Of. nº 1435/GP. Paço dos Açorianos, 27 de novembro de 2013.



Documentos relacionados
Prefeitura Municipal de São José dos Campos - Estado de São Paulo - LEI COMPLEMENTAR N 490/13 DE 11 DE ABRIL DE 2013

O Prefeito Municipal de Iturama, faço saber que o Poder Legislativo Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:

Regulamenta os incentivos e benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 5.780, de 22 de julho de 2014.

LEI MUNICIPAL Nº /08

A lei de incentivos fiscais de Campinas

LEI COMPLEMENTAR Nº 636, DE 13 DE JANEIRO DE 2010.

DECRETO Nº , DE 18 DE DEZEMBRO DE 2014.

LEI COMPLEMENTAR Nº 113 1

RESOLUÇÃO SMF Nº 2835 DE 05 DE FEVEREIRO DE 2015


Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades. Recursos FDS

Município de Taquari Estado do Rio Grande do Sul

Prefeitura Municipal de São José dos Campos - Estado de São Paulo - de.:il/q±j0=1 O\ LEI COMPLEMENTAR N 256/03 de 1Ode Julho de 2003

DECRETO Nº , DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013.


NOTA TÉCNICA CONJUNTA PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

Produtos Bancários CAIXA

PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO URBANA MINHA CASA MINHA VIDA SINDUSCON, 24/05/2009

SOLUÇÕES CAIXA EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. Residencial Jacinta Andrade Teresina - PI

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO. PROJETO DE LEI Nº 4.992, de 2005

MANUAL DE PROCEDIMENTOS ITBI

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº. 229 DE 28 DE MAIO DE 2012 (Publicada no DOU, Seção 1, nº. 103,terça-feira, 29 de maio de 2012, página 96)

NOTA TÉCNICA Nº 19/2015

LEI Nº , DE 22 DE DEZEMBRO DE 2008

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA RELATÓRIO

MENSAGEM Nº. Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal,

LEI Nº 111/88. O PREFEITO MUNICIPAL DE COLÍDER. Faz saber que a Câmara Municipal decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Coordenação-Geral de Tributação

CARTILHA PARA CONDOMINIOS DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DOS CONDOMÍNIOS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

DECRETO Nº 5 DE 2 DE JANEIRO DE 2013

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 110, DE 2015

O papel da CAIXA na viabilização dos Programas Habitacionais

Estratégia de Financiamento

Projeto de Lei n.º 026/2015

DECRETO Nº , DE 15 DE JULHO DE MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Dedução de dependentes da base de cálculo do IRRF - Federal

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUANHÃES

a) Buscar informações no site da Caixa Econômica Federal, ou

PROGRAMAS HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL

RESOLUÇÃO Nº 4.339, DE 20 DE JUNHO DE 2014

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DO ARRAIAL PROJETO DE LEI MUNICIPAL N.º. /2007, DE 26 DE NOVEMBRODE 2007.

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Oficina dos principais desafios do Programa Minha Casa Minha Vida de junho de 2014

MCMV 3 REUNIÃO COM EMPRESÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 10/09/2015

Lei Municipal N.º 2.956

PROJETO DE LEI N 017/2014, de 11 de Abril de 2014.

RESOLUÇÃO Nº 752, DE 26 DE AGOSTO DE 2015

PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS Gabinete do Prefeito

Recursos e Fontes de Financiamento

O Prefeito do Município de João Pessoa, Estado da Paraíba, faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Soluções para a construção da casa própria. Soluções para clientes de todas as faixas de renda

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgam a seguinte emenda constitucional:

DELIBERAÇÃO NORMATIVA CGFPHIS Nº 016, DE 28 DE MAIO DE 2013

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOSÉ BONIFÁCIO

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

LEI COMPLEMENTAR Nº 717, DE 20 DE AGOSTO DE 2013.

CFIAe. CFIAe:Um sonho, um ideal, uma moradia digna 1

LEI Nº 3.262/07 DE 13/12/07

VIGENTE A PARTIR DE Portaria Interministerial MPS/MF 19/2014

RESOLUÇÃO Nº º Para efeito do disposto nesta Resolução: I - Unidades da Federação são os Estados e o Distrito Federal;

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Outubro 2011

RESOLUÇÃO Nº 4.000, DE 25 DE AGOSTO DE 2011

ESTADO DE MATO GROSSO PREFEITURA MUNICIPAL DE COLNIZA GABINETE DA PREFEITA. Lei nº. 116/2003. Súmula :

ESTADO DE SERGIPE PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU Secretaria Municipal de Governo LEI COMPLEMENTAR N.º 64/2003 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

Processo nº 37758/2014. ML-27/2015 Encaminha Projeto de Lei.

