EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO
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- Bernardo Barros Peres
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1 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por intermédio da Promotora de Justiça que a esta subscreve, titular da 90ª Promotoria de Justiça do Estado de Goiás, no uso de suas atribuições constitucionais, e com fulcro nos artigos 129, inciso III, artigo 37, 4º, ambos da Constituição Federal, artigo 5º, inciso I, da Lei 7.347/85, na Lei Federal 8.429/92 e artigo 25, inciso IV, alínea a da Lei Federal 8.625/93, no artigo 46, inciso VI, alínea a, da Lei Complementar Estadual n. 25/98, vem perante Vossa Excelência propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA observado o rito ordinário e disposições especiais previstas na Lei 8.429/92, contra PAULO DE SIQUEIRA GARCIA, brasileiro, casado, médico, Prefeito de Goiânia, RG nº SSP/GO 2ª via, inscrito no CPF com o nº , residente na Rua T-38, Qd. 150, Lt. 14/15, nº 964, Condomínio Maria Augusta, Apto. 802, Setor Bueno, CEP: , Goiânia/GO; PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA, brasileiro, 1
2 casado, ex-secretário da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, RG nº SSP/SP, inscrito no CPF com o nº , residente na Rua T-38, Qd. 149, Lt. 18, nº 919, Apto. 301, Setor Bueno, CEP: , Goiânia/GO; REINALDO SIQUEIRA BARRETO, brasileiro, divorciado, Secretário Municipal de Finanças, ex Procurador-Geral do Município, RG SSP/GO, inscrito no CPF com o nº e na OAB sob o nº 8.776, residente na Rua T-36, nº 3229, Apto. 500, Condomínio Residencial Brisa Azul, Setor Bueno, CEP: , Goiânia/GO; CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES, sociedade civil sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ/MF com nº / , com escritório regional na Rua 03, nº 800, Qd. C 06, Lt. 73/75, sala 112, Setor Oeste, Ed. Office Tower, Goiânia/GO, CEP: , representada por seu presidente LEONARDO CARLOS CHAGAS; LEONARDO CARLOS CHAGAS, brasileiro, divorciado, advogado inscrito na OAB/CE nº , RG nº /SSP/CE, CPF nº , residente na Av. Padre Antônio Tomás, nº 3377, Cocó, Fortaleza/CE, CEP: , pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. I. DA LEGITIMAÇÃO ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO A legitimação do Ministério Público para promover a defesa do patrimônio público por meio da Ação Civil Pública advém tanto da Constituição Federal quanto da legislação infraconstitucional. 2
3 Ao tratar das funções institucionais do Ministério Público, assim estabeleceu a Constituição Federal: Art São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; A Constituição do Estado de Goiás, de seu turno, determina: Art São funções institucionais do Ministério Público: [ ] III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; [ ]. A Lei n.º de 24 de julho de 1985, que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, em seu artigo 5º, inciso I, com redação dada pela Lei n.º , de 15 de janeiro de 2007, estabelece: Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: [ ]; VI a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; [ ]. Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei n.º 3
4 11.448, de 2007) [...] Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei n.º , de 2007) I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei n.º , de 2007) [...] Já a Lei n.º de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos pela prática de ato de improbidade administrativa dispõe: Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. [...] 4º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. 12 de fevereiro de 1993 estabelece: A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público Lei de Art. 25. Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: [...] IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei: a) proteção, prevenção e reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos; [ ]. 4
5 Ministério Público do Estado de Goiás: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS Por fim, prevê a Lei Complementar nº 25/98 Lei Orgânica do Art. 46. Além das funções previstas na constituição Federal, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, na Constituição Estadual e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: [ ] VI promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei, para: a) proteção, prevenção e reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos; [ ]. Os atos normativos ora mencionados, especialmente a Constituição Federal, evidenciam a atribuição do Ministério Público para o exercício da Ação Civil Pública e assentam a adequação dessa via para a defesa do patrimônio público e o combate da improbidade administrativa. II DOS FATOS Aos 27 de março de 2012 o MUNICÍPIO DE GOIÂNIA celebrou com o CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES o contrato nº 006/ processo nº /2012 (anexo I), para a prestação de serviços especializados em planejamento, organização, execução de concursos públicos a toda a Administração Municipal, durante 12 (doze) meses, contados a partir de sua assinatura, no valor estimado de R$ ,00 (três milhões novecentos e noventa e sete mil reais). 5
