ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: uma nova perspectiva sobre a capacidade civil.

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1 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: uma nova perspectiva sobre a capacidade civil. Isa Feliciana de Sousa Santos 1 Mirely Sousa Santos 2 RESUMO: O presente artigo científico vem analisar as mudanças ocorridas no ordenamento jurídico brasileiro tendo em vista os fundamentos previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência. Objetiva fazer uma explanação sobre a capacidade civil ao longo do processo histórico de desenvolvimento jurídico, analisando a evolução do regime de incapacidades das pessoas com deficiência e apontando as mudanças ocorridas no ordenamento jurídico brasileiro como forma de combate à exclusão social da pessoa com deficiência. A pesquisa se constitui em eminentemente bibliográfica, a partir de livros, artigos, leis, etc., por meio de um comparativo entre os códigos, doutrinas e pesquisas. O estudo é relevante para a academia, pois enriquece os elementos já selecionados em outros trabalhos, abrindo uma discussão e debate sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência sancionado pela lei /2015. Palavras-Chave: Estatuto da Pessoa com Deficiência. Capacidade civil. Inclusão social. 1 INTRODUÇÃO A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência foi homologada pela Assembleia das Nações Unidas, da ONU, em 13 de dezembro de 2006 e entrou em vigência em 3 de maio de 2008, foi internalizada com equivalência de emenda constitucional em 2008, pelo e foi promulgada nos termos previstos no Artigo 5º, 3º da Constituição Federal. Em 6 de julho de 2015, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), lei nº , que conforme seu art. 1º, é destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Partindo dessa ótica protecionista, a lei realiza uma mudança no Código Civil de 2002 na parte que trata das incapacidades e seus institutos assistenciais específicos, curatela e tomada de decisão apoiada. Diante da tamanha importância na mudança ocorrida no Código Civil, faz-se mister discutir as transformações ocorridas no ordenamento jurídico brasileiro como forma de combate à exclusão social do portador de deficiência, realizando uma abordagem crítica e reflexiva sobre o direito a inclusão social, analisando a função do Estado juntamente com a comunidade civil na ¹ Bacharelanda em Direito pela UESPI. isafelicianafs@hotmail.com ² Bacharelanda em Direito pela UESPI. mirelysousasantos@gmail.com

2 promoção de políticas públicas em conformidade com o princípio da dignidade da pessoa humana previsto constitucionalmente. O caminho metodológico a ser percorrido segue os fundamentos da teoria indutiva atingida por intermédio da pesquisa bibliográfica. Escolheu-se o método indutivo por possibilitar ao pesquisador trabalhar utilizando um grande acervo documental. A pesquisa se constitui em eminentemente bibliográfica, a partir de livros, artigos, leis, etc., por meio de um comparativo entre os códigos, doutrinas e teorias. O interesse pelo tema se deu em decorrência das aulas de Direito Civil e pela observação da importância das alterações ocorridas e suas repercussões nas políticas públicas de inclusão. Inicialmente, trazendo o processo histórico das incapacidades dos portadores de deficiência na codificação, e posteriormente os resultados advindos da concretização dos direitos adquiridos nessas transformações. 2 A INCAPACIDADE CIVIL AO LONGO DO PROCESSO HISTÓRICO DE DESENVOLVIMENTO JURÍDICO Pontes de Miranda ao fazer menção ao ordenamento jurídico pátrio aponta que: O Direito, no Brasil, não pode ser estudado desde as sementes; nasceu do galho de planta, que o colonizador português - gente de rija têmpera, no altivo século XVI e naquele cansado século XVII em que se completa o descobrimento da América - trouxe e enxertou no novo continente (MIRANDA, 2012, p. 42). Desta forma, infere-se que o Brasil herdou não somente os costumes e os traços culturais europeus. No momento anterior a codificação, o Direito brasileiro era regido pelas Ordenações Filipinas, documentação legal portuguesa de caráter patrimonialista que inspirou os princípios teóricos dos códigos civis brasileiros. O Código Civil de 1916, produzido por Clóvis Bevilácqua, foi diretamente influenciado pelos códigos francês e alemão, apresentando ideais individualistas e patrimonialistas.essa influência das codificações oitocentistas, no dizer de Jussara Meirelles (1998), trouxe para o Código uma ausência de interesse aos anseios da pessoa humana - sua dignidade -, pois é voltado quase que exclusivamente à proteção do patrimônio que a pessoa carrega. Assim, o regime das incapacidades tratado neste foi criado a partir de bases que estão interessadas na valorização do patrimônio, pretendendo criar métodos de proteção a este. Segundo Pereira (2007, p. 272), a tônica da norma insculpida no Código Civil de 1916 era de preservar a segurança jurídica assegurando valores patrimoniais e evitando que a pessoa

