PROIBIÇÃO DOS EMAGRECEDORES



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Transcrição:

PROIBIÇÃO DOS EMAGRECEDORES Estamos vivendo um momento triste e um grande sentimento de impotência diante da arbitrariedade da ANVISA, impondo de forma radical o modo que devemos agir e prescrever certos fármacos, com grande perda do bom relacionamento médico-paciente, de tratamentos e de nossa conduta médica profissional. Audiências e mais audiências, sobre a mesma temática, sem subsídios científicos baniriam de um enorme grupo de pacientes em crescente, a possibilidade de um controle descente da obesidade. Sabemos o quão forte é a indústria farmacêutica e o tamanho poder junto aos diversos órgãos governamentais de diretrizes e vigilância. Poder este que suprime a decisão médica, enfraquecida e sem voz ativa nas decisões técnicas a nós pertinentes - infelizmente nossa classe não possui a mesma força pública e governamental que as indústrias farmacêuticas, desta forma, é inviável a tentativa da classe médica mostrar a realidade sobre tais medicamentos e sua eficácia quando bem administrados. A falta de conhecimento e até mesmo o desconhecimento farmacológico por parte de vários profissionais de saúde, ditam a soberania daqueles que de certa forma lucrarão com a proibição dos ditos emagrecedores. Não há embasamento científico para a proibição dos Catecolaminérgicos (emagrecedores), a anfepramona, o Femproporex e o Mazindol. Estes são fármacos inibidores do apetite, agindo estimulando no cérebro o centro da saciedade, suprimindo assim o apetite. Não são anfetaminas, que de modo antagônico (pelos efeitos colaterais) são usados nos déficits de atenção, hiperatividade na maioria entre as crianças e adolescentes. Já a Sibutramina - serotoninérgico e catecolaminérgico - tem efeito muito similar ao famoso Prozac Cloridrato de Fluoxetina - sendo um inibidor da recaptação da serotonina (5- HT) e da noradrenalina, exercendo seus efeitos no centro da saciedade: diminui a ingestão calórica pelo aumento das respostas à saciedade pós-ingestão e aumenta o gasto de energia pelo aumento da taxa metabólica. Serotoninérgicos: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, etc. O Orlistat medicamento para o controle de peso tem por objetivo absorver a gordura do corpo e não elimina o apetite. As gorduras (moléculas grandes) necessitam ser quebradas através de enzimas chamadas lipases, antes de serem absorvidas pelo organismo. Ao ser administrado junto com as refeições,

interfere na atividade destas enzimas, permitindo que até 30% da gordura ingerida não sejam digeridas e são eliminadas, por vezes com certo constrangimento ao usuário. A promessa é de que em dois anos de uso, reduza até 30% do peso corporal de quem o usa. Fato dificilmente conferido pelos médicos. Devido ao alto custo do produto e da alta taxa de não adesão ao programa, é um bom produto, mas, de curta adesividade. Há,também, vários fitoterápicos (L- Carnitina, Faseolamina, Caralluma, Fucus vesiculossos, Centella asiática...) que são usados como suporte nos controles antiobesidade. Tudo EXCLUSIVAMENTE, com orientação médica. Substância Mecanismo de Ação Dose Efeitos Colaterais Nome Comercial* Catecolaminérgicos Fentermina Diminue a ingestão alimentar por mecanismo noradrenérgico 30-60 Boca seca, insônia, taquicardia, ansiedade Ionamin, Adipex, Fastin, Banobese, Obenix, Zantril Fenproporex Diminue a ingestão alimentar por mecanismo noradrenérgico 20-50 Boca seca, insônia, taquicardia, ansiedade Desobesi-M, Inobesin, Lipomax AP. Anfepramona (Dietilpropiona) Diminue a ingestão alimentar por mecanismo noradrenérgico 40-120 Boca seca, insônia, taquicardia, ansiedade Dualid S, Hipofagin, Inibex, Moderine, Obesil Mazindol Diminui a ingestão alimentar por mecanismo noradrenérgico e dopaminérgico. Não é derivado da feniletilamina como os três anteriores. 1-3 Boca seca, insônia, taquicardia, ansiedade Dasten, Fagolipo Fenilpropanolamina Atua aumentando a ação adrenérgica 50-75 Sudorese, taquicardia, eventualmente aumenta a pressão arterial Vende-se sem restrição em alguns países. Accutrim, Dexatrim.