6 Referido contrato nº 006/2012 foi celebrado de forma direta, mediante dispensa de licitação, com fulcro no artigo 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/93, conforme publicado no Diário Oficial do Município de Goiânia/GO nº 5.319, de 28 de março de Conforme se extrai dos autos de processo nº /2012, referido contrato foi celebrado sem que a Administração Pública Municipal, em procedimento prévio ao ato de dispensa de licitação, adotasse as medidas necessárias à identificação da necessidade da contratação, fixação do objeto a ser contratado, verificação dos preços praticados no mercado, a fim de possibilitar a verificação da melhor forma de prestação. Não foram realizadas pesquisas e estudos que permitissem chegar à conclusão da necessidade de contratação direta. Nos termos do referido processo, o procedimento de dispensa de licitação foi inaugurado com a proposta do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES para a prestação de serviços de organização e realização de concurso público para a Prefeitura de Goiânia, conforme especificações e condições a nós solicitadas, nos termos do item I objeto da proposta. (anexo I) Consoante constou do item 17 da proposta apresentada, o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES executaria os serviços pelos valores arrecadados com as inscrições no montante de R$110,00 (cento e dez reais) para os cargos de nível superior, R$ 60,00 (sessenta reais) para os cargos de nível médio, R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) para os cargos de nível fundamental completo e R$ 38,00 (trinta e oito reais) para os cargos de nível fundamental incompleto. 6
7 Segundo constou da proposta, ainda, seria repassado 3% do valor de inscritos que ultrapassasse a estimativa de inscritos por cada cargo, conforme anexo fornecido pelo Município (anexo I). Apresentada a proposta, a Assessoria de Planejamento, Qualidade e Controle divisão de gestão de contratos e convênios da SMARH pronunciouse pela contratação direta do Instituto Cidades com os seguintes argumentos: - a necessidade de Concursos Públicos para atender toda Administração Municipal; - o Município de Goiânia não dispõe de condições estruturais e nem de pessoal com qualificação técnica para a realização de todas as etapas dos referidos certames; - a necessidade de contratação de uma instituição para a elaboração impressão, aplicação, segurança, fiscalização, avaliação, correção das provas, respostas aos recursos, bem como emissão de resultados, com o intuito de viabilizar e dar maior transparência e qualidade possível na realização dos concursos públicos; - por meio do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta TAC, celebrado entre o Ministério Público do Estado de Goiás, o Ministério Público do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás e o Município de Goiânia, ficou estabelecido a homologação de Concurso Público para provimento de 60 (sessenta) vagas para o cargo de Procurador Jurídico no prazo de 150 (cento e cinquenta) dias, contados a partir do referido Termo de Ajuste; - o Instituto Cidades Centro Integrado de Desenvolvimento Administrativo, Estatística e Social apresentou proposta (anexado às fls.05 a 36 dos autos) que atende as necessidades do Município de Goiânia; - conforme o estatuto social anexo às fls. 61 a 81 o Instituto Cidades é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que busca contribuir para o desenvolvimento técnico-científica das instituições públicas e privadas; - a regularidade do Instituto Cidades, conforme certidões anexas ás fls.82 a 89; - há comprovação da reputação ético-profissional e da qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Cidades, conforme atestados de TRT da 1ª Região, Ministério Público do Estado da Paraíba, Ministério Público do Estado da Bahia, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Agência Goiânia de Comunicação do Estado de Goiás, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Prefeitura Municipal de Natal; Ministério Público do Estado de São Paulo, dentre outros anexados nos autos às fls.97 a 160; - a possibilidade de dispensa de licitação, nos termos do artigo 24, inciso XIII, da Lei Federal nº 8.666/1993 7
8 Quanto ao preço pontuou que: O valor estimado do presente contrato será de R$ ,00 (três milhões, novecentos e noventa e sete reais) para fins de faturamento da contratada. O Município de Goiânia, contratante, remunerará a contratada com base no montante das inscrições pelo valor arrecado com as mesmas, portanto, não haverá qualquer ônus ao Município de Goiânia, sendo que a contratada deverá executar por sua conta e risco, a prestação de serviços descritos acima, sendo de inteira responsabilidade da mesma, os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, e de todos as outras despesas decorrentes da execução do contrato. O valor arrecadado com a inscrições, até o limite de (vinte mil) candidatos para os cargos de nível superior, sendo o limite de (dez mil) para o cargo de Procurador Jurídico e (dez mil) para os demais cargos de nível superior, 700 (setecentos_ candidatos para os cargos de nível médio e de 1000 (hum mil) candidatos para os cargos de nível fundamental completo e de (quarenta e cinco) mil candidatos para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, fixadas estas em R$ 110,00 (cento e dez reais) para os cargos de nível superior, R$ 60,00 (sessenta reais( para os cargos de nível médio, R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) para os cargos de nível fundamental completo e em R$ 38,00 (trinta e oito) reais para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, de acordo com o anexo do Termo de Referência que acompanha os autos, será repassado à contratada. Dos valores arrecadados com as inscrições que ultrapassarem o limite acima mencionado, 50% (cinquenta por cento) será repassado à empresa contratada e, 50% (cinquenta por cento) será receita do Fundo Municipal de Capacitação e desenvolvimento do Servidor Público de Goiânia FUMCADES (criado pela Lei nº 9086, de 04 de outubro de 2011). Caberá a contratada arcar com o ônus da taxa bancária dos servições de cobrança simples e de débito automático, de obrigações concernentes ao recebimento das inscrições dos concursos públicos que serão realizados através da presente contratação. Sendo assim, do valor a ser repassado pelo Município a contratada será descontado o serviço prestado pela instituição bancária (Banco do Brasil Contrato nº 002/2012), correspondente a tarifa de R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos) por boleto bancário liquidado e de R$ 1,50 (hum real e cinquenta centavos) no caso dos pagamentos de inscrições realizadas por débito em conta. Por meio do despacho GAB-SMARH nº 0686/2012, o Secretário Municipal de Administração e Recursos Humanos o réu PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA - deliberou pela legalidade da contratação direta (anexo I). 8
