EDUCAÇÃO DO CAMPO: GESTÃO DEMOCRÁTICA.

Documentos relacionados
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Eixo VI Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, diversidade e igualdade EDUCAÇÃO DO CAMPO

As Escolas Famílias Agrícolas do Território Rural da Serra do Brigadeiro

ESCOLAS NO/DO CAMPO: UM DIAGNÓSTICO DOS MODELOS EXISTENTES EM GOIÁS 1. Palavras-Chave: Educação no/do Campo; Educação; Saberes Locais; Povos do Campo

Tema: Educação do Campo

Por uma política pública, que garanta aos povos do campo, das florestas e das águas o direito à Educação no lugar onde vivem

Carta Documento: pela construção e implementação de uma Política de Educação do Campo na UNEB

Mestre em Educação pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e Professora Assistente na Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus BA).

IDENTIDADE E ORGANIZAÇÃO DAS ESCOLAS DO CAMPO NO ESTADO DO PARANÁ

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão SECADI/MEC Objetivo

Curso de Especialização em EDUCAÇÃO DO CAMPO

FÓRUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO SANTA MARIA-RS/BRASIL EDUCAÇÃO: ECONOMIA SOLIDÁRIA E ÉTICA PLANETÁRIA

DCN DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

EDUCAÇÃO DO CAMPO: AÇÕES GOVERNAMENTAIS NO ESTADO DO PARANÁ

PROJETO DA CPA 1 DADOS DA INSTITUIÇÃO. Nome: Faculdade São Salvador Código: 2581 Caracterização: Instituição privada com fins lucrativos

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

JUVENTUDE RURAL E INTERVIVÊNCIA UNIVERSITÁRIA: CAMINHOS DE UMA CONSTRUÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

wwueo

VAMOS CUIDAR DO BRASIL COM AS ESCOLAS FORMANDO COM-VIDA CONSTRUINDO AGENDA 21AMBIENTAL NA ESCOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E HUMANIDADES Niterói RJ: ANINTER-SH/ PPGSD-UFF, 03 a 06 de Setembro de 2012, ISSN X

A CATEGORIA TRABALHO NAS DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇAO DO CAMPO NO PARANÁ: UMA APROXIMAÇÃO COM A REALIDADE DO CAMPO

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E APOIO COMUNITÁRIO

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A construção da. Base Nacional Comum. para garantir. Direitos e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento

XXV ENCONTRO NACIONAL DA UNCME

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE

EIXO VI VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO, REMUNERAÇÃO, CARREIRA E CONDIÇÕES DE TRABALHO:

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO - PADRSS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

Desafios da Extensão Rural e dos Programas de Pós-graduação no Brasil

CONSELHO DE CLASSE DICIONÁRIO

Utopias e educação libertadora: possíveis fazeres na prática escolar participativa

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

Plano de Ação do Centro de Educação e Letras

CURSO DE GESTÃO EM COOPERATIVISMO: Aproximando educação popular e tecnologias

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ELEMENTOS PARA O NOVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Duração: 8 meses Carga Horária: 360 horas. Os cursos de Pós-Graduação estão estruturados de acordo com as exigências da Resolução CNE/CES nº 01/2007.

Diretrizes: 1. Cumprir as metas do Compromisso Todos Pela Educação- TPE

Plano de Aula As Ações Afirmativas Objetivo Geral: O objetivo da aula é demonstrar que as políticas de ação afirmativas direcionadas à população

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

PÚBLICO-ALVO Assistentes sociais que trabalham na área da educação e estudantes do curso de Serviço Social.

e construção do conhecimento em educação popular e o processo de participação em ações coletivas, tendo a cidadania como objetivo principal.

TERMO DE REFERÊNCIA (TOR)

OS SIGNIFICADOS DA FORMAÇÃO ACADÊMICA ATRIBUÍDOS PELOS EGRESSOS DO CURSO PEDAGOGIA DA TERRA EM SUAS PRÁTICAS DOCENTES

LEI Diretrizes Regime de colaboração articulação interfederativa Participação Fórum das Entidades Garantia do acesso Indicadores de acompanhamento

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

A EDUCAÇÃO DO CAMPO E A PEDAGOGIA DO MOVIMENTO SEM TERRA: NOTAS PARA UM DEBATE 1

ANÁLISE DOS ASPECTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico. Norteadores para uma Gestão Democrática na Escola: PPP e Regimento Escolar

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

GICO. ciência de governar. Ele prevê e dád

COORDENADORA: Profa. Herica Maria Castro dos Santos Paixão. Mestre em Letras (Literatura, Artes e Cultura Regional)

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEMPO FORMATIVO JUVENIL

Educação do Campo: em busca de uma política pública para formação de professores do campo.

