Investigação dos elementos meteorológicos sobre os casos de Meningite na cidade de Belém/Pa no período de 2005 a 2009 parte RESUMO: Palavras chaves



Documentos relacionados
ESTUDO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS SOBRE A INCIDÊNCIA DE DENGUE NA CIDADE DE MARABÁ/PA, SUDESTE DO PARÁ (ESTUDO PRELIMINAR).

RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS E BRONQUITES AGUDA E CRÔNICA EM MACEIÓ, AL.

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS EXTREMOS DE CHEIAS NO RIO ACRE RESUMO

Estudo das variáveis meteorológicas sobre a incidência de dengue na cidade de Belém/Pa, no período de 2005 a 2009.

UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

Boletim Epidemiológico Julho/2015

E. E. DR. JOÃO PONCE DE ARRUDA DENGUE: RESPONSABILIDADE DE TODOS RIBAS DO RIO PARDO/MS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE TAMBOARA - PR, PERÍODO DE 2012 A 2014

MENINGITE. Lucila T. Watanabe. Coordenação das Doenças Imunopreveníveis e Respiratórias

FREQUÊNCIA DA TEMPERATURA MÍNIMA DO AR ASSOCIADA A EVENTOS EL NIÑO, LA NIÑA E NEUTROS NO RIO GRANDE DO SUL

MATERIAIS E METODOLOGIA

FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS GEORGE PINHEIRO RAMOS

Serviços - pressão de Inverno

Sazonalidade da temperatura do ar e radiação solar global em cidades de diferentes portes na Amazônia Brasileira.

Pesquisa de controle de desperdícios e ramais clandestinos em ligações de água residenciais unifamiliares 1

EFEITO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DO SUBMÉDIO DO VALE SÃO FRANCISCO

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MÉDICA: UM ESTUDO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB.

Análise de temperatura e precipitação em Porto Alegre-RS entre os anos de 1977 e monicawtavares@gmail.com

Avaliação das fases larva e pupa no desenvolvimento do mosquito causador da dengue

Influência de Variáveis Meteorológicas sobre a Incidência de Dengue em João Pessoa PB

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

Conceito de pesquisa

PERCEPÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA E ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES VOLTADAS À SAÚDE DO COLETIVO

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

LAUDO 015/ SMS LAUDO FISIOTERAPEUTA EM UNIDADES DE SAÚDE LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE N.º 015/2013 1

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DADOS COLETADOS POR PCD S: MÓDULOS DE VENTO, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR E RADIAÇÃO SOLAR

MODELOS ESTATÍSTICOS DE QUANTIFICAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO ASSOCIADA AS PASSAGENS FRONTAIS NO RIO GRANDE DO SUL. por

COMPARAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA DA ÁREA URBANA E DA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE VIGIA

CARACTERIZAÇÃO ESTATÍSTICA DE TENDÊNCIAS EM SÉRIES DE DADOS CLIMÁTICOS DE CHAPADINHA-MA

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

Resolução da Questão 1 Texto Definitivo

Vetores Aleatórios, correlação e conjuntas

TENDÊNCIA DE MUDANÇAS DA TEMPERATURA EM IGUATU, CEARÁ 1

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E O CLIMA EM JATAÍ-GO

Consumo de água na cidade de São Paulo. Cláudia Cristina dos Santos 1 Augusto José Pereira Filho 2

MUDANÇAS CLIMÁTICAS DOS EVENTOS SEVEROS DE PRECIPITAÇÃO NO LESTE DE SANTA CATARINA DE ACORDO COM O MODELO HADRM3P

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

OS CLIMAS DO BRASIL Clima é o conjunto de variações do tempo de um determinado local da superfície terrestre.

Curso Técnico Segurança do Trabalho. Identificação e Análise de Riscos MÄdulo 1 NoÇÉes de Higiene Ocupacional

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES LOCAIS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.