9 Por meio do parecer PAA nº 240/2012, acatado por meio do despacho 554/2012, o Procurador-Geral do Município o réu REINALDO SIQUEIRA BARRETO -, pronunciou-se pela legalidade da contratação direta (anexo I). Pelo despacho nº 054/2012, o réu Prefeito PAULO GARCIA ratificou a dispensa de licitação e autorizou a contratação direta do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES para a prestação de serviços especializados em planejamento, organização e execução de concursos público para provimento de cargos da Administração Pública Municipal, no período de 12 (doze) meses (anexo I). resultaram ajustados da seguinte forma (anexo I): Nos termos do contrato 006/2012, os preços dos serviços 4. CLÁUSULA QUARTA DO PREÇO DOS SERVIÇOS O preço estimado do contrato é de R$ ,00 (três milhões, novecentos e noventa e sete mil reais), para fins de faturamento da contratada, sendo que o Município de Goiânia remunerará a entidade Instituto Cidades com base no montante das inscrições pelo valor arrecadado com as mesmas, não havendo qualquer ônus ao Município de Goiânia, devendo a contratada executar, por sua conta e risco, a prestação dos serviços relacionados na Cláusula Terceira deste Instrumento Contratual, sendo de inteira responsabilidade da mesma, os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, bem como, de todas outras despesas decorrentes da execução do contrato O valor arrecadado com a inscrições, até o limite de (vinte mil) candidatos para os cargos de nível superior, sendo o limite de (dez mil) para o cargo de Procurador Jurídico e (dez mil) para os demais cargos de nível superior, 700 (setecentos_ candidatos para os cargos de nível médio e de 1000 (hum mil) candidatos para os cargos de nível fundamental completo e de (quarenta e cinco) mil candidatos para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, fixadas estas em R$ 110,00 (cento e dez reais) para os cargos de nível superior, R$ 60,00 (sessenta reais( para os cargos de nível médio, R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) para os cargos de nível fundamental completo e em R$ 38,00 (trinta e oito) reais para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, de acordo com o anexo do Termo de Referência que acompanha os autos, será repassado à contratada. 9
10 4.1.2 Dos valores arrecadados com as inscrições que ultrapassarem o limite acima mencionado, 50% (cinquenta por cento) será repassado à empresa contratada e, 50% (cinquenta por cento) será receita do Fundo Municipal de Capacitação e desenvolvimento do Servidor Público de Goiânia FUMCADES (criado pela Lei nº 9086, de 04 de outubro de Encaminhados os autos à Controladoria-Geral do Município de Goiânia, o Controlador-Geral, por meio do despacho nº 032/2012- GAB, determinou (anexo I): - justificar o preço e a razão da escolha do fornecedor, conforme inciso II e III do artigo 26 da Lei Federal 8.666/93, além de comprovar a compatibilidade com os preços de mercado; - juntar documentação de solicitação às instituições para apresentarem propostas para execução do certame bem como os valores ofertados. - providenciar empenho para despesa, em atendimento ao art.60 da Lei federal nº 4.320/64; - juntar o Ato Constitutivo da Comissão do Concurso em atendimento as determinações do Tribunal de Contas dos Municípios, através do Acórdão AC/IM nº 03714/2011. Em atendimento à determinação da Controladoria-Geral, foram acostadas aos autos cópia de proposta apresentada pelo Centro de Seleção da UFG, datada de 20 de junho de 2011, relativa a prestação de serviços especializados em planejamento, organização e execução de um concurso público para provimento de (mil seiscentos e sessenta e dois cargos da Administração Pública Municipal, não coincidentes com os cargos mencionados na planilha encaminhada ao réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES bem como uma proposta apresentada pela FUNCAB Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt, relativa exclusivamente ao concurso de Procurador Jurídico do Município de Goiânia, datada de 03 de novembro de Por meio do despacho 0147/2012 (anexo I), a Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos informou que: 10
11 [ ] Quanto à justificativa de preço e a razão de escolha do fornecedor, lembramos que não haverá qualquer ônus ao Município de Goiânia, sendo que a contratada deverá executar, por sua conta e risco, a prestação de serviços, sendo de inteira responsabilidade da mesma, os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, e de todas as outras despesas decorrentes da execução do contrato, sendo que o Município de Goiânia, contratante, remunerá a contratada com base no montante das inscrições pelo valor arrecadado com as mesmas, da seguinte forma: - Até o limite de (vinte mil) candidatos para os cargos de nível superior, sendo o limite de (dez mil) para o cargo de Procurador Jurídico e (dez mil) para os demais cargos de nível superior, 700 (setecentos_ candidatos para os cargos de nível médio e de 1000 (hum mil) candidatos para os cargos de nível fundamental completo e de (quarenta e cinco) mil candidatos para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, fixadas estas em R$ 110,00 (cento e dez reais) para os cargos de nível superior, R$ 60,00 (sessenta reais( para os cargos de nível médio, R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) para os cargos de nível fundamental completo e em R$ 38,00 (trinta e oito) reais para os cargos de nível fundamental incompleto ou alfabetizado, de acordo com o anexo do Termo de Referência que acompanha os autos, será repassado à contratada. - Quanto à compatibilidade de preços de mercado, anexamos aos autos as propostas de preços solicitadas junto a Universidade Federal