Serotoninérgicos Fluoxetina Inibição da recaptação da serotonina 20-60 Cefaléia, insônia, ansiedade, sonolência e diminuição do libido Prozac e outros Sertralina Inibição da recaptação da serotonina 50-150 Cefaléia, insônia, ansiedade, sonolência e diminuição da libido Tolrest, Sertralina DexFenfluramina Age sobre a serotonina Retirada do mercado Sonolência, cefaléia, boca seca e aumento do ritmo intestinal. Problemas nas válvulas cardiácas. Isomeride, Delgar, Fluril, Fatinil Serotoninérgicos e Catecolaminérgicos Sibutramina Inibição da recaptação da serotonina e da noradrenalina, central e perifericamente, diminuindo a ingesta e aumentando o gasto calórico 10-20 Boca seca, constipação, taquicardia, sudorese, eventualmente aumento da pressão arterial Meridia, Reductil, Plenty Fenfluramina Age sobre a serotonina e da noradrenalina Retirada do mercado Sonolência, cefaléia, boca seca e aumento do ritmo intestinal. Problemas nas válvulas cardiácas. Minifage AP e Lipese AP Termogênicos Efedrina Agonista adrenérgico 50-75 Sudorese, taquicardia, eventualmente aumento da pressão arterial -- Cafeína Aumento da ação da noradrenalina em terminações nervosas potencializando o efeito da efedrina 100-300 Gastrite, taquicardia --

Aminofilina Aumenta a ação da noradrenalina em terminações nervosas potencializando o efeito da efedrina 300-450 Gastrite, taquicardia -- Inibidor da absorção intestinal de gorduras Orlistat Atua no lúmen intestinal inibindo a lipase pancreática que é uma enzima necessária para a absorção de triglicerídeos No máximo 120 mg, em 3 tomadas diárias, antes das refeições. Esteatorréia (diarréia gordurosa), incontinência fecal, interfere na Xenical absorção das vitaminas A, D, E e K, necessitando de suplementação. Fonte: Claudio Giulliano Alves da Costa Médico - Pesquisador Associado do NIB/UNICAMP Sabemos que a obesidade é uma doença crônica (CID - E66) e como todas as outras passíveis de controle, que incluem a administração de medicamentos, juntamente com uma equipe multidisciplinar indo contra os fatores multifatoriais da doença. Somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficaz. Embasando em um tripé, teríamos: Equilíbrio Emocional, Atividades Físicas acompanhadas por profissional qualificado e uma Alimentação Adequada e Saudável. Médicos, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e psiquiatras, com um grande apoio familiar e auxílio dos grupos de amizade são fatores mediadores deste tripé. Se considerarmos obesidade grave ou mesmo sobrepeso associados a outras doenças metabólicas será imperativo o auxílio dos emagrecedores. Sempre teremos outras medicações necessárias, dados aos diversos fatores de co-morbidades que se impõe e já citados: Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, dislipidemias severas, Infartos, derrames (AVE), e até mesmo o Câncer, sem contar os inconvenientes das alterações psicológicas. Voltamos a dizer que a obesidade não tem cura, mesmo com o advento das cirurgias Bariátricas, que quando bem orientadas e executadas, trazem benefícios ao obeso, não curam a obesidade, havendo um alto índice de recidiva da doença.

Na realidade há um desconhecimento e abuso de prescrições destes fármacos, somados a uma gama de mitos e associações mirabolantes, com dietas de puro modismo e pouco profissionalismo, ilustrando, assim, a dificuldade do tratamento (sempre dizemos controle, pois inexiste ainda, um tratamento) da obesidade. A prima prova de que tais medicações são eficazes é a de que quando se para de ingeri-las, volta-se a ganhar peso, e a baixa da autoestima, característico sintoma nos obesos, impedem de manterem as outras atividades que os induzam a perda (e manter) seu novo peso. Quando poderia um paciente portador de Diabetes Mellitus tipo I (insulino dependente) parar de tomar sua insulina? Mas ele esta com níveis glicêmicos a níveis aceitáveis e sua hemoglobina glicada não aponta um desequilíbrio recente. Nunca poderíamos parar com sua medicação, salvo, se necessário, adequarmos doses. E um paciente hipertenso, cardiopata, com controle medicamentoso, alimentar e bom nível de atividade física, poderia parar com sua medicação? Obviamente que não! Fatores externos e que independem de nossa vontade são diabetogênicos e fatores de picos hipertensivos, infartos. Um stress no trabalho, um acidente com familiares, uma discordância em conversas, uma infecção, uma cirurgia inesperada, até mesmo a derrota de seu time predileto. Mesmo com sua medicação, teremos emergências onde serão envolvidas múltiplas drogas, além daquelas prescritas. E nunca retirar o tratamento base. E a obesidade? A famosa frase de se colocar um esparadrapo na boca? Boa conduta, de um profissionalismo cavalar. Os diversos tipos de alterações alimentares têm que ser tratadas, e o uso medicamentoso são imprescindíveis. Temos os comedores compulsivos noturno, alterações de comportamento, TOC, depressão, etc. As recomendações internacionais apontam: Atividade física; Dieta adequada; Uso medicamentoso. Não havendo resposta satisfatória usam-se medicamentos para emagrecer em adultos com IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 30 ou até 25 já com comorbidades (hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus tipo II, dislipidemias, síndrome metabólica, etc.).