PROBLEMAS RELACIONADOS A MÁQUINAS ROTATIVAS

VARIABILIDADE MÉDIA MENSAL DE VARÁVEIS METEOROLÓGICAS EM CAXIUANÃ, ÁREA DE FLORESTA TROPICAL DA AMAZÔNIA

AVALIAÇÃO DA RELEVÂNCIA DOS PARÂMETROS INTERVENIENTES NO CONSUMO DE ÁGUA NA CIDADE DE MARINGÁ. Rodrigo Fernandes Junqueira 1

Aplicação do Controle Estatístico Multivariado no Processo de Extrusão de Tubos de PVC.

Análises estatísticas da incidência de AIDS no Município de Rio Claro. 1 Resumo. 2 Abstract

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE DADOS HORÁRIOS DE TEMPERATURA EM CURITIBA

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM ITAPERUNA - RJ

A EXPANSÃO URBANA E A EVOLUÇÃO DO MICROLIMA DE MANAUS Diego Oliveira de Souza 1, Regina Célia dos Santos Alvalá 1

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEMPORAL DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE

Taxa de ocupação e. no consumo per capita. As cidades representam demandas. Conexão

Validação das observações feitas com o pluviômetro de garrafa PET na cidade de Belém-PA.

ANÁLISE DAS ATITUDES EM RELAÇÃO À ESTATÍSTICA DE ALUNOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, FARMÁCIA E LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS DA BIOMASSA PARA GERAÇÃO DE VAPOR EM UMA CALDEIRA

Estudo da ilha de calor urbana em cidade de porte médio na Região Equatorial

BLOQUEIOS OCORRIDOS PRÓXIMOS À AMÉRICA DO SUL E SEUS EFEITOS NO LITORAL DE SANTA CATARINA

Informe Técnico: Vigilância das Meningites no Estado de Santa Catarina

Eixo Temático ET Gestão Ambiental em Saneamento PROPOSTA DE SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE POMBAL-PB: EM BUSCA DE UMA SAÚDE EQUILIBRADA

DICAS DE SAÚDE Proteja sua família

CARACTERIZAÇÃO PLUVIOMETRICA POR QUINQUÍDIOS DA CIDADE DE PIRENOPOLIS - GO

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE AVALIAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO NO OESTE DA BAHIA CONSIDERANDO AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Relações entre diferentes fases da monção na América do Sul

População e PIB das cidades médias crescem mais que no resto do Brasil

APRESENTAÇÃO. Foto 1: Imagem aérea da Ilha de Santa Catarina

VARIABILIDADE DA UMIDADE RELATIVA DO AR NA BACIA DE BARRA DOS COQUEIROS - CAÇU-GO 1

EQUAÇÃO DE CHUVAS INTENSAS PARA O MUNICÍPIO DE JOAÇABA/SC

VARIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS INFLUENCIADOS PELA SECA METEOROLOGICA EM GOIÁS

Tendência Sazonal das Temperaturas mínimas e máximas no Rio Grande do Sul. Amazônia, Manaus, AM.

VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil.

Distribuição de probabilidades

ESTIMATIVA DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL PARA O MUNICÍPIO DE CAROLINA-MA

APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: ESTUDO DOS FATORES DE ATRASO E DE ADIAMENTO DA ADAPTAÇÃO

DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES MÉDIOS ANUAIS DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL, PARA A CIDADE DE PELOTAS/RS

Criminalidade. Luciano Nakabashi Juliano Condi

OBSERVAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DA POPULAÇÃO, DE UMA MICROÁREA DE UM BAIRRO DO RECIFE-PE SOBRE DENGUE

O USO DE IRRIGAÇÃO EM PASTAGENS EM DIFERENTES REGIÕES DO PAÍS

Aula 04 Método de Monte Carlo aplicado a análise de incertezas. Aula 04 Prof. Valner Brusamarello

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Geociências

PALAVRAS-CHAVE Indicadores sócio-econômicos. Campos Gerais. Paraná.

