Diferenças fisiológicas da pele negra e pele caucasóide. do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.



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Transcrição:

Diferenças fisiológicas da pele negra e pele caucasóide 1 Mariane Fraga; Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. 2 Naiara Matos; Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Ana Julia von Borel du Vernay França- ; Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Contatos ¹nanny_sjb@hotmail.com 2 nai_aramatos@yahoo.com.br 3 anajulia@univali.br RESUMO A população negra vem crescendo ano após ano. A última pesquisa nacional realizada pelo IBGE apontou que a população brasileira alcança atualmente o índice de 49,5%. E com isso os aspectos étnicos ganham importância. A maior diferença entre negros e brancos, não está na cor de sua pele, mais sim em suas estruturas como as diferenças em função do tamanho, número e morfologia dos melanossomas. Além das diferenças que são também encontradas na epiderme, derme, glândulas anexas e folículos pilosos. Este trabalho busca esclarecer também a dúvidas quanto o uso de foto protetor e câncer de pele em peles negras. Para a formulação de produtos cosméticos, é importante saber das diferenças que a pele negra oferece e respeitá-las. A busca de compreender essas particularidades, este trabalho tem como objetivo demonstrar as diferenças dermatológicas da pele negra comparando com a pele caucasóide. Com este propósito a metodologia utilizada para fundamentar este tema foi de uma revisão teórica com analise qualitativa exploratória com base em artigos científicos, periódicos científicos, livros entre outros meios de pesquisas. Contatou-se com esta pesquisa, a falta de materiais científicos que abordem as diferenças entre pele negra e pele caucasóide. Sugeremse então novos estudos e novos tratamentos que sejam específicos para a pele negra. Palavras chaves: Pele negra, diferenças étnicas, tratamentos

INTRODUÇÃO O conceito raças humanas compreende as diferenças moforlogicas entre povos, com suas particularidades específicas de cada raça, como cor da pele, formato dos olhos, tipo de cabelo, ancestralidade, conformação facial e cranial, entre outros, desenvolvidas em um processo de adaptação a determinado espaço geográfico e ecossistema ao longo das gerações (ALCHORNE E ABREU, 2008), O IBGE classifica o povo brasileiro em cinco grupos: branco, preto, pardo, amarelo e vermelho. Ao se falar de etnia muitas pessoas demonstram total falta de informação ou apresentam idéias distorcidas sobre a questão. Prova disso é o termo étnico que ficou conhecido popularmente como referência aos negros (STEINER, 1996), A palavra étnica é derivada do grego ethonos e significa povo. Dessa forma um grupo étnico, refere-se a grupo de seres humanos unidos por fator em comum, como religião, língua, nacionalidade. A etnia é o que diferencia as muitas raças através de fatores biológicos como cor do cabelo, formato dos olhos, entre outros (STEINER, 1996), Dessa forma, neste trabalho propõe referenciar a pele negra, como indivíduo de raça negra ou afro descendentes. Contrapondo com o ponto de vista social, que divide a humanidade em diferentes grupos raciais, no aspecto biológico, não existem raças humanas, existe apenas o homo sapiens. Provavelmente esta é a razão de poucos estudos abordando as diferenças de peles entre as etnias Sendo que os estudos, que abordam essas diferenças começaram recentemente devido a crescente procura de produtos para pele negra (ALCHORNE E ABREU, 2008). O IBGE considera como negros tanto pardos como negros, sendo, portanto a população negra no Brasil a soma destes dois grupos (ALCHORNE E ABREU, 2008). A população brasileira vem crescendo desde 1980 onde 5,9% da população eram negras e 38,8% parda, somando 44,7% da população negra. Já 1991, dos 146.521.661 milhões de habitantes, 5% eram negros e 42,53% pardos, somando-se uma parcela de 47,53% de negros no Brasil (IBGE, 2009).

