UTILIZAÇÃO DE PROTEINAS DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE EMDOGAIN NA REGENERAÇÃO PERIODONTAL



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1I ii 4118.0 oir., UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA UTILIZAÇÃO DE PROTEINAS DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE EMDOGAIN NA REGENERAÇÃO PERIODONTAL =-----.. ON ---- - VD -=------ 0 00.-. DANIEL FERRARI CARDOSO Orientador: Prof. Dr.Ricardo de Souza Magini Co-Orientadora: Prof Dr'Ana Paula Soares Fernandes Florianópolis 2002

0/561 if itp E, ' i/611111.a c i. :,..,,, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA UTILIZAÇÃO DE PROTEINAS DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE EMDOGAIN NA REGENERAÇÃO PERIODONTAL DANIEL FERRARI CARDOSO Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista em Periodontia na Universidade Federal de Santa Catarina Orientador: Prof. Dr.Ricardo de Souza Magini Co-Orientadora: Prof Dr'Ana Paula Soares Fernandes Florianópolis 2002

UTILIZAÇÃO DE PROTEINAS DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE EMDOGAIN e NA REGENERAÇÃO PERIODONTAL DANIEL FERRARI CARDOSO Esta monografia foi julgada. adequada para obtenção do titulo de Especialista em Periodontia e aprovada em sua forma final pelo curso de especialização em Periodontia. Florianópolis, 22 novembro de 2002. Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini Prof. Dr. Mario VilliCiUS Zendron Prof, Marco Aurélio Bianchini

CARDOSO DANIEL FERRARI Utilização de Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte EMDOGMN na regeneração Periodontal. 2002. 42 f. Monografia (Especialização em Periodontia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. RESUMO A presença de células que tem potencial regenerativo no periodonto têm despertado estudos visando o desenvolvimento de materiais que possam levar it regeneração total ou parcial do aparato de inserção. 0 principal objetivo foi realizar uma revisão literária sobre tais materiais, especificamente o EMDOGAIN Ct), que 6 a formulação comercial atualmente disponível para o clinico, bem como elucidar o cirurgião dentista sobre a utilização desta técnica como opção em tratamentos que necessitam de regeneração tecidual. 0 número de trabalhos clínicos é restrito, porém estes descrevem resultados satisfatórios, com alta tolerabilidade imunológica, quando o EMDOGAIN, é associado a cirurgias periodontais visando h. regeneração do periodonto. PALAVRAS CHAVE: Regeneração Periodontal, EMDOGAINO, Proteínas de Esmalte.

CARDOSO DANIEL FERRARI Utilização de Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte EMDOGAIN na regeneração Periodontal. 2002. 42 f. Monografia (Especialização em Periodontia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. ABSTRACT The presence of cells that has regenerative potential in periodontum has began studies aiming at the development of materials that can lead to the total or partial regeneration of the insertion apparatus. The main objective was to carry through a literary review on such materials, specifically the EMDOGAIN, that it is currently available the commercial formularization for the physician, as well as elucidating the surgeon dentist on the use of this technique as option in treatments that need tecidual regeneration. The number of clinical works is restricted, however these describe resulted satisfactory, with high imunological permission, when the EMDOGAIN, is associated the periodontwn surgeries aiming at to the regeneration of periodonto. KEY WORDS: Periodontum Regeneration, EMDOGAlN, enamel matrix derivaded

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Apresentação Comercial do Emdogain @ Gel 25 Figura 2. Apresentação Comercial Interna do Emdogain @ Gel 25 Figura 3. Apresentação Comecial PrefGel 25 Figura 4. Etapa Cirúrgica 1- Anestesia 27 Figura 5. Etapa Cirúrgica 2-Incisão 27 Figura 6. Etapa Cirúrgica 3 Remoção do material granulado 28 Figura 7. Etapa Cirúrgica 4 Aplicação do PrefGel IN4 28 Figura 8. Etapa Cirúrgica 5 Aplicação do EMDOGAINSgel 29 Figura 9. Etapa Cirúrgica 6 Sutura 29 Figura 10 Resultados esperados após aplicação do EMDOGAIN, dias, semanas, 30 meses e um ano. Figura 11. RX inicial 32 Figura 12 Abertura do campo Retalho de Widman Modificado 32 Figura 13.Sutura realizada anteriormente a aplicação do Gel. 33 Figura 14. Gel aplicado sobre a superficie 33 Figura 15. Reposicionamento do retalho e sutura final 33 Figura 16. RX após 6 meses 34 Figura 17. Caso clinico após 6 meses 34

SUMÁRIO I INTRODUÇÃO II REVISÃO DA LITERATURA 12 11.1 REGENERAÇÃO E REPARAÇÃO 12 11.1.1 REPARAÇÃO 12 11.1.2 REGENERAÇÃO 13 11.2 DESENVOLVIMENTO DO APARATO DE INSERÇÃO 16 11.3. CEMENT() RADICULAR 18 11.4 PROTEINA.S DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE 21 11.4.1 EMDOGAINO 22 11.4.1.1. VANTAGENS 26 11.4.1.2 SELEÇÃO DO PACIENTE 26 11.4.1.3 TRATAMENTO 26 11.4.1.4 CASO CLÍNICO 31 ifi DISCUSSÃO 35 CONCLUSÕES 40 BIBILOGRAFIA 41

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que me deu saúde e força para chegar ao final deste curso. Agradeço a Claudia, minha esposa, que em todos os momentos esteve ao meu lado. Aos meus pais, Adélia e Cardoso, que me deram educação e me proporcionaram sempre poder alcançar meus objetivos. Ao meu orientador, Professor Dr. Ricardo de Souza Magini, que me induziu a descoberta do EMDOGAIN, e que me ajudou durante o curso. A amiga fiel, presente em todos os momentos, Professora De Ana Paula Soares Fernandes, responsive l por esta monografia. Ao meu amigo, que foi o idealizador, responsável e sempre presente em todos os momentos, desde o inicio na Universidade até hoje, Professor Mestre Marco Aurélio Bianchini. Ao meu irmão e amigo, Dudu e minha cunhada Ângela. Ao meu grande amigo Ricardo Kioshi Takimoto, que conheci no curso e foi meu companheiro. Ao Professor José Claudio Melo Filho, que me ensinou, e com maestria os passos da Periodontia. Aos meus colegas de Curso pelos momentos de companheirismo e descontração. Ao amigo Fernando Melo pela ajuda constante durante os momentos cirúrgicos da minha dupla. Aos meus companheiros de trabalho da Clinica Sorridente, em especial a colega e amiga Vera. Ao Professor Nicolas Matheos, da Universidade de Malmo, na Suécia pelo incentivo e apoio na realização deste trabalho, enriquecendo-o através de sua experiência e de sua equipe no tema abordado, cedendo grande parte de material utilizado. As meninas do CEPID: Roseli, Fabiane, Susan pela incansável paciência e apoio durante este curso. Agradeço finalmente a todos que de alguma forma fizeram parte da realização deste trabalho, ora incentivando-me, ora torcendo por mim e dando-me de alguma forma forças para a conclusão do mesmo.