de Goiás UFG e a Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt -FUNCAB, sendo que a proposta do Instituto Cidades foi considerada a mais vantajosa e que atende às necessidades do Município de Goiânia para a realização destes certames. (grifouse) Ressaltamos que conforme o estatuto social anexo às fls. 61 a 81, o Instituto Cidades é uma sociedade civil, sem fins lucrativos,que busca contribuir para o desenvolvimento técnico-profissional das instituições públicas ou privadas. Há comprovação da reputação ético-profissional e da qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Cidades, conforme atestados de TRT da 1ª Região, Ministério Público do Estado da Paraíba, Ministério Público do Estado da Bahia, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Agência Goiânia de Comunicação do Estado de Goiás, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Prefeitura Municipal de Natal; Ministério Público do Estado de São Paulo, dentre outros anexados nos autos às fls.97 a 160. [ ] Sendo assim, considerando o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta TAC, celebrado entre o Ministério Público do Estado de Goiás, Ministério Público do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás e o Município de Goiânia, ficou estabelecido, a homologação do Concurso Público para provimento de 60 (sessenta) vagas do cargo de Procurador Jurídico, no prazo de 150 (cento e cinquenta) dias, contados da publicação do referido Termo de Ajuste, solicitamos a Vossa Senhoria, a gentileza quanto à liberação do certificado do Contrato nº 006/2012, seja em caráter excepcional. 11
12 Foi acostada aos autos nota de empenho relativa à despesa para pagamento do contrato celebrado com o CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - relativamente à execução dos serviços especializados em planejamento, organização e execução do concurso público para Procurador Jurídico no valor de R$ ,00 (seiscentos e dez mil, novecentos e quarenta reais) datada de 18/07/2012 (anexo I) Por meio do despacho 0636/ DVCD a Secretaria Municipal de Compras e Licitações advertiu que a liquidação da despesa deveria ocorrer considerando o valor das inscrições confirmadas e o valor com elas arrecadado, conforme reza o contrato n. 06/2012, cláusula quarta, item 4.1. (anexo I). O contrato 06/12 foi assinado aos 12 de junho de 2012 pelo réu PAULO GARCIA, Prefeito Municipal, pelo réu PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA, Secretário Municipal de Administração e Recursos Humanos, pelo réu REINALDO SIQUEIRA BARRETO, Procurador-Geral do Município e pelo réu Leonardo Carlos Chagas, Presidente do Instituto Cidades (anexo I). Entretanto, no dia 13 de junho de 2012, foram encaminhadas diversas representações ao Ministério Público do Estado de Goiás, noticiando a falta de idoneidade do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES -, escolhido para a realização das provas do concurso para provimento dos cargos de Procurador do Município de Goiânia, que realizar-se-ia aos 26 de agosto de 2012 (anexo II). Em razão disso, a Promotora de Justiça titular da 78º Promotoria de Justiça, Villis Marra, a quem foram distribuídas as representações, instaurou, aos 10 de julho de 2012, Inquérito Civil Público por meio da Portaria nº 41/2012 (autos de protocolo nº ), a fim de apurar irregularidades apontadas (anexo II). 12
13 Outrossim, já eram objeto de investigação, também no âmbito da 78ª Promotoria de Justiça outros dois concursos públicos realizados pelo Instituto Cidades: Defensoria Pública do Estado de Goiás e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (anexo III). Deflagradas as investigações nos autos do Inquérito Civil Público nº , constatou-se que o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - e seu Presidente o réu LEONARDO CARLOS CHAVES eram alvo de investigações em vários Estados do país, por seu envolvimento em fraudes em concursos públicos realizados pelo referido instituto, o que estava a macular de ilegalidade o ato de dispensa de licitação, fulcrado no artigo 24, inciso XIII, da Lei 8.666/93 e, em consequência, o contrato 006/2012, celebrado entre o Município de Goiânia e o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES. No Estado do Amazonas foi realizado, no dia 26 de junho de 2011, o concurso público para o cargo de Defensor Público do Estado, cuja instituição realizadora do certame foi o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES. Entretanto, em razão de inúmeras representações veiculadas na imprensa e encaminhadas ao Ministério Público do Amazonas - MPAM - acerca sérios indícios de fraude no mencionado concurso, especialmente quanto a venda de vagas, o Ministério Público do Amazonas instaurou Procedimento Investigatório Criminal nº 045/2011-GAECO (anexo IV). Concluídas as investigações e em razão da robustez de seus elementos probatórios, foi oferecida denúncia criminal pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado do Amazonas contra o Presidente do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, bem como contra os demais envolvidos nas fraudes apuradas, dentre eles o então 13