A última pesquisa nacional por amostra de domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE em 2005, apontou que a população brasileira, é composta por 93,096 milhões de brancos, 79,782 milhões de pardos, e 12,908 milhões de negros, em relação ao censo 2000 o número de pardos aumentou de 38,5% para 42,6% e os pretos de 6,2% para 6,9%. Desse modo a população negra no Brasil alcança atualmente, o índice de 49,5% da população total, diferenciando-se das diversas regiões do Brasil, sendo que desses 12,908 negros 7,7% concentra-se na região Sudeste e 6,9% na região centro oeste (STEINER, 1996). Segundo Britz e Kede, (2004) observa-se um crescimento de mercado de produtos cosméticos específicos para pele étnica de aproximadamente 15 a 20% ao ano nos Estados Unidos, onde também se constatou que os negros gastam Três vezes mais do que os brancos em produtos cosméticos e perfumaria. No Brasil, onde são grande a pluralidade e miscigenação racial, os aspectos étnicos ganham também crescente importância nas áreas de atendimento cosmiátrico, dermatológico e de cirurgia plástica (BRITZ E KED, 2004). Embora os tipos de pele pareçam semelhantes do ponto de vista anatômico, funcional e bioquímico, existem variações entre elas que necessariamente devem ser levadas em conta nas formulações de produtos cosméticos, principalmente quando se trata das influências raciais (BENY, 2000). Avaliando este cenário, e as necessidades encontradas neste tipo de pele, o presente trabalho tem como objetivo, demonstrar as diferenças dermatológicas da pele negra comparando com as características da pele caucasóide. METODOLOGIA Com o propósito de atingir o objetivo do trabalho que propõe demonstrar as características dermatológicas das peles negras e peles caucasóides, a metodologia utilizada para fundamentar este tema, foi de uma revisão teórica com análise qualitativa exploratória com base, artigos científicos, livros, periódicos científicos, entre outros meios. Segundo Marconi e Lakatos, 1999, destacam que a pesquisa bibliográfica se trata de dados e informações encontradas naqueles materiais construídos apartir das fontes primarias em pesquisas realizadas anteriormente, De Pádua, (2004)

complementa que a finalidade principal deste método é colocar o pesquisador com tudo aquilo que já foi produzido em relação ao problema de pesquisa. Diferenças Étnicas: Negróides e caucasóides Caucasoides: Originários da Europa, Mediterrâneo, e Norte Da África. Apresentam cabelos ondulados e pelos em abundância distribuídos pela face e corpo. A pele é clara, e ligeiramente morena e o nariz é estreito. Negroides: Originários da África sua característica marcante é a pele escura, cabelo crespo, nariz largo e geralmente achatado (STEINER, 1996). Diferenças estruturais, Biológicas e funcionais da pele negra. Epiderme: Estrato córneo, barreira cutânea. Diferentes estudos mostraram que não há diferença de espessura entre a camada córnea da pele negra e branca. Ainda que o extrato córneo da pele negra contenha mais camadas de células do que na pele branca, porém a espessura é igual em ambas mostrando que é mais compacto provavelmente por maior coesão intercelular (STEINER, 1996, BRITZ E KEDE, 2004, ALCHORNE E ABREU, 2008). Não há consenso, sobre as diferenças entre raças na função da barreira exercida sobre a pele (ALCHORNE E ABREU, 2008). A perda de água transepidérmica, é um método de medição da função da barreira da pele, e no momento esta definida como a quantidade total de perda de vapor de água através da pele e anexos em condições de não sudorese. È a medição objetiva mais estudada para definir as diferenças entre peles de diferentes etnias tanto basalmente quanto na resposta a irritantes tópicos (SAGGAR, WESLEY E MAIBACH, 2009). De acordo com Rocha Filho, 1996 a pele branca é mais permeável a certos compostos químicos do que a pele negra. Duas hipóteses podem ser formuladas para explicar este fato: a diferença metabólica na absorção do produto (entre os dois tipos de grupos) e a diferença de substantividade (capacidade de fixação na superfície da epiderme ou no estrato córneo) do produto sobre a pele clara e