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

PROJETO MEIO AMBIENTE NA SALA DE AULA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO CAMPO COM ÊNFASE EM ECONOMIA SOLIDÁRIA EJA CAMPO/ECOSOL Nível: Especialização Modalidade: Presencial / A distância

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

DESAFIOS DE UMA PRÁTICA INOVADORA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: REFLEXÃO SOBRE O CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA COM ÊNFASE EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

INDÍGENAS RESERVA DO VOTOURO E CHARRUA

A PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE INSERIDA NO CONTEXTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS Sônia Fátima Schwendler 274

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola.

Direito a inclusão digital Nelson Joaquim

A PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES: DIFERENTE DE ESTÁGIO Maria de Fátima Targino Cruz Pedagoga e professora da Rede Estadual do Paraná.

Destaque Documento Base Parágrafo

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: UM INSTRUMENTO DA INCLUSÃO RESUMO

Pauta do Grito da Terra Brasil GTB Estadual 2014 APRESENTAÇÃO

CENTRO DE ESTUDOS E DE DOCUMENTAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CEDE) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS)

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA (EDUCAÇÃO) DO CAMPO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

MATRIZES CURRICULARES MUNICIPAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA - MATEMÁTICA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA EM MOGI DAS CRUZES

EIXO IV QUALIDADE DA EDUCAÇÃO: DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO, PERMANÊNCIA, AVALIAÇÃO, CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO E APRENDIZAGEM

GUIA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS PELAS SEDUCS VISANDO A ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

A EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Piraí - O Município digital

Edital de Seleção. Curso de Formação Inicial Continuada em Manejo Florestal Comunitário. (Turma 2015)

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

PROJETO RECICLAR PARA PRESERVAR

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

Anexo II CARGOS DE DCA

EIXO II EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: JUSTIÇA SOCIAL, INCLUSÃO E DIREITOS HUMANOS PROPOSIÇÕES E ESTRATÉGIAS

O Ensino a Distância nas diferentes Modalidades da Educação Básica

Um país melhor é possível

POR UMA POLÍTICA PÚBLICA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA PPNFES

O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL/PET CONEXÕES EDUCAÇÃO DO CAMPO NA UFMA

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Estadual de Educação Ambiental e dá outras providências.

MISSÃO DO CURSO OBJETIVOS DO CURSO OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

REFERENCIA INSTITUCIONAL:

PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios. Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva

MST PRECURSOR DA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

O ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO: A PERSPECTIVA 1 DO TERRITÓRIO

1. Que os Estados partes fortaleçam o Instituto de Políticas Públicas de Direitos

Transcrição:

EDUCAÇÃO DO CAMPO: GESTÃO DEMOCRÁTICA. Edson Marcos de Anhaia Coordenador Geral de Educação do Campo SECADI/MEC

Contexto de origem da Educação do campo: participação de gestão democrática A situação da educação: a ausência histórica de políticas públicas que garantam o direito à educação dos trabalhadores no sentido do acesso, permanência e continuidade dos estudos

Articulação política para a denúncia e para a luta por políticas públicas para os povos do campo. A presença de experiências significativas que expressam a resistência cultural e política dos camponeses. O debate de um outro modelo de campo e de educação a partir do diálogo com as teorias críticas.

Esses sujeitos ao se organizarem coletivamente para garantir sua existência, vão construindo experiências. É no fazer-se que vão se fazendo, construindo um novo ser social. Conscientemente ou inconscientemente, criam novas formas de relação e novas possibilidades dentro da estrutura da sociedade capitalista. Essa experiência como nos lembra Thompson (1981, p. 16) surge espontaneamente no ser social, mas não sem pensamento, é a reflexão sobre o vivido, sobre o processo de organização que propõe novas possibilidades.