Análise de Componente Principais (PCA) Wagner Oliveira de Araujo

PREFEITURA DO RECIFE SECRETARIA DE SAÚDE SECRETARIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE CLIPPING

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015

Multicausalidade das doenças Conceitos básicos

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

LIGAÇÃO ENTRE O EL NIÑO E POSSÍVEIS PROCESSOS DE DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

'LVWULEXLomR(VWDWtVWLFDGRV9DORUHV([WUHPRVGH5DGLDomR6RODU *OREDOGR(VWDGRGR56

Análise Exploratória de Dados

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE CISTERNAS EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE VÁRZEA-PB

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA MICRORREGIÃO DO CARIRI ORIENTAL

AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DOS SERVIÇOS OFICIAIS DE SAÚDE PÚBLICA PARA O MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. A MÉDIO E LONGO PRAZO

RELACÃO CANDIDATOS E VAGAS NO VESTIBULAR PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS DE 2007/1 A 2010/2 - UNEMAT/ CUTS

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

Características microclimáticas em área de clareira na Amazônica

CARACTERIZAÇÃO DOS FLUXOS DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS DE FLORESTA TROPICAL, FLORESTA DE TRANSIÇÃO E PASTAGEM PELO MODELO DE BIOSFERA TERRESTRE IBIS

VARIAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA DO RIO SOROCABA-SP

Resumo. pela presença extra, total ou parcial, do cromossoma 21. Assim, existe uma alteração

A análise descritiva dos resultados foi levada a efeito utilizando a planilha Excel 98.

Boletim Epidemiológico

EVOLUÇÃO TEMPORO-ESPACIAL DAS MENINGITES NO ESTADO DO PARANÁ AO LONGO DO SÉCULO XX: ABORDAGEM CLIMATOLÓGICA

Transcrição:

Investigação dos elementos meteorológicos sobre os casos de Meningite na cidade de Belém/Pa no período de 2005 a 2009 parte 3. Leandro Michell Moraes de Assis 1, Helder José Farias da Silva 2, Maria do Carmo Felipe de Oliveira 3, Natália Fabiana Cantuária da Silva 4, Renata Sena Viana 6, Edson José P. da Rocha 5 1,2,4,6 Alunos de graduação da Universidade Federal do Pará helderlagoia@hotmail.com, leandrommassis@ibest.com.br, nattcantuaria1@hotmail.com, rsenav@gmail.com, 3,5 Professores da Universidade Federal do Pará oliveiramaca@gmail.com, eprocha@ufpa.br RESUMO: O termo meningite expressa a ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005), A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes nao-infecciosos (ex: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde publica, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. O principal vetor e o homem no caso da meningite tuberculosa, outros animais, em especial o gado bovino, podem ser reservatórios da doença. Em geral, a transmissão e de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato intimo (residentes na mesma casa, colega de dormitório ou alojamento, namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. As alterações climáticas influenciam na dinâmica da doença, de um modo geral, a sazonalidade da doença caracteriza-se pelo predomínio das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005). Este trabalho teve como objetivo estudar a ligação das variáveis meteorológicas sobre os casos da meningite na cidade de Belém-Pa, no período de 2005 a 2009, utilizando-se da Estatística e suas técnicas de correlação, mediante os elementos meteorológicos, e os possíveis efeitos das variações desses, visando entender o comportamento sazonal e melhorar o controle sobre essa patologia, a fim de dá auxílios aos órgãos competentes. A evolução da meningite apresentou associação fraca a moderada, dos elementos meteorológicos estudados com os casos de meningite. Constata-se que a temperatura mínima, precipitação, umidade relativa do ar e temperatura média do ar estão correlacionadas em apenas 1, 34, 41 e 46% (correlação fraca), respectivamente, dos casos de meningite, e a temperatura máxima caracteriza maior associação com 62% (correlação moderada), conseqüentemente maior coeficiente de explicação da mesma sobre à meningite. Palavras chaves: Meningite, variáveis meteorológicas, técnicas estatísticas. ABSTRACT: The term meningitis expresses the occurrence of an inflammation of the meninges, the membranes surrounding the brain (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005), meningitis may be caused by various infectious agents such as bacteria, viruses and fungi, among others, and also by non-infectious agents(eg, trauma). Meningitis that are origined by infectious, especially those caused by bacteria and viruses are the most important from the standpoint of public health, because of their magnitude of occurrence and their potential to produce outbreaks. The main affected body is the human being, in t case of tuberculous meningitis. Other animals, especially cattle, can be reservoirs of the disease. Generally, it's transmitted from person to person through respiratory tract droplets and secretions from the nasopharynx, and requires close contact (by living in the the same house, dorm or co-housing, boyfriend) or direct contact with respiratory secretions of patient. Climate change will influence the dynamics of the disease, in general, the seasonality of the disease is characterized by the predominance of bacterial meningitis in the winter and of viral in the summer (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005). This paper aimed at studying the connection of meteorological variables on cases of meningitis in the city of Belém, PA from 2005 to 2009,