pigmentada. A função barreira da pele baseia-se antes de tudo, nas propriedades da camada córnea: neste contexto é lógico que um estrato córneo mais compacto confira a pele negra permeabilidade menor. O inverso ocorre quando a pele negra é exposta a um irritante tópico. Demonstrou-se que a pele negra, tem maiores taxas de descamação, até 2,5 vezes, e maior perda de água transepidérmica quando comparada a branca, sugerindo menor resistência da barreira (BRITZ E KEDE, 2004, SAGGAR, WESLEY, MAIBACH, 2009). Berdaresca e Maibach, (1988), Kompaore et al. (1993) apud Saggar, Wesley, Maibach (2009) também constataram que negros apresentaram níveis mais elevados de perda de água transepidérmica do que indivíduos brancos após aplicação tópica de lauril sulfato de sódio ou aplicação tópica de nicotinato de metila, sugerindo maior susceptibilidade dos negros à irritação. Neste contexto, Saggar, Wesley e Maibach, em seus estudos feitos com descamação de fita adesiva, verificaram que a pele negra possui maior resistência da barreira basal, com rápida recuperação de sua função, sugerindo maior regeneração da barreira na pele negra. Sistema Melanocitario. A cor da pele é uma das características mais marcantes que diferenciam indivíduos brancos e negros, ela depende de quatro pigmentos básicos. Dois deles encontrados na epiderme: a melanina produzida nos melanócitos, os carotenóides de produção exógena e cor amarelada, e ainda sofrem a influência da oxiemoglobina e a hemoglobina encontrada na derme. Dentre estes a melanina é o principal fator determinante (BRITZ e KEDE, 2004). De acordo com Steiner (1999), as pessoas negras podem ter até 35 tons de pigmentação, que vai de creme, passando pelo marrom, até ébano. Portanto, há que se enfatizar que a cor da pele, e como consequência as diferenças raciais, não ocorrem em função dos números de melanócitos existentes mais sim em função do tamanho, morfologia, distribuição e grau dos melanossomas que são grânulos localizados dentro da célula e formados essencialmente de melanina (SAGGAR, 2009,ET AL, BATISTELA, CHORILLI, LEONARDI, 2007).

Segundo Britz e kede (2004), há diferença na velocidade e produção de melanina, entre as peles brancas e negras. A relação entre síntese de eumelanina e feomelanina é maior em negros do que em brancos, porém este não é o principal fator de diferenciação. O tamanho, a densidade e a distribuição dessas estruturas explicam as diferenças de pigmentação entre várias raças, bem como as nuances de tonalidade dentro de uma mesma raça (BRITZ E KEDE, 2004). A pele negra tem melanossomas grandes e não-agregados, estão dispersos individualmente no citoplasma do queratinocitos e apresentam tamanho maior (800 nm), não sendo degradados e chegando intactos a camada córnea. Na pele branca, tem melassomas pequenos (400nm) e agrupados entre si em números de três no interior dos queratinocitos, sendo degradados por enzimas nas camadas superficiais da epiderme (ALCHORNE E ABREU, 2008, STEINER, 2009). Diferenças frente à radiação solar Na pele negra estes melanossomas maiores e não agregados, ou seja, mais dispersos, absorvem mais energia e promovem uma coloração mais uniforme e densa que o observado em peles claras, conferindo assim 3 a 4 vezes mais proteção contra a radiação UV, diminuindo, absorvendo e retardando a radiação de forma eficiente (BRITZ E KEDE, 2004, ALCHORNE E ABREU, 2008, STEINER, 2009). Segundo Steiner, 2009 quando no negro a melanina atinge o estrato córneo, esta perde em grande parte sua capacidade protetora e a razão disto ainda é desconhecida. A absorção e a difusão dos raios pela melanina dependem da densidade e da distribuição dos melanossomas no interior dos queratinócitos. A dose eritematosa mínima, quantidade de radiação para produzir um eritema mínimo, chega a ser de 15 a 33 vezes maior se comparado a pele branca. Como vermelhidão é difícil de observar em peles negras, o único índice considerável é a descamação observada alguns dias após a exposição. Desta forma, os negroides têm menos chances de desenvolver câncer de pele (não melanoma) e menor fotoenvelhecimento, em relação aos caucasoides. Porém isto não dispensa o uso do