3 declarada incapaz pudesse praticar atos que gerassem efeitos no seu patrimônio e de terceiros. Diante disso, o art. 5º do Código Bevilácqua, declarou absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I os menores de dezesseis anos; II os loucos de todo gênero; III os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade; IV os ausentes declarados tais por ato do juiz. Os relativamente incapazes foram tratados no artigo seguinte, art. 6º, I os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos; II as mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal; III os pródigos; IV os silvícolas. Essa visão patrimonialista, no decorrer dos anos, tornou-se insuficiente, pois o Brasil começava a se desvencilhar de princípios que centralizavam o individualismo e passava a ressaltar valores de cunho social que dignificam a pessoa e as relações sociais, que se concretizaram com a Constituição Federal de Esta trouxe como valores fundamentais a dignidade, solidariedade, isonomia, formando-se um entrave entre seus direitos humanísticos e os direitos de caráter patrimonial do Código Civil de Entretanto, apesar da constatação de que a metodologia implantada pelo Código Civil de 1916, no que toca às incapacidades, era equivocada, o Código Civil subsequente (2002) não teve o condão de desconstituir essa premissa eminentemente materialista e impingir uma perspectiva humanizada no tratamento das pessoas incapacitadas (DINIZ, 2014, p. 160). O Código Civil de 2002 apesar de ter sido produzido em época de influências humanísticas não trouxe significativas mudanças com relação ao tratamento dos incapazes. Na sua redação aponta como absolutamente incapaz: I os menores de dezesseis anos; II os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Nota-se uma modificação em relação ao Código anterior e uma lenta tentativa de rompimento, no entanto aqueles que possuem qualquer alteração na saúde mental permanecem sem podem responder por nenhum ato da vida civil, trazendo a tona ainda características patrimonialistas. 3 A SITUAÇÃO JURÍDICA CONTEMPORÂNEA DA CAPACIDADE CIVIL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Segundo Trindade (2016, p.19), é somente a partir da internalização no Direito pátrio da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, que possui hierarquia

4 constitucional, que de fato houve uma evolução no regime das incapacidades, inaugurando a interpretação civil-constitucional. Realizada pela ONU em 2007, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD), como consta no seu art. 1º, objetiva promover, proteger e assegurar o gozo pleno e igual de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte de todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente. No Brasil, foi aprovada pelo decreto nº. 186/2008 tendo status de norma constitucional, como consolida o 2º do artigo 5º da Constituição Federal de 1988: os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais que a República Federativa do Brasil seja parte. Assim, Ribeiro (2011) conclui que os tratados internacionais de proteção aos direitos humanos ratificados pela República Federativa do Brasil têm status material constitucional. A Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, em seu artigo 12, traz a tona a necessidade de: 5. Os Estados Partes, sujeitos ao disposto neste Artigo, tomarão todas as medidas apropriadas e efetivas para assegurar às pessoas com deficiência o igual direito de possuir ou herdar bens, de controlar as próprias finanças e de ter igual acesso a empréstimos bancários, hipotecas e outras formas de crédito financeiro, e assegurarão que as pessoas com deficiência não sejam arbitrariamente destituídas de seus bens. Objetivamente exposto no texto citado, a Convenção procura elaborar um modelo social de tratamento por parte dos Estados aos até então considerados incapazes, para que sejam considerados, na medida de suas possibilidades, sujeitos de direito capazes de realizar suas obrigações e suas vontades na sociedade civil. É neste contexto de inserção social, que se realiza a sanção da lei nº , de 6 de julho de 2015, instituindo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Como reza seu art. 1º, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, baseada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. A lei /2015 faz mudanças no Código Civil de 2002, tornando absolutamente incapaz de exercer os atos da vida civil, art. 3º, somente os menores de 16 anos. Enquanto que os relativamente incapazes são:

5 Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Para Stolze (2015, p. 2), em verdade, o que o Estatuto pretendeu foi fazer com que a pessoa com deficiência deixasse de ser rotulada como incapaz, para ser considerada em uma perspectiva constitucional isonômica dotada de plena capacidade legal. Constituindo, uma forma de garantir a inclusão da pessoa com deficiência e a minimização dos obstáculos sociais e institucionais que permeiam o ordenamento jurídico brasileiro, trazendo, portanto, grandes mudanças na antiga teoria das incapacidades, o que repercute diretamente no Direito de Família (o casamento, a interdição, a curatela). O sistema de incapacidades evoluiu ao longo do tempo, passando de um modelo rígido e individualista, como era tratado no Código de 1916, para um integracionista, que valoriza a pessoa humana e a cidadania, pensado a partir das circunstâncias do caso concreto e em prol da inclusão das pessoas com deficiência e influenciado pela ótica civil-constitucional, tutelando a sua dignidade e a sua interação social. Hoje, quando há necessidade, são adotados institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão apoiada e a curatela, para a prática de atos na vida civil. Diz textualmente a nova lei (art. 84, 3.º) que a curatela deverá ser "proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível". Diante disso, pode-se concluir que a utilização destes institutos assistenciais é feita de maneira excepcional, visando a prevalência da vontade do sujeito. A curatela, instituto que sentiu grande reflexo na mudança do sistema das incapacidades, deve afetar, de acordo com o Estatuto, apenas os aspectos patrimoniais, deixando a disposição do portador de deficiência aquilo que diz respeito a suas relações sociais. No art. 116 do Estatuto, é criado um instituto similar a curatela, presente no novo art A consta que a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. Logo, a tomada de decisão apoiada não resulta em perda da capacidade do sujeito que a requer, mas sim em auxílio à validade de negócios por ele realizados, podendo, como é aludido no

6 5º do mesmo artigo, terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial solicitar que os apoiadores contra assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado. Ou seja, sua capacidade legal prevalece, existindo apenas um apoio de um coadjuvante. Há, destarte, uma externalização da vontade das pessoas consideradas deficientes, cercando-a de maior proteção. Fazendo um comparativo entre os institutos assistenciais específicos mencionados, a tomada de decisão apoiada é um método protecionista, trazido pelo Estatuto, que preserva a capacidade legal e o autogoverno da pessoa com deficiência e que necessitará do apoio, não violando a liberdade individual de escolha que é inerente ao ser humano (TRINDADE, 2016, p.76). 4 AS MUDANÇAS OCORRIDAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO COMO FORMA DE COMBATE À EXCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA A constituição cidadã inclui a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, englobando-a como princípio constitucional de grande importância dentro do ordenamento jurídico brasileiro. O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa estendê-lo a todos os cidadãos na busca pela efetivação da premissa de que o estado e suas normas existem em função das pessoas, pautando-se na inclusão e respeito às diversidades, como é visto no art. 3, IV, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (CF, 1998). O pensamento arcaico de que a deficiência seria um problema o qual deveria ser resolvido pela pessoa que a possuía para que esta pudesse se enquadrar na sociedade, foi aos poucos sendo substituído pela visão de que ela é uma característica como qualquer outra e que as dificuldades encontradas pelos seus portadores se dão em razão das barreiras físicas e atitudinais que a própria sociedade lhes impunha. Sob a égide deste novo pensamento, no qual as pessoas portadoras de deficiência são sujeitos de direitos como qualquer outra e devem ter suas necessidades e direitos atendidos, viu-se a necessidade de que fossem implantadas políticas públicas voltadas para esse segmento. Os espaços públicos e de uso coletivo não poderiam mais ser excludentes; a acessibilidade ao meio físico, ao transporte, à comunicação e à informação deveria ser provida a fim de garantir que todos, sem exceção, pudessem usufruir de seus direitos com equiparação de oportunidades. Assim, todo um marco legal nacional deveria ser construído para que a igualdade de oportunidades fosse garantida.

