NORMA PARA PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL



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Transcrição:

NORMA PARA PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NORMA PARA PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE ENTREGA E RECEBIMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL COORDENAÇÃO: Octavio Galvão Neto RELATORIA: Ronaldo Benvenuti COLABORADORES:Alcides Ferrari Neto, Antonio Carlos Dolacio, Antonio Carlos S. de A. Cintra, Arthur Eduardo Razuk, Caio Luiz Avancine, Cirlene Mendes da Silva, Eduardo Figueiredo, Estela K. G. Parente, Flávia Zoéga Andreatta Pujadas, Marcos M. Rangel, Mário Miranda, Mauro N. F. Scacchetti, Nelson Nady Nór Filho, Paulo Grandiski, Ricardo Oliveira e Vicente I. G. Parente, Texto aprovado em Assembleia Geral Ordinária em 13 de maio de 2014 ÍNDICE PREFÁCIO... 2 1. ESCOPO... 2 2. NORMAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES... 3 3. DEFINIÇÕES... 3 4. OBJETIVOS... 6 5. PROCEDIMENTOS... 6 5.1 PRELIMINARES... 6 5.2 VISTORIA... 8 5.3 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES FEITAS... 9 6. LAUDO... 9 7. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS OU PARTICULARES... 10 1

PREFÁCIO Fundado em 1957, o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia tem na sua Entidade Filiada no Estado de São Paulo um dos órgãos de classe mais atuantes de todo o território nacional. Congregando profissionais de diversas modalidades da Engenharia e da Arquitetura, o IBAPE/SP desenvolveu, ao longo de sua história, um importante trabalho voltado para o aprimoramento e a capacitação profissional, bem comopara a criação e o desenvolvimento de cultura técnica a serviçoda Engenharia de Avaliações e das Perícias de Engenharia. A busca pela promoção destas especialidades a níveis superiores de excelência profissional e a preocupação em servir a sociedade dentro do mais elevado espírito público são motivações para a permanente realização de Congressos, Simpósios, Seminários, Normas Técnicas, Estudos, Cursos e outras formas de difusão de conhecimento. As normas produzidas pelo IBAPE/SP são elaboradas através de um longo e aberto processo de discussão em quetodas as contribuições são sistematizadas e avaliadas pelas Câmaras Técnicas, sendoo texto final aprovado em assembléia geral. A elaboração desta norma é uma respostaà evolução e à consolidação da prática desta modalidade detrabalho preventivo e da consequente demanda pela regulamentação de procedimentos técnicos básicos que subsidiem os profissionais especialistas no assessoramento de procedimentos de entrega e recebimento de obras. O presente texto está em vigência desde sua aprovação pela Assembléia Geral Ordinária realizada no dia13 de maio de 2014 na sede do IBAPE/SP. 1. ESCOPO Esta norma estabelece diretrizes e requisitos mínimos a serem observados na elaboração de trabalhos técnicosque tenham por propósito subsidiar a formalização de procedimentos técnicos de entrega e recebimento de obras de construção civil. Tais atividades devem ser elaboradas sob a responsabilidade e exclusiva competência de engenheiros e arquitetos legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia CREA e CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo, de acordo com a Lei Federal 5194 de 21/12/1966 e resoluções do CONFEA, e Lei Federal 12.378, de 31/12/ 2010. 2

2. NORMAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES Os documentos relacionados a seguir são referências auxiliares e complementares que devem ser consideradas na aplicação desta norma. Decreto Federal nº 81.621/78 Quadro Geral de Unidades de Medida ABNT NBR 13752 Perícias de Engenharia na Construção Civil ABNT NBR 5674 Manutenção de Edificações Procedimento ABNT NBR 15575Edificações Habitacionais Desempenho (Partes 1 a 6) ABNT NBR 14037 Manual de Uso, Operação e Manutenção das Edificações Norma para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP Glossário de terminologia básica aplicável à engenharia de avaliações e perícias do IBAPE/SP 3. DEFINIÇÕES As definições apresentadas a seguir podem ser complementadas por outras contidas no Glossário de Terminologia Básica do IBAPE/SP. Anomalia Irregularidade, anormalidade, exceção à regra.(abnt NBR 13752). Avaria Dano causado em qualquer bem, ocasionado por defeito ou outra causa a ele externo.(abnt NBR 13752). Componente Unidade integrante de determinado sistema da edificação, com forma definida e destinada a atender funções específicas (por exemplo, bloco de alvenaria, telha, folha de porta). (ABNT NBR 15575-1). Comissionamento Procedimento técnico que engloba atividades de testes e colocação em condição de partida ou de início de operação uma edificação uma instalação ou uma planta industrial. Conformidade Atendimento a requisitos e padrões estabelecidos em projetos, memoriais descritivos, normas técnicas, legislações específicas, manuais técnicos e 3