A experiência surge porque homens e mulheres são racionais, e refletem sobre o que acontece a eles e ao seu mundo. (THOMPSON, idem, p. 16). Neste sentido, as práticas e as experiências vividas por diferentes movimentos sociais produziram outro olhar para a escola e sua organização. É necessário problematizar, propor formas de organização que levem em consideração os sujeitos do campo.

A educação do campo é resultado do acúmulo da luta dos trabalhadores do campo, que percebem a importância e a necessidade de ampliá-la para além do acesso à terra, entendendo que são necessárias mudanças mais radicais na estrutura da sociedade e a educação vai sendo incorporada, gradativamente, como fundamental nesse processo.

FOLDER DO I ENERA

Folder da I Conferência Nacional Por uma Educação Básica do Campo

2004 II Conferência Nacional Por uma Educação do Campo Tema: Por uma Política Pública de Educação do Campo

2004 Ministério da Educação Criação da Secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; Coordenação Geral de Educação do Campo

Conceito de campo O campo como espaço de trabalho, de produção de saberes, de cultura, de vida. O campo é construído por múltiplos sujeitos: são assalariados rurais temporários, posseiros, meeiros, arrendatários, acampados, assentados, reassentados atingidos por barragens, agricultores familiares, vileiros rurais, povos da florestas, indígenas, descendentes negros provenientes de quilombos, pescadores, ribeirinhos, e outros mais.

Concepção de Campo o campo é mais que um perímetro nãourbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação dos seres com a própria produção das condições de existência social e com as realizações da sociedade humana (Resolução CNE/CEB 1/2002). Portanto, é lugar de vida, de trabalho, de lazer, de produção econômica, cultural e de conhecimentos. Ele retrata a identidade, a luta e resistência dos povos do campo pelo acesso e permanência na terra.

Educação do Campo Concepção de Educação Construído pelos e com os sujeitos do campo, onde a educação é compreendida como formação humana, como direito. Educação pensada a partir da especificidade e do contexto do campo e de seus sujeitos com forte vinculação com a cominidade.

A educação deve se no campo - no espaço onde os sujeitos vivem, fazem cultura, constroem saberes, lutam pela sua sobrevivência e pela sua dignidade A educação deve se do campo - Deve ter uma proposta pedagógica que tome por referencia do processo educativo a produção da vida no campo, articulada com os saberes universais historicamente sistematizados

As conquistas na estrutura do Estado Conjunto de Marco Regulatório: construções coletivas. Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de 2002 e a Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 de abril de 2008, que instituem as Diretrizes peracionais da Educação Básica nas Escolas do Campo e o Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, que dispõe sobre a Política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de 2002 No referente à educação escolar no meio rural, o conteúdo da Resolução CNE/CEB nº 1/2002 representa um início, admitido pelo Estado, de tempos de construção de um novo paradigma para a educação do meio rural. Focando nossa atenção ao que é específico para as escolas do campo, veremos que se trata de eixos norteadores, ou princípios a serem seguidos e se contrapõem ao arcabouço daquilo que se tem entendido tradicionalmente por educação rural.

Vejamos algumas categorias que pautam a Resolução: a) Universalização consta no art. 3º garantir a universalização do acesso da população do campo à Educação Básica e à Educação Profissional de Nível Técnico. Note-se que esta Resolução nº 1 pontua apenas a universalização do acesso, mas a Resolução CNE/CEB nº 2, de 2008, no art. 1º, 1º, amplia essa conquista, propondo como objetivo da Educação do Campo a universalização do acesso, da permanência e do sucesso escolar com qualidade em todo o nível da Educação Básica.

b) Diversidade categoria central da Educação do Campo, a diversidade está posta no art. 5º, assim como no art. 13: Art. 5º As propostas pedagógicas das escolas do campo, respeitadas as diferenças e o direito à igualdade [...], contemplarão a diversidade do campo em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.

c) Formação dos professores e organização curricular merece destaque a indicação inequívoca da Resolução nº 1/2002 sobre a necessidade de uma nova postura, por parte da escola, diante da diversidade dos educandos e dos demais sujeitos que vivem no campo, que não são bancos depositários nem sujeitos passivos. Traz ainda a indicação de como se devem empreender os novos processos de formação dos docentes.

d) Sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável o art. 8º, inciso II, determina o direcionamento das atividades curriculares e pedagógicas para um projeto de desenvolvimento sustentável.

e) Gestão democrática e controle social a participação efetiva da comunidade, na forma de organizações de sujeitos coletivos do campo, constitui forte eixo norteador na Educação do Campo. Essa participação é preconizada desde as definições das políticas junto aos órgãos gestores até o cotidiano da escola do campo.

Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 abril de 2008 Pela primeira vez num documento normativo aparece a denominação Educação do Campo. Em seu art. 1º, justamente ao afirmar um conceito, determina que: Art. 1º A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais variadas formas de produção da vida.

Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010 O Decreto dispõe sobre a política de educação do campo e o Pronera. Ou seja, de um lado, enfim, é possível dizer que se tem no Brasil uma política pública, no seu sentido de política permanente, porque é materializada no escopo do Estado brasileiro.

o Decreto, baixado pelo Presidente da República, tem muito mais forte o sentido de concretização dos resultados nesse caso positivos das lutas sociais por Educação do Campo empreendidas até o presente.

Programa Nacional de Educação do Campo - PRONACAMPO Conjunto de ações articuladas que asseguram a melhoria do ensino nas redes existentes, bem como, a formação dos professores, produção de material didático específico, acesso e recuperação da infraestrutura e qualidade da educação no campo em todas as etapas e modalidades - Decreto n 7.352/2010.

Eixo I - Gestão e Práticas Pedagógicas; Eixo II - Formação de Professores; Eixo III - Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Tecnológica; Eixo IV - Infraestrutura Física e Tecnológica.

Fortalecimento da escola do campo e quilombola Disponibilizar materiais didáticos e pedagógicos específicos para todas as escolas do campo e quilombola ; Formação e o acompanhamento pedagógico para todas às escolas com classes multisseriadas ; Implantar o programa Mais Educação - Educação Integral em 10.000 escolas.

...Então o camponês descobre que, tendo sido capaz de transformar a terra, ele é capaz também de transformar a cultura, renasce não mais como objeto dela, mas também como sujeito da história Paulo Freire

Bibliografia ACANDA, Jorge L. Sociedade civil e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006. ARROYO, Miguel G. Ciclos de desenvolvimento e formação de educadores. Educação & Sociedade, ano XX, nº 68, Dezembro de 1999. CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Texto da exposição feita no minicurso sobre Educação do Campo na 31ª Reunião Anual da ANPED, programação do Grupo de Trabalho Movimentos Sociais e Educação, Caxambu 20 e 21 de outubro de 2008a. COSTA, Adriana da. Escola Sem Fronteiras: discutindo o processo de participação docente. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade federal de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, 2004. Disponível em http://www.tede.ufsc.br/teses/peed0487.pdf. Acesso em 15/03/2013. CUNHA, Emmanuel Ribeiro. Os ciclos de formação: a reorganização da escola fundamental brasileira e o trabalho pedagógico dos professores. Disponível em http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/20.pdf Acesso em 15/03/2013. FONSECA, Marília. O Banco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555. doi: 10.1590/S0102-25551998000100004.

FREITAS, Luiz Carlos de. Ciclos, seriação e avaliação: confronto de lógicas. São Paulo: Moderna, 2003. HAMMEL. Ana Cristina. Ciclos de Formação Humana no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Dissertação de Mestrado. Cascavel, 2013. OLIVEIRA, Francisco. Neoliberalismo à brasileira. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 6ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. KRUG, Andréa Rosana Fetzner. Ciclos de Formação: desafios da teoria pedagógica para as práticas escolares. 28ª Reunião Anual da Anped. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt06/gt06524int.rt Acesso em: 10/03/2012. MEDEIROS, Leonilde Sérvolo de. História dos movimentos sociais no campo. Rio de Janeiro: FASE, 1989. MUNARIM, Antonio. Movimento Nacional de Educação do Campo: uma trajetória em construção. 31ª Reunião Anual da ANPED, Caxambu 20 e 21 de outubro de 2008. SADER, Emir. Estado e democracia: os dilemas do socialismo na virada do século. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (orgs.). Pós-neoliberalismo II: que Estado para que democracia. Petrópolis: Vozes, 1999. SHIROMA, Eneida O.; MORAES, Maria Célia M.; EVANGELISTA, Olinda. Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. THOMPSON, Edward. P. A Miséria da Teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.