre as metas, objetivos e resultados da agência e o Plano de Gestão Anual, que terá por objetivo identificar as metas anuais para o conjunto de temas prioritários que serão regulamentados, estipulando os recursos e processos necessários para sua consecução. Avaliação de Impacto Regulatório -AIR: as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, de consumidores ou usuários dos serviços prestados serão precedidas da realização de AIR que analisará os impactos do ato normativo. Nomeação para os Cargos de Dirigentes da Agência: o PL estabelece que a indicação para os cargos de direção das Agências Reguladoras será precedida da formulação tríplice por uma comissão de seleção, cuja composição e procedimento serão fixados em regulamento. Qualificação dos candidatos: os candidatos deverão ter experiência mínima de 10 anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da Agência Reguladora. Ou ainda, quatro anos ocupando cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo da atividade da Agência Reguladora. A ABIAPE está acompanhando as discussões no legislativo e se coloca à disposição para encaminhar novos andamentos aos interessados.
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