"Para se alcançar um sonho, alguns ingredientes são necessários: força de vontade, crença, busca e nunca deixar que nos roubem este sonho. Certamente minha força de vontade aliada ao meus esforço, somado com a busca e crença neste sonho sobrevivendo a todos obstáculos que insistiam a roubar-me o sonho, me levaram a ter como resultado o meu sonho realizado e a vontade de sonhar mais e buscar mais estes sonhos de forma constante e incansável..." (Daniel Ferrari Cardoso)

I INTRODUÇÃO A terapia periodontal tem como objetivos a detenção do processo de doença, na prevenção da recorrência da doença e na regeneração do periodonto perdido. Entende-se esta regeneração como uma reconstrução de um ligamento periodontal funcionalmente orientado e inserido em novos cemento e osso alveolar e pode ser determinado somente por exames histológicos dos tecidos reparados após a cirurgia. Evidências da ocorrência de regeneração periodontal podem ser encontradas em vários estudos e revisões de literatura. 0 tratamento das sequelas resultantes da doença periodontal (perdas ósseas e de inserção), bem como das alterações mucogengivais, ganhou impulso na última década através do surgimento de diversos biomateriais. Tais materiais com suas características biológicas de estimulo e/ou condução do processo regenerativo do periodonto, têm mostrado resultados clínicos e histológicos promissores, e tem sido foco de pesquisas e estudos. Pode-se destacar entre estes materiais as Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte (PDME). No final da década de noventa, os derivados de matriz de esmalte foram introduzido a literatura periodontal, e sua utilização tem demonstrado potencial para mediar a regeneração periodontal em humanos. 0 produto tem demonstrado ser uma opção no tratamento de defeitos ósseos e potencialmente como coadjuvante para técnicas que visam o recobrimento radicular. Este trabalho tem como principal objetivo realizar uma revisão literária sobre o EMDOGAIN, bem como elucidar o cirurgião dentista sobre a utilização desta técnica como opção em tratamentos que necessitam de regeneração tecidual.

II REVISÃO DA LITERATURA HI REGENERAÇÃO E REPARAÇÃO A utilização das Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte tem como principal objetivo a regeneração do aparato periodontal perdido por algum tipo de patologia periodontal. Segundo CARRANZA, 1997, a regeneração e a reparação são aspectos da cicatrização periodontal que possuem significado especial nos resultados que se pode obter de um tratamento (CARRANZA NEWMAN, 1997). t importante um correto entendimento sobre regeneração e reparação. 11.1.1 REPARAÇÃO Reparo pode ser definido como "Processo de reposição do tecido destruido observado após a extinção dos agentes flogisticos (GUIDUGLI-NETO, 1997). A reparação simplesmente recupera a continuidade da gengiva marginal doente e restabelece um sulco gengival normal no mesmo nível da raiz que o da base da bolsa periodontal. Esse processo chamado cicatrização por reparação, pára a destruição óssea sem necessariamente aumentar altura do osso. A restauração do periodonto destruido envolve a mobilização de células dos tecidos eptelial e conjuntivo na área danificada e o

aumento das divisões mitóticas locais para prover um número de células suficiente (CARRANZA e NEVVMAN, 1997) WILSON, 1999 definiu reparo como a cicatrização da ferida através do tecido que não é totalmente restaurado pela arquiteura ou função antiga. WILSON afirmou ainda que o reparo ocorre mais freqüentemente nos procedimentos periodontais nos quais o objetivo principal não é regeneração, portanto o reparo não resulta na restauração da forma original do aparato periodontal (novo cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) e muito menos da função original. 11.1.2 REGENERAÇÃO "Organização tecidual com substituição das células mortas ou lesadas por novas células, idênticas as originais". (GUIDUGLI-NETO, 1997). CARRANZA E NEWMAN, 1997 definiram regeneração como o crescimento e diferenciação de novas células e substâncias intracelulares para formar novos tecidos ou parte deles. Afirmaram ainda, que a regeneração ocorre pelo crescimento do mesmo tipo de tecido que foi destruido ou de seu precursor. No periodonto, o eptélio gengival é substituído por eptélio, e o tecido conjuntivo subjacente e o ligamento periodontal são derivados do tecido conjuntivo. 0 osso e o cemento não são substituídos por osso ou cemento existente, mas pelo tecido conjuntivo que é o percusor de ambos. A regeneração do periodonto é um processo fisiológico continuo. Sob condições normais, novas células e tecidos estão constantemente sendo formados para substituir aqueles que amadurecem e morrem. Isto é chamado de reparação e ruptura. Ela se manifesta pela atividade mit6tica no eptélio da gengiva e no tecido conjuntivo do ligamento

periodontal, pela formação de novo osso e pela deposição continua de cemento. (CARRANZA e NEWMAN, 1997).Vale ressaltar que CARRANZA e NEWMAN em 1997 afirmaram ainda que a regeneração ocorre também durante doença periodontal destrutiva. As doenças gengivais e periodontais são em maioria processos inflamatórios crônicos, e como tal, são lesões cicatrizantes. A regeneração é parte da cicatrização, entretanto, a bactéria e os produtos bacterianos que perpetuam o processo da doença, e a exsudação inflamatória que eles provocam, são prejudiciais is células e tecidos em regeneração que impedem a conclusão da cicatrização. WILSON, 1999 definiu regeneração como a reprodução ou reconstituição de uma parte perdida ou injuriada, como por exemplo a formação de um novo cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, perdidos devido a uma doença periodontal. 0 termo regeneração é definido como uma reprodução ou reconstituição de uma parte perdida ou afetada, de tal forma que a arquitetura e a função dos tecidos dessas áreas sejam completamente curados. Portanto, a regeneração do aparato periodontal de sustenção (periodonto) inclui a reconstituição do cemento, do ligamento periodontal e osso alveolar. (LINDHE, 1999). Uma alternativa para se obter a regeneração periodontal é tentar imitar os eventos que acontecem durante o desenvolvimento da raiz dentária. Existem evidências crescentes de que as células da bainha epitelial de Hertwig (BEH), que é a extensão apical do órgão do esmalte, secretam proteínas durante a formação radicular e que estas estão envolvidas na formação do cemento acelular durante o desenvolvimento dentário (FIGUEIREDO et al, 2002)