7 A partir da Constituição de 1988, o assunto foi integrado definitivamente aos marcos legal, foi ela quem deu a responsabilidade à união, estados e municípios de proteger e garantir os direitos das pessoas com deficiência, além de buscar a sua integração social. Os direitos assistencialistas compuseram por muito tempo a base das políticas públicas brasileiras e ainda persistem em algumas áreas, porém atualmente, eles estão sendo substituídos por uma maior valorização da autonomia e independência da pessoa com deficiência, tornando-as pessoas ativas e que contribuem com a dinâmica estrutural da sociedade. A primeira vez que as pessoas com deficiência tiveram visibilidade junto ao Governo Federal, depois da constituição cidadã, foi com a instituição da CORDE (Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência), que era encarregada de planejar e elaborar projetos voltados para integração dos portadores de deficiência. Em 2010, a CORDE tornou- se a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, através do Decreto N 7.256/10, atuando na inserção de ações de prevenção e eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, além de propiciar sua plena inclusão à sociedade e a adoção de medidas para a proteção da integridade física e mental da pessoa com deficiência, entre outras inúmeras ações. Após a instituição da CORDE, que representou um grande avanço na representatividade federal das pessoas com deficiência, viu-se a implantação de diversas políticas públicas que têm um fim social voltado para a inclusão e bem-estar das pessoas com esse perfil. Dentre elas tem-se, por exemplo, políticas de acessibilidade nos meios de transporte, espaços urbanos, edifícios, sistemas de informação e comunicação, além do atendimento prioritário e da criação da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS. Estas representaram apenas o início das conquistas voltadas para a garantia dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência, já que a luta pela afirmação dos mesmos passou a integrar as agendas políticas. Em maio 2006, foi realizada a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que representou um marco na luta pela afirmação dos direitos e garantias fundamentais da pessoa com deficiência, visto que contou com a mobilização de agrupamentos civis juntamente com a união e os governos estaduais, na busca da construção de uma sociedade coletiva e democrática na qual fosse garantida a participação ativa das pessoas com esse perfil. A criação, em 2007, da Agenda Social de Inclusão da Pessoa com Deficiência serviu como propulsor para que a sociedade pudesse tomar conhecimento das propostas e sugerir políticas e

8 formas de implementação destas e teve como objetivos fomentar a plena inclusão da pessoa com deficiência no processo de desenvolvimento do país, buscando eliminar todas as formas de discriminação e garantir o acesso aos bens e serviços da comunidade, promovendo e defendendo os direitos desta parcela da população. (p. 7). Em 2008, houve a realização da II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ela não diferiu muito da primeira, porém serviu como meio de afirmação de que os objetivos pautados naquela tinham sido levados a sério, além de convocar a população e as autoridades governamentais para discutirem novos projetos e avaliarem os já implantados, agora sob o amparo da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, realizada no fim de A III Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ocorrida em 2012, veio para promover um debate, com a participação da sociedade e das autoridades governamentais, sobre os impactos trazidos pela Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU, após 04 anos da sua ratificação, reforçando o papel político na superação das barreiras físicas e dos preconceitos que ainda são impostos pela sociedade, bloqueando a inserção plena e autônoma das pessoas com deficiência. A mais recente Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada em abril de 2016, inovou ao vincular os conselhos e organizações que tratam de temas diversos, voltando-os para a discussão das temáticas das Crianças e Adolescentes, das Pessoas Idosas, das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e das Pessoas com Deficiência, visando fazer com que todos esses perfis sociais passem a ser consideradas como sujeitos de Direitos Humanos, baseando-se nos princípios da transversalidade, interdependência e indivisibilidade dos direitos humanos (p. 4). Em meios às conquistas trazidas em razão, inicialmente, da atual constituição cidadã, perpassando pelos vários direitos adquiridos através dos debates promovidos em relação à afirmação dos direitos e garantias fundamentais da pessoa com deficiência ao longo das quatro conferências nacionais, já citadas anteriormente, em 2008, foi ratificada, com status de emenda constitucional, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pelas Nações Unidas, e seu Protocolo Facultativo, utilizando pela primeira vezo 3º do artigo 5º do texto Constitucional. Na prática, é como se Constituição Federal tivesse um capítulo inteiro dedicado às pessoas com deficiência. Esse representa o primeiro tratado internacional recepcionado pelo nosso país nessa condição. Ao consagrar à Convenção, com força Constitucional, o Brasil se

