Tutora: Tathiane Lenzi Prof. José Carlos P. Imparato



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Transcrição:

Tutora: Tathiane Lenzi Prof. José Carlos P. Imparato

... vedar... obliterar... isolar do meio externo SELANTE É: Barreira Física

Os selantes oclusais são reconhecidos como uma medida efetiva na PREVENÇÃO e principalmente, TRATAMENTO de lesões de cárie em esmalte e em dentina*. * algumas restrições, discutidas a seguir.

LESÕES OCLUSAIS EM ESMALTE Quando indicar? atividade de cárie dentes parcialmente irrompidos controle dos fatores etiológicos não for possível estado motivacional

LESÕES OCLUSAIS EM ESMALTE Quando não indicar? paciente sem atividade de cárie dentes irrompidos há mais de 2 anos controle periódico não for possível (?)

É fundamental esclarecer que diferente do que ocorria quando os selantes foram propostos, hoje, a indicação desse material deve ser criteriosa, onde profissional deve avaliar o risco do paciente e do dente de desenvolver lesão de cárie, o momento oportuno para aplicação do selante, bem como a motivação do paciente e de seu núcleo familiar. Um dente em irrupção sempre apresenta um risco maior de desenvolver lesões de cárie, porém, não é mandatório que todos os dentes em irrupção sejam selados. Baelum et al., 2003; Ahovuo-Saloranta et al., 2004

Além disso, se considerarmos um paciente motivado, qualquer outra técnica pode ser escolhida e funcionar, pois será feito o controle mecânico do biofilme e, sem biofilme, não haverá lesão. No entanto, com paciente e núcleo familiar desmotivados, o controle mecânico tende a não ser efetivo e os selantes passam a ser a principal opção.

O selamento de fossas e fissuras deve ser indicado nos casos de dentes em irrupção que ao exame clínico, apresentam lesões de mancha branca ativa e/ou pacientes de alto risco e que possuem história passada de cárie.

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO IMPOSSIBILIDADE DE ISOLAMENTO ABSOLUTO Braga, MM

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CUSTO RE-SELAR Braga, MM Relação custo- benefício INSUCESSO Perda do material Bom senso Depois da irrupção, perda do selante é menos importante! Forss e Halme, 1998

...NÃO HÁ NECESSIDADE DE RE-SELAMENTO! Observem que lesão inativou mesmo com a perda do cimento de ionômero de vidro.

CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO

Rocha RO e Raggio DP Aspecto clínico inicial: lesão não cavitada ativa (mancha branca)

Rocha RO e Raggio DP Condicionamento da superfície oclusal com o ácido poliacrílico (líquido do civ), após profilaxia e isolamento relativo. Lavagem e secagem do agente condicionador.

Rocha RO e Raggio DP Aplicação do material com espátula de inserção.

Qualquer tipo de civ pode ser usado Rocha RO e Raggio DP Aspecto do material aplicado sobre a superfície oclusal.

Rocha RO e Raggio DP Pressão digital com o dedo enluvado e vaselinado para adequada adaptação do material. Remover excessos evidentes do material.

Evitar sinérese e embebição do material. Rocha RO e Raggio DP Proteção superficial do cimento de ionômero de vidro com vernizes apropriados ou vaselina sólida.

Rocha RO e Raggio DP Aspecto clínico final, após verificação de interferências oclusais.

LESÕES ATIVAS EM DENTES ERUPCIONADOS

SELANTES RESINOSOS

1. Isolamento: preferencialmente absoluto, com dique de borracha. 2. Profilaxia com escova de Robinson em baixa rotação e pedrapomes e água. 3. Condicionamento ácido com gel de ácido fosfórico a 35 ou 37% durante 15 segundos (criar microporosidades na superfície do esmalte, possibilitando o embricamento mecânico do material). 4. Lavagem e secagem pelo dobro do tempo de condicionamento ácido. 5. Aplicação do material com pincel, sonda exploradora ou cânula. Deixar o material escoar nas fossas e fissuras, evitando a inclusão de bolhas. 6. Fotoativação do material pelo tempo recomendado pelo fabricante. IMPORTANTE: embora existem selantes quimicamente ativados, o FLUROSHIELD é o selante rotineiramente usado na clínica e necessita de fotoativação. 7. Avaliação visual e tátil do recobrimento de todas as fossas e fissuras, bem como da integridade das margens. 8. Avaliação de interferências oclusais.

1 2 3 Isolamento absoluto Profilaxia 4 5 6 Condicionamento ácido, seguido de lavagem e secagem Aplicação do selante com sonda exploradora e fotoativação Verificação da integridade do selante e recobrimento das fossas e fissuras Avaliação da presença de eventuais interferências oclusais

As evidências científicas apontam para a possibilidade de selamento de lesão de cárie em molares decíduos e permanentes envolvendo metade externa de dentina, onde ao invés de remover o tecido cariado na superfície oclusal e realizar a adesão em substrato dentinário cariado, é possível selar a lesão com adequada adesão somente em esmalte, evitando o acúmulo de biofilme e paralisando o avanço da mesma. Handelman et al., 1972; Mertz-Fairhurst et al., 1998; Hesse et al., 2008

SELAMENTO DE LESÃO EM METADE EXTERNA DE DENTINA Quando indicar? lesões oclusais que não ultrapassem metade da espessura da dentina, localizando-se radiograficamente em metade externa de dentina lesões com pequenas dimensões : abertura menor ou igual a 3 mm - isso se deve às restrições mecânicas do material utilizado (selante resinoso) OBSERVAÇÃO: Não utilizar cimento de ionômero de vidro para selar lesões cavitadas em dentina!!!

SELAMENTO DE LESÃO EM METADE EXTERNA DE DENTINA

1 2 Aspecto clínico inicial: lesão cavitada em dentina, apresentando pequena abertura (menor que 3 mm) Aspecto radiográfico: lesão envolvendo metade externa de dentina Hesse, D

3 4 Isolamento absoluto e profilaxia com escova de Robinson, água e pedra-pomes 5 6 Condicionamento com ácido fosfórico por 15 segundos, seguido de lavagem por 30 segundos e secagem Aplicação do selante resinoso com sonda exploradora e fotoativação Verificação de interferências oclusais Hesse, D

ACOMPANHAMENTO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO SUCESSO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO: integridade do selante e ausência de progressão da lesão de cárie. Hesse, D

Essa terapêutica se mostra efetiva enquanto o selante permanecer intacto na superfície, sem perda de continuidade. Portanto, é fundamental o acompanhamento clínico e radiográfico periódico e o controle dos fatores etiológicos da doença cárie, o que exige colaboração direta do paciente e seu núcleo familiar.

O selamento de lesões de cárie oclusais em esmalte e em dentina, com algumas restrições já mencionadas, é uma abordagem clínica efetiva e minimamente invasiva, buscando controle das lesões, preservação dos tecidos dentários e menos desconforto ao paciente.

O sucesso do tratamento depende do correto diagnóstico da doença e da realização adequada da técnica! No entanto, de nada adianta o emprego do melhor material ou técnica, sem o controle dos fatores etiológicos da doença cárie!

Direitos autorais das imagens : Editora Santos Agora vamos aos exercícios!!!