outros documentos desenvolvidos por fabricantes e prestadores de serviço, boletins técnicos de produtos e procedimentos,dados de fabricantes de produtos / sistemas / equipamentos / máquinas, contratos e material promocional. Dano Prejuízo causado a outrem pela ocorrência de vícios, defeitos, sinistros e delitos, entre outros (Glossário IBAPE/SP). Defeitos Anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça potencial de afetar a saúde ou segurança do dono ou consumidor, decorrentes de falhas do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou ainda, de informação incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção. (ABNT NBR 13752). Degradação Redução de desempenho devido à atuação de um ou vários agentes de degradação. (ABNT NBR 15575-1). Deterioração Depreciação de um bem devido ao desgaste de seus componentes ou falhas de funcionamento de sistemas, em razão de uso ou manutenção inadequado. (ABNT NBR 13752). Desempenho Comportamento em uso de um edifício e de seus sistemas.(abnt NBR 15575-1). Elemento Parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de componentes (por exemplo, parede de vedação de alvenaria, painel de vedação pré-fabricado, estrutura de cobertura). (ABNT NBR 15575-1). Especificações de desempenho Conjunto de requisitos e critérios de desempenho estabelecidos para a edificação ou seus sistemas. As especificações de desempenho são uma expressão das funções requeridas da edificação ou de seus sistemas e que correspondem a um uso claramente definido. (ABNT NBR 15575-1). 4

Laudo Documento técnico elaborado por profissional habilitado no qual são relatadas constatações, análises e conclusões de perícias, exames, vistorias e avaliações. Mutilação Depreciação de um bem devida à retirada de sistemas ou componentes originalmente existentes (ABNT NBR 13752). Obsoletismo Superação tecnológica ou funcional (ABNT NBR 14653-1). Requisitos do usuário No caso das edificações habitacionais, é o conjunto de necessidades do usuário da edificação habitacional e de seus sistemas, tecnicamente estabelecidas na Parte 1 da (ABNT NBR 15575). Reforma Alteração nas condições de edificação existente com ou sem mudança de função, visando recuperar, melhorar ou ampliar suas condições de habitabilidade, uso ou segurança e que não seja manutenção. (ABNT NBR 16280Reforma em Edificações Sistema de Gestão de Reformas Requisitos) Retrofit Remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de novas tecnologias e conceitos, normalmente visando valorização do imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil, eficiência operacional e energética. (ABNT NBR 15575-1). Sistema Maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a atender a uma macrofunção que o define (por exemplo, fundação, estrutura, vedações verticais, instalações hidrossanitárias, cobertura). (ABNT NBR 15575-1). Usuário Proprietário, titular de direto ou pessoa que ocupa o edifício habitacional (ABNT NBR 15575-1). Vícios Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos 5

materiais ao consumidor. Podem decorrer de falha de projeto, ou da execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção. (ABNT NBR 13752). Vistoria Constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem. (ABNT NBR 13752). 4. OBJETIVOS Os trabalhos técnicos abordados e regulamentados pela presente norma devem ser elaborados conforme o escopo contratado, e que podem considerar, entre outras, os seguintes objetivos: Identificar e caracterizar as anomalias e não conformidades existentes na obra (concluída ou não),na data da vistoria, visando subsidiar ações corretivas. Registrar o estado físico presente na obra (concluída ou não) com o propósito de preservar a memória da situação existente na data da vistoria. 5. PROCEDIMENTOS Os trabalhos técnicos ora abordados e regulamentados devem ser desenvolvidos em conformidade com os seguintes procedimentos: Preliminares Vistorias Análises das constatações e observações feitas in loco 5.1 Preliminares Preliminarmente à realização da (s) vistoria (s) devem ser conhecidas e estudadas as especificações e demais diretrizes de natureza técnica ou informativa contidas na 6