14 Defensor-Geral do Estado do Amazonas, Tibiriçá Valério de Holanda. O processo criminal, de nº , ainda se encontra em tramitação na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (anexo V). Dentre as provas colhidas nos autos no processo de nº , convém destacar o Laudo Pericial nº 844/2011 SETEC/SR/DPF/AM realizado pelo Departamento de Polícia Federal no Estado do Amazonas, cujo teor constata a alteração de gabaritos da prova para Defensor Público do Estado do Amazonas, in verbis: A falta de correspondência das marcações no caderno de questões com o do cartão de resposta, e o número alto de acertos, é uma evidência extremamente forte de que o resultado foi obtido mediante fraude. O fato de haver uma quantidade razoável de questões que estão corretas no caderno de provas mas que no cartão de respostas o item marcado está errado, indicam que os candidatos deixaram pelo menos a maior parte das questões em branco no cartão de respostas para serem marcadas posteriormente, ou seja, teriam conhecimento prévio de que a fraude seria feita. Geral de Justiça do Estado do Amazonas: Segundo ainda consta na denúncia ofertada pelo Procurador- O Laudo de Perícia Criminal elaborado pela Polícia Federal (fls. 343/354) demonstra de maneira clara e irretocável a incompatibilidade manifesta entre o caderno de questões e o cartão de respostas submetido à leitura ótica dos candidatos AMÉRICO GORAYEB NETO, LUIZ DOMINGOS ZAHLUTH LINS, TIBIRIÇÁ VALÉRIO DE HOLANDA FILHO e NEWTON SAMPAIO MELO. Assinale-se que, de acordo com o resultado oficial divulgado pelo Instituto Cidades (fls. 22/39), os candidatos ora acusados e denunciados figuram, em estranha e improvável coincidência, todos com a mesma pontuação, qual seja, 80 (oitenta) pontos. Ao se fazer uma análise levada a efeito nos respectivos cadernos de questões (fls. 348, 349, 350, e 350), essa incongruência fica mais evidente, a saber: - AMÉRICO GORAYEB NETO: 28 acertos mais 4 questões anuladas totalizando 32 pontos; - NEWTON SAMPAIO MELO: 37 acertos mais 4 questões anuladas totalizando 41 pontos; - TIBIRIÇÁ VALÉRIO DE HOLANDA FILHO: 48 acertos mais 4 questões anuladas totalizando 52 pontos; - LUIZ DOMINGOS ZAHLUTH LINS: Não foi possível fazer uma estimativa devido à carência de marcações válidas no caderno de 14
15 questões. Mas das 35 questões com marcação clara apenas 09 estão corretas. (doc.12). Em razão dos fatos noticiados e em investigação na esfera judicial penal, envolvendo o Presidente do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, o Governador do Estado do Amazonas, por meio do Decreto nº , de 02 de agosto de 2011, resolveu por anular o concurso público para o provimento de vagas na carreira de Defensor Público do Estado do Amazonas (anexo V). Por meio da Portaria nº 001/2012 CS/DPE/AM, publicada no Diário Oficial do Estado do Amazonas aos 20 de janeiro de 2012 (anexo V), o Presidente do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Amazonas, em exercício, José Ricardo Vieira Trindade, resolveu por: Art.1º: ANULAR o II Concurso Público para ingresso na Carreira de Defensor Público do Estado do Amazonas, originado pelo Edital datado de 11 de abril de Art.2º: DESTITUIR a Comissão organizadora do II Concurso Público para ingresso na Carreira de Defensor Público do Estado do Amazonas. Art.3º: INSTAURAR processo administrativo sancionatório contra o Instituto Cidades, instituição realizadora do Concurso Público em testilha, visando apurar os danos e a consequente responsabilização civil e administrativa, de modo a se poder garantir, inclusive, o ressarcimento das taxas de inscrição aos candidatos participantes do certame. (grifo nosso) [ ] No Município de São Luís do Curu/CE, o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - responde por ato de improbidade administrativa nos autos da ação civil pública de nº /0, em trâmite na Vara Única da Comarca de São Luís do Curu/CE (anexo VI). 15
16 Segundo consta, o Município de São Luís do Curu/CE em conjunto com o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES -, realizou o Concurso Público de Provas destinado a selecionar candidatos para provimento de vagas do Quadro Permanente de Pessoal da Prefeitura Municipal, do Poder Legislativo e Formação de Cadastro de Reserva, regido pelo Edital nº 001/2007. A contratação do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - deu-se por dispensa de licitação. Neste excerto da petição inicial, o Ministério Público do Ceará esclarece os motivos que levaram ao exercício do poder de ação: Foi eleita como instituição executora do concurso o INSTITUTO CIDADES Centro Integrado de Desenvolvimento Administrativo, Estatística e Social. Portanto, tão logo foi publicado o edital, o Ministério Público, já conhecedor da má fama da referida instituição (referido instituto ficou nacionalmente conhecido com a polêmica em torno do Concurso Público do Tribunal de Justiça do Piauí, o qual foi anulado pelo Conselho Nacional de Justiça-CNJ, dentre outros motivos por entender que o Instituto Cidades não tinha inquestionável reputação ético-profissional ), procurou investigar a lisura do concurso. Como consequência, as investigações realizadas detectaram uma infinidade de irregularidades, especialmente a escolha viciada da instituição, com manifesta ofensa ao princípio da isonomia, haja vista que os acionados forjaram um processo de dispensa de licitação apenas para maquiar a indevida contratação direta de referida instituição, sem obediência mínima das formalidades legais. (grifou-se) Complementa, ainda, que: A realidade que se evidencia é muito clara e tem sido uma constante em todo o Estado do Ceará: o Instituto Cidades, presidido pelo denunciado Leonardo Carlos Chaves, que pratica todos os atos referentes ao instituto, após seduzir o administrador público com a oferta de seus serviços, contrata um pacote de falcatruas, desde um processo licitatório totalmente forjado, dirigido à sua contratação, até a execução do concurso, que também atende aos interesses pessoais e escusos do gestor, tudo em 16