protetor solar, pois estão mais propensos a manchas (BRITZ E KEDE, 2004 STEINER, 1996, STEINER, 2009). De acordo com a quinta edição da campanha nacional de prevenção ao câncer de pele, realizada pela (SBD) Sociedade Brasileira e Dermatologia, em novembro de 2003, das 37.853 pessoas atendidas 69,6% se expõe ao sol sem nenhum tipo de proteção. As pessoas de pele negra também preocupam já que dos 2.591 negros participantes 78,7% não utilizam nenhuma proteção, sendo que 1,7% apresentam câncer de pele. Ainda que o índice de câncer de pele seja bem menor se comparado a pele branca que apresenta cerca de quinze vezes mais chances de apresentar a doença que em indivíduos afro descendentes, quando descoberta a doença ela já esta em estagio avançado (STEINER, 1996). Segundo Britz e Kede (2004), os indivíduos de peles negras, necessitam das mesmas precauções contra a exposição solar que as pessoas de pele clara, pois ainda que a melanina pareça proteger a pele negra das propriedades oncogênicas da radiação solar, ela não protege dos danos ao sistema imunológico, causados pela radiação UVA Qualquer que seja a cor de pele, uma única exposição aos raios UV, em baixa dose altera o sistema imunológico da pele, e pode destruir o sistema de defesa e aumentar a susceptibilidade a infecções (BRITZ E KEDE, 2004). Derme: Segundo Alchorne e Abreu, (2008), não há diferenças de espessura na derme entre negros e brancos, contrapondo com Steiner, (2009) que defende que a pele negra tem camada mais espessa e compacta. Os feixes de fibras colágenas são menores e dispostas paralelamente à epiderme. Notam-se muitas fibrilas colágenas e fragmentos fibrosos entre as fibras e os vasos. A quantidade de glicoproteínas no interstício dérmico é maior em negros (ALCHORN E ABREU, 2008, STEINER, 2009). Vasos superficiais e subepidérmicos são mais numerosos na pele negra. Na derme papilar tem mais fibroblastos e os macrófagos são maiores e mais numerosos, não havendo diferenças entre raça nos mastócitos (ALCHORNE E ABREU, 2008, STEINER, 2009).

Os fibroblastos são hipertrofiados e com grande extensão da retícula endotelial. Há menor quantidade de fibras elásticas na pele negra, mas sua disposição é diferente (STEINER, 2009). Segundo Britz e Kede, (2004) a elasticidade é maior no rosto e pernas dos negros. Glândulas anexas: De acordo com Alchorne e Abreu, 2008 os poucos estudos quanto às glândulas anexas são contraditórios. Sugere-se que não há diferença no número de glândulas sudoríparas écrinas, embora segundo Alchorne e Abreu, 2008 se verifique mais sudorese em branco, porém, de acordo com Steiner, 1996, a pele negra absorve mais calor, o que é compensado com sudorese mais eficiente e intensa, e sintetiza maior quantidade de vitamina B. As glândulas sudoríparas apócrinas são maiores, mais numerosas e produzem maior quantidade de secreção nas peles negras (ALCHORNE e ABREU, 2008). Porém, Child, et al (1999 apud PUGGIANA; CINTRA; SOUZA, 2008) em seus estudos observaram que a pele negra tem maiores números de glândulas sudoríparas, tanto apócrinas quanto écrinas. Segundo Steiner, 2009 o odor corporal estará na dependência de bactérias, e não existem ainda explicações sobre os diferentes tipos de odores. Quanto às glândulas sebáceas não há diferença no número, porém são maiores e produz mais quantidade de sebo na pele negra, o que segundo Neiva, 2007 torna mais susceptível à acne. Corroborando Dóris Hexel, (2007), explicita que tais características faz com que a pele do rosto, geralmente se apresenta mais oleosa. Estas peculiaridades também são destacadas por Viana (2007), onde complementa que os braços ainda se apresentam de forma oleosa. Há grandes quantidades de lipídios, extraídos do couro cabeludo ou dos cabelos de pessoas negras, (cerca de 60 a 70 % a mais do que em indivíduos brancos) estes lipídios provem em grande parte da secreção sebácea (STEINER, 2009).

