CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
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- Manuela Domingos Sintra
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1 CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
2 Luciano Agra // Prefeito Lígia Tavares // Secretária de Meio Ambiente Maristela Viana // Secretária Adjunta Wellintânia Freitas // Chefia de Gabinete Maria Aparecida Assis // Diretoria de Controle Ambiental - DCA Euzivan Lemos // Diretoria de Estudos e Pesquisas Ambientais - DIEP Vicente Félix // Coordenador do Viveiro de Plantas Nativas EQUIPE TÉCNICA: Texto e revisão: Bia Fernandes Arte e diagramação: murucutu.com Ilustrações: Jersey Alexandre Barros Consultoria Técnica: Anderson Fontes Antônio Cláudio C. de Almeida Genival Seabra Jersey Alexandre Barros Leonardo Torreão Socorro Menezes S446c Prefeitura Municipal de João Pessoa - Secretaria de Meio Ambiente Cartilha de Arborização Urbana. 3.ed. João Pessoa-Paraíba: SEMAM, p. II.: Esta publicação foi financiada com recursos da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Arborização urbana; 2. Árvores; 3. Podas CDU - 582:711
3 1 APRESENTAÇÃO A cidade de João Pessoa é conhecida por seu verde exuberante. O hábito de plantar árvores em jardins e quintais é um traço forte do seu povo. A resistência exemplar dos ambientalistas, a legislação local de preservação ambiental e a rica diversidade de ecossistemas de seu ambiente natural, são responsáveis por essa marca da capital paraibana. Parque Solón de Lucena (Lagoa) Esta cartilha responde a quatro perguntas básicas sobre plantio de mudas em nossa cidade. Por que plantar? Onde plantar? Como plantar? O que plantar? Cada espécie de planta tem suas características e pode, ou não, se adequar a determinados tipos de locais, de solo e de clima. O plantio de árvores em espaços urbanos não é tão simples como parece: exige cuidados especiais, planejamento, e obedece às seguintes etapas: escolha das espécies adequadas aos locais onde serão plantadas, as técnicas de plantio e todo o acompanhamento até a muda se transformar em árvore. Para quem vai plantar uma árvore - que é uma grande ajuda no combate ao aquecimento global - sugerimos que o faça seguindo os ensinamentos desta Cartilha.
4 POR QUE PLANTAR? As árvores produzem oxigênio para nossa respiração, diminuem a poluição do ar, embelezam as nossas cidades, amenizam o reflexo da luz do sol e produzem frutos que nos alimentam. E isso é só o começo! Entre as muitas vantagens de se plantar uma árvore, lembramos algumas que fazem parte do nosso dia-a-dia e de nossa família: a sombra onde descansamos, locais onde estacionamos nossos carros e onde os passarinhos fazem ninho para se reproduzir. OUTROS BENEFÍCIOS: Embelezam as vias públicas, áreas verdes e praças; Regulam a umidade e a temperatura do ar; Influenciam o movimento dos ventos; Podem contribuir para a economia de energia; Atendem às necessidades lúdicas de recreação e lazer; Ajudam a conter a erosão do solo e evitam o assoreamento dos rios; Ajudam no abastecimento do lençol de água subterrâneo; Diminuem os ruídos urbanos; Melhoram a saúde física e mental. CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
5 3 ONDE PLANTAR? De acordo com o porte, pode-se recomendar os melhores locais para plantio das mudas: PEQUENO PORTE Calçadas estreitas, largura menor que 2,00 m e até mesmo sob fiação elétrica. MÉDIO PORTE Calçadas largas, maiores que 2,00 m e sem fiação elétrica. GRANDE PORTE Canteiros centrais de avenidas, praças, parques, quintais grandes.
6 Na escolha da árvore é fundamental verificar se o espaço da calçada é suficiente para plantá-la. Uma árvore de pequeno porte (até 5 m de altura), por exemplo, exige uma calçada de no mínimo 1,50 m de largura. CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
7 É sempre bom você ter noção da altura e do tamanho da copa da sua árvore. Lembre-se que o porte da espécie escolhida irá influenciar mais tarde na manutenção com relação à profundidade da raiz evitando problemas com a tubulação subterrânea, calçadas e muros. Quanto à copa, caso seja plantada uma muda de árvore de porte inadequado, podem ocorrer problemas com postes de iluminação, placas de sinalização de trânsito e paredes de edificações. 5
8 COMO PLANTAR? Cave uma cova medindo aproximadamente 60 x 40 x 40 cm a fim de que as raízes da muda acomodem-se perfeitamente; O solo deve ser preparado com adubo orgânico (esterco curtido ou terra vegetal); Ponha a muda deitada e retire com cuidado o saco plástico, para não quebrar o torrão; Corte com faca ou facão o fundo do torrão em aproximadamente 1 cm; Plante a muda no centro da cova e coloque o adubo entre todas as raízes, firmando bem o solo e deixando-o mais baixo que o terreno ao redor, para que retenha água e adubo; Escore a muda com um suporte (tutor) para orientar o crescimento da árvore. Pode-se usar um cabo de vassoura ou vara de bambu bem fincado ao lado da muda, amarrando-o levemente com cordão, em forma de um 8 deitado; Regar em seguida ao plantio e diariamente, até que a muda apresente uma copa desenvolvida. Se for realmente necessário o uso de uma proteção, prefira uma cerca de arame (liso) em vez de grade, no entorno da muda. Muda Tutor Cordão em forma de 8 deitado Cova O QUE PLANTAR? 5,00 m (mínimo) Dimensões da cova 60 cm 40 cm 40 cm Agora que você já sabe o passo-a-passo do plantio e da importância de se cuidar de uma árvore, nós sugerimos o nome de algumas espécies que se desenvolvem muito bem em nossa cidade. As espécies sugeridas enquadram-se nas categorias de pequeno, médio e grande porte, e são recomendadas para o município de João Pessoa. Todas apresentam boa receptividade ao clima e solo da região. Dê preferência às espécies nativas (brasileiras); se optar por exóticas (estrangeiras) escolha uma adaptada à sua região e que seja adequada ao local escolhido. CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