we used statistics and their correlation techniques, by the meteorological elements, and their possible effects of variations, in order to understand the seasonal behavior and improve control over this disease in order to give aid to the relevant bodies. The development of meningitis was mildly and moderately associated with the meteorological elements studied in cases of meningitis. It appears that the minimum temperature, precipitation, relative humidity and air temperature are correlated on only 1, 34, 41 and 46% (weak correlation), respectively, of cases of meningitis, and the maximum temperature has greater association with 62% (moderate correlation), therefore it's a higher coefficient of explanation of it onto meningitis. Keywords: Meningitis, meteorological variables, statistical techniques. 1 - INTRODUÇÃO O termo meningite expressa a ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005), A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes nao-infecciosos (ex: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde publica, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. O principal vetor e o homem no caso da meningite tuberculosa, outros animais, em especial o gado bovino, podem ser reservatórios da doença. No entanto, o homem com a forma pulmonar baculífera e o reservatório de maior importância epidemiológica. Em geral, a transmissão e de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato intimo (residentes na mesma casa, colega de dormitório ou alojamento, namorado) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente. Geralmente a incidência da doença é maior em países em desenvolvimento, especialmente em áreas com grandes aglomerados populacionais. Tal constatação pode ser justificada pela precariedade dos serviços de saúde e condições de higiene e pela facilidade maior de propagação em locais fechados ou aglomerados. Por este último motivo é que, geralmente, a doença é mais manifestada no inverno quando tendemos a buscar refúgios em locais mais fechados para fugirmos das baixas temperaturas (SOUSA, 2005). As alterações climáticas influenciam na dinâmica da doença, de um modo geral, a sazonalidade da doença caracterizase pelo predomínio das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão (MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2005). Analise a respeito da meningite relacionando clima com a saúde, tornar-se justificável na atualidade, dada a gravidade que a meningite possui no mundo inteiro, oportunizando a sociedade em geral, informações de como a mudança de tempo influencia sobre a mesma (ANDRADE, 2003). Este trabalho teve como objetivo estudar a ligação das variáveis meteorológicas sobre os casos da meningite na cidade de Belém-Pa, no período de 2005 a 2009, utilizando-se da Estatística e suas técnicas de correlação, mediante os elementos meteorológicos, e os possíveis efeitos das variações desses, visando entender o comportamento sazonal e melhorar o controle sobre essa patologia, a fim de dá auxílios aos órgãos competentes. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Para realizar o presente estudo foram utilizados dados meteorológicos de temperatura média do ar, precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar em escala mensal de Belém- Pa, cujas coordenadas geográficas são: (1 27 21 S, 48 30 14 W), com área territorial de 1.065 km², e população de aproximadamente de 1.437.600 habitantes (IBGE, 2009). O período estudado foi de 2005 a 2009, com utilização de dados da doença da Meningite, em escala mensal.