17 completa ofensa ao princípio da moralidade e impessoalidade. (grifou-se) Impende mencionar que, além das sérias denúncias envolvendo a dispensa indevida de licitação e a violação do princípio da impessoalidade e da lisura nos concursos públicos, o objeto da mencionada ação também aponta para a violação do dever de moralidade no âmbito público pelo réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES -, pois que, conquanto se atribua a condição de instituição sem fins lucrativos, na verdade não é, haja vista ter sido o único beneficiado com o valor arrecadado pelas taxas de inscrições do concurso realizado no Município de São Luís do Curu/CE. Ademais, o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - teve suas contas bancárias bloqueadas por ordem judicial, correspondente ao valor arrecadado com a taxa de inscrição do concurso de São Luís do Curu/CE, na importância de R$ ,00 (cento e quinze mil reais e novecentos e cinquenta e cinco reais), diante da existência de sérios indícios de fraude no processo de dispensa de licitação, bem como em razão do pedido formulado pelo Ministério Público de condenação ao ressarcimento dos valores relativos a (um mil novecentas e trinta) inscrições efetivadas. No ano de 2004, o Município de Bela Cruz/CE contratou o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - para a prestação de serviços referentes à realização de concursos públicos no âmbito municipal. Também prestavam serviços ao referido município, em razão de contrato celebrado diretamente, por inexigibilidade de licitação, o escritório de advocacia Chaves & Chaves, cujos sóciosproprietários eram justamente o Presidente do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL 17
18 INSTITUTO CIDADES o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, e seu pai, Francisco das Chagas Mendes Chaves. Assim, em investigação deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Ceará, em razão das notícias que apontavam irregularidades na contratação do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES -, apurou-se que o seu Presidente Leonardo Carlos Chaves e Francisco das Chagas Mendes Chaves, atuando como advogados contratados pelo município, usaram de sua função para beneficiamento próprio à custa do Município de Bela Cruz, porquanto opinaram pela anulação de um concurso público realizado antes da contratação do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES e de conseguinte, pela realização de um novo concurso, porém agora, pelo mencionado Instituto. Para expressar a repugnância dos atos praticados pelo réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - especialmente, por seu representante e atual Presidente, o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, cita-se o seguinte aresto da petição inicial (anexo VI): O escritório de advocacia contratado pelo Município de Bela Cruz/CE, já à época do concurso, no caso Chaves & Chaves Advogados e Consultores S/C, foi responsável pelo parecer que opinou pela anulação do concurso público anteriormente realizado pelo Município de Bela Cruz/CE, quando da gestão da Srª Maria Vanúsia de Oliveira Sousa, cf. se infere nos autos, no doc.37, bem como do termo de contrato administrativo firmado entre o Município de Bela Cruz/CE e o referido escritório, em 02/01/2003, neste caso, temos ainda a agravante de que o proprietário do Instituto Cidades, Leonardo Carlos Chaves, é um dos que, pasmem, assina o parecer. Todos esses fatos fundamentaram a ação civil pública por ato de improbidade administrativa proposta em desfavor do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL 18
19 INSTITUTO CIDADES - e de seu Presidente, o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, cujos autos de nº /0 encontram-se em trâmite na Vara Única da Comarca de Bela Cruz/CE (anexo VI). Foram propostas em outros cantos do país ações civis públicas para a declaração de nulidade do ato de dispensa de licitação, com base no artigo 24, inciso XIII, para a contratação do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES. O Ministério Público do Estado do Mato Grosso instaurou Inquérito Civil Público registrado com o número n.º , após notícia, em 19 de junho de 2009, de que o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - foi mencionado em uma matéria jornalística exibida no programa Fantástico da REDE GLOBO TV, por envolvimento em escândalos de fraudes em concursos públicos. Após as devidas investigações, constatou-se também que o Município de Tangará da Serra/MT operou dispensa de licitação com fundamento no artigo 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/93 para a contratação do réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - a fim de realizar concurso público no âmbito municipal. Salientese que, assim como no caso vivenciado nestes autos, o Ministério Público do Estado do Mato Grosso também recomendou ao Município a suspensão do concurso e a realização de processo licitatório para a escolha de uma nova empresa, mas a recomendação não foi acatada pela municipalidade. Em razão disso, o Ministério Público do Estado do Mato Grosso, por meio da Promotora de Justiça titular da Promotoria de Tangará da Serra, propôs ação civil pública, com nº de protocolo nº , para a declaração de 19
20 nulidade de ato administrativo de dispensa de licitação, fundamentado no artigo 24, inciso XIII, da Lei 8.666/93. (anexo VI) A respeito da questionabilidade da reputação ético-profissional do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - frisou o Ministério Público do Estado do Mato Grosso que: Anota-se, que contar a entidade com inquestionável reputação ético-profissional é dizer ser idônea dando a segurança que a administração pública precisa para lisura exigida pela lei. O foco da ilicitude debatida está exclusivamente, sobre a qualidade da entidade contratada, ou seja, a sua credibilidade perante a sociedade brasileira, diante do seu envolvimento em diversas irregularidades e fraudes em concurso público. Observa-se, ainda, que a Prefeitura não teve o cuidado e o zelo de buscar informações quanto a boa fama da empresa contratada, a motivar o processo de dispensa de processo licitatório. Em simples busca, pela internet, o Município teria encontrado diversas matérias vinculando o nome da empresa contrata em escândalos de fraudes e irregularidades em concurso público pelo país. Reforça-se, que a mídia tem reiteradamente publicado matérias quanto a empresas envolvidas em irregularidades e fraudes em concurso público, sendo o Instituto Cidades uma das empresas envolvidas em escândalos. [...] Neste compasso, o Instituto Cidades, empresa contratada pela municipalidade local para realização do concurso público Edital n.º 001/2012, não apresenta elementos concretos a ter a sua reputação inquestionável, sendo, no mínimo duvidosa. Frisa-se, que o requisito atinente à inquestionável reputação éticoprofissional ganha destaque, uma vez que, ao lado dos princípios da obrigatoriedade da licitação e da excepcionalidade da dispensa, devem ser observados plenamente outros, como da impessoalidade, moralidade, eficiência e da obrigatoriedade do concurso público (artigo 37, caput da CF/88), o que não foi analisado cuidadosamente pelo Município de Tangará da Serra/MT, sendo o processo de dispensa imotivado. (grifou-se) O Município de Cajazeiras diante das matérias veiculadas na imprensa que o presidente do CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO 20
