PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL
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- Marco Antônio Rico Fagundes
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1 PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL JULHO/AGOSTO/SETEMBRO Cooperativa de Energia Elétrica e Desenvolvimento Rural JUNHO/2015
2 Previsão trimestral Os modelos de previsão climática indicam que o inverno e as próximas estações de 2015 estarão sob a influência do fenômeno El Niño. Na situação atual, a intensidade do fenômeno - causado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial - é moderada. No entanto, os modelos de previsão climática apontam para a continuação do aquecimento dessas águas e o fenômeno pode se tornar forte nos próximos meses. Nos meses de julho e agosto as chuvas devem ocorrer associadas à formação de cavados (sistema alongado de baixa pressão) e à frentes frias, as quais normalmente se manifestam uma vez por semana. Nos próximos meses as massas de ar frio dominam as condições atmosféricas no sul do Brasil. No entanto, elas devem se manter um pouco mais fracas do que o normal e, com isso, as ondas de frio serão mais curtas e menos intensas. Em setembro, com a aproximação de uma primavera influenciada pelo fenômeno El Niño, são esperados períodos mais instáveis. Os sistemas mais comuns são as frentes frias, os cavados e os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM). Os CCM s são sistemas que provocam fortes instabilidades durante as madrugadas e manhãs na área de atuação da COPREL, devido ao transporte de umidade e calor vindos da Amazônia pelos Jatos de Baixos Níveis. A influência do fenômeno El Niño sobre a Região Sul do Brasil é bem conhecida na Meteorologia e tem como padrão o aumento das chuvas. Com isso, espera-se que os sistemas atmosféricos causadores de chuva devam ser mais frequentes no RS, principalmente a partir da segunda quinzena de agosto. Além da passagem dos sistemas de tempo instável, geralmente se deslocando no sentido sul-norte, por vezes devem ocorrer também o retardo ou até mesmo o retorno no sentido norte-sul desses sistemas, como as frentes estacionárias e quentes, mantendo o tempo instável por mais tempo.
3 Como resultado desse panorama, espera-se para o trimestre julho, agosto e setembro de 2015 CHUVAS REGULARES E TOTAIS MENSAIS ACIMA DA NORMAL CLIMATOLÓGICA. Em julho, o acumulado mensal deve ficar entre normal a ligeiramente acima da média climatológica; entre agosto e setembro, as chuvas ocorrerão de forma bem distribuída e o acumulado nesses meses devem ficar acima da normal climatológica, em relação aos valores de precipitação contidos na Tabela 1. Tabela 1: Normais climatológicas de precipitação para área de atuação da COPREL no trimestre junho, julho e agosto. Mês Precipitação (mm) Junho 135 a 145 Julho 150 a 160 Agosto 155 a 165 No mês de julho e na primeira quinzena de agosto os sistemas de alta pressão (centro de ação da massa de ar frio) ainda devem passar pelo RS mais intensos, com riscos de geada ocasionais. Na segunda quinzena de agosto e em setembro a passagem dos sistemas de alta pressão deverão se deslocar com mais frequência sobre o oceano e, com isso, o frio não será significativo e as temperaturas mais baixas devem ocorrer associadas a nevoeiros, devido à atuação de massas de ar frio e úmido. Com isso, as TEMPERATURAS MÍNIMAS DEVEM FICAR ACIMA DA MÉDIA CLIMATOLÓGICA E AS MÁXIMAS DENTRO A LIGEIRAMENTE ABAIXO DAS MÉDIAS CLIMATOLÓGICA, reportadas na Tabela 2.