Os dados referentes à precipitação, temperatura do ar (média), e umidade relativa do ar (média compensada) foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia 2º DISME Belém. E o dado relativo à doença Meningite, foram obtidos na Secretaria de Saúde do Município de Belém do Estado da Pará. Não foram considerados neste trabalho o tipo de Meningite ou qualquer outra característica física do portador da doença. Para verificar o limiar entre a situação de controle e uma situação fora de controle utilizou-se da distribuição unilateral para os dados de Meningite. Para os dados meteorológicos utilizou-se a distribuição bilateral, para se verificar a faixa de variação, em que os elementos meteorológicos, foram corretamente estimados para o referido estudo. O nível de confiança utilizado para todos os dados foi de 95%. Em seguida, fez-se uso da Analise de Correlação (R), para saber o grau de relacionamento entre as variáveis e a patologia. O (R) assume apenas valores entre -1 e 1, quando mais próximo de 1 melhor é a correlação entre as variáveis dependente e as independentes. Para sabermos qual o grau de explicação entre os elementos meteorológicos e a patologia determinamos o Coeficiente de Determinação Linear (R²). As expressões matemáticas utilizadas para obtenção dos coeficientes correlação (R), coeficiente de Determinação da Regressão Lienar (R 2 ), são o que sugere SPIEGEL (1998), WEISBERG (1980), DRAPER & SMITH (1981), BUSSAB (1987) respectivamente: em que sendo Sxy r = (1) SxSy n 1 Sxy = ( x x)( y y) (2) n 1 Sxy = covariância amostral Sx = desvio padrão das séries de dados da variável independente Sy = desvio padrão das séries de dados da variável dependente x = variável meteorológica para o período em estudo x = média da variável meteorológica para o período em estudo y = número mensal de ocorrências de uma determinada doença. y = média do número mensal de ocorrências da doença. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Casos Mensais da Meningite. 1 Na Figura 1 estão correlacionados os casos de meningite com os elementos meteorológicos estudados para Belém-Pa através dos coeficientes de regressão linear (R²). Observa-se que a referida patologia possui uma sazonalidade bem definida para a localidade de Belém-Pa, para o período estudado, apresentando uma média de 13 casos/mês com pico no mês de março com 19 casos/mês, decrescendo a partir de maio com alguns casos acima da média no mês de julho e novembro com 14 casos/mês e menor valor no mês de dezembro com 9 casos/mês. A justificativa para os picos acima da média para os meses de julho e novembro poderia ser a ocorrência de surtos de meningites virais, que são mais freqüentes nos período que apresentam maiores temperaturas (MINSTERIOS DA SAUDE, 2005). Observa-se que há um favorecimento de proliferação da doença nos três primeiros meses do ano (janeiro a março) quando as temperaturas estão baixas e alta unidade relativa do