21 ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES o réu LEONARDO CARLOS CHAVES, teve sua prisão provisória decretada pelo Juiz da Comarca de Manaus cancelou a realização do concurso público que seria realizado pelo instituto. Tal providência foi concretizada por meio do decreto nº 002/2012 que, além de anular o concurso, determinou que a Procuradoria Jurídica do Município acionasse judicialmente o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES a fim de devolver o valor pago pelos candidatos como taxa de inscrição no concurso. Também o Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas propôs representação ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, com vista na imediata suspensão do concurso público relativo ao Edital de nº 002/2011 e de nº 003/2011 para ingresso nos quadros da Secretaria Municipal de Educação do Estado do Amazonas (anexo VI). Tribunal de Contas do Estado do Amazonas: Segundo aponta o Ministério Público de Contas junto ao [ ] a Prefeitura de Manaus, por intermédio da SEMAD, realizou a contratação direta do INSTITUTO CIDADES, com dispensa do processo licitatório, baseando-se na prerrogativa do art.24, XIII, da Lei nº8.666/93. [ ] Ocorre que no caso do Instituto Cidades, essa condição não se mostra presente atualmente, já que entidade está sendo alvo de investigação pelo Ministério Público do Estado do Amazonas, em decorrência de denúncias de fraude no concurso da Defensoria Pública do Estado (DPE), que teve sua primeira fase realizada em , pelo Instituto Cidades. Tais denúncias, que levaram o Governador do Estado, Omar Aziz, a anular o concurso, foram elaboradas por participantes aprovados na primeira fase do concurso e indicam o favorecimento de filhos de 21
22 defensores públicos e de secretários municipais, além do irmão do superintendente regional do DNIT. [ ] Em razão dos fortes indícios de inidoneidade do Instituto Cidades não há como se permitir que a entidade realize o concurso público da SEMED, cujas inscrições continua, abertas normalmente, conforme consulta ao site do Instituto Cidades, em Há notícias, ainda, veiculadas inclusive pela Internet, de que diversos concursos públicos realizados pelo réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - foram suspensos e outros anulados pela Administração Pública ou por ordem judicial, em razão das denúncias de fraudes e outras irregularidades, bem como de irregularidades na sua contratação, pela indevida dispensa de licitação, como ocorrido nos certames no município de Ibicuitinga/CE, Santa Rita/PB, Natal/RN, Luís Correia/PI, Terezina/PI, conforme se extrai das notícias acostadas (anexo IV VIII). Diante de todos esses fatos, das provas constantes do Inquérito Civil Público nº e objetivando evitar maiores danos ao patrimônio público e aos cidadãos que participariam dos certames realizados pelo réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - com base no contrato 006/2012, esta Promotora de Justiça encaminhou, ao Prefeito de Goiânia, a Recomendação nº 003/2012 (anexo IX). Ao Prefeito de Goiânia/GO foi recomendada: a) a SUSPENSÃO com a urgência que o caso requer a realização do concurso público para ingresso na carreira de Procurador Jurídico do Município de Goiânia, deflagrado pelo Edital nº 003 de 12 de junho de 2012 de outros concursos que, porventura, já tenham sido deflagrados para a realização pelo Instituto Cidades, em razão do contrato 006/2012; b) a DECLARAÇÃO DE NULIDADE do ato de dispensa de licitação e do contrato 006/2012, celebrado com o Instituto Cidades Centro Integrado de Desenvolvimento Administrativo, Estatística e Social para a prestação de serviços especializados em planejamento, 22
23 organização, execução de concursos públicos para preenchimento de vagas dos cargos relacionados no Termo de Referência, para atender toda a Administração Municipal; c) a adoção de medidas para REAVER OS VALORES porventura já repassados ao Instituto Cidades, pelos concursos já deflagrados, em cumprimento às cláusulas e 5.2 do contrato 006/2012. No prazo de 05 (cinco) dias deverão ser encaminhadas, por escrito, a este órgão ministerial, informações acerca das providências adotadas para o cumprimento da presente recomendação, acompanhadas dos documentos necessários à sua comprovação. Deverão, na mesma oportunidade, ser encaminhadas a este órgão ministerial informações pormenorizadas acerca dos valores já pagos ao Instituto Cidades - Centro Integrado de Desenvolvimento Administrativo, Estatística e Social em cumprimento à cláusula 5 do contrato 006/2012. Aos 13 de agosto de 2012, a recomendação foi recebida na Prefeitura de Goiânia. Aos 20 de agosto de 2012, em resposta, o Prefeito de Goiânia,o réu PAULO SIQUEIRA GARCIA, informou o seguinte (anexo IX): Ab initio, impende esclarecer, douta Promotora que ausentes a conclusão dos atos investigativos deflagrados pelo procedimento administrativo , a recomendação em apreço por si só é despida da presunção que leve a um juízo de valor que justifique a suspensão e/ou anulação de um certame sério, necessário, veementemente requisitado pelo próprio Ministério Público e aguardado a muito, pelos munícipes goianos. Tanto assim o é, que nenhuma declaração de inidoneidade em desfavor do Instituto Cidades foi encartada entre as notícias apresentadas junto à recomendação. Com efeito, o procedimento administrativo condutor da escolha da sociedade empresária escolhida para a realização do certame objurgado concede à municipalidade a tranquilidade de prosseguir no concurso. Noutra senda, acaso atendido a recomendação apresentada, estaria-seia (sic) a municipalidade ferindo de morte o constitucional princípio da legalidade, em especial o do devido processo legal, do contraditório e o da ampla defesa, encartados na Carta Magna. De mais a mais, admitir a recomendação ofertada seria mesmo que de forma transversa, declaração de incompetência e até mesmo, de leviana, cometimento de crime, das ilibadas pessoas e Instituições envolvidas no procedimento administrativo que primou, em homenagem aos constitucionais princípio da honestidade, 23