4 Tabela 2: Normais Climatológicas para área de atuação da COPREL, no trimestre Junho, Julho e Agosto. Mês Temperatura mínima ( C) Temperatura máxima ( C) Junho 8 a 10 C 18 a 20 C Julho 8 a 10 C 18 a 20 C Agosto 10 a 13 C 19 a 22 C Monitoramento Junho 2015 Os primeiros nove dias de junho foram marcados pela atuação de um bloqueio atmosférico sobre o Brasil, o qual manteve os sistemas atmosféricos de precipitação afastados da Região Sul (Figura 1). Com exceção desse período, o restante do mês apresentou chuvas frequentes e bem distribuídas que resultaram em precipitação acima da normal climatológica para o mês de junho. Os acumulados mensais registrados pelas estações meteorológicas automáticas do INMET de Cruz Alta, Ibirubá e Passo Fundo foram de 247 mm, 233 mm e 144 mm, respectivamente, enquanto que a climatologia média da região para junho é de 125 mm. Entre os dias 10 e 11 uma frente fria passou sobre o RS, ocasionando volumes de chuva moderados na área de atuação da COPREL; entre os dias 12 e 14, essa mesma frente fria primeiramente estacionou entre os estados do PR e SC e, posteriormente, recuou para sul, como uma frente quente, até o centro-norte do RS; no dia 17 um cavado (zona alongada de baixa pressão) se formou sobre o oeste do RS, o qual se intensificou entre os dias 17 e 18 e deu origem a uma nova frente fria, que se deslocou rapidamente em direção a SC; entre os dias 22 e 24 a atuação de um cavado, juntamente com um jato, entre os médios e altos níveis da atmosfera trouxe mais chuvas para o Alto Jacuí; por último, a passagem da última frente fria do mês resultou em chuvas moderadas na área de atuação da COPREL entre os dias 29 e 30.
5 Figura 1: Chuva diária ocorrida em junho de 2015 nos município representativos da área da COPREL. Dados coletados até a data de envio da previsão. FONTE: INMET. O mês de junho teve temperaturas 1,5 ºC acima da normal climatológica, na média, o que está relacionado com as temperaturas mais altas registradas nos primeiros nove dias do mês (Figura 2), devido à atuação do bloqueio atmosférico. No mês de junho houveram as primeira incursões de massas de ar frio características de inverno. A chegada de duas massas de ar frio, especificamente, foram mais significativas no mês, as quais ocorreram na mesma semana. A primeira massa de ar frio chegou entre os dias 11 e 12, fazendo com que a mínima na manhã do dia 12 em Passo Fundo chegasse aos 4,1 ºC (Figura 2); a segunda massa de ar frio chegou quatro mais tarde e fez com que a temperatura mínima em Ibirubá ficasse em 0,8 ºC.
6 Figura 2: Chuva diária ocorrida em junho de 2015 nos município representativos da área da COPREL. Dados coletados até o dia do envio da previsão. FONTE: INMET.
7 Comportamento climático COMPORTAMENTO MENSAL DAS CHUVAS EM 2015 CRUZ ALTA Valores em milímetro CLIMATOLOGIA ( ) 2015 ANOMALIA (DESVIO) JANEIRO 119,7 172,2 +52,5 FEVEREIRO 136,3 154,6 +18,3 MARÇO 126,5 105,4-21,1 ABRIL 119,5 204,8 +85,3 MAIO 108,1 194,4 +86,3 JUNHO 116,3 221,1 +104,8
8 COMPORTAMENTO MENSAL DAS CHUVAS EM 2015 PASSO FUNDO Valores em milímetro CLIMATOLOGIA ( ) 2015 ANOMALIA (DESVIO) JANEIRO 149,7 282,6 +132,9 FEVEREIRO 165,8 110,0-55,8 MARÇO 139,9 44,0-90,9 ABRIL 99,7 148,6 +48,9 MAIO 114,3 168,8 +54,5 JUNHO 133,6 139,8 +6,2
9 COMPORTAMENTO MENSAL DA TEMPERATURA EM 2015 CRUZ ALTA Valores em grau célsius CLIMATOLOGIA ( ) 2015 ANOMALIA (DESVIO) JANEIRO 23,3 22,6-0,7 FEVEREIRO 23,0 23,0-0,7 MARÇO 21,4 21,8 +0,4 ABRIL 18,5 19,3 +0,8 MAIO 16,0 17,4 +1,4 JUNHO 13,5 15,3 +1,8
10 COMPORTAMENTO MENSAL DA TEMPERATURA EM 2015 PASSO FUNDO Valores em grau célsius CLIMATOLOGIA ( ) 2015 ANOMALIA (DESVIO) JANEIRO 22,1 21,7-0,4 FEVEREIRO 22,0 21,6-0,4 MARÇO 20,5 21,3 +0,8 ABRIL 17,6 18,7 +1,1 MAIO 15,2 16,5 +1,3 JUNHO 12,9 14,2 +1,3
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