A regeneração promove a restituição da integridade anatômica e funcional do tecido. Todo o procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde existem células lábeis ou estiveis, isto 6, células que detêm a capacidade de se regenerar através de toda a vida extra-uterina (por exemplo, células epiteliais, do tecido hematopoiético etc.); por intermédio da multiplicação e organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao original. Além dessa condição, a restituição completa só ocorre se existir um suporte, um tecido de sustentação (como parênquima, derma da pele etc.) subjacente ao local comprometido. Esse tecido é o responsável pela manutenção da irrigação e nutrição do local, fatores essenciais para o desenvolvimento da regeneração dentro dos padrões normais (Ibidem). As fases da regeneração incluem um momento em que há demolição das células lesadas e inflamação, seguido por intensa proliferação (respectivamente, fases de demolição e progressão). Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para explicar o processo regenerativo, envolvendo, dentre outros, elementos humorais, circulatórios etc. Atualmente sabe-se que algumas proteínas da matriz extracelular estimulam a proliferação celular, bem como existem alguns genes responsáveis pela mitose celular. As experiências nesse campo hoje em dia são bem atuantes.(guidugli-neto, 1997) Um conceito importante a ser considerado nos processos de regeneração é a diferenciação celular, transformações que a célula desenvolve durante seu ciclo de vida pelas quais vai adquirindo especializações; assim, uma célula embrionária, para atingir o "status" de célula epitelial, passa por estágios de transformação (principalmente de suas organelas e de seu metabolismo) até assumir um comportamento de célula epitelial. Nos processos regenerativos, em geral, quanto mais diferenciada for uma célula (isto 6, mais especializada), menor é seu grau de multiplicação e regeneração. Contudo, esse principio não pode ser generalizado para todos os tipos celulares, pois a localização e a capacidade da célula de sofrer agressões influenciam em seu comportamento regenerativo. Por exemplo, as células da mucosa bucal (células lábeis) são mais facilmente regeneradas do que as de

pele (também lábeis); já as células da medula óssea (novamente lábeis) tem regeneração completa. (GUIDUGLI-NETO, 1997) Os procedimentos periodontais regenerativos são empregados nos casos em que se espera que o resultado do tratamento melhore a arquitetura gengival local, e a função e prognóstico dos dentes envolvidos na periodontite (Lindhe, 1999). Proteínas derivadas da matriz do esmalte (PDME), tendo amelogenina como seu principal componente, tem sido utilizadas como material para regeneração periodontal baseado em evidencias de que as mesmas são ativas durante a embriogenese do cemento. EMDOGAIN (BIORA AB, Malmo, Suécia) é a formulação comercial atualmente disponível para o clinico. EMDOGAIN é composto por amelogenina suína, que é homóloga à humana, evitando assim reações imunológicas indesejadas (FIGUEIREDO et al, 2002) Este material é composto primariamente de amelogeninas e proteínas relacionadas que são derivadas de partes do germe dentário de porco. A detecção de proteínas de matriz de esmalte entre a dentina periférica e o cemento em crescimento fornece o conceito básico para o uso de um material derivado de matriz de esmalte na terapia regenerativa (ROSENBERG et al, 2001) 11.2 DESENVOLVIMENTO DO APARATO DE INSERÇÃO CARRANZA e NEWMAN em 1997, descreveram o desenvolvimento do aparato de inserção da seguinte maneira: Após a formação da coroa, o estrato intermediário e o retículo estrelado do órgão do esmalte desaparecem. Os eptélios externo e interno do órgão do esmalte permanecem e

formam o eptélio reduzido do órgão do esmalte. A porção apical do mesmo constitui a Bainha Eptelial de Hertwig, que continuará a desenvolver-se apicalmente e determina a forma da raiz. Antes do inicio da formação da raiz, a bainha eptelial inclina-se horizontalmente na futura junção amelo-cementdria, estreitando a abertura cervical e formando o diafragma eptelial. Após o inicio da formação da dentina, a bainha eptelial de Hertwig rompe-se e praticamente desaparece; as células reamanescentes formam agrupamentos epteliais, os restos epteliais de Malassez A ruptura da bainha eptelial de Hertwig permite que as células mesenquimais do foliculo dental contactem a dentina, iniciando a formação de uma camada continua de cementoblastos que começam a depositar uma rede de fibras coldgenas irregulares distribuídas de uma forma esparsa em uma substância fundamental amorfa irregularmente arranjada ou matriz, denominada de précemento ou cement6ide. É seguida por uma fase de maturação da matriz, que se mineraliza, para formar o cemento. Cementoblastos inicialmente separados do cemento por cement6ide não calcificado ficam por vezes aprisionados na matriz. Uma vez aprisionados são denominados de cement6citos, e permanecem viáveis de maneira semelhante aos osteócitos. O órgão do esmalte, incluindo a bainha eptelial é envolto por uma camada de tecido conjuntivo chamada saco dental. A zona imediatamente em contato com o órgão dental e continua com o ectomesênquima da papila dental é denominado de foliculo dental e consiste em fibroblastos indiferenciados. Á medida que a coroa se aproxima da mucosa oral durante a erupção dental, estes fibroblastos tornam-se ativos e iniciam a produção de fibrilas coldgenas. Inicialmente estas fibras não tem uma orientação, mas adquirem em pouco tempo uma orientação obliqua em relação ao dente. Os primeiros feixes colágenos aparecem, então, na região imediatamente apical à junção amelo-cementdria e dão origem ao grupo de fibras gengivodentais. Conforme a erupção continua, surgem fibras coldgenas adicionais, que se inserem ao cemento recém formado e ao osso. As fibras transeptais e da crista alveolar desenvolvem-se quando o dente surge na cavidade oral. A deposição de osso alveolar ocorre simultaneamente à organização do ligamento periodontal. CARRANZA e NEWMAN em 1997 relataram que em estudos feitos em macacos, observou-se que durante