O IMC é determinado pela divisão do peso corporal em Kg pelo quadrado de sua altura em metros. Classificação IMC Classificação < 18,5 Baixo peso 18,6 24,9 Saudável 25,0 29,9 Peso em excesso 30,0 34,9 Obesidade Grau I 35,0 39,9 Obesidade Grau II (severa) 40,0 Obesidade Grau III (Não é um método totalmente fiel, se considerarmos crianças, atletas, etc.) A proibição destes medicamentos não é a atual prioridade na área médica. A crescente obesidade se faz urgir em soluções. Com o uso dos emagrecedores são apontadas significativas melhoras clínicas, tendo, também, suas inconveniências, mas, se sob o rigor de um profissional qualificado e bem orientado, pouquíssimas complicações teríamos. Desde o mês de fevereiro, quando a Anvisa anunciou a possibilidade de retirar os medicamentos para tratamento da obesidade: a sibutramina e os catecolaminérgicos (fempropex, dietilpropina e mazindol), de imediato, a ABRAN, Associação Brasileira de Nutrologia, em nome de milhares de médicos nutrólogos brasileiros, manifestou-se contrária a proposta. Varias ações foram realizadas com objetivo de evitar que a proibição seja aprovada o que colocaria em risco o tratamento de milhares de pacientes com obesidade no País. O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Dr. Durval Ribas Filho, e outros médicos nutrólogos e diretores da ABRAN, manifestaram-se

publicamente, em nome da associação, na Anvisa, no ministério da saúde, na câmara dos Deputados e no Senado Federal. Outras entidades médicas, especialistas nessa área com SBEM, SBC e SBMFEC, além do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB), também se manifestaram totalmente favoráveis à manutenção desses agentes farmacológicos no mercado brasileiro, assim como importantes veículos da imprensa nacional. A Anvisa alega que esses medicamentos aumentam o risco em pacientes cardíacos, mas, a obesidade não é um grande fator de risco para um evento cardíaco? Questione um paciente obeso, se ele é realmente feliz com a sua sobrecarga ponderal, e isto não se refere somente a um dano estético. A ABRAN, não mediu esforços em prol de suas convicções e dos resultados reais naqueles que usam os emagrecedores. Enviou comunicado oficializando sua posição ao presidente da Anvisa, conversou com ministros do Supremo Tribunal de Justiça, deputados federais, senadores, reuniu-se com associações médicas, mobilizou a imprensa e os próprios associados, para mostrar ao publico a manifestação contrária a proposta. Bem diz Dr.Durval: Fizemos um juramento pela saúde e bem-estar dos pacientes e, por isso, não descansaremos enquanto não conseguirmos manter à nossa disposição todo arsenal médico confiável possível para combate à obesidade, doença que mais cresce no Brasil. Se a ANVISA atuasse, junto aos sérios órgãos que competem o estudo e controle da obesidade, treinando e selecionando seus profissionais, capacitando-os teríamos resultados ótimos. As indústrias farmacêuticas junto as agências de fiscalização e controle, deveriam buscar novas armas para auxiliarem o crescente número de obesos na interminável luta contra a doença e suas complicações debilitantes e/ou fatais e, não tentar tirar os poucos recursos ainda existentes. Considerar esse medicamentos como velhos ou ultrapassados, com maior risco que as inúmeras vantagens é injustiça. Lembrem-se: "Deus entregou aos velhos um grande benefício em lugar da memória - a prudência obtida pelo uso das coisas e um juízo mais agudo e eficaz." Juan Luis Vives (1492-1540).

VICTOR DE CASTRO GEBRIM Graduando em medicina pela FACIPLAC Graduando em gestão e saúde coletiva pela UNB Membro do Conselho Estudantil de Saúde Médica de Brasilia - DF Presidente da Liga Nacional de Nutrologia da ABRAN - SP Presidente da Liga de Neurologia da FACIPLAC - DF Dr. José Humberto Gebrim Médico Nutrólogo