24 imparcialidade e legalidade, pelo cumprimento do art. 24, III da Lei 8.666/93. Corroborando a tudo isso, foi apresentado a esta municipalidade o recente atestado de capacidade técnica do Instituto, por parte do TCM Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás e manifestação conclusiva da auditoria 00524/2012 GAHH do TCE Tribunal de Contas do Estado de goiás, constante do processo nº , que aliás é a base da recomendação em apreço. Destarte, em resposta à recomendação, objetivamente, o Município de Goiânia não vislumbra motivo para a suspensão do concurso em trâmite. Ante o não-atendimento à Recomendação nº 003/2012 e, tendo em vista os sérios indícios de violação a princípios e a normas constitucionais e legais no ato de dispensa de licitação e, consequentemente, na celebração do contrato nº 006/2012 entre o Município de Goiânia e o CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES - o Ministério Público propôs, aos 23/08/2012, a Ação Civil Pública nº , para a declaração de nulidade do ato de dispensa de licitação e, por consequência do contrato 006/12, celebrado entre o Município de Goiânia e o CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES. (anexo X) Após instrução processual, o pedido feito pelo Ministério Público do Estado de Goiás foi julgado procedente, nos autos da ação civil pública de protocolo n , por meio de sentença, na qual o magistrado reconheceu as irregularidades apontadas na inicial e declarou a nulidade da dispensa de licitação e do contrato 006/12, celebrado entre o Município de Goiânia e o CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES bem como determinou ao réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES a devolução integral ao Município de Goiânia dos valores 24
25 eventualmente já pagos em decorrência do aludido contrato e, ao Município de Goiânia, a devolução a todos os inscritos no concurso para provimento de cargos de Procurador Jurídico do Município, dos valores pagos a título de inscrição 1. (anexo XI) A conduta dos réus PAULO DE SIQUEIRA GARCIA, PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA e REINALDO SIQUEIRA BARRETO, de contratar ilegalmente o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES representado por seu presidente o réu LEONARDO CARLOS CHAGAS, sem observância dos requisitos legais, conforme reconhecido na sentença que declarou a nulidade do contrato 006/12, constituiu flagrante violação ao princípio da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa e da eficiência, bem assim ato de improbidade administrativa por violação aos referidos princípios constitucionais, na forma do artigo 11, caput, da Lei 8.429/92, conforme se verá adiante. Assim, faz-se necessário o exercício do poder de ação, com o objetivo de responsabilizar pessoalmente os réus PAULO DE SIQUEIRA GARCIA, PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA, REINALDO SIQUEIRA BARRETO, CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES e LEONARDO CARLOS CHAGAS pelas ilegalidades perpetradas. II DAS ILEGALIDADES PERPETRADAS Conforme ficou demonstrado no item anterior, a celebração do contrato 006/12 entre o Município de Goiânia, por intermédio dos réus PAULO DE SIQUEIRA GARCIA, PAULO ROBERTO MANOEL PEREIRA e REINALDO 1 A Ação Civil Pública nº se encontra em curso na 5ª Câmara Cível para julgamento de recurso de Apelação interposto pelo réu Instituto Cidades. 25
26 SIQUEIRA BARRETO com o réu CENTRO INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO ADMINISTRATIVO, ESTATÍSTICA E SOCIAL INSTITUTO CIDADES de forma direta, por dispensa de licitação, foi flagrantemente ilegal e evidenciou o intuito dos réus de direcionar a escolha da instituição e a contratação direta. É o que demonstrar-se-á adiante. A) DOS VÍCIOS DO PROCESSO DE DISPENSA DE LICITAÇÃO Segundo o artigo 37, inciso XIII, da Constituição Federal: Art. 37. [...] XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. A exegese desse dispositivo impõe a licitação como regra fundamental nas contratações públicas. Somente em casos excepcionais e taxativamente previstos na legislação infraconstitucional, especialmente nos artigos 24 e 25 da Lei nº 8.666/93, é que o processo licitatório poderá ser inexigível ou dispensado: A obrigação de licitar não é mera formalidade burocrática, decorrente apenas de preceitos. Ela se funda em dois princípios maiores: os da isonomia e da impessoalidade, que asseguram a todos os que desejam contratar com a administração a possibilidade de competir com outros interessados em fazê-lo, e da eficiência, que exige a busca da proposta mais vantajosa para a administração. Assim, ao contrário do afirmado nas justificativas apresentadas, a licitação, além de ser exigência legal, quando bem conduzida, visa e permite a obtenção de ganhos para a administração. E quando a possibilidade de prejuízos existe, a própria lei, novamente com base no princípio da eficiência, prevê os casos em que o certame licitatório pode ser dispensado (TCU, Acórdão nº 34/2011, Plenário, Min. Rel. Aroldo Cedraz) (grifou-se). 26
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