a erupção, as fibras cementdrias surgem primeiro, seguidas pelas fibras de Sharpey que emergem do osso. Tais fibras de Sharpey são em número menor e encontram-se mais espassadas do que as que emergem do cemento. Em um estagio posterior, as fibras alveolares estendem-se na zona média, alcançando as extensões das fibras cementirias e adquirindo sua orientação clássica, espessura e resistência quando a função oclusão é estabelecida. 11.3. CEMENTO RADICULAR Cemento radicular é um tecido calcificado especializado que recobre as superficies radiculares dos dentes e, ocasionalmente, pequenas porções das coroas dos dentes. Possui muitas características comuns ao tecido ósseo. Não apresenta vasos sanguineos e linfáticos, não tem inervação, não sofre remodelação e reabsorção fisiológica, porém caracteriza-se pela deposição continua ao longo da vida (Lindhe, 1999). A porção mineral do cemento é formada principalmente por cristais de hidroxiapatita (65% peso). Desempenha diferentes funções: insere as fibras do ligamento periodontal a raiz e contribui para o processo de reparo após danos a superficie radicu lar. (Ibidem). A bainha epitelial de Hertwig (BEH) constitui a extensão apical do órgão dentário e a camada interna desta bainha representa a extensão da camada ameloblastica na coroa. Tem sido proposto que proteínas dessa bainha epitelial estejam envolvidas na formação do cemento acelular. Tanto estudos feitos através de microscopia eletrônica de varredura em molares de ratos como estudos radiográficos em incisivos de macacos demonstram que as células da BEH exibem organelas sugestivas de atividade secretora. Em ratos, estes produtos secretores não parecem ser amelogenina. Contudo, em humanos, tem sido mostrada a presença de amelogenina na região apical da raiz do dente em desenvolvimento,

sugerindo que proteínas relacionadas à formação do esmalte estejam envolvidas na formação do cemento acelular(figueired0,2002). Existem dois tipos de cemento : celular e acelular. 0 cemento primário ou acelular, é formado em associação com a formação da raiz e a erupção do dente e o cemento celular ou secundário se forma após a erupção do dente e, também, em resposta a demandas funcionais. Áreas da superfície radicular podem ser alternadas com cemento celular e acelular(lindhe, 1999). A espessura do cemento, segundo ZANDER & HURZELER28 (1958), na metade coronária da raiz varia de 16 a 60 micrômetros. Atinge sua maior espessura (de 150 a 200 micrômetros) no terço apical e também nas áreas de bifurcações e trifurcações. A espessura média do cemento triplica entre 11 e 70 anos de idade, sendo maior o aumento na região apical, sendo descrita pelos autores uma espessura de 95 micrômetros aos 20 anos e 215 aos 60 anos. SCOTT & SYMONS (1980) relatam que uma vez que parte do dente tenha emergido na cavidade bucal, o epitélio reduzido do esmalte é conhecido como aderência epitelial ou epitélio de unido, o qual faz a ligação dos tecidos gengivais à coroa do dente. Com a erupção continua a gengiva e o sulco gengival migram no sentido de raiz deixando o dente descoberto de epitélio. A migração gengival ocorre até que o dente entre em oclusão com o antagonista. Até depois do dente ter entrado em oclusão a gengiva e o sulco gengival tendem a deslocar até alcançar a unido cemento-esmalte, de modo que a aderência epitelial fica parte sobre esmalte e parte sobre dentina. Quando o esmalte atinge seu desenvolvimento, segundo LINDHE (1999), as células produtoras de esmalte (ameloblastos) sofrem uma redução em sua altura, produzem uma lamina basal e formam, juntamente com as demais células do epitélio adamantino externo,

o assim chamado epitélio reduzido do esmalte. A lamina basal fica em contato direto com o esmalte; o contato entre esta lamina e as células epiteliais é mantido por hemidesmossomas. O epitélio reduzido do esmalte circunda a coroa do dente a partir do momento em que o esmalte se torna adequadamente mineralizado até que o dente começa a sua erupção. medida que o dente em erupção aproxima-se do epitélio oral, as células da camada externa do epitélio reduzido do esmalte bem como as células da camada basal do epitélio oral apresentam aumento de atividade mitótica. Durante a erupção dentária, o epitélio reduzido do esmalte é gradativamente transformado em epitélio juncional. nas fases terminais da erupção dentária todas as células do epitélio reduzido do esmalte são transformadas em epitélio juncional. 0 autor ressalta também o envelhecimento do periodonto, que na gengiva ocorre diminuição na queratinização; redução ou manutenção dos pontilhados; aumento da largura de gengiva inserida; ; aumento de substâncias intercelulares e diminuição de células no tecido conjuntivo; o potencial de queratinização do palato não muda com a idade; no ligamento periodontal há aumento de fibras elásticas; no osso alveolar diminuição da vascularidade, há maior reabsorção.. Em estudo das modificações estruturais do periodonto sadio com o decorrer da idade, CRACA et al (1991) encontram o ligamento periodontal mais largo nas regiões cervical e apical. 0 cemento se apresenta mais espesso com o passar da idade, as fibras de Sharpey sofrem modificações apresentando-se ondulantes em vez de reta como nos mais jovens. 0 osso lamelar sofre modificações, podendo substituir porções do cemento no dente. Os resultados concluem que ocorre erupção ativa no homem, causando modificação na espessura do ligamento periodontal e no cemento apical na dire* das fibras de Sharpey dentro do cemento; o cemento pode sofrer modificações durante toda a vida, podendo até ocorrer deposição de osso na dentina.