9 comprometeu interna e externamente, a eliminar barreiras tanto atitudinais quanto estruturais, que possam impedir a participação plena e efetiva dos cidadãos com alguma deficiência na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Garantindo à população com esse perfil a implementação de políticas públicas que promovam autonomia, independência, igualdade, oportunidades, acessibilidade, inclusão social e o combate à discriminação. Em atenção à citada Convenção, o Brasil chegou a um importante marco legal, criando em 6 de Julho de 2016 a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), conhecida também como Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Nº ). A referida lei teve como um dos seus principais efeitos a alteração do Código Civil de 2002, na parte que trata das incapacidades, fazendo com que as pessoas com deficiência deixassem de ser consideradas incapazes e fossem incluídas no rol dos plenamente capazes, garantindo queas pessoa com essas características exerçam todos os direitos que lhe são afirmados em razão da sua condição de pessoa natural, sendo necessária a utilização dos institutos da representação ou da assistência somente quando a vontade destas não puder ser exprimida, aplicando-se de forma pragmática o disposto no caput do art. 6 do referido diploma: a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa (Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei / 2015). Na busca por facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para ter acesso ao texto impresso, o Tratado de Marraquech é celebrado em , e que entrou em vigor no plano internacional em setembro de 2016, é outro exemplo de tratado internacional de direitos humanos incorporado na forma do art. 5.º, 3.º, CF/88, e, portanto, com status constitucional. No tocante ao direito brasileiro, apesar de o seu texto ter sido aprovado pelo Decreto Legislativo n. 261/2015, aguarda-se a sua promulgação por decreto presidencial para a sua efetiva incorporação no plano interno. O respeito à dignidade da pessoa humana exige a união dos governantes e da sociedade em geral, somando esforços no sentido de se fazer cumprir o texto constitucional, garantindo às pessoas com deficiência o pleno exercício dos direitos inerentes à pessoa humana,...temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. (Santos, Boaventura de Sousa. 2003: 56).

10 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A mudança ocorrida no Código Civil de 2002 pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência surge como uma resposta aos anseios de uma sociedade que prioriza a consecução das garantias individuais previstas na Constituição cidadã de 1988, estabelecendo um modelo integracionista que visa a igualdade entre todos nas relações sociais, tornando a pessoa com deficiência, em sua essência, capaz de gerir seus atos na vida civil, e atenuando as barreiras físicas e atitudinais. Os direitos assistencialistas compuseram por muito tempo a base das políticas públicas brasileiras e ainda persistem em algumas áreas, porém atualmente, eles estão sendo substituídos por uma maior valorização da autonomia e independência da pessoa com deficiência, tornando-as pessoas ativas e que contribuem com a dinâmica estrutural da sociedade. REFERÊNCIAS FERREIRA, Antônio José. Avanços das políticas públicas para as pessoas com deficiência: uma análise a partir das conferencias nacionais; Agenda Social de Direitos da Pessoa com Deficiência; Brasília, Lei n º , de 06 de julho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York. Brasília, DF: 2009 BRASIL: Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de ed. atual e ampl. São Paulo: Saraiva, STOLZE, Pablo. Estatuto da Pessoa com Deficiência e sistema de incapacidade civil. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 20, n. 4411, 30 jul MIRANDA, Pontes de. Introdução: pessoas físicas e jurídicas. Atualizado por Judith Martins Costa (coleção tratado de direito privado: parte geral; 1). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 1: teoria geral do direito civil. 31 ed. São Paulo: Saraiva, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo

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