DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Regras Mínimas para o Tratamento de Presos Parte 1
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- Pedro Fortunato Lencastre
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1 DIREITOS HUMANOS Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos Regras Mínimas para o Tratamento de Presos Parte 1 Profª. Liz Rodrigues
2 - Regras mínimas são resoluções da Assembleia Geral da ONU que visam estabelecer um padrão mínimo de proteção para determinados grupos de pessoas. - São soft law não são tratados e não tem força vinculante. Funcionam como diretrizes e comandos orientadores.
3 - Pessoas presas: todos os direitos fundamentais devem ser assegurados exceto aqueles que decorrem diretamente da pena de prisão (ex.: liberdade de ir e vir). - As RM contém normas aplicáveis a diversas categorias de presos: reclusos condenados, alienados e doentes mentais, em prisão preventiva, em prisão civil e pessoas detidas ou presas sem acusação.
4 - Regras de aplicação geral: as pessoas devem ser tratadas sem discriminação, mas devem ser respeitadas as crenças religiosas e preceitos morais do grupo. - Registro: identidade, motivos da detenção, autoridade competente, dia e hora de entrada e saída. Ninguém pode entrar sem ordem de detenção válida.
5 - As pessoas devem ser separadas por categorias: sexo, idade, antecedentes, motivo legal da detenção e necessidade de tratamento. - Separação por sexo, preventivos/condenados, presos civis/criminais, jovens/adultos.
6 - Alojamento: deve atender às normas de higiene, saúde, ar disponível, área mínima, iluminação, aquecimento e ventilação. - Higiene pessoal: os presos devem manter-se limpos e com boa aparência. - Vestuário e roupa de cama: devem ser mantidos em condições adequadas e em bom estado.
7 - Alimentação: valor nutritivo adequado. Água potável sempre disponível. - Exercício e desporto: pelo menos uma hora/dia, se não trabalhar no exterior. - Serviços médicos: pelo menos um médico qualificado. Deve ser disponibilizado serviço de psiquiatria.
8 - Reclusos doentes: devem ser transferidos para estabelecimentos especializados ou para hospitais civis. Dentista qualificado. - Estabelecimentos para mulheres: atenção pré e pós-parto. Crianças devem nascer em um hospital fora da instituição, se possível. Se as mães puderem conservar os filhos consigo, um infantário deve ser providenciado.
9 - Após o ingresso no estabelecimento, o recluso deve ser examinado e sempre que necessário. - Disciplina e sanções: sem maiores restrições que as que forem necessárias. - Nenhum recluso pode ter poder disciplinar, mas isso não impede o funcionamento de sistemas de autogestão.
10 - Ne bis in idem. As regras devem ser claras (condutas, tipo e duração das sanções, autoridade competente para aplica-las). - Castigos corporais, sanções de quarto escuro e penas cruéis, desumanas ou degradantes são proibidas. - Isolamento e redução de alimentação não devem ser aplicadas sem atestado médico.
11 - Restrição de movimentos: não podem ser adotadas como sanção. - Podem ser usadas, como precaução, em transferências, por razões de ordem médica ou por ordem do diretor, a fim de impedir que o recluso fira a si ou a terceiros ou cause danos materiais.
12 - Direito de informação e queixa: o recluso deve receber informações sobre as regras do estabelecimento. Todo recluso deve poder apresentar queixas sem ser censurado por isso. - Contato com o exterior: deve ser assegurado ao preso a comunicação com a família e amigos e acesso a notícias importantes.
13 - Biblioteca: deve existir e seu uso deve ser incentivado. - Religião: podem ser organizados serviços religiosos. Tanto quanto possível, o recluso deve poder satisfazer as exigências de sua vida religiosa. - Depósito de bens: devem ser mantidos em local seguro, listados, conservados e devolvidos quando da liberação.
14 - Notificação de morte, doença ou transferência: o cônjuge ou parente mais próximo devem ser imediatamente avisados. - Se a morte ou doença for de algum parente próximo, o recluso deve ser informado e, se possível, deve poder ir visitar.
15 - Em caso de transferências, devem ser tomadas medidas para a menor exposição possível. Sem sacrifício físico desnecessário. - Pessoal penitenciário: selecionados com cuidado. Integridade, humanidade, aptidões pessoais e capacidades profissionais a administração depende disso. É um serviço social de grande importância.
16 - Os funcionários não devem utilizar a força, a não ser em caso de legítima defesa ou em caso de tentativa de fuga ou resistência física ativa ou passiva a ordem legal. - A força não deve ser usada a não ser no que for estritamente necessária. Guardas devem ser treinados para dominar reclusos violentos e, salvo circunstâncias especiais, quem está em contato com o preso não deve andar armado.
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