11.4 PROTEINAS DERIVADAS DA MATRIZ DE ESMALTE Em 1997, o derivado de matriz de esmalte foi introduzido na literatura periodontal e, desde então, tem demonstrado potencial para mediar a regeneração periodontal tanto em humanos quanto em sistemas de modelo animal. (ROSENBERG,et al 2001) Este material é composto primariamente de amelogeninas e proteínas relacionadas que são derivadas de partes do germe dentário de porco. A detecção de proteínas de matriz de esmalte entre a dentina periférica e o cemento em crescimento fornece o conceito básico para o uso de um material derivado de matriz de esmalte na terapia regenerativa (Ibidem). PDME tem sido utilizada para promover neoformaçã'o do cemento inserido dentina subjacente em estudos experimentais. 0 mecanismo de ação não é completamente conhecido, mas sugere-se que simule o papel das proteínas do esmalte na cementogênese. Assim, a deposição temporária de proteínas da matriz do esmalte sobre a superfície radicular seria um passo essencial para induzir a neoformação de cemento acelular, que pode eventualmente ser seguida pela formação de um novo ligamento periodontal e osso alveolar. 0 uso das proteínas do esmalte em conjunto com a cirurgia periodontal regenerativa parece promover uma matriz extracelular natural para re-colonização de superficies radiculares previamente doentes por células que expressam o fen6tipo do cementoblasto (FIGUEIREDO, 2002). Durante os últimos 20 anos, proteínas relacionadas ao esmalte têm sido associadas com a formação de cemento. Estudos longitudinais mostram a formação do cemento acelular de fibras extrínsecas, tipo II, em seguida à utilização do EMDOGAIN. cemento tipo II forma-se concomitantemente com a dentina e na presença da bainha epitelial de Hertwig, desenvolvendo um papel importante como tecido de sustentação graças à presença de fibras coligenas (fibras de Sharpey) incorporadas a maior parte de sua

extensão. É interessante notar também que as células perto da superficie radicular parecem carregar a mensagem não apenas para formação de cemento acelular, mas também para formação do ligamento periodontal e osso alveolar (FIGUEIREDO, 2002).. A descoberta de um veiculo ideal para transportar e manter as PDME na região necessária foi fundamental para a sua comercialização. As PDME têm características hidrófobas, o que causa agregação protéica em áreas úmidas, além de se tornarem praticamente insolúveis em ph fisiológico e temperatura corporal. A solubilidade aumenta em p1-1 ácido e/ou alcalino, e em baixa temperatura. Uma formulação liquida adequada deve, desta forma, ter um ph não neutro e permitir uma precipitação gradual de matriz quando condições fisiológicas são restabelecidas. Quando as PDME foram dissolvidas em diferentes veículos e aplicadas em dentina desnuda em modelo experimental, apenas o veiculo A base de alginato de propileno glicol (PGA) deu resultados similares àqueles sem veiculo quando analisados in vitro. A viscosidade do PGA é notadamente reduzida em ph neutro e perde-se pouco material na Area cirúrgica após a aplicação. Os outros veículos, que são estáveis em ph neutro, quando expostos As proteínas parecem excluir as células do ligamento periodontal (FIGUEIREDO, 2002). De acordo com CATON, 1997, com desenvolvimento e aprovação destas proteínas dá-se o inicio de uma nova fase na terapia de regeneração periodontal. Isto pode estimular introdução de novas terapias que atuem a nível celular e molecular para se obter uma melhora da cicatrização da ferida periodontal. 111.4.1 EMDOGAIN EMDOGAIN, é um produto sueco que por meio natural, regenera o tecido do periodonto (cemento, ligamento e osso ) perdido do dente como resultado de uma doença

periodontal. Não é um enxerto, é o único produto que utiliza uma proteína, a amelogenina que induz a formação das estruturas de suporte do dente. É bastante utilizado nos Estados Unidos e Europa e amplamente utilizado na Suécia ha dez anos. JA é sucesso em pacientes e nestes países tem-se cerca de 177.000 casos protocolados (HELP MED, 2002) Segundo HEIJI, 1997, a barreira de membrana tem sua ação muito diferente do EMDOGAINS. Afirmou que a membrana é estritamente um obstáculo físico sem efeitos farmacodinâmicos e que sua função impede o crsecimento inferior do eptélio enquanto adiciona estabilidade ao defeito. A membrana procura criar um meio ambiente que permita ocorrer 'a seqüência natural da atividade celular. 0 autor afirmou também que o EMDOGAIN em contraste, induz esta cascata de ocorrência de eventos através da célula sinalizada, atraindo, migrando, proliferando e diferenciando.(heiji, 1997). De acordo com FIGUEIREDO et al, 2002, as proteínas derivadas da matriz de esmalte, tendo amelogenina como seu principal componente tem sido utilizado como material para regeneração periodontal baseado nas evidências de que as mesmas são ativas durante a embriogênese do cemento, e o EMDOGAIN é a formulação comercial atualmente disponível pelo clinico, desenvolvido pela BIORA AB, em Malmo, Suécia e é composto por amelogenina suína que é homóloga a humana, evitando assim, reações imunológicas indesejadas. Em recente estudo In vitro em 1999 no encontro da International Assosciation of Dental Research, EMDOGAIN foi demonstrado por ter um efeito impeditivo no crescimento da célula epitelial. 0 crescimento da célula epitelial é pobre na presença de EMDOGAINID, e as taxas de indução das células mortas são significativamente aumentadas. Este fenômeno biológico, conhecido como apoptose da célula tem o mesmo efeito da membrana contra o crescimento inferior do epitélio. Quando aplicado na superfície da raiz do dente, EMDOGAIN forma uma matriz que localmente estimula a

resposta regenerativa nos tecidos adjacentes. Células mesenquimais são atraidas à matriz de proteína de EMDOGAIN o.a presença de EMDOGAIN nestas células aumenta seu crescimento e habilidades de duplicação e começa a aderir e a popular a superficie da raiz do dente.(heiji, 2000). MENDES, em 2000 definiu o EMDOGAIN como um material constituído por proteínas derivadas da matriz de esmalte, sendo a amelogenina seu maior componente. Afirmou também que o EMDOGAIN tem sido considerado uma substancia capaz de promover regeneração do cemento acelular, ligamento periodontal e osso alveolar perdidos por doença periodontal. HEIJI, 2000 afirmou que ocorre também o aumento intracelular de monofosfato de adenosina silica (camp) que sugere que o crescimento da célula na presença de EMDOGAIN gera sinais internos que poderão ser parte do caminho para regulação do crescimento e diferenciação. Este aumento intracelular camp coincide com níveis de aumento no fator de produção de crescimento. 0 ligamento periodontal da célula interage com EMDOGAIN gerando um aumento da produção do fator de crescimento "Transformando o Fator de Crescimento.1 (TGF -.1) e" "Placa de Fator de Crescimento Derivado" (PDGF) A e B, que influência na cicatrização e formação óssea. Finalmente, EMDOGAIN induz o processo regenerativo, evidencias sugerem que uma condensação do coldgeno ocorre e o processo de mineralização do osso alveolar começa a uma certa distância da superfície da raiz. A barreira de membrana propicia um crescimento do osso oposicional crescimento na periferia do defeito ósseo contra a superfície da raiz do dente. Com I Ml)(XiAI N N, é hipotetizado que o corpo forma estes tecidos a partir da superfície da raiz do dente exterior, o deposito de cementação na superfície da raiz, a formação periodontal do ligamento e finalmente, a mineralização do osso alveolar como que nascendo no dente em desenvolvimento( HEIJI, 2000).