9 ÁRVORES DE PEQUENO PORTE Murta, Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Ipê-mirim, Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth. Papoula, Hibiscus rosa-sinensis L. Pata-de-vaca, Bauhinia monandra Kurz Pitanga, Eugenia uniflora L. Romã, Punica granatum L. Urucum, Bixa orellana L. ÁRVORES DE MÉDIO PORTE Aroeira, Schinus terebinthifolius Raddi Algodão-da-praia, Hibiscus pernambucensis Arruda Barbatenom, Abarema cochliocarpos (Gomes) Barneby & Grimes Cássia-chuva-de-ouro, Cassia ferruginea (Schrader) Schrader ex DC. Cássia-imperial, Cassia fistula L. Leiteira, Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson Mororó, Bauhinia forficata Link Murici, Byrsonima sericea DC. Pau-lacre, Vismia guianensis (Aubl.) Pers. Perobinha, Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Nativas Exóticas ÁRVORES DE GRANDE PORTE Açoita-cavalo, Luehea ochrophylla Mart. Canafístula, Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Craibeira, Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau Imbiribeira, Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Ipê-amarelo, Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A. DC.) Standl. Ipê-branco, Tabebuia elliptica (A. DC.) Sandwith Ipê-roxo, Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Oitizeiro, Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Pau-brasil, Caesalpinia echinata Lam. Pau-ferro, Caesalpinia ferrea Mart. Sibipiruna, Caesalpinia peltophoroides Benth. Sucupira, Bowdichia virgilioides Kunth PALMEIRAS Tamanhos: Grande, Médio e Pequeno Açaí, Euterpe edulis Mart. Areca-bambu, Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje & J. Dransf. Aricuriroba, Syagrus schizophylla (Mart.) Glassman Catolé, Syagrus cearensis Noblick Palmeira-de-manila, Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore Palmeira-imperial, Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-leque, Coccothrinax barbadensis (Lodd. ex Mart.) Becc Palmeira-leque-de-Fiji, Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl. Palmeira-triângulo, Dypsis decaryi (Jum.) Beentje & J. Dransf. Pindoba, Attalea oleifera Barb. Rodr. 7
10 PODA E TRATOS CULTURAIS Com o crescimento, sua árvore ou palmeira necessita de alguns cuidados para se manter saudável, bonita e funcional. Podar uma árvore ou realizar tratos culturais em palmeiras é uma prática periódica, seja para proporcionar mais vitalidade e beleza, ou por motivo de segurança. Galhos muito baixos ou compridos e copas muito altas ou fechadas podem causar problemas, tais como dificultar a locomoção dos pedestres e a passagem de veículos nas ruas, o perigo de escurecer a rua cobrindo a iluminação pública ou ainda provocar danos à fiação elétrica ou telefônica. OS TIPOS DE PODA: PODA DE FORMAÇÃO Essa poda tem a finalidade de regular o crescimento da árvore, para que depois de adulta, não apresente deformações ou ramos muito baixos que dificultem o trânsito de pedestre e veículos. A poda consiste na retirada dos ramos laterais, 180 dias após o plantio. PODA DE CONFORMAÇÃO Tem início quando a planta se desenvolve desordenadamente prejudicando a sinalização de trânsito - semáforos e placas - fiação elétrica e telefônica. PODA DE MANUTENÇÃO Tem a finalidade de dar continuidade ao formato estabelecido nas podas de formação e conformação, enquanto a planta vai crescendo e desenvolvendo novos galhos. PODA DE EMERGÊNCIA Tem a finalidade de retirar galhos que estejam em contato com fios elétricos e diminuir o volume da copa. Essa poda deverá ser realizada pela concessionária de energia elétrica e por determinação da Defesa Civil. TRATOS CULTURAIS EM PALMEIRAS Tipo de intervenção que consiste na retirada, apenas, das estruturas mortas da copa da palmeira.! OBSERVAÇÃO As podas em árvores e os tratos culturais em palmeiras, não podem eliminar totalmente as suas partes vegetativas (copa das árvores e ápices das palmeiras) que são essenciais a sobrevivência da planta. A Prefeitura Municipal é o órgão competente para realizar poda em áreas públicas. CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA
11 Mais informações sobre arborização urbana, consulte o Código Municipal de Meio Ambiente - Lei complementar Municipal: N 029/2002, Artigos 89 a 100 disponível no site: Prefeitura Municipal de João Pessoa Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMAM Av. Diógenes Chianca, Água Fria João Pessoa - PB - CEP: (83)
12 AJUDE A PRESERVAR O MEIO AMBIENTE, PLANTE UMA ÁRVORE. PROGRAMA
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