Of. nº 1435/GP. Paço dos Açorianos, 27 de novembro de 2013. Senhor Presidente: Tenho a honra de submeter à apreciação dessa Colenda Câmara o Projeto de Lei Complementar que altera a al. c do inc. I, inclui al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º, todos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 que Institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão inter-vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos, com a intenção de dar aplicabilidade à norma disposta no art. 10 da Lei Complementar nº 636, de 13 de janeiro de 2010 1, que prevê, nos termos da legislação tributária, isenção de ITBI para os empreendimentos cadastrados no Programa Minha Casa Minha Vida Porto Alegre. O Programa Minha Casa, Minha Vida foi instituído pela Medida Provisória nº 459, de 25 de março de 2009, convertida na Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009. O Município de Porto Alegre, por sua vez, firmou Termo de Adesão, comprometendo-se com a construção de uma sociedade mais sustentável, através do financiamento da política habitacional. A Sua Excelência, o Vereador Thiago Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. 1 LC 636, de 2010. Art. 10. Para os empreendimentos cadastrados no Programa Minha Casa, Minha Vida Porto Alegre, as operações e os imóveis transacionados com essa finalidade terão isenções no Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU e no Imposto sobre a transmissão Inter-Vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos ITBI, nos termos da legislação tributária.
Com o objetivo, então, de facilitar os processos de regularização fundiária e de construção de moradias regulares, promover a adequação ambiental e urbanística, bem como controlar e reter áreas urbanas em ociosidade, foi editada a Lei Complementar Municipal nº 636, de 2010, que institui o Programa Minha Casa Minha Vida Porto Alegre. Tal lei prevê, como já referido, uma comunhão de esforços públicos e privados para a viabilização de habitações populares no Município. Quanto à desoneração fiscal, seu art. 10 estabelece isenção de ITBI, nos termos da legislação tributária, para os empreendimentos cadastrados do Programa. Entretanto, até o momento, tal norma não está abrangida pelo plano da eficácia, apesar de existente e válida, em razão da falta de regulamentação. Dessa forma, respeitando os arts. 150, 6º, da Constituição Federal e 176 do Código Tributário Nacional, que exigem lei específica para a concessão de isenção, e considerando que o Orçamento Participativo definiu a habitação como a mais alta prioridade para o exercício de 2013 (art. 2º, 1º, I, da Lei de Diretrizes Orçamentárias/Lei nº 11.367, de 29 de outubro de 2012) e que é de interesse do Município a existência de medidas de desoneração fiscal para a melhor implementação do Programa com o qual se comprometeu, submetemos à vossa apreciação o presente Projeto de Lei. Nesse viés, proponho a isenção do ITBI para cooperativas, associações ou entidades privadas sem fins lucrativos, habilitadas no Ministério das Cidades, nas aquisições de terrenos destinados à construção de conjuntos residenciais destinados a famílias de baixa renda enquadradas na Faixa I de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009. Cabe referir que a opção pela isenção apenas da Faixa I procura atender ao princípio da capacidade contributiva, uma vez que abrange famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais), sem desrespeitar ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal. É importante observar que, no âmbito do Programa MCMV, já há a previsão de isenção de ISSQN 2 (especificamente para o Programa) e de IPTU 3 (para a CEF em relação a terrenos destinados à construção de casas populares). 2 LC 7, de 1973. Art. 71. São isentos do pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: (...) XVI os prestadores dos serviços enquadrados nos subitens 7.01; 7.02; 7.03; 7.04; 7.17; 7.19 e 7.20 da lista de serviços anexa à Lei Complementar Federal nº 116, de 31 de julho de 2003, em relação aos referidos serviços, quando prestados no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, conforme disposto na Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e alterações posteriores, vinculados à produção de novas unidades habitacionais no Município de Porto Alegre, destinadas a famílias com renda de até 3 (três) salários mínimos. 3 LC 7, de 1973. Art. 70. Ficam isentos do pagamento do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana as seguintes pessoas físicas e jurídicas: (...) XXI a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), em relação aos terrenos destinados à construção de casas populares por meio do Programa de Arren- 2
Como medida compensatória da renúncia de receita, em observância ao disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000), bem como em atenção ao princípio da capacidade contributiva, propomos a limitação do valor venal do imóvel para a concessão de isenção do ITBI para a aquisição da casa própria por meio de programa governamental de habitação destinado a famílias de baixa renda (art. 8º, I, c). A limitação proposta prevê que a isenção não possa ser deferida a imóveis de valor venal superior a 55.000 (cinquenta e cinco mil) UFMs. Adotou-se como referência para a quantia proposta a decisão do Conselho Curador do FGTS que, em 04.10.2012, na II Sessão da Ata de Reunião Extraordinária de 27.09.2012, aprovou por unanimidade o Voto nº 14/2012/MCidades, fixando em R$ 170.000,00 o limite de avaliação dos imóveis nas capitais estaduais para que possam integrar o Programa Minha Casa Minha Vida. Tal limite também consta na Instrução Normativa nº 35/2012 do Ministério das Cidades, fixado como limite para a participação no Programa Carta de Crédito Associativo, nos casos de imóveis situados em municípios-sede de capitais estaduais. Nesse sentido, o valor aqui proposto (55.000 UFMs), considerada a UFM de 2013 (R$ 2,9314) com correção aproximada de 6% para 2014, equivale à quantia de R$ 170.900,62 (cento e setenta mil e novecentos reais e sessenta e dois centavos), muito próxima da referência adotada. Diante do exposto, encaminho o presente Projeto de Lei Complementar, aguardando vosso apoio para uma breve tramitação e a- provação, renovando-lhe meus votos de elevado apreço e consideração. Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito. damento Residencial (PAR) ou outros programas habitacionais destinados à população com renda familiar de até 5 (cinco) salários mínimos nacionais, durante o período estipulado pelo programa para a construção. 3
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 018/13. Altera a al. c do inc. I e inclui al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º, todos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 que Institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão "inter-vivos", por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos. Art. 1º Fica alterada a al. c do inc. I e incluída al. f ao inc. II e 6º ao art. 8º da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, conforme segue: Art.8º... I na primeira aquisição: c) da casa própria por meio de programa governamental de habitação destinado a famílias de baixa renda e cuja estimativa fiscal não seja superior a 55.000 (cinquenta e cinco mil) UFMs; II em que sejam contribuintes: f) cooperativas, associações ou entidades privadas, sem fins lucrativos, habilitadas no Ministério das Cidades, nas aquisições de terrenos destinados à construção de casa própria a famílias de baixa renda, no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, que se enquadrem na Faixa I de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009. 6º Para obtenção do benefício previsto na alínea f do inc. II deste artigo, os contribuintes deverão apresentar, além de outros documentos previstos em decreto, os seguintes: 4
I comprovação de sua habilitação no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, junto ao Ministério das Cidades; II declaração do agente financeiro operador, informando que o empreendimento destina-se à construção de casa própria a famílias enquadradas no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, Faixa I, de que trata a Lei Federal nº 11.977, de 2009; III contrato de compra e venda do terreno, efetuado por meio do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades; e IV matrícula do Registro de Imóveis atualizada. Art. 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, José Fortunati, Prefeito. 5