ar, juntamente com a precipitação mais intensa, típico da localidade neste período, tais fatores podem estar relacionados ao favorecimento do aumento desta patologia, uma justificativa para esses picos registrados na localidade de estudo nos três primeiros meses, poderia ser pelo predomínio de surtos das meningites bacterianas que ocorrem mais freqüentemente no período que apresentam temperaturas mais baixas, concordando com (MINISTERIO DA SAÚDE, 2005, GAMA, 1995 e SOUSA, 2005). A evolução da meningite apresentou associação fraca a moderada, dos elementos meteorológicos estudados com os casos de meningite. Constata-se que a temperatura mínima, precipitação, umidade relativa do ar e temperatura média do ar estão correlacionadas em apenas 1, 34, 41 e 46% (correlação fraca) conforme figuras 1a, 1b e 1c, respectivamente, dos casos de meningite, e a temperatura máxima caracteriza maior associação com 62% (correlação moderada), conforme figura 1c, conseqüentemente maior coeficiente de explicação da mesma sobre à meningite. Como justificativa para o comportamento dos casos da meningite em Belém, para o período de 2005 a 2009, é que a mesma trata-se de uma doença universal e ocorre durante o ano todo, principalmente nos meses menos quentes, pois além de haver melhores condições para o germe se proliferar no meio ambiente, dado que as pessoas tendem a ficar em locais fechados ou aglomerados, facilitando a propagação da patologia, além do que a patologia esta relacionada com outras doenças e outros fatores tais como: ambientais, sociais, biológicos, econômicos, culturais entre outros (BARROSO, 1998, SOUSA, 2005 e MINISTERIO DA SAÚDE, 2005). a) b) c) Figura 1 Variação média no período (2005 a 2009) da Meningite, precipitação e coeficiente de determinação (R²) (a), Meningite, umidade relativa do ar e coeficiente de determinação (R²) (b), Meningite, temperaturas média, máxima, mínima e coeficiente de determinação (R²) (c).

3 - CONCLUSÃO As principais conclusões obtidas foram: Em Belém, a doença é endêmica com casos esporádicos durante todo o ano e com uma média de 13 casos/mensal, principalmente no período mais chuvoso, com surtos e epidemias ocasionais. O maior pico registrado na localidade ocorreu no mês de março com 19 casos/mensal, e o menor no mês de dezembro com 9 casos/mensal. A evolução da meningite apresentou associação fraca a moderada, dos elementos meteorológicos estudados com os casos de meningite. Constata-se que a temperatura mínima, precipitação, umidade relativa do ar e temperatura média do ar estão correlacionadas em apenas 1, 34, 41 e 46% (correlação fraca), respectivamente, dos casos de meningite, e a temperatura máxima caracteriza maior associação com 62% (correlação moderada), conseqüentemente maior coeficiente de explicação da mesma sobre à meningite. Como justificativa para o comportamento dos casos da meningite em Belém, para o período de 2005 a 2009, é que a mesma trata-se de uma doença com distribuição global e que ocorre durante o ano todo, principalmente nos meses menos quentes, pois além de haver melhores condições para o germe se proliferar no meio ambiente, dado que as pessoas tendem a ficar em locais fechados ou aglomerados, facilitando a propagação da patologia. Entretanto a patologia esta relacionada com outras doenças e outros fatores tais como: ambientais, sociais, biológicos, econômicos, culturais. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, I. S. Influência de Elementos Meteorológicos nos Casos de Cólera, Meningite e Meningite no Estado da Paraíba. Dissertação (Mestrado em Biometeorologia) - Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, Paraíba, 2003. BARROSO, D. E., CARVALHO, D. M., NOGUEIRA, S. A.; SOLARI, E. C. A Doença meningocócica: epidemiologia e controle dos casos secundários. Rev. Saúde, v.32, n.1, p.89-97, 1998. BUSSAB, W. O. Estatística Básica. 4. ed. São Paulo: Atual. 1987. 321 p. DRAPPER, N.R.; SMITH, H. Applied regression analyses. 2.ed.New York: John Wiley & Sons, 1981.709p. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 6. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2005. ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia e saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1994. P540. SOUSA, Nadja Maria Nascimento. Influência de variáveis meteorológicas sobre a incidência do Meningite, Meningite e Pneumônia em João Pessoa-PB. Revista Brasileira de Meteorologia, v.22, n.2, 183-192, 2005. SPIEGEL, M.R. Estatística. São Paulo SP: Mc Graw Hill, 1998.580p. WEISBERG,S. Applied linear regression. New York: John Wiley and Sons, 1980. GAMA, S.G.N. Doenças Meningocócica e sua evolução no município do Rio de Janeiro (1976-1994). Rio de Janeiro, 1995. x, 195p.