Circular CAIXA nº 684, de 07 de agosto de 2015

Coordenação-Geral de Tributação

IPTU E ITBI CONSEQUÊNCIA NORMATIVA CRITÉRIO QUANTITATIVO: ASPECTOS POLÊMICOS RELEVANTES. Cintia Estefania Fernandes

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 2.658, DE 2003

PARECER SOBRE A LEI DA SOLIDARIEDADE-RS

PROJETO DE LEI. I - certidões atualizadas de domínio e de ônus reais do imóvel;

PROJETO DE LEI Nº 001 DE 02 DE JANEIRO DE 2014 MENSAGEM

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR nº 38/2015. Capítulo I Disposições Gerais

SECRETARIA DA HABITAÇÃO Casa Paulista Agência Paulista de Habitação Social

DECRETO EXECUTIVO nº. 014/2012 D E C R E T A:

PREFEITURA MUNICIPAL DE OURO PRETO ESTADO DE MINAS GERAIS

I quando o prestador de serviços estabelecido no Município do Rio de Janeiro executar serviço;

O que é o PLHIS? Quais são os beneficiários do PLHIS? Quais são as exigências do PLHIS?

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA 0-3 SM PODER PÚBLICO

INSTRUÇÃO NORMATIVA SMFA Nº 01/2010

DECRETO ESTADUAL nº , de 13 de agosto de 2007

GABINETE DO PREFEITO

PORTARIA Nº 375, DE 10 DE MARÇO DE 2014

LEI COMPLEMENTAR Nº 3, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1967

PREFEITURA MUNICIPAL DE AQUIRAZ Secretaria de Finanças e Execução Orçamentária

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

03/12/13 <<< Câmara Municipal de Pomerode >>> Projeto de Lei Complementar (E) nº 280/2013 de 26/11/2013

Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul

Tributos em orçamentos

RESOLUÇÃO Nº II - de 2 (dois) a 4 (quatro) anos: PLE = 0,24(APR) + 0,015 (SW); IV - a partir de 6 (seis) anos: PLE = 0,08 (APR) + 0,015 (SW).

PLP 448/2014 Posicionamento dos Municípios

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Habitação. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano

Esta apresentação foi realizada no âmbito do projeto Moradia é Central durante o seminário do projeto em Recife.

LEI N 547, DE 03 DE SETEMBRO DE 2010.

Prefeitura Municipal de Ponta Porã Administrando para Todos Procuradoria Geral do Município

Norma: DECRETO Data: 22/02/2006 Origem: EXECUTIVO

LEI N.º 1238/2003 Dispõe sobre alteração da lei 1183/2003, e dá outras providências.

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário

Transcrição:

Of. nº 1435/GP. Paço dos Açorianos, 27 de novembro de 2013. Senhor Presidente: Tenho a honra de submeter à apreciação dessa Colenda Câmara o Projeto de Lei Complementar que altera a al. c do inc. I, inclui al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º, todos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 que Institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão inter-vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos, com a intenção de dar aplicabilidade à norma disposta no art. 10 da Lei Complementar nº 636, de 13 de janeiro de 2010 1, que prevê, nos termos da legislação tributária, isenção de ITBI para os empreendimentos cadastrados no Programa Minha Casa Minha Vida Porto Alegre. O Programa Minha Casa, Minha Vida foi instituído pela Medida Provisória nº 459, de 25 de março de 2009, convertida na Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009. O Município de Porto Alegre, por sua vez, firmou Termo de Adesão, comprometendo-se com a construção de uma sociedade mais sustentável, através do financiamento da política habitacional. A Sua Excelência, o Vereador Thiago Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. 1 LC 636, de 2010. Art. 10. Para os empreendimentos cadastrados no Programa Minha Casa, Minha Vida Porto Alegre, as operações e os imóveis transacionados com essa finalidade terão isenções no Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU e no Imposto sobre a transmissão Inter-Vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos ITBI, nos termos da legislação tributária.