O EMDOGAINS vem em duas apresentações, 0,7m1 e 0,3 ml, como pode-se observar na figura 1.. A primeira para aplicação em até 4 elementos dentários e a segunda em um único elemento. (HELP MED,2002). De acordo com FIGUEIREDO et al, 2002, o número de trabalhos clínicos é restrito, porém estes descrevem resultados satisfatórios, com alta tolerabilidade imunológica, quando o EMDOGAIN, uma formulação comercial das PDME de origem suma associadas a um veiculo a base de alginato de propileno glicol (PGA), é associado a cirurgias periodontais visando regeneração. unilvfivim0 g Em doga irfgel I WWI Mo., MP' 0.0.1.- o '''' 1; 5444 Figura 1. Apresentação Comercial do Emdogain C) Gel Figura 2. Apresentação Comercial Interna Figura 3. \ preseutito Come ia! PrefGel do Emdogain Gel

11.4.1.1. VANTAGENS HEIJE em 2000 enumerou algumas vantagens para a utilização do EMDOGAIN, tais como: 0 tratamento com Emdogain elimina os lados inferiores associados com o uso da membrana; é conveniente e amigável de inúmeras maneiras ao tecido; não requer preparações adicionais da Area e adiciona um pequeno tempo ao procedimento; Não há risco da exposição do material ou a necessidade de uma segunda cirurgia; é de fácil uso; rendimento efetivo para a apresentação de 30 mg pode tratar de 3-4 defeitos periodontais em um único paciente 11.4.1.2 SELEÇÃO DO PACIENTE De acordo com WILSON, 1999, pacientes sem fatores de risco (locais e sistémicos) tem melhor prognóstico a terapia. Este autor afirmou ainda que devem ser cuidadosamente levados em consideração algumas etapas para obtenção de sucesso quando indicação da utilização das Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte tais como: exame clinico e radiográfico, identificação de fatores de risco, desenvolvimento de um plano de tratamento adequado, terapia e manutenção. 11.4.1.3 TRATAMENTO Constatada a indicação do EMDOGAIN, então parte-se para a técnica a qual esta descrita a seguir (HELP MED,2002):

a) Anestesia 0 anestésico é aplicado na área cirúrgica através da técnica de bloqueio ou infiltração no invólucro mucogengival. Evite utilizar anestesia local com adrenalina na região interdental na gengiva marginal adjacente ao defeito periodontal a ser tratado, como ilustra a figura 4 Figura 4. Etapa Cirúrgica I- Anestesia b) Abertura cirúrgica do campo: Para o tratamento de periodontite moderada á. severa, recomenda-se uma cirurgia de retalho. 0 objetivo desta cirurgia é a remoção de placa bacteriana e do cálculo que se formou entre o dente e a linha de base da gengiva. Para se alcançar este objetivo, a área afetada deve ser cirurgicamente exposta assim o defeito periodontal possa ser visualizado, como ilustra a fig.5 Figura 5. Etapa Cirúrgica 2-Incisão

c) Remoção do material granulado : Uma vez exposta a area, o cirurgião dentista deve com um instrumento cirúrgico remover o calculo e o acúmulo bacteriano que se aderiu á superfície dentária. Após a remoção do material granulado do sitio (fig.6), Figura 6. Etapa Cirúrgica 3 Remoção do material granulado d) Remoção da Smearlayer Condicione a superfície da raiz com PrefGeITM uma preparação de EDTA 24%, por dois minutos. Lave abundantemente com solução salina. Evite a contaminação da superfície da raiz limpa e condicionada com sangue ou saliva após a última lavagem. (fi gura7) Figura 7. Etapa Cirúrgica 4 Aplicação do PrefGel TM e) Aplicação do EMDOGAIN :Uma vez que a superfície se encontra livre de dedritos e contaminações, o EMDOGAINS gel é aplicado na superfície radicular. Aplique Emdogain * Gel imediatamente na superfície da raiz exposta e limpa. Inicie pelo nível apical e aplique Emdogain * Gel

de maneira que cubra toda a superficie da raiz..(figura 8). 0 excesso de Emdogaint Gel transbordará na margem da gengiva quando suturado o retalho. Figura 8. Etapa Cirúrgica 5 Aplicação do EMDOGAIN gel Sutura: Realizada após a aplicação do EMDOGAIN 0 fechamento primário e a otimização da estabilidade do ferimento sempre será nosso objetivo. Se julgar necessário, para um bom fechamento primário, o retalho pode ser reforçado através da fenestração do periósteo. Utilize suturas de materiais não irritantes.(figura 9). Figura 9. Etapa Cirúrgica 6 Sutura g) Recomendações ao paciente: Bochechos com, clorexidine e somente realizar escovação seis semanas após o tratamento. Avaliações clinicas não devem ser feitas antes de 6 meses após a cirurgia. Um novo ligamento

funcional constituído de cemento, ligamento periodontal e osso alveolar se formará. Como ilustra a figura 10. Antes do Dias Semanas Meses Mais de tratamento I ano Figura 10 Resultados esperados após aplicação do EMDOGAIN, dias, semanas, meses e um ano. Vale ressaltar que após a aplicação cirúrgica a proteína se auto agrupa e forma uma matriz insolúvel na superficie radicular. Células potenciais que podem recriar a estrutura periodontal perdida, inclusive óssea, são atraidas por esta matriz para começar o processo de regeneração. Após algumas semanas, um novo ligamento incluindo a formação óssea, se inicia e subsequentemente, um novo osso alveolar preencherá o defeito, e após alguns meses, um novo ligamento com cemento e osso é formado ao longo da raiz tratada. E importante perceber que a nova formação do ligamento do dente e osso alveolar continua por um longo período, em alguns casos, por mais de um ano (HELP MED,2002). 0 custo atual do kit completo EMDOGAIN de acordo com a HELPMED está aproximado em R $ 1.000,00, (este custo pode ser observado na tabela 1.) e poucos profissionais fazem uso deste material devido ao elevado custo.em virtude deste custo elevado, foi inviável a realização de cirurgia ao decorrer do curso utilizando o EMDOGAIN

