CEI CON O QUE É HUMILHAÇÃO? É um sentimento de ser. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil.
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- Fernando Rico de Vieira
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2 3 PR S N T Ç Ã Preocupado com a situação de assédio recorrente no ambiente escolar e demais setores da educação, o SINT/SC decidiu elaborar esta cartilha sobre o assunto, com o objetivo de propiciar aos trabalhadores/as informações necessárias para que estes possam entender e identificar a prática de ssédio Moral, quem são os/as assediadores e os/as assediados/as. m virtude da natureza do serviço público, o assédio se torna mais grave, pelo fato de que na administração pública não existe uma relação patronal direta e sim uma hierarquia que deve ser respeitada. relação patronal no serviço público reside no dever do agente público tratar com respeito, decoro e urbanidade todo e qualquer cidadão. ste sim é o verdadeiro patrão, que custeia a remuneração do agente público por meio do pagamento de tributos. Neste caso trata-se da exposição do/da servidor/a a situações humilhantes e constrangedoras, recorrentes e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício das funções. ssa exposição à tirania é mais frequente em relações hierárquicas autoritárias, nas quais predominam condutas negativas, atos desumanos de longa duração, exercidos por um ou mais chefes contra os subordinados, ocasionando a desestabilização da vítima com o ambiente de trabalho e a organização. combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, além da informação e denúncia, exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão. stes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania. CN CI T ssédio Moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, frequente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos, que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, pondo em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho. QU É HUMILHÇÃ? É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a ultrajado/a É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a com raiva. humilhação causa dor, tristeza e sofrimento. humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.
3 4 5 GIR CM V ) INT (* R G R P M RL SSÉI M Se o educador for vítima de assédio moral no ambiente de trabalho, a escola, seus diretores e representantes poderão ser responsabilizados civil e criminalmente, dependendo do caso, inclusive por meio de ações de indenização por danos morais e materiais. m razão, pois, de sua responsabilidade, cabe ao empregador, diante da notícia de assédio moral, tomar as seguintes providências: s problemas de relacionamento dentro do ambiente de trabalho e os prejuízos daí resultantes serão tanto maiores, quanto mais desorganizada for a escola e maior for o grau de tolerância do Governo, em relação às práticas de assédio moral. Por isso é importante estabelecer o diálogo sobre os métodos de organização do trabalho, como fator de prevenção e reflexão. Para conscientizar a categoria, é importante a realização de seminários, palestras e outras atividades voltadas à discussão do problema. escola deve, também, criar um código de ética que proíba todas as formas de discriminação e de assédio moral, que promova a dignidade e cidadania do trabalhador(a). fim de tornar efetivas as disposições desse código de ética, devem ser criados nas escolas espaços de confiança, representados por Conselho scolar, deliberativo, eleito por gestão democrática, que receberão e encaminharão as queixas sobre assédio. iagnosticar o assédio, identificando o agressor, investigando seu objetivo e ouvindo testemunhas; valiar a situação através de ação integrada entre Governo e SINT/SC; Buscar através do diálogo, modificar a situação, reeducando o agressor. Caso isso não seja possível, deverão ser adotadas medidas disciplinares contra o assediador, inclusive sua exoneração, se necessária. ferecer todo apoio médico e psicológico à vítima. * SCL/GVRN
4 6 T R IZ M C R C U Q S T U N C Pedir-lhe, sem S S É I M R L necessidade, icotar Bloquear ou bo o andamento do trabalho alheio; ado gredir o assedi o somente quando ma ti assediador e ví estão a sós; Retirar seus instrumentos de trabalho; tribuir erros imaginários ao trabalhador/a; Pedir-lhe a execução de tarefas sem interesse e/ ou não lhe atribuir tarefas; trabalhos urgentes ou sobrecarregá-los com tarefas; são/ Forçar a demis exoneração do ou trabalhador e/ ra isolá-lo; transferi-lo pa Fazer cir cular boa tos maldosos, calúnias ou difamaçõ es sobre o/a trabalha dor/a. Impor-lhe horários injustificados; /a ao trabalhador Fazer críticas iras ainda, brincade em público, ou, de mau gosto; 7 P R F IL V ÍT IM S S É I M R L s que tem crença religiosa ou orientação sexual diferente daquele que assedia; Pessoas que tem senso de culpa muito desenvolvido e aqueles que vivem sós; s que tem limitação de por oportunidades tas; serem especialis Portadores de algum tipo de deficiência ou problemas de saúde; Trabalhadores com mais de 35 anos; Saudáveis, escrupulosos e honestos. Perfeccionistas, não hesitam em trabalhar nos finais de semana, ficam até mais tarde e não faltam ao trabalho mesmo quando doentes; a Pessoas que estão perdendo a cada dia a resistênci física e psicológica para suportar humilhações; Homens em um grupo de mulheres, e mulheres em um grupo de homens;
5 8 9 Co m re la çã o às m ul he re s, ac re sc en ta m -s e ai nd a: as casadas, grávidas ou as que têm filhos pequenos; lém dos trabalhadores citados na página anterior, pode-se ainda destacar o assédio moral, vivenciando pelos egressos do sistema prisional. Por medo, passam a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas e evitando, simultaneamente, serem humilhados/as e exonerados/as. CN SQ UÊNC IS SS ÉI MR L À SÚ Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido. É este sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o adoecer, pois o que adoece as pessoas é viver uma vida que não desejam, não escolheram e não suportam. ntrevistas realizadas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no ambiente profissional revelam como cada sexo reage a essa situação (em %). Crises de choro ores generalizadas I N R IC S P S V M C S S É I M R L T N I IM V ÍT Conhecer o que é o assédio moral e suas características; istinguir o assédio moral de outras tensões no trabalho como desavenças eventuais, stress e contrariedades; Se constatado o assédio, deve reunir provas para sua comprovação (atas de reuniões na escola, boletim de ocorrência, depoimentos de testemunhas com firma reconhecida, etc.); enunciar o assédio moral ao SINT/SC e à GR da região para as providências cabíveis; Palpitações, tremores Sentimento de inutilidade Insônia ou sonolência excessiva epressão iminuição da libido Sede de vingança umento da pressão arterial or de cabeça istúrbios digestivos Tonturas Ideia de suicídio Falta de apetite Falta de ar Passa a beber Tentativa de suicídio
6 10 NCIS CNSQUÊ RL M I É S S SCL) R (P R S P 11 Queda da disposição e menor eficiência; imagem negativa da escola perante a comunidade e a sociedade; lteração na qualidade do serviço, baixo índice de criatividade; oenças profissionais, acidentes de trabalho; Constantes licenças para tratamento de saúde e faltas; umento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por danos morais. P R S P R S S I ependendo do perfil psicológico do assediado e de sua condição social, sabe-se que sua capacidade de se rebelar contra o assédio moral no ambiente de trabalho é limitada. Justamente por ser o empregado a parte mais fraca da relação. Surgem então, profissionais desprovidos de motivação, de criatividade, de capacidade de liderança, de espírito de equipe e com poucas chances de se manterem atuantes. cabam por se sujeitar as mais diversas humilhações, adoecendo psicologicamente e/ou fisicamente. Frequentemente os trabalhadores/as adoecidos/as são responsabilizados/ as pela queda da produção, acidentes e doenças, desqualificação profissional, exoneração e consequente desemprego. São atitudes como estas que reforçam o medo individual ao mesmo tempo em que aumenta a submissão coletiva construída e alicerçada no medo. QU M G RI? Um superior (diretor) agride um subordinado. É a situação mais frequente; Um colega agride outro colega; Um superior é agredido por subordinados. É um caso mais difícil de acontecer. vítima vem de fora da escola, tem uma maneira de exercer a direção que o grupo não aceita. Pode ser também um antigo colega que é promovido a diretor (a), sem que o grupo tenha sido consultado.
7 12 R PRFIL SSI Marta Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, em sua obra assédio moral no ireito do Trabalho, apresenta o perfil do assediador (baseado em observações de trabalhadores/as): ML é um capataz moderno, que controla e persegue os subordinados com mão de ferro. PRFT para ele demitir é grande realização. Gosta de humilhar com cautela, reserva e elegância. 13 S CHÃ é confuso, inseguro. á ordens contraditórias. Se são feitos elogios ao trabalho, está sempre pronto para receber, contudo, se é criticado, coloca a culpa nos subordinados. PITBULL humilha os subordinados por prazer. É agressivo, violento e até perverso no que fala, e em suas ações. TIGRÃ GRN IRMÃ finge ser amigo do trabalhador, mas depois de conhecer seus problemas particulares manipula-o na primeira oportunidade. GRGNT vive contando vantagens e não admite que seus subordinados saibam mais que ele. quer ser temido para esconder sua incapacidade e necessita de público para sentir-se respeitado. TRGLIT é aquele que sempre tem razão.
8 14 CNSIRÇÕS FINIS assédio moral no trabalho não é um fato isolado, ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos/as trabalhadores/as, do Sindicato, Comissão de ireitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e portunidades e de Combate à iscriminação. basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos/as trabalhadores/as. combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão. stes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania. s pressões por mérito, desempenho e o distanciamento entre as direções de escolas e trabalhadores/as em educação, resultam na falta de comunicação direta, desumanizando o ambiente de trabalho, aumentando o desgaste e dificultando que o espírito de cooperação e de solidariedade surja entre os trabalhadores. pesar de muito importantes, não são apenas as leis que resolverão o problema, mas, principalmente a conscientização da vítima, do agressor e da própria sociedade. ntretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos. CRTILH SBR SSÉI MRL N LCL TRBLH XPINT Secretaria de Imprensa e ivulgação Carlos lberto Lopes Figueiredo Secretaria de ssuntos Jurídicos Robson Cristiano Silva Texto: Graciela Fell - Jornalista MTB: 4455SC ssessora de Imprensa Fontes: NUCIS/RT/SC: Núcleo de Combate à iscriminação e Promoção da Igualdade de portunidades. Site: Ilustrações, arte e diagramação: Laércio Castro
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