Termorregulação: Apesar de não haver diferença no número de glândulas sudoríparas entre negros e brancos, atribui-se pele negra maior resistência ao calor. A quantidade de suor produzida à dada temperatura esta mais ligada a climatização do que fatores anatômicos e fisiológicos de origem racial. (STEINER, 2009) Alterações inestéticas Vários estudos foram desenvolvidos nos Estados unidos e Reino Unido, para determinar a prevalência das afecções de pele em indivíduos negros. Halter et al, em um trabalho clínico incluindo 2000 pacientes negros, nos estados unidos, demonstraram que a doença mais prevalente na população, eram a acne vulgar, seguido pela dermatite tóxica e seborréia, alterações pigmentares e alopecia secundária a trauma de natureza cosmética. Da mesma forma Child, et al (1999 apud PUGGIANA, CINTRA, SOUZA, 2008) destacam que os mesmos encontraram 274 pacientes negros de um ambulatório geral de dermatologia em Londres, que as cinco dermatoses prevalentes eram a acne, acne queloideana na nuca e queloides. O câncer de pele do tipo carcinoma baso celular e espinocelular, é menos frequente em negros, e mais frequentes em brancos devido à maior proteção oferecida pelo sol (STEINER, 1996). Os negros apresentam dermatose papulosa nigra, caracterizadas por papulas achatadas suaves, acastanhadas, de aproximadamenteum a três mm, localizado principalmente nas regiões de face, pescoço e colo (STEINER, 1996). As lesões nódulos císticas são menos frequentes, mas mesmo lesão sem inflamação clínica como as comedoneanas, tem alto grau de inflamação histológica, o que explica o fato de deixar intensa hiperpigmentação após a inflamação. Alguns problemas mais comuns encontrados em negros como consequência da reação adversa a cosméticos são: a acne cosmética, a dermatite de contato alérgica ou por irritante primário, acronose induzida por hidroquinona e a hipo-

pigmentação pós inflamatória causadas por agentes irritantes como ácido retinóico (STEINER, 1999). Os negros desenvolvem a dermatite de contato menos frequentes que os caucasoides, devido à maior resistência oferecida pela pele negra, porém o caso muda quando a camada córnea é removida experimentalmente, ainda há controvérsias contra a dermatite de contato alérgica (BRITZ E KEDE, 2004). Grande parte, dos distúrbios vistos na pele negra é de origem pigmentar, representando as alterações mais obvias e angustiantes nesse grupo étnico, sendo em geral muito evidentes e difíceis de tratar. Os caucasoides e negroides apresentam à mesma incidência a acne, porém esta é mais grave nos indivíduos de raça branca (ALCHORNE E ABREU, 2008). A pele negra apresenta maior tendência a hipercromia residual. Dessa forma, qualquer cicatriz ou machucado pode manchar, seja resultado de procedimento estético, cicatriz ou acne. Apresentando também maior pigmentação nas áreas de dobras como axila e virilha e áreas de trauma (STEINER, et al, 2007). Hiperpigmentação e hipo-pigmentação pós inflamatória. Surgem após lesões inflamatórias devido à lábil e exarcebada resposta dos melanossitos a irritação e inflamação. Doenças inflamatórias causam liberação de peptídeos na pele que alteram a atividade dos melanócitos por dois mecanismos: pelo aumento em seu número e tamanho, ou levando a incontinência do pigmento pela célula e consequente depósito na derme (BRITZ E KEDE, 2004, ALCHORNE E ABREU, 2008) Essa patogênese é seqüela comum de acne vulgar, líquen plano, queimaduras traumas, entre outras condições (ALCHORNE E ABREU, 2008). Os tipos IV, V, e VI, de Fitzpatrick, são os mais propensos a desenvolver hiperpigmentação pós inflamatória (LEONHARDT E LAWRENCE, 2007). Pode observar-se que a hiperpigmentação da pele caucasiana é o resultado de algumas anormalidades no mecanismo enzimático que controla a pigmentação podendo ser causada por uma variedade de fatores incluindo inflamação, idade avançada, fatores genéticos e distúrbios hormonais. Em compensação a pele dos

negros é normalmente muito pigmentada em razão da alta densidade de melanina, e as diferenças na pigmentação entre pele de brancos e negros são devidas as atividades enzimáticas diferentes (NICOLETTI, ET AL, 2002). De acordo com leonhardt e Lawrence, 2007 com orientação adequada, os pacientes com peles mais escuras podem ser submetidos à peelings superficiais com segurança, sem risco de causar alterações de coloração permanente, já que a hiperpigmentação é atenuada ao longo do tempo e com tratamento. Quelóide: Podendo erroneamente ser confundido com cicatriz hipertrófica, a quelóide, manifesta-se por um nódulo firme, às vezes pruriginoso causando dano estético. Geralmente esta patologia acomete a área pré esternal, dorso, região cervical posterior, região de deltóide e pavilhão auricular, por haver maior susceptibilidade nestas regiões. Por outro lado, são raras as ocorrências de queloides em pálpebras, pênis, escroto, regiões frontal, palmar e plantar (FERREIRA, D ASSUMPÇÃO, 2006). Podem manifestar-se cerca de 30 dias após a incisão e apresentam-se de forma mais elevada que as cicatrizes hipertróficas, de coloração violácea, invadindo a pele normal adjacente. Podem manifestar prurido, dor e ardor, não regride espontaneamente e muitas vezes com crescimento prolongado (PEREIRA, 2003, FERREIRA e D ASSUMPÇÃO, 2006). É de 3 a 18 vezes mais freqüentes em peles negras, e segundo ferreira e D Assumpção, 2006, não há relatos de queloides em albinos. Desenvolve-se após injurias cutâneas por interação entre fibroblastos e citocinas, que facilitam a produção de colágeno, e inibe a degradação de componentes da matriz extracelular isto se deve aos fibroblastos serem maiores, Bi ou multinucleados, em maior número, ou hiperativo, que combinados a diminuição de atividade da colegenase, resulta em queloides (ALCHORNE E ABREU, 2008). A localização básica das alterações do quelóide é a derme reticular. Neste local as fibras colágenas se arranjam sob a forma de nódulos que aumentam de tamanho e se distribuem de maneira irregular. Além do colágeno estão presentes

substâncias amorfas e capilares, que tendem a diminuir em favor do aumento do colágeno (FERREIRA E ASSUMPÇÃO, 2006) Ao referenciar Kelly, 2004, Ferreira e D Assumpção, 2006 busca explicar que esta patologia pode acometer todas as faixas etárias e ambos os sexos, porém a uma preponderância maior em mulheres devido ao uso dos brincos. Pessoas acima de 65 anos dificilmente desenvolvem queloides, a maioria dos casos acontecem na faixa etária entre 10 a 30 anos. Podem ser influenciadas por fatores como: Excesso de tensão e aproximação inadequada das bordas da ferida, área de pouca vascularização, área de tração ou pressão mecânica, materiais e técnicas de sutura e curativos inadequados, tabagismo, doenças vasculares, uso de corticosteróides, anticoagulantes, entre outros fatores que podem colaborar para a manifestação destas patologias (PEREIRA, 2003). A pele da lesão queloideana tem a epiderme achatada, além de serem desprovidas de pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas. A ausência de anexos associada à tensão no local da incisão lhe confere o aspecto brilhante (FERREIA E D ASSUMPÇÃO, 2006). Acne Dermatose crônica, considerada como doença do folículo pilossebáceo, desencadeada por fatores como, hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da colonização por propionibacterium acnes e inflamação dérmica Peri glandular (COSTA, ALCHORNE e GOLDSCHMIDT,2008). Segundo Alchorne e Abreu, 2008 a incidência da acne em indivíduos de pele negra é alta, porém segundo, Costa, Alchorne e goldshmidt, 2008, ocorrem em todas as raças, embora seja menos intensa em negros e orientais, e manifesta-se mais gravemente no sexo masculino. Devido seus cabelos frágeis e difíceis de disciplinar, é comum que os indivíduos de raça negra adotarem produtos muito gordurosos para usarem nos cabelos, o que acarreta um tipo de acne chamada acne por contatantes e consiste por comedões na área frontal e temporal (ALCHORNE E ABREU, 2008). De acordo com Alchorne e Abreu, 2008 o maior desafio em tratar a acne na pele pigmentada com agentes tópicos é a possível dermatite de contato irritativa que

causa hiperpigmentação pós inflamatória, sendo necessário selecionar agentes menos irritantes, adotar estratégias que melhorem a tolerabilidade e orientar o uso de foto protetor não comedogênicos. Através de estudos realizados Grimes e colaboradores relataram eficácia e mínimo efeito colaterais em 25 pacientes com pele negra tratados com peelings de ácido salicilico. As condições tratadas incluíam acne vulgar, melasma e hiperpigmentação pós-inflamatória. Além disso, em uma analise retrospectiva de 90 pacientes tratadas pelo autor com peelings de ácido salicilico, obtiveram melhora significativa, da acne e da pigmentação, 25% obtiveram melhora moderada e apenas 5% alcançaram mínima melhora. (Grimes, 2007) ANÁLISE DOS DADOS Considerando que o objetivo deste trabalho foi demonstrar as características da pele negra observou-se segundo estudos obtidos que a população negra no Brasil é emergente, e alcança atualmente o índice de 49,5%. E não é somente em números que a população negra vem crescendo, vem crescendo também a procura por produtos diferentes, tratamentos especializados e cirurgias plásticas. Esta pele tem características diferentes dos outros tipos de pele, e necessariamente devem ser levados em conta, no tratamento diário e nas formulações de produtos de embelezamento. Suas diferenças começam já na barreira cutânea, já que a pele negra contém mais camadas de células e estas são mais coesas do que a pele branca. E devido a esta coesão intercelular, associada ainda a maior quantidade de lipídios, maior quantidade de melanina depositada, a pele negra tem uma permeabilidade menor e menor perda de água transepidérmica que os outros tipos de pele, sendo assim, sabe-se que é necessário um esforço maior, para que os ativos penetrem a epiderme. A pele negra apresenta melanossomas grandes, não agregados e chegam intactos a camada córnea, já os melanossomas da pele branca são menores, agregados e degradados na epiderme.

Devido seus melanossomas ser maiores e dispersos a pele negra apresenta maior proteção contra os raios ultravioletas emitidos pelo sol, cerca de três a quatro vezes mais que a pele caucasiana. Em relação à derme atribui-se a pele negra feixes de fibras colágenas mais compactas e paralelas a epiderme. Tem vasos superficiais e subepidérmicos mais numerosos. Devido a todas essas particularidades que a pele negra apresenta, ela desenvolve algumas dermatoses de maneira mais frequente e mais complicado de tratar como acne vulgar, hiperpigmentação, dermatite de contato, descamação, e de 3 a 18 vezes maior probabilidade a queloides. Porém este tipo de pele também não sofre tanto com problemas mais comuns em caucasianos como foto envelhecimento, foto dermatoses e neoplasias cutâneas. Este tipo de pele também tem maior susceptibilidade a irritação e maior regeneração da barreira cutânea quando submetido a alguma agressão tópica. Ao se tratar da pele negra é necessário todo o conhecimento sobre as particularidades especificas dessa raça. Dessa maneira a escolha de produtos para o tratamento com este tipo de pele, deve levar em conta as diferenças raciais existentes, escolhendo de forma categórica os ativos, para que não ocorram reações inesperadas no tratamento em cabines. CONSIDERAÇÕES FINAIS Constatou-se com esta pesquisa a dificuldade de encontrar ativos específicos para a pele negra, que respeitem as diferenças que separam este tipo de pele. Devido a esta necessidade, sugerem-se novos estudos, que abordem esses conhecimentos para trazer novos tratamentos cosméticos e estéticos próprios para a pele negra. Vale ressaltar a importância de dados relacionando o tamanho do mercado consumidor de cosméticos para pele negra, visto que estes dados podem ser decisivos para o desenvolvimento de novas linhas de produtos cosméticos destinados a este público.

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Ativos contra-indicados para peles negras Tratamentos Autores Ação Ativos contra indicados Hiper pigmentação pós inflamatória Britz e Kede, 2004 Peeling profundos AC retinóico Peróxido de Benzoila Corticóide intralesionais Peeling AC.Tricloroacético e fenol Kátia Neves, 2008 Rosorcinol Descamação e aspecto acinzentado na pele Steiner, 1996 Produtos para maquiagem Dióxido de titânio Queloides Britz e Kede, 2004 Hiper produção de colágeno Centella Asiática Quadro 1- Ativos contra-indicados para peles negras Fonte: Elaborado pe

Sugestões de ativos para peles negras TRATAMENTOS AUTORES AÇÃO ATIVO INDICADO Acne Vulgar Pharma especial Renovador celular, reduz a formação de comedões Brenner,2004 Adstringente, bactericida, fungicida Gluconolactona Extrato de hamamelis Salvia óleo de melaleuca Yard Tse, 2008 Renovador celular Peeling de acido glicólico Acido salicílico Kátia Neves Esfoliante, cicatrizante e hidratante. Acido Lactobionico Cosmectis toiletries Clareador e anti radicais livres Fosfato de ascorbil magnésio Acido salicílico Acido ascórbico Brenner,2004 Despigmentantes Acido malico Hiper pigmentação pós inflamatória Yard Tse, 2008 Cherrie Grimes, 2008 Despigmentantes Ac. Glicólico Ac. Láctico Ac. Salicilico AHA Beta Hidroxiacidos Tretinoina tópica Quadro 2: Ativos indicados para peles negras Fonte: Elaborado pelas autoras

Sugestões de ativo indicados para pele negra Tratamentos Autores Ação Ativo indicado Hiper pigmentação pós inflamatória Kátia Neves, 2008 Age na melanogenese degradando a melanina Alphawhite complex Fluido HPG Descamação e aspecto acinzentado da pele Brenner, 2004 Hidratação e renovador celular Cerâmicas PCA-NA Vit. A Ac. Láctico Óleo de germem de trigo Óleo de uva Ac. Glicólico Proteína da soja Steiner, 1996 Reduz a perda de água cutânea Ac. Linoléico Quelóide Pereira,2003 USO EXCLUSIVO MÉDICO. Inibição da quimiotaxia dos fibroblastos. Redução do colágeno. Cepalin Heperina Alantoina Quadro 3: Ativos indicados para peles negras Fonte: Elaborado pela autoras