Descrição EMDOGAIN Gel 0,3 ml Preço R $ 718,20 EMDOGAINS Gel 0,7 ml R $ 929,88 Prefgel 10 X 1,0 ml R $ 277,83 Tabela 1. Tabela referente aos pregos do EMDOGAIN.Apesar de não ter sido realizada esta cirurgia no curso, o Professor Mestre,Especialista e Doutorando em Periodontia Nikolas Matheus da Universidade de Malmo, na Suécia cedeu um de seus casos clínicos com fins ilustrativos para este trabalho, uma vez que na Universidade de Malmo tais cirurgias fazem parte da rotina clinica.a seguir será relatado o caso clinico. 11.4.1.4 CASO CLÍNICO A paciente do sexo feminino, 67 anos, procurou o atendimento da clinica de Periodontia da Universidade de Malmo, na Suécia com o intuito de tratar o elemento 15, Relatou que já havia realizado terapia periodontal neste elemento anteriormente.inicialmente foi realizada uma anamnese constatando-se que a paciente não era fumante, não apresentava nenhuma alteração sistêmica e não estava fazendo uso de nenhum medicamento e não estava sob tratamento médico.então partiu-se para exame clinico e periodontal, e observou-se os seguintes dados: Presença de bolsa no elemento 15 com tais medidas: 8 mm na mesial, 4 mm na palatina, 4 mm na vestibular e 6 mm na distal. Verificou-se também a presença de mobilidade grau III. Foi realizado o exame radiogrifico, com radiografia periapical da região, a qual corresponde a figura 11.

Figura 11. RX inicial Optou-se por utilizar a técnica de Retalho de Widman Modificado, como pode-se o retalho na figura 12. Figura 12 Abertura do campo Retalho de Widman Modificado Após a raspagem e alisamento radicular, removendo toda a camada de smearlayer, com a aplicação do PrefUel TM por 2 min, e após a regido ser lavada abundantemente com solução salina, o ENDOGAINe foi imediatamente aplicado, como esta ilustrado na figura 14.. Neste caso como ilustra a figura 13, foi realizada uma sutura prévia a aplicação, de forma frouxa com o intuito de evitar muito extravasamento do material ao se realizar a sutura final, ilustrada na figura 15.

Figura 13.Sutura realizada anteriormente a aplicação do Gel. Figura 14. Gel aplicado sobre a superfície Figura 15. Reposicionamento do retalho e sutura final

A figura 16 ilustra a radiografia da paciente 6 meses após a cirurgia, e foi realizado novo exame periodontal, com as seguintes medidas das bolsas 6 mm mesial e 4 mm na distal, e verificou-se mobilidade semelhante ao exame inicial grau III. Clinicamente os resultados apresentados eram positivos,e pode ser ilustrado pela figura 17, porém radiograficamente não observou-se melhoras na regeneração óssea. A paciente retornará para proservação aos 12 meses e posteriormente aos 24 meses verificar sucesso ou não da opção de tratamento realizado. Figura 16. RX após 6 meses Figura 17. Caso clinico após 6 meses

ifi DISCUSSÃO A utilização de Proteínas derivadas da Matriz de Esmalte tem sido bastante discutida e em alguns estudos pode-se observar algumas controvérsias quanto ao sucesso deste tipo de tratamento. Segundo CARRANZA e NEWMAN em 1997, a regeneração e a reparação são aspectos da cicatrização periodontal que possuem significado especial nos resultados que se pode obter de um tratamento GUIDUGLI-NETO, 1997 definiu reparo como "Processo de reposiviio do tecido destruido observado após a extinv do dos agentes flogisticos Também em 1997, CARRANZA E NEWMAN afirmaram que a reparação simplesmente recupera a continuidade da gengiva marginal doente e restabelece um sulco gengival normal no mesmo nível da raiz que o da base da bolsa periodontal. Esse processo chamado cicatrização por cicatriza, pára a destruição óssea sem necessariamente aumentar altura do osso. A restauração do periodonto destruido envolve a mobilização de células dos tecidos eptelial e conjuntivo na área danificada e o aumento das divisões mitóticas locais para prover um número de células suficiente. WILSON, 1999 definiu reparo como a cicatrização da ferida através do tecido que não é totalmente restaurado pela arquiteura ou função antiga. WILSON afirmou ainda que o reparo ocorre mais freqüentemente nos procedimentos periodontais nos quais o objetivo principal não é regeneração, portanto o reparo não resulta na restauração da forma

original do aparato periodontal (novo cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) e muito menos da função original. Quanto ao processo de regeneração, CARRANZA e NEWMAN, 1997 definiram que a reparação simplesmente recupera a continuidade da gengiva marginal doente e restabelece um sulco gengival normal no mesmo nível da raiz que o da base da bolsa periodontal. Esse processo chamado cicatrização por cicatriza, pára a destruição óssea sem necessariamente aumentar altura do osso. A restauração do periodonto destruido envolve a mobilização de células dos tecidos eptelial e conjuntivo na Area danificada e o aumento das divisões mitóticas locais para prover um número de células suficiente ROSENBERG,et al em 2001 relataram que em 1997, o derivado de matriz de esmalte foi introduzido na literatura periodontal e, desde então, tem demonstrado potencial para mediar a regeneração periodontal tanto em humanos quanto em sistemas de modelo animal. CATON, 1997 afirmou que com desenvolvimento e aprovação destas proteínas dáse o inicio de uma nova fase na terapia de regeneração periodontal. Isto pode estimular introdução de novas terapias que atuem a nível celular e molecular para se obter uma melhora da cicatrização da ferida periodontal. LINDHE ern 1999, definiu regeneração como uma reprodução ou reconstituição de uma parte perdida ou afetada, de tal forma que a arquitetura e a função dos tecidos dessas Areas sejam completamente curados. Portanto, a regeneração do aparato periodontal de sustenção (periodonto) inclui a reconstituição do cemento, do ligamento periodontal e osso alveolar.