Com o objetivo, então, de facilitar os processos de regularização fundiária e de construção de moradias regulares, promover a adequação ambiental e urbanística, bem como controlar e reter áreas urbanas em ociosidade, foi editada a Lei Complementar Municipal nº 636, de 2010, que institui o Programa Minha Casa Minha Vida Porto Alegre. Tal lei prevê, como já referido, uma comunhão de esforços públicos e privados para a viabilização de habitações populares no Município. Quanto à desoneração fiscal, seu art. 10 estabelece isenção de ITBI, nos termos da legislação tributária, para os empreendimentos cadastrados do Programa. Entretanto, até o momento, tal norma não está abrangida pelo plano da eficácia, apesar de existente e válida, em razão da falta de regulamentação. Dessa forma, respeitando os arts. 150, 6º, da Constituição Federal e 176 do Código Tributário Nacional, que exigem lei específica para a concessão de isenção, e considerando que o Orçamento Participativo definiu a habitação como a mais alta prioridade para o exercício de 2013 (art. 2º, 1º, I, da Lei de Diretrizes Orçamentárias/Lei nº 11.367, de 29 de outubro de 2012) e que é de interesse do Município a existência de medidas de desoneração fiscal para a melhor implementação do Programa com o qual se comprometeu, submetemos à vossa apreciação o presente Projeto de Lei. Nesse viés, proponho a isenção do ITBI para cooperativas, associações ou entidades privadas sem fins lucrativos, habilitadas no Ministério das Cidades, nas aquisições de terrenos destinados à construção de conjuntos residenciais destinados a famílias de baixa renda enquadradas na Faixa I de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009. Cabe referir que a opção pela isenção apenas da Faixa I procura atender ao princípio da capacidade contributiva, uma vez que abrange famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais), sem desrespeitar ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal. É importante observar que, no âmbito do Programa MCMV, já há a previsão de isenção de ISSQN 2 (especificamente para o Programa) e de IPTU 3 (para a CEF em relação a terrenos destinados à construção de casas populares). 2 LC 7, de 1973. Art. 71. São isentos do pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: (...) XVI os prestadores dos serviços enquadrados nos subitens 7.01; 7.02; 7.03; 7.04; 7.17; 7.19 e 7.20 da lista de serviços anexa à Lei Complementar Federal nº 116, de 31 de julho de 2003, em relação aos referidos serviços, quando prestados no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, conforme disposto na Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e alterações posteriores, vinculados à produção de novas unidades habitacionais no Município de Porto Alegre, destinadas a famílias com renda de até 3 (três) salários mínimos. 3 LC 7, de 1973. Art. 70. Ficam isentos do pagamento do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana as seguintes pessoas físicas e jurídicas: (...) XXI a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), em relação aos terrenos destinados à construção de casas populares por meio do Programa de Arren- 2

Como medida compensatória da renúncia de receita, em observância ao disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000), bem como em atenção ao princípio da capacidade contributiva, propomos a limitação do valor venal do imóvel para a concessão de isenção do ITBI para a aquisição da casa própria por meio de programa governamental de habitação destinado a famílias de baixa renda (art. 8º, I, c). A limitação proposta prevê que a isenção não possa ser deferida a imóveis de valor venal superior a 55.000 (cinquenta e cinco mil) UFMs. Adotou-se como referência para a quantia proposta a decisão do Conselho Curador do FGTS que, em 04.10.2012, na II Sessão da Ata de Reunião Extraordinária de 27.09.2012, aprovou por unanimidade o Voto nº 14/2012/MCidades, fixando em R$ 170.000,00 o limite de avaliação dos imóveis nas capitais estaduais para que possam integrar o Programa Minha Casa Minha Vida. Tal limite também consta na Instrução Normativa nº 35/2012 do Ministério das Cidades, fixado como limite para a participação no Programa Carta de Crédito Associativo, nos casos de imóveis situados em municípios-sede de capitais estaduais. Nesse sentido, o valor aqui proposto (55.000 UFMs), considerada a UFM de 2013 (R$ 2,9314) com correção aproximada de 6% para 2014, equivale à quantia de R$ 170.900,62 (cento e setenta mil e novecentos reais e sessenta e dois centavos), muito próxima da referência adotada. Diante do exposto, encaminho o presente Projeto de Lei Complementar, aguardando vosso apoio para uma breve tramitação e a- provação, renovando-lhe meus votos de elevado apreço e consideração. Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito. damento Residencial (PAR) ou outros programas habitacionais destinados à população com renda familiar de até 5 (cinco) salários mínimos nacionais, durante o período estipulado pelo programa para a construção. 3

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 018/13. Altera a al. c do inc. I e inclui al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º, todos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 que Institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão "inter-vivos", por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos. Art. 1º Fica alterada a al. c do inc. I e incluída al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, conforme segue: Art.8º... I na primeira aquisição: c) da casa própria por meio de programa governamental de habitação destinado a famílias de baixa renda e cuja estimativa fiscal não seja superior a 55.000 (cinquenta e cinco mil) UFMs; II em que sejam contribuintes: f) cooperativas, associações ou entidades privadas, sem fins lucrativos, habilitadas no Ministério das Cidades, nas aquisições de terrenos destinados à construção de casa própria a famílias de baixa renda, no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, que se enquadrem na Faixa I de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009. 6º Para obtenção do benefício previsto na alínea f do inc. II deste artigo, os contribuintes deverão apresentar, além de outros documentos previstos em decreto, os seguintes: 4

I comprovação de sua habilitação no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, junto ao Ministério das Cidades; II declaração do agente financeiro operador, informando que o empreendimento destina-se à construção de casa própria a famílias enquadradas no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, Faixa I, de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009; III contrato de compra e venda do terreno, efetuado por meio do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades; e IV matrícula do Registro de Imóveis atualizada. Art. 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, José Fortunati, Prefeito. 5