documentação disponibilizada pelo contratante que deve ser explicitada no laudo. A título de exemplo podem ser considerados: Projeto legal aprovado pela Municipalidade Projeto legal aprovado pelo Corpo de Bombeiros Projeto executivo de arquitetura Projeto executivo de estrutura Projeto executivo de instalações hidráulico-sanitárias Projeto executivo de instalação de gás Projeto executivo de instalações elétricas Projeto do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas SPDA Projeto executivo de impermeabilização Projetos executivos complementares Projeto paisagístico Alvará de Construção Memoriais Descritivos Prospectos e informes publicitários Os projetos devem contemplar as atualizações mais recentesem relação à data da vistoria. Nos casos de trabalhos cujo objetivo seja apenas e tão somente retratar o estado físico esta etapa preliminar pode, em determinadas situações, ser considerada dispensável. Nos casos em que a obra já tenha sido concluída, conforme a natureza do objeto,devem, ainda, ser previamente estudados e conhecidos: Manual de Uso, Operação e Manutenção da Área Comum Manual do Proprietário 7

Documentos listados no Anexo A.1 da norma ABNT NBR 14037 Manual de Operação, Uso e Manutenção das Edificações 5.2 Vistoria Os trabalhos serão desenvolvidos sempre por meio de observação visual de elementos, componentes e sistemas aparentes,e, quando necessário, comauxílio de equipamentos e instrumentos, tais como: binóculos; níveis de bolha; níveis de mangueira; trenas; clinômetros, entre outros. Exceto se ficar expressamente especificado no contrato, não cabe ao profissional contratado instalar andaimes e fazer inspeção de eventuais anomalias existentes em fachadas e locais inacessíveis, inclusive fundações. 5.2.1 Retratação do Estado Físico Nos casos em que o objetivo seja apenas e tão somente retratar o estado físico da obra devem ser observados e caracterizados todos os sistemas passíveis de visualização, devendo também ser inspecionados todos os elementos que sejam acessíveis ao vistoriador. Ainda nestas circunstâncias deve ser verificado o regular funcionamento de instalações, equipamentos e eletrodomésticosinstalados,sendo as observações feitas também consignadas no laudo. Tal procedimento não se confunde com ações de comissionamento ou com a verificação da operacionalidade em condição de uso que devem ser objeto de trabalhos específicos. 5.2.2 Identificação de anomalias e não conformidades visando correção Nos casos em que o objetivo seja verificar a regularidade da obra com o propósito de subsidiar ações corretivas devem também ser observados todos os procedimentos mencionados em 5.2.1. 8

Quando se tratar de obra ainda não concluída deve haver identificação do foco da vistoria: se parcial, vinculado a sistemas específicos, ou se total, abrangendo todos os sistemas. Eventualmente podem ser realizadas vistorias intermediárias complementares norteadas por check listscom o propósito de verificar a realização de reparos e correções. Não cabe ao vistoriador indicar soluções técnicas de reparação. É recomendável que sejam evitadas observações de caráter amostral.nos casos em que essa prática seja efetivamente necessária o vistoriador deve explicitar essa condição no laudo de vistoria. 5.3 Análise das observações feitas As referências a serem confrontadascom as observações feitas na obra são aquelas constantes nos documentos mencionados em 5.1, quando disponibilizados pelo Interessado, e os requisitos normativos e legais (normas técnicas e legislação aplicáveis) verificáveis visualmente nos locais que propiciem acesso direto e seguro. As constatações, conforme o objetivo do trabalho, devem ser relatadas e retratadas, através de relatório fotográfico, no laudo produzido. As anomalias e inconformidades detectadas devem ser objeto de registros fundamentados e caracterizados, inclusive quanto à respectiva exata localização, com o propósito de possibilitar uma fácil identificação e a implementação de eventual ação corretiva se for o caso. 6. LAUDO O Laudoproduzidodeve contemplar pelo menos as seguintes informações: 9

Objeto Finalidade Objetivo Identificação do solicitante Localização Data(s) da(s)vistoria(s) Descrição técnica da obra e dos sistemas vistoriados Diretrizes e procedimentos adotados Documentos de referência Vistoria Constatações Análise das observações feitas Relatório fotográfico Conclusão Considerações Finais Encerramento com data da emissão e assinatura do(s) profissional (ais) responsável (eis), acompanhado do Nº. do CREA/CAU e Nº. do IBAPE. 7. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS OU PARTICULARES Situações específicas ou particulares que eventualmente impossibilitem a integral aplicação dos procedimentos prescritos no capítulo 5 devem ser objeto de justificativa que indique com clareza as limitações enfrentadas. 10