HEIJE em 2000 enumerou algumas vantagens para a utilização do EMDOGAIN, tais como: o tratamento com Emdogain elimina os lados inferiores associados com o uso da membrana; é conveniente e amigável de inúmeras maneiras ao tecido; não requer preparações adicionais da área e adiciona um pequeno tempo ao procedimento; não há risco da exposição do material ou a necessidade de uma segunda cirurgia; é de fácil uso; rendimento efetivo para a apresentação de 30 mg pode tratar de 3-4 defeitos periodontais em um único paciente FIGUEIREDO et al, em 2002 sugeriram que uma alternativa para se obter a regeneração periodontal é tentar imitar os eventos que acontecem durante o desenvolvimento da raiz dentária. Existem evidencias crescentes de que as células da bainha epitelial de Hertwig (BEH), que é a extensão apical do órgão do esmalte, secretam proteínas durante a formação radicular e que estas estão envolvidas na formação do cemento acelular durante o desenvolvimento dentário FIGUEIREDO ainda em 2002 afirmou que PDME tem sido utilizada para promover neoformaçdo do cemento inserido à dentina subjacente em estudos experimentais. 0 mecanismo de ação não é completamente conhecido, mas sugere-se que simule o papel das proteínas do esmalte na cementogenese. Assim, a deposição temporária de proteínas da matriz do esmalte sobre a superficie radicular seria um passo essencial para induzir a neoformação de cemento acelular, que pode eventualmente ser seguida pela formação de um novo ligamento periodontal e osso alveolar. 0 uso das proteínas do esmalte em conjunto com a cirurgia periodontal regenerativa parece promover uma matriz extracelular natural para re-colonização de superficies radiculares previamente doentes por células que expressam o fenótipo do cementoblasto.afirmou ainda que este material é composto primariamente de amelogeninas e proteínas relacionadas que são derivadas de partes do germe dentário de porco. A detecção de proteínas de matriz de esmalte entre a dentina periférica e o cemento em crescimento fornece o conceito básico para o uso de um material derivado de matriz de esmalte na terapia regenerativa.

Segundo HEIJI, 1997, a barreira de membrana tem sua ação muito diferente do EMDOGAINS. Afirmou que a membrana é estritamente um obstáculo fisico sem efeitos farmacodindmicos e que sua função impede o crescimento inferior do eptélio enquanto adiciona estabilidade ao defeito. A membrana procura criar um meio ambiente que permita ocorrer 'a seqüência natural da atividade celular. 0 autor afirmou também que o EMDOGAIN em contraste, induz esta cascata de ocorrência de eventos através da célula sinalizada, atraindo, migrando, proliferando e diferenciando. MENDES, em 2000 definiu o EMDOGAIN como um material constituído por proteínas derivadas da matriz de esmalte, sendo a amelogenina seu maior componente. Afirmou também que o EMDOGAIN tem sido considerado uma substância capaz de promover regeneração do cemento acelular, ligamento periodontal e osso alveolar perdidos por doença periodontal. FIGUEIREDO et al relataram em 2002, que as proteínas derivadas da matriz de esmalte, tendo amelogenina como seu principal componente tem sido utilizado como material para regeneração periodontal baseado nas evidências de que as mesmas são ativas durante a embriogênese do cemento, e o EMDOGAIN é a formulação comercial atualmente disponível pelo clinico, desenvolvido pela BIORA AB, em Malmo, Suécia e é composto por amelogenina suína que é homóloga a humana, evitando assim, reações imunológicas indesejadas. HELP MED em 2002 afirmou que o EMDOGAIN, é um produto bastante utilizado nos Estados Unidos e Europa e amplamente utilizado na Suécia há dez anos, e que já é sucesso em pacientes e nestes países tem-se cerca de 177.000 casos protocolados.

De acordo com FIGUEIREDO et al, 2002, o número de trabalhos clínicos é restrito, porém estes descrevem resultados satisfatórios, com alta tolerabilidade imunológica, quando o EMDOGAIN, uma formulação comercial das PDME de origem suma associadas a um veiculo a base de alginato de propileno glicol (PGA), é associado a cirurgias periodontais visando regeneração.

CONCLUSÕES A utilização das Proteínas Derivadas da Matriz de Esmalte especificamente do EMDOGAIN clinicamente e em pesquisas, apontam resultados promissores. Diversos trabalhos recentes também têm mostrado bons resultados, mas é lógico que, por ser um material novo, os dados disponíveis ainda não são totalmente conclusivos. 0 fato é que não é um material "milagroso" - tem também suas limitaç6es. A fase atual é de testes do seu potencial efetivo no tratamento, e de sua previsibilidade para os diferentes tipos de defeitos. A utilização maciça deste material ocorrerá através de maior quantidade de resultados de estudos longitudinais que comprovem sua eficácia além de uma redução no custo deste material, comparado a outros materiais e técnicas utilizadas para a terapia periodontal.

BIBLIOGRAFIA CARRANZA e NEWMAN- Periodontia Clinica- As Estruturas de suporte do dente- Seção Um- 0 Periodonto Normal p. 32-53 Ed. Koogan Guanabara. 8 a Edição-Rio de Janeiro, RJ, 1997 CATON, J. Preface. J. Clin. Periodontal. 24:657, Sep, 1997 CRACA. K, et al, - The evolution of human periodontal tissues with aging Arch Rai Anat. Embtiol 96(2):81-92, Apr-Jun 1991 FIGUEIREDO, C.M et al- Aplicação de proteínas da matriz de esmalte na regeneração periodontal. www.apcdriopreto.com.beart cientificos2.asp. FILIPPI A, POHL Y, VON ARX T Treatment of replacement resorption with Emdogain--a prospective clinical study. Dent Traumatol Jun;18(3):138-43,2002 FROUM SJ, WEINBERG MA, ROSENBERG E, TARNOW A comparative study utilizing open flap debridement with and without enamel matrix derivative in the treatment of periodontal intrabony defects: a 12-month re-entry study J Periodontol Jan;72(1):25-34 2001 GUIDUGLI-NETO J. Elementos de Patologia Geral. Sao Paulo:Santos, 1997 http://www.usp.brifo/lido/patoartgeral/patoartegeral2.htm.. Pato Arte Geral-site de Patologia-USP FO Hamamoto Y, Kawasaki N, Jarnbring F, Hammarstrom L Effects and distribution of the enamel matrix derivative Emdogain in the periodontal tissues of rat molars transplanted to the abdominal wall Dent Traumatol Feb;18(1):12-23,2002 HEIJL.L Se não é uma barreira ou enxerto ósseo, então o que é? www.dentalspecial.com.beartigos/2002fevereiro26/artigosl.asp Enamel matrix derivative (Endogain) in the tratment of intrabony periodontal defects-j.clin.periodontal. 24